quarta-feira, 10 de julho de 2024

13/07/2024-Sábado Da XIV Semana Comum

SER PERMANENTE DISCÍPULO E PORTAVOZ DE DEUS PARA SITUAÇÃO CONCRETA DO POVO

Sábado da XIV Semana Comum

Primeira Leitura: Is 6,1-8

1 No ano da morte do rei Ozias, vi o Senhor sentado num trono de grande altura; o seu manto estendia-se pelo templo. 2 Havia serafins de pé a seu lado; cada um tinha seis asas, duas cobriam-lhes o rosto, duas, os pés e, com duas, eles podiam voar. 3 Eles exclamavam uns para os outros: “Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; toda a terra está repleta de sua glória”. 4 Ao clamor dessas vozes, começaram a tremer as portas em seus gonzos e o templo encheu-se de fumaça. 5 Disse eu então: “Ai de mim, estou perdido! Sou apenas um homem de lábios impuros, mas eu vi com meus olhos o rei, o Senhor dos exércitos”. 6 Nisto, um dos serafins voou para mim, tendo na mão uma brasa, que retirara do altar com uma tenaz, 7 e tocou minha boca, dizendo: “Assim que isto tocou teus lábios, desapareceu tua culpa, e teu pecado está perdoado”. 8 Ouvi a voz do Senhor que dizia: “Quem enviarei? Quem irá por nós? Eu respondi: “Aqui estou! Envia-me”.

Evangelho: Mt 10,24-33

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 24 “O discípulo não está acima do mestre, nem o servo acima do seu senhor. 25 Para o discípulo, basta ser como o seu mestre, e para o servo, ser como o seu senhor. Se ao dono da casa eles chamaram de Belzebu, quanto mais aos seus familiares! 26 Não tenhais medo deles, pois nada há de encoberto que não seja revelado, e nada há de escondido que não seja conhecido. 27 O que vos digo na escuridão, dizei-o à luz do dia; o que escutais ao pé do ouvido, proclamai-o sobre os telhados! 28 Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma! Pelo contrário, temei aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno! 29 Não se vendem dois pardais por algumas moedas? No entanto, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do vosso Pai. 30 Quanto a vós, até os cabelos da cabeça estão todos contados. 31 Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais. 32 Portanto, todo aquele que se declarar a meu favor diante dos homens, também eu me declararei em favor dele diante do meu Pai que está nos céus. 33 Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante do meu Pai que está nos céus.

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Deus Nos Chama A pesar De Nossas Fraquezas Para Ser Sua Portavoz

Durante alguns dias, a partir de hoje, vamos meditar sobre alguns textos do livro do profeta Isaias. Ele é contemporâneo do profeta Oseias, mas Isaias profetiza no reino do Sul, em Jerusalém.

O livro tem 66 capítulos. Segundo os estudos (dos especialistas), nem todo o livro atribuído a Isaías. Por isso, o livro tem três grandes partes: o Primeiro Isaías (Proto-Isáias): Is 1-39, são textos atribuídos a um profeta (Isaías) do século VIII a.C. O Segundo Isaías (Deutero-Isaías): Is 40-55 do Século VI a.C. Estes capítulos foram produzidos durante o exílio na Babilônia por um(s) profeta(s) anônimo(s).  Por fim, o Terceiro Isaías (Trito-Isaías): Is 56-66, parte que foi escrita no período pós-exílico (entre sec. V/IV a.C). A redação final do livro do profeta Isaías deve ter acontecido por volta de 400 a.C, ou depois deste ano.

Isaías (Heb. “salvação de Deus”) era um jovem de uns vinte e quatro ou vinte e cinco anos, de uma família nobre de Jerusalém, quando foi chamado por Deus para ser Sua portavoz em meio do povo durante o ano da morte do rei Ozias, ou seja no ano 740 a.C. Para a chamada de Deus, Isaias responde prontamente, depois de ter sido purificado por um dos serafins: “Aqui estou! Envia-me”. Toda a sua vida esteve vinculada a Jerusalém, cidade que ele amava e censurava.  

Isaías é modelo de homem religioso que, a partir da experiência profunda e intensa com Deus, lhe capacita a interpretar toda a sua vida e a vida da sociedade a partir do olhar de Deus. Sua vocação como profeta começa através desta experiência profunda de Deus.  Através dessa experiência é que Isaías dá resposta: “Aqui estou! Envia-me”. A partir dessa experiência, Isaías percebe todas as circunstancias e tem capacidade de julgar as posições. Isaias percebe que a raiz da injustiça social se encontra no próprio coração do homem e nas estruturas sociais. Por isso, Isaias faz suas duras críticas francamente tanto contra as autoridades, funcionários, juízes e conselheiros (Is 1,22-23; 3,14-15) como também contra a corrupção generalizada na administração da justiça. Por causa da injustiça social e a corrupção generalizada, o culto se transforma em hipocrisia e se torna vazio de sentido que Isaias também critica (Is 1,10-15; 29,13-14).

A visão ou a experiência mística do jovem Isaias é uma cena solene, uma teofania, na qual se destaca a grandeza e a santidade de Deus, rodeado de anjos, com uma encenação idealizada da liturgia do céu. Os anjos cantam "Santo, santo, santo, o Senhor dos exércitos".

Toda profecia autêntica nasce de uma experiência particular do divino (experiência mística). Através dela, os profetas conhecem a dimensão divina das coisas. Isaias é o homem do sentido incomparável de Deus: com os olhos de Deus contempla os acontecimentos transtornados da época. Não se pode isolar esta visão da vida de Isaias; é uma experiência fundamental que impregna toda sua conduta posterior. Todo ele deve fazer-se sinal: os fatos especificarão a dimensão humana, mas terá que fazer ver a dimensão divina das coisas. A vocação não é um fato que se pode situar num ponto dado de uma vez para sempre: é projeto divino sobre toda uma vida; é fidelidade, amor sem retorno.

Tudo isso quer nos dizer que é Deus Quem toma sempre a iniciativa. Deus fala no coração do homem para se posicionar de acordo com a vontade de Deus diante de uma situação concreta do povo. É sua santidade e sua grandeza e seu amor ao povo que põem em marcha a dinâmica de uma vocação: a vocação à vida sacerdotal ou religiosa, ou simplesmente, a vocação para assumir alguma responsabilidade/cargo numa comunidade ou num grupo/pastoral/movimento e assim por diante.

No texto da vocação do profeta Isaías, cuidadosamente trabalhado, lemos o primeiro dos grandes relatos típicos de vocação profética, a que seguiram os de Jeremias e Ezequiel. Seu denso conteúdo teológico recebe força de uma disposição literária simples: introdução (v.1ª), teofania (vv. 1b-5), investidura (vv. 6-7), missão (vv.8-11), e consequências da missão (vv.12-13).

A introdução situa a Palavra de Deus na história, em um ponto preciso do tempo e do espaço. A história é o lugar do encontro e por isso, se menciona o ano da morte do rei Ozias e o lugar, Jerusalém. As “palavras” de Deus são os autênticos acontecimentos da hisória. Deus fala e manda falar conforme a situação do povo em tempo e espaço precisos. É um sinal evidente de que Deus jamais abandona seu povo.

Na teofania (manifestação divina), Deus aparece como um rei: sentado sobre o trono, rodeado de misteriosas figuras áulicas que destacam a impenetrabilidade da esfera divina e sua diferença da esfera humana. Estão belamente harminizados os componentes do binômio “santidade” (transcendência) e “esplendor” (imanência) que definem Deus de Israel como um Deus Salvador. Deus é transcendente, mas é, ao mesmo tempo, Emanuel, Deus-Conosco que caminha com com o povo e se preocupa com este.

Na investidura-missão, o profeta Isaias é apanhado pela palavra de Deus: “Ai de mim, estou perdido! Sou apenas um homem de lábios impuros, mas eu vi com meus olhos o rei, o Senhor dos exércitos”. Mas um dos anjos purifica os lábios de Isaías. A purificação dos lábios demonstra a transcendência da investidura-missão: todo ele terá que converter em sinal; terá que fazer ver a dimensão divina das coisas.

No texto de hoje Deus é chamado três vezes santo: “Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; toda a terra está repleta de sua glória”.

Quantos de nós e de nossos fieis, ao cantar o “Santo, santo, santo” do princípio da oração eucarística (após o prefácio), sabem que se unem ao grito dos serafins do Templo? A conclusão do prefácio menciona os coros celestiais: “unidos aos anjos, vossos mensageiros, vos louvamos, cantando...” ; ou “nós nos unimos à multidão dos anjos e arcanjos, cantando...”; ou “ nós nos unimos aos anjos e a todos os santos, cantando..”. Mas quem pensa neles?

Os ocidentais tendem a pensar que na liturgia Deus se faz presente na terra. Os orientais, mais fieis à mentalidade bíblica, creem muito além, pois acreditam firmemente que na liturgia a Igreja da terra se une à do céu. Nosso verdadeiro Templo (cf. 1Cor 3,16-17) é a humanidade glorificada de Cristo, que está sentado à direira do Pai. Nossas assembleias ou a comunidade em oração, deve efetuar o salto necessário, começando por reconhecer a distancia infinita entre Deus e nós, salvos pelo mistério de Cristo, o Deus-Conosco. Esta distância, a visão de Isaias a expressa em termos de santidade-pecado, binômio que não deve entender-se tanto no sentido moral (Deus é bom, nós somos maus), mas principalmente em sentido ontológico. O AT o expressa como um terror sagrado: “Ai de mim!” ou no evangelho se expressa nas palavras de Simão Pedro: “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou pecador!” (Lc 5,8). Há um respeito para com Deus e para com o que o representa que é necessário manter.

O Deus de Isaías é o “santo de Israel”. Mas Deus, tanto do AT como o do NT quando se aparece convida sempre o homem a superar o temor inicial, convertendo-o em amor filial. Começamos a Eucaristia (no prefácio) proclamando a santidade de Deus, e concluímos, antes de comungar, atrevendo-nos dizer a Deus como Pai Nosso. É uma combinação da transcendência e a imanência de Deus. Deus está no céu, mas Ele é o Pai Nosso, o Deus-Conosco. Deus é todo santo e todo-poderoso, mas é também o Deus próximo.

Este Deus quer comunicar Sua vida a todos e para isso é necessária nossa colaboração. Oxalá este Deus encontre em cada um de nós uma disponibilidade generosa como em Isaias: “Aqui estou! Envia-me”.

O Evangelho e Sua Mensagem Para Nós

Continuamos ainda a acompanhar o discurso de Jesus sobre a missão. O evangelista Mateus tem plena consciência de que cada discípulo é missionário. E para ser missionário tem que ser discípulo. É preciso estar com o Senhor a fim de aprender d´Ele para, depois, ser seu missionário. Ser cristão é ser discípulo-missionário do Senhor. Ser discípulo tem como consequência ser missionário do Senhor. Para ser missionário, primeiro tem que ser discípulo do Senhor. 

Na passagem do Evangelho deste dia, como as do anterior dentro contexto do discurso, Jesus continua dando Suas instruções sobre a maneira com que os discípulos-missionários devem se comportar na missão. 

1. Ser Cristão é Ser Eterno Discípulo do Mestre Jesus

“O discípulo não está acima do mestre, nem o servo acima do seu senhor”. 

Mestre e discípulos estão relacionados entre si pela função de ensinar e de aprender. Diante de Jesus seu Mestre, os seguidores são discípulos. Os discípulos têm que viver a doutrina de Jesus e cumprir as Suas ordens. O cristão basta ser discípulo, mas o seu ser deve ser o do Mestre Jesus, isto é, viver o modo de viver de Jesus, optar por aquilo que Jesus optou, lutar pela causa de Jesus. Isto requer uma aprendizagem contínua, pois Jesus como a própria Palavra de Deus sabe mais do que qualquer seguidor dele. Cada cristão, como discípulo do Senhor deve estar com o espírito aberto para qualquer ensinamento ou revelação do seu Mestre, Jesus. Cada cristão deve pôr-se para a escuta, seguir a escola do Mestre Jesus e escutar Sua palavra. Um discípulo jamais deixará de aprender do seu mestre. Em relação a Jesus, seu grande Mestre, os cristãos jamais poderão ser considerados como “formados”, mas permanentes discípulos, sempre aprenderão, sempre encontrarão novidades no seu discipulado. O Mestre Jesus ressuscitado continua ensinando os cristãos através de Seu Santo Espírito (cf. Jo 16,12-13). 

2. A fé firme em Deus, Nosso Pai, Expulsa o Medo e Mantém-nos Prudentes

Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma! Pelo contrário, temei aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno!”.

Aqui Jesus nos relembra que o poder dos homens é limitado: “Podem matar o corpo, mas não podem matar a alma!”. O poder do homem não vai além, jamais além da vida terrena (o corpo). O que representa propriamente o valor, a esperança da vida eterna (a alma), nenhum poder humana é capaz de destruí-lo. A perda da vida terrena não tem comparação com a perda da vida eterna. Mas quem tem poder para ambas as coisas (corpo e alma, terreno e eterno): Deus, Nosso Senhor. É  de Deus que devemos ter temor. No AT “temor de Deus” designa  a atitude do homem em face do Deus  que deseja entrar em aliança com ele.  A locução “temor de Deus” torna-se a própria expressão da religião para com Ele, daquela que nos afasta do mal (Gn 20,11; Ex 20,20; Prov. 8,13;16,6) e nos leva a praticar o bem.  É neste sentido que se deve entender a expressão tão repetida: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Provérbio 1,7).  A sabedoria aqui quer dizer virtude, consiste em reconhecer e fazer o bem para agradar a Deus, e o meio para adquirir esta sabedoria é ter o temor de Deus. No NT o “temor de Deus” equivale à piedade (Lc 18,4; 23,40; At 9,31; 10,35; Ef 5,21; Cl 3,22; 1Pd 2,17, etc.). O temor de Deus nos torna livres, pois o temor gera confiança em Deus.

A fé expulsa o medo, ao mesmo tempo ensina o fiel a ser prudente (cf. Mt 10,16). A consciência de estar nas mãos do Senhor e de participar de Seu destino torna o discípulo corajoso, mas prudente: a prudência para conhecer o inimigo e a avaliação prática de sua periculosidade para agir sabiamente, mas sem perder a simplicidade.

Não é o êxito imediato diante dos homens que conta e sim o êxito de nossa missão diante dos olhos de Deus que vê, não somente as aparências, e sim o interior e o esforço que fazemos. Quando nos sentimos filhos do Pai celeste e irmãos dos demais filhos de Deus e testemunhas de Jesus, nada nem ninguém podem nos destruir, nem sequer as perseguições e a morte. Todos nós estamos nas mãos de Deus!

3. Diante Dos Olhos De Deus Somos Valiosos

Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais. Até os cabelos da cabeça estão todos contados.

Por três vezes Jesus nos repete para não termos medo. Para Jesus, Deus está presente nos menores acontecimentos de nossa vida de cada dia. Deus está por dentro de tudo. Deus sabe de tudo e se interessa por todas as Suas criaturas e ama todas as criaturas. Com muita mais razão Deus se interessa por todos os homens e mulheres que são Sua imagem e semelhança e seus filhos e filhas muito amados razão pela qual Ele enviou seu Filho unigênito para salvá-los (cf. Jo 3,16). Por isso, Jesus afirma: “Vós valeis mais do que muitos pardais”. Até os detalhes de nossa vida Deus sabe: até os cabelos de nossa cabeça estão todos contados por Deus. Todos nós estamos nas mãos de Deus. Se Deus cuida até dos pardais, os pequenos animais e o lírio no campo, quanto mais seus fiéis que somos nós todos. Eu estou sob a providência divina, eu estou nas mãos de Deus, eu estou com Deus em todos os momentos da minha vida, aconteça o que acontecer. 

4. Somos Chamados e Enviados Como Voz do Senhor

“O que vos digo na escuridão, dizei-o à luz do dia; o que vós escutais ao pé do ouvido, proclamai-o sobre os telhados!”.  

Estas imagens evocam a ideia de confidência: Jesus nos fala baixo, a meia voz, junto ao ouvido. É preciso escutar Jesus que fala ao nosso ouvido, que fala em silêncio. Ele fala no nosso ouvido porque quer confiar algo valioso para nós. E tudo que Ele fala e nos ensina temos que proclamar para os outros. Somos voz do Senhor para os outros. Devemos ser praticantes do bem nos tempos oportunos e inoportunos.

Não podemos continuar calados diante da dor, diante da injustiça e da opressão que vivem nossos irmãos. não podemos deixar-nos silenciar nem ser diferentes diante da situação da pobreza e exploração, diante da desonestidade e corrupção que sofrem nossas comunidades. Jesus foi crucificado para nos salvar. Somos chamados a salvar nossos irmãos.

Mas ser voz do Senhor tem seus riscos fatais. A comunidade cristã leva uma mensagem que, às vezes ou muitas vezes, choca contra os interesses de certas pessoas e de certos setores. Mas com a força do Espírito de Deus que nos assiste, não nos cansemos nem podemos ter vergonha de dar testemunho de Cristo e continuemos a anunciar a Boa Nova da salvação que Deus nos ofereceu. 

Jesus foi objeto de contradições (cf. Lc 2,34-35) e acabou sua vida na Cruz. Mas nunca cedeu, não desanimou e continuou a fazer ouvir Sua voz profética, anunciando e denunciando apesar de que sabia que incomodava os poderosos por causa de seus interesses afetados. Desta maneira Jesus salvou a humanidade e foi elevado à glória da ressurreição. “O discípulo não está acima do mestre, nem o servo acima do seu senhor”. Se vivermos piedosamente todos os ensinamentos de Jesus não tem como sermos perseguidos. Mas o bem que fazemos, a honestidade que praticamos, a partilha que vivemos tem a marca divina. “Temei aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno!”, isto é, o próprio Deus que nos ama até nos detalhes.

P. Vitus Gustama,svd

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