09/04/2015
O SENHOR
DÁ A PAZ E ABRE NOSSA
INTELIGÊNCIA ONDE SEU NOME É ASSUNTO
DA CONVERSA
Naquele tempo, 35os
discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham
reconhecido Jesus ao partir o pão. 36Ainda estavam falando, quando o
próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!” 37Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam
vendo um fantasma. 38Mas Jesus disse: “Por que estais preocupados, e
por que tendes dúvidas no coração? 39Vede minhas mãos e meus pés:
sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como
estais vendo que eu tenho”. 40E dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as
mãos e os pés. 41Mas eles ainda não podiam acreditar, porque estavam
muito alegres e surpresos. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para
comer?” 42Deram-lhe um pedaço de peixe assado. 43Ele o
tomou e comeu diante deles. 44Depois disse-lhes: “São estas as
coisas que vos falei quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse
tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”.
45Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as
Escrituras, 46e lhes disse: “Assim está escrito: o Cristo sofrerá e
ressuscitará dos mortos ao terceiro dia 47e no seu nome serão
anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por
Jerusalém. 48Vós sereis testemunhas de tudo isso”.
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A cena
do texto do evangelho
lido neste dia é a continuação
da cena do evangelho
do dia anterior .
O relato começa com
o testemunho dos discípulos
de Emaús, isto é, aqueles
que em
sua trajetória
viveram a experiência pessoal do encontro
com o Senhor
ressuscitado no caminho e na fração do pão . É a experiência que
enche seus corações
e os impulsiona a anunciarem ou contarem
a grande noticia de que
Jesus vive e vive realmente .
Durante a partilha dessa
experiência, Jesus aparece no meio deles e os saúda com o Shalom (paz): “A paz
esteja convosco!”.
Na Eucaristia
o Senhor se faz presente entre nós para nos manifestar todo o amor que ele nos tem. A partir desse amor é que Ele nos concede seu
perdão e sua
paz . Ao participar
da Eucaristia , nós
devemos nos sentir
amados por
ele . Por
isso , a participação na Eucaristia nos
compromete a darmos testemunho da vida nova que Deus
infundiu em nós .
Devemos, portanto , ser
construtores da paz . Trata-se de uma paz que brota do amor sincero que nos faça próximos
do nosso próximo
em suas
angustias e esperanças , como Jesus que
aparece, repentinamente , no meio dos discípulos .
A dúvida
e o medo dos discípulos
são evidentes ,
como em
todas as aparições do Ressuscitado. E
Jesus tem que acalmá-los: “Por que
estais preocupados e por que tendes dúvidas
no coração ?”. Para
acabar com a dúvida dos discípulos
Jesus come com eles .
Mas a comunidade
deve ter algo
para oferecer a Jesus, é algo que os alimenta diariamente: o peixe :
“Tendes aqui alguma coisa
para comer ?”,
pergunta-lhe Jesus. “Deram-lhe um pedaço de peixe assado ”, comenta o evangelista
Lucas. Será que temos algo a oferecer a Jesus ou somente pedimos algo de Jesus? O que
devemos oferecer a Jesus é aquilo
que nos
sustenta e dignifica diariamente. A partir daquilo que
oferecemos a Jesus é que podemos alimentar a multidão faminta de tudo .
O fruto
da presença de Jesus no meio
dos discípulos que
conversam sobre ele
é a abertura do entendimento ,
o horizonte ampliado sobre a vida : “Jesus
abriu a inteligência dos discípulos para entenderem
as Escrituras ”, assim
comenta o evangelista Lucas. A inteligência nos capacita a resolvermos os problemas ,
pois a inteligência é o conjunto
de funções psíquicas e psicofisiológicas
que contribuem para
o conhecimento , para
a compreensão da natureza
das coisas e do significado
dos fatos . Estar
aberto a Deus
e conversar com
Deus permanentemente
nos leva
a compreendermos tudo na nossa vida , pois o próprio Deus abrirá nossa
inteligência .
Nós podemos também reconhecer Jesus
na fração do pão eucarístico, na Palavra bíblica proclamada, meditada e
partilhada, e na comunidade reunida em Seu nome partilhando o que se tem para
quem é carente em tudo. Nós necessitamos, como a primeira comunidade, de uma
catequese especial para que seja aberto nosso entendimento a fim de entendermos
a vida e as coisas que acontecem nela, pois nada escapa do olhar de Deus quando
deixamos que ele tenha espaço nas nossas conversas e quando seu lugar está bem
no meio de nós. Em cada Eucaristia ele aparece no meio de nós e é o principal
alimento no qual se encontra a força necessária para nossa vida. Ao se
alimentar da Eucaristia, cada um deve se converter em força para os outros,
especialmente para aqueles que não têm mais ânimo para lutar, pois estão
céticos em tudo e sobre tudo na vida. Estas pessoas precisam escutar novamente
a promessa infalível de Jesus: “No mundo vocês terão tribulações, mas tenha
coragem: eu venci o mundo” (Jo 16,33b). Cada cristão deve se converter
nesta frase: “Não tenha medo! Jesus venceu o mundo”. O cristão é aquele que
acalma e serena os outros, pois ele sabe que está sempre com o Jesus
ressuscitado.
Com os olhos da fé na Fração do Pão
e na força de sua Palavra é que saiamos da celebração para dar testemunho de
Cristo na vida. Aos Apóstolos, a ultima palavra que lhes dirige é esta: “Vós
sereis testemunhas de tudo isso”. Desde princípio, ser apóstolo é ser
testemunha da ressurreição de Jesus Cristo (At 1,22). Ser cristão é ser
testemunha de que viver a vida com Deus e com todas as suas conseqüências é uma
vida vitoriosa, uma vida que não termina na morte, e sim na ressurreição com
Jesus. Deus pode tardar, mas nunca falha. Atrás da cruz de Jesus está a vida
sem fim. Precisamos ter um olhar penetrante além dos sentidos para entender o
recado de Deus.
P. Vitus Gustama,svd
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