ORAÇÃO É PEDIR, BUSCAR E
BATER A PORTA DO CORAÇÃO DE DEUS PERMANENTEMENTE
Quinta-Feira da I
Naqueles dias, 17n a rainha Ester, temendo o perigo de morte que se aproximava, buscou refúgio no Senhor. 17p Prostrou-se por terra desde a manhã até ao anoitecer, juntamente com suas servas, e disse: 17q "Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó, tu és bendito. Vem em meu socorro, pois estou só e não tenho outro defensor fora de ti, Senhor, 17r pois eu mesma me expus ao perigo. 17aa Senhor, eu ouvi, dos livros de meus antepassados, que tu libertas, Senhor, até ao fim, todos os que te são caros. 17bb Agora, pois, ajuda-me, a mim que estou sozinha e não tenho mais ninguém senão a ti, Senhor meu Deus. 17gg Vem, pois, em auxílio de minha orfandade. Põe em meus lábios um discurso atraente, quando eu estiver diante do leão, e muda o seu coração para que odeie aquele que nos ataca, para que este pereça com todos os seus cúmplices. 17hh E livra-nos da mão de nossos inimigos. Transforma nosso luto em alegria e nossas dores em bem-estar".
Evangelho:
Mt 7,7-12
Naquele
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Ao longo das leituras da Quaresma, a Igreja volta uma e outra vez sobre o tema da oração que as leituras de hoje nos apresentam. Um dos temas no primeiro dia da Quaresma, na Quarta-feira de Cinzas, é o da oração (além da esmola e do jejum: tres temas que vão aparecer ao longo da caminhada quaresmal). A Quaresma quer que intensifiquemos nossas orações e consagremos mais tempo para rezar e meditar a Palavra de Deus. É preciso rezar sempre. Quem tem fé, precisa rezar. Quem quer manter a fé viva tem que rezar. Oração e fé são uma moeda de dois lados. Quem reza precisa ter fé. Somente quem leva a sério a vida com seu seus compromissos e o seu ser como criatura, não tem como não rezar. Quem vive a vida na sua profundidade, isto é, de onde vem a vida, que sentido tem a vida e para onde vai a vida, não tem como não rezar. Fé e oração nos mantém em comunhão com Deus. na oração você se torna você mesmo onde você fala tudo sem restrição. Na oração você até fala para Deus aquilo que você não quer que os outros saibam, mesmo que eles sejam seus íntimos. O momento de oração é o momento mais íntimo para cada um de nós. A oração nos leva para a esfera divina e nos introduz no terreno divino. Na oração elevamos o mundo para o céu e deixamos o céu descer até nós. A oração nos santifica, pois entramos nos terreno divino. E viveremos esta santidade na vida cotidiana.
A oração não é tanto uma procura, pois a procura implica certa impaciência, nem uma atividade: devo fazer algo. Rezar é antes aguardar, estar presente diante de Deus e com Deus e em Deus. O aguardar supõe o acento no outro, naquele que vem. Só posso esperar por esse Outro. Rezar quer dizer perder o meu domínio próprio. “A oração torna o homem contemplativo e cheio de atenção. Em vez de manipulador, o homem que reza se torna receptivo neste mundo. Já não agarra, mas acaricia; já não morde, mas beija; já não questiona, mas admira” (J. M. Nouwen). Na oração reconheço meus limites e limitações, além das graças recebidas.
A oração é uma percepção da realidade que logo se desabrocha em louvor, em adoração, em agradecimento e em pedido de piedade Àquele que é a origem do ser e o destino de todo ser (Alfa e Ômega de nossa vida). Por isso, quem sabe viver conscientemente, também sabe rezar bem. E quem sabe rezar bem, também sabe viver conscientemente. “Vive de tal modo que sua vida seja uma oração” (Santo Agostinho: In ps. 91,3). O homem que ora inspira o mundo, olha para o mundo com compaixão e, nesse olhar, penetra a fonte de todo ser. A oração é mais do que recitar umas fórmulas, é, sobretudo, uma convicção íntima de que Deus é nosso Pai e que quer nosso bem, como filhos e filhas dele. Por isso, rezar é entrar na intimidade profundo com o nosso Pai do céu. Orar/rezar é uma maneira mais eficaz para aproximar a terra para o céu; é uma maneira de encurtar a distância entre o céu e a terra; é meio direto para penetrar no céu a fim de conversar com o Pai do céu. A oração derruba o muro que nos separa de Deus, pois na oração conversamos diretamente com o céu, isto é, com Deus. Distanciar-se da oração significa distanciar-se do céu. É impossível chamar Deus de Pai sem conversar com Ele permanentemente.
Rezar É Deixar-se Deus Entrar Na Nossa Vida e Nós Na Vida De Deus
“Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó, tu és bendito. Vem em meu socorro, pois estou só e não tenho outro defensor fora de ti, Senhor, pois eu mesma me expus ao perigo... Vem, pois, em auxílio de minha orfandade. Põe em meus lábios um discurso atraente, quando eu estiver diante do leão, e muda o seu coração para que odeie aquele que nos ataca, para que este pereça com todos os seus cúmplices. E livra-nos da mão de nossos inimigos. Transforma nosso luto em alegria e nossas dores em bem-estar”.
É a oração de Ester que lemos na Primeira Leitura. Na época de Ester a situação do povo eleito era dramática: o povo disperso, minoritário no meio de povos pagãos e frequentemente perseguido e desprezado. Essa situação passa a ser a oração de Ester. Em outras palavras a oração de Ester parte de sua vida e expõe seu caso a Deus. Ela reconhece sua grande pobreza e confessa sua solidão diante de Deus. É uma oração audaz que se dirige a Deus como familiaridade; uma oração que pede a Deus para tomar conta do seu povo para estar livre dos inimigos. Preparada por o jejum, Ester se entrega com seus serventes a uma oração insistente: “Livra-nos da mão de nossos inimigos. Transforma nosso luto em alegria e nossas dores em bem-estar”. A oração de Ester é penitencial, pois sua expressão está despojada de tudo que é supérfluo.
A oração é uma abertura total do homem a Deus. A consciência do homem e de todas as suas faculdades se deixam penetrar por Deus e se voltam para Ele. A iminência de um perigo, a constatação e o reconhecimento da própria fraqueza, a impotência e assim por diante como experimentou Ester, são outras tantas circunstâncias que também despertam no homem a fervente aspiração para recorrer a Deus que é Onipotente no amor e na misericórdia: “Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó, tu és bendito. Vem em meu socorro, pois estou só e não tenho outro defensor fora de ti, Senhor, pois eu mesma me expus ao perigo”, assim rezou Ester. Trata-se de recorrer a Deus para ser inundado por Sua presença, por Sua graça, Sua ajuda e Seu perdão. Consequentemente, a oração exige consagração e dedicação a Deus. A oração ultrapassa as inercias e rotinas da mente.
A oração vivida até o fundo é a ação mais comprometida e eficaz que o homem pode realizar e da qual surgem outras ações. A oração unifica e transforma, pois ela é dirigida a Deus que unifica e transforma. Com efeito, a verdadeira oração não consiste em muda Deus e sim em mudar quem reza.
Nossa oração ao Deus Pai se apoia na bondade e na vontade amorosa de Deus. Podemos estar seguros de sermos escutados, sempre que peçamos algo da linha do plano salvador de Deus.
A oração não é ocupação, não é uma atividade que cansa e sim uma necessidade primária do homem crente. O sentido da oração vem expressado por três verbos de necessidade que o Evangelho de hoje nos apresenta: Pedir, buscar e chamar. Para ser escutada, a oração cristã deve ser feita a partir da situação de necessidade que estes verbos expressam. Quem pede e não sente necessidade daquilo que se pede, não pode ser escutado. Quem busca e não sente necessidade de encontrar aquilo que se busca, nunca encontrará nada. Quem chama e não sente necessidade de dialogar, nunca será atendido.
Ao longo das leituras da, a Igreja volta uma e outra vez sobre o tema da oração que as leituras de hoje nos apresentam. A Quaresma quer que intensifiquemos nossas orações e consagremos mais tempo para rezar e meditar a Palavra de Deus. É preciso rezar sempre.
Rezar a Deus É Pedir, Buscar e Bater à Porta
O texto do evangelho de hoje (que se encontra no Sermão da Montanha: Mt 5-7) continua repetindo, como no texto do evangelho do dia anterior, que Deus é profundamente bom, que deseja “dar” coisas boas para seus filhos e filhas e, por isso, há que rezar com esse espírito, com uma confiança total e inabalável em qualquer momento e circunstâncias. A oração de Ester (primeira leitura: Est 14,17) no Antigo Testamento é um exemplo disso.
A exortação sobre a oração, que o texto do evangelho de hoje nos apresenta, se encontra entre o “não julgar” (Mt 7,1-5) e a “regra de ouro” sobre o amor (Mt 7,12). O contexto mostra o que pedir, que Deus certamente dará: a capacidade de não julgar e de amar o outro. Esse é o dom do Pai que nos faz filhos: o dom do seu Espírito (Lc 11,13). No discurso sobre a comunidade (Mt 18), encontramos outro dito de Jesus sobre a infalibilidade da oração (Mt 18,19), colocada entre a aceitação incondicional do outro, que torna possível a correção fraterna (Mt 18,12-18) e a palavra sobre o amor que se expressa no perdoar sempre e de coração (Mt 18,21ss).
No
Pedir,
“Pedir” é a atitude própria de quem está em necessidade: os pobres, os carentes, os mendigos, etc. Quem é arrogante, tem dificuldade para pedir. “Buscar” é outro movimento que exige sair de nós mesmos caminhando em direção daquilo que para nós está escondido ainda, mas que tem valor para nossa vida. Só se busca aquilo que tem valor. A nossa busca maior nesta vida é estar comunhão plena com Deus durante a passagem neste mundo e na eternidade. “Bater” a porta é outro movimento. Bater uma porta pode ser para pedir algo a alguém dentro de casa. Bater uma porta pode significar procurar um abrigo, uma proteção, uma paz, uma vida familiar, uma comunhão de irmãos. Fala-se, muitas vezes, da Porta do Céu. É preciso bater para poder entrar.
Quando
Jesus
O
Regra De Ouro Para Uma Boa Convivência
O
A regra de ouro é tão simples para ser aplicada na vida de cada um de nós. Quer ser amado, então amé! Quer que ninguém fofoque sua vida, então não fofoque! Quer ser respeitado, então respeite! Quer que tenha amigo(a), então seja amigo(a) dos outros! Eu sou o outro do outro.
Esta
O
P.
Vitus Gustama,svd
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