quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

VIII Domingo Comum "C",27/02/2022

SOMOS CHAMADOS A RENOVAR NOSSO INTERIOR

VIII DOMINGO COMUM DO “C”

Primeira Leitura: Eclo 27,5-8

5 Quando a gente sacode a peneira, ficam nela só os refugos; assim os defeitos de um homem, aparecem no seu falar. 6 Como o forno prova os vasos do oleiro, assim o homem é provado em sua conversa. 7 O fruto revela como foi cultivada a árvore; assim, a palavra mostra o coração do homem. 8 Não elogies a ninguém, antes de ouvi-lo falar; pois é no falar que o homem se revela. 

Segunda Leitura: 1Cor 15,54-58

Irmãos: 54 Quando este ser corruptível estiver vestido de incorruptibilidade e este ser mortal estiver vestido de imortalidade, então estará cumprida a palavra da Escritura: “A morte foi tragada pela vitória; 55 Ó morte, onde está a tua vitória? Onde está o teu aguilhão?” 56 O aguilhão da morte é o pecado e a força do pecado e a força do pecado é a Lei.57 Graças sejam dadas a Deus, que nos dá a vitória pelo Senhor nosso, Jesus Cristo.58 Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e inabaláveis, empenhando-vos cada vez mais na obra do Senhor, certos de que vossas fadigas não são em vão, no Senhor. 

Evangelho: Lc 6,39-45

Naquele tempo, 39 Jesus contou uma parábola aos discípulos: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? 40 Um discípulo não é maior do que o mestre; todo discípulo bem formado será como o mestre. 41 Por que vês o cisco que está no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho? 42 Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando não percebes a trave no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão. 43 Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons.44 Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros, nem uvas de plantas espinhosas. 45 O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração. Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala do que o coração está cheio”.

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Nossa Fala Revela Nosso Coração

Hoje termina a Primeira Parte do Tempo Comum na nossa liturgia, porque na próxima Quarta-feira (de Cinzas) começamos a Quaresma. Portanto, toda a liturgia de hoje nos convida a encerrar um período, uma etapa do ano litúrgico, durante a qual seguimos os começos do ministério de Jesus, para começar outra semana seguinte: a Quaresma, um tempo forte, com tudo o que isso implica. 

A Primeira Leitura de hoje é tirada do livro do Eclesiástico e é o texto típico da literatura sapiencial com um sabor poético. A partir de várias imagens (a peneira, o forno, o fruto da árvore) nos é dito que a bondade do homem é autenticamente manifestada depois de ter sido provada, depois de ter sido examinada. Só então se verifica se é algo apenas superficial ou se é algo que flui das profundezas do coração: “Como o forno prova os vasos do oleiro, assim o homem é provado em sua conversa. O fruto revela como foi cultivada a árvore; assim, a palavra mostra o coração do homem. Não elogies a ninguém, antes de ouvi-lo falar; pois é no falar que o homem se revela” (Eclo 27,6-8). 

O Evangelho de hoje usa este estilo, com uma série de imagens do mesmo tipo das quais lemos na Primeira Leitura: cego e buraco; o discípulo e seu mestre; o cisco e a trave no olho; a árvore e seus frutos, o coração e a boca. 

O núcleo desta mensagem de hoje consiste em valorizar o interior. Jesus convida à profundidade e à sinceridade de coração; a não ficar-se com a imagem exterior. 

“O fruto revela como foi cultivada a árvore; assim, a palavra mostra o coração do homem”. Com efeito, a palavra revela o íntimo do coração e descobre naquilo mesmo que se pretende ocultar (cf. Eclo 27,4-6). É o próprio do sábio poder dominar sua palavra para não se revelar senão quando o entender, e para deixar falar o interlocutor tempo suficiente para poder julgar o seu coração: “O fruto revela como foi cultivada a árvore; assim, a palavra mostra o coração do homem”. 

O texto da Primeira Leitura é apenas um breve eco de uma doutrina de Ben Sirac sobre os pecados da língua: as querelas que a fala provoca (Eclo 8,1-19; 28,8-12), os juramentos demasiados precipitados (Eclo 23,7-15), as mentiras e duplicidades (Eclo 20,24-26; 19,4-12) e acima de tudo a hipocrisia (Eclo 5,14; 6,1; 28,13-16).

Portanto, a palavra pertence ao que de mais íntimo há no homem. Sua palavra revela sua força e sua vitalidade, seu espirito e seus planos, sua bondade e sua malícia, sua verdade e sua mentira, e assim por diante. Se a palavra que se emite sem engajar o fundo mesmo da pessoa, então, é coisa que não só é pecado, mas constitui uma dicotomia profunda e um desequilíbrio. Não é por acaso que, mais tarde, Jesus dirá, no Sermão da Montanha: “Seja o vosso ‘sim’, sim, e o vosso ‘não’, não. O que passa disso vem do Maligno” (Mt 5,37). 

Cada Palavra de Deus, cada passagem da Bíblia confronta o homem com uma nova maneira de pensar e de viver; leva-o a adquirir um novo olhar, a enxergar em outras direções diferentes daquela que havia escolhido. A Palavra de Deus nos apresenta uma visão mais profunda da realidade e nos ajuda a descobrir a mão de Deus que atua no esplendor da criação, na beleza da vida humana e nas comunidades que lutam pela justiça, pela paz e pela fraternidade. A Palavra de Deus nos permite olharmos nossa realidade e nossas esperanças com olhos novos, enquanto que a realidade nos fornece novas lentes para ler e interpretar a Bíblia. Na escuta e na prática da Palavra de Deus, o olhar e o entendimento se modificarão e abandonaremos “nossa sabedoria” para acolher a sabedoria de Deus. 

É Preciso Cultivar a Dimensão Interior De Nosso Ser 

Também a mensagem do fragmento do Evangelho de Lucas que lemos hoje está em sintonia com a Primeira leitura. O núcleo desta mensagem consiste em valorizar o interior, o coração bom e reto; a não ficar-se com a imagem exterior que não reflete nada do que tem no coração. 

Na primeira parte do Evangelho há uma chamada à humildade, à simplicidade, quando se trata de valorizar a nós mesmos e aos outros. A partir das imagens do cego que não pode ser guia de outro cego e do discípulo que não está tão instruído quanto a seu mestre, Jesus faz uma chamada para estarmos conscientes de nossa própria limitação, e da capacidade de autocrítica. Esse pensamento culmina com o exemplo da trave no próprio olho e o cisco no olho do vizinho: “Por que vês o cisco que está no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho?”.

E a partir da falsa situação da qual pretende ensinar cego ou um simples discípulos, e da qual pretende corrigir os demais quando ele está ainda mais carregado de faltas, Jesus convida, na segunda parte do Evangelho, a descobrirmos o homem em sua própria realidade. É uma realidade que fala de seu aspecto mais autentico no qual há no fundo do coração. O que vale em cada pessoa não é o que diz e sim o que há em seu coração. E o que há no fundo do coração se expressa depois em suas palavras a em seus atos. 

Com tudo isso, Jesus nos convida a cultivarmos a dimensão interior de nossa pessoa, aquela que constitui a parte mais profunda e autêntica de nosso ser. É uma dimensão interior que Jesus  positivamente ao dizer: “O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração”. Mas este tesouro de bondade que cada qual guarda em seu coração, cada um precisa cultivar para que dê seus frutos bons. Por isso, é tão importante trabalhar a vida interior das pessoas, sua capacidade de reflexão, de escuta, de meditação, de silêncio.

Concretamente, o cristão há de continuar modelando seu coração segundo Deus e seguindo o estilo de Jesus. A mensagem do Evangelho pede interiorização, exige poder arraigar no coração do cristão para poder vive-lo de verdade. 

O Salmo Responsorial (Sl 91) de hoje nos recorda precisamente que, quando as raízes são profundas e mantidas no Senhor “O justo crescerá como a palmeira, florirá igual ao cedro que há no Líbano; na casa do Senhor estão plantados, nos átrios de meu Deus florescerão Mesmo no tempo da velhice darão frutos, cheios de seiva e de folhas verdejantes”. 

E na Segunda Leitura (1Cor 15,54-58), são Paulo nos recorda onde se encontra o fundamento de nossa esperança: na vitória de Cristo que derrotou a morte. Se enraizarmos profundamente nossos corações nesta convicção, nossa vida será um testemunho verdadeiro da fé que professamos. “Graças sejam dadas a Deus, que nos dá a vitória pelo Senhor nosso, Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e inabaláveis, empenhando-vos cada vez mais na obra do Senhor, certos de que vossas fadigas não são em vão, no Senhor”. 

Portanto, trata-se, definitivamente, de tudo isso, de buscar a renovação do coração permanentemente. 

Uma Árvore Se Conhece Pelos Seus Frutos: Somos Chamados a Ser Árvore Frutífera 

Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros, nem uvas de plantas espinhosas”. 

Segundo o Evangelho de hoje, os frutos denunciam a árvore se é sã ou doente. Do mesmo modo o fruto do coração, o que dele trasborda na boca. A palavra denuncia nosso coração. A palavra revela a bondade ou a maldade do coração. O que é bom, da bondade que junta no seu coração tira o bem; e o que é mau, da maldade tira o mal, porque a boca fala daquilo que trasborda do coração: “O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração. Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala do que o coração está cheio”, diz-nos o Senhor (Lc 6,45). 

A vida moral e ética se verifica em seus frutos. O justo produz bons frutos porque é irrigado pelas águas divinas. Os frutos serão particularmente abundantes na era escatológica (cf. Ez 47,1-12). Evidentemente, o cristão enxertado na árvore da vida que é Jesus, o verdadeiro tronco (Jo 15,1-5) produz os frutos do Espírito (cf. Gl 5,5-26; 6,7-16). Sem Cristo, o cristão se torna um árvore estéril (cf. Mt 3,8-10; 21,18-19). Para Lucas, os frutos são, sobretudo, as atitudes da caridade fraterna. 

A boca fala do que o coração está cheio”. Quando as palavras são amargas, porque há uma amargura dentro de coração. Quando as palavras são amáveis, é porque o coração está cheio de bondade e isso é que aparece para fora. Tudo que falamos revela quem somos nós. Aquilo que fazemos e falamos manifesta que classe de pessoas nós somos. Aquele que fala mal do outro é porque seu coração está cheio de maldade. Essa pessoa está se destruindo por dentro praticamente. E ela quer, infelizmente, destruir os outros através de sua vontade de semear a maldade ou em envenenar o ambiente. Mas felizmente, diante de Deus a bondade vencerá e a verdade revelará tudo diante de Deus. Por isso, jamais tenhamos medo de ser verdadeiros, de ser pessoas do bem. O mal aparentemente onipotente e onipresente, mas ele não tem futuro. Somente o bem e a bondade têm futuro. Por isso, a bondade e o bem são investimento que nunca falham. A bondade é a própria perfeição possuída por um ser. A bondade significa também a capacidade que possui um ser de dar ao outro a perfeição que lhe falta. Sejamos bons e bondosos para que tenhamos desde já o nosso futuro. 

Nesta Eucaristia queremos enraizar nossa vida em Deus, de tal forma que Sua vida divina corra por todo nosso ser, e entrando em uma verdadeira comunhão de vida com o Senhor, possamos produzir frutos abundantes de bondade. 

O cristão é aquele que vive na terra antecipando o céu. E o céu é o próprio Deus. E Deus é o supremo Bem. Aquele que pratica o bem é porque ele é de Deus. Mas aquele que semeia a maldade, não é de Deus, mesmo que frequente qualquer tipo de culto religioso. 

O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração. Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala do que o coração está cheio”, diz-nos o Senhor (Lc 6,45). Precisamos refletir seriamente sobre estas palavras do Senhor.

Guias Cegos

“Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco?” 

É evidente que um cego não pode guiar outro cego, nem é normal um cego querer guiar outro cego. Mas Jesus se refere a outro tipo de cegos: àqueles que não são capazes de ver os acontecimentos nem as pessoas com o olhar de Deus e pretendem falar em seu lugar. São os fariseus os principais destinatários de suas palavras, ao estar seguros da verdade de sua doutrina e de sua vida, quando a realidade era muito distinta. Pretendem estar por cima do mestre quando ainda não começaram a aprendizagem nem o intentam. Quanto cego em nosso mundo pretendendo conduzir a humanidade para um futuro melhor: cegos pelo próprio egoísmo pessoal ou nacional; cegos pela técnica, pela ciência mal interpretada; cegos pelo deus construído à medida de sua mediocridade e assim por diante! Em que você é cego nesta vida ou na sua vida cotidiana? Em que você se faz cego por medo de se ver ou de ser visto pelos demais homens? A sua cegueira assumida pode levá-lo aos “buracos” da vida e você se verá quebrado incapaz de avançar na vida. 

Em maior ou menor medida, todos nós necessitamos na vida de um ponto de referência, um guia que nos permita caminhar para onde devemos nos dirigir. O importante é encontrar o guia adequado. É importante nos diversos aspectos da vida civil, eclesial, religiosa, familiar. Importante quando intentamos escolher a carreira profissional que desejamos e que nos assegura a subsistência de modo digno; importante é o guia para a equipe desportiva se sabe levar a equipe para o triunfo; importante o economista que guia a marcha da empresa para que não quebre e sim que produza os benefícios adequados para criar riquezas e reparti-las. É importante, evidentemente, um bom guia em diversos aspectos da vida. 

O homem não somente come, bebe e se diverte. Há algo a mais em sua essência que o faz buscar um guia, um guia que, por outra parte, pode orientar todos os movimentos de sua existência, até os mais pequenos e insignificantes. Estamos em um momento no qual, pela diversidade de meios de comunicação e pela rapidez dos mesmos, necessitamos de guias, de líderes para nos dirigir. 

Há um GUIA impecável a quem nós cristãos devemos dirigir nosso olhar diariamente. Ele é Jesus Cristo. É um GUIA cujos frutos são incontestáveis:  generosidade, desprendimento, simplicidade, compaixão, tolerância, amor para aqueles que Ele guia, um amor que o leva a entregar, sem um gesto de protesto, a própria vida. É um guia difícil de seguir, porém é um GUIA absolutamente seguro. Com Ele jamais cairemos no buraco do egoísmo, da indiferença, do desprezo dos outros, do esquecimento de Deus que se traduz no esquecimento do homem.

Nosso GUIA, Jesus Cristo, é bom ponto de referência para qualificar e catalogar os numerosos guias que, generosamente, se nos oferecem para nos levar diretamente à felicidade.

Se quisermos ser guia para os outros devemos nos deixar guiar pelo nosso GUIA maior: Jesus Cristo. Caso contrário, levaremos os outros para a perdição. 

Pretensão De Ser Melhor Que Os Outros Escondendo o Próprio Erro Maior 

Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando não percebes a trave no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão”. 

Todos temos o risco de usar duas medidas ao interpretar as próprias ações e as do próximo: uma para nós mesmos e outra muito distinta para os demais. Oxalá possamos acrescentar uma terceira, intermédia, para julgar as pessoas que nos “caem” bem. Risco que podemos evitar se tratamos de começar a crítica por nós mesmos, condição indispensável para ver com mais claridade e valorizar como maior justiça os acontecimentos que nos rodeiam. Este perigo é ilustrado com a imagem de “cisco” e “trave”.

São também os fariseus os principais destinatários desta comparação, ao considerar-se a si mesmos como homens justos, e desprezar os demais (cf. Lc 18,9). Diante deles, Jesus nos expõe sua atitude de amor e de justiça diante das obras realizadas pelos outros.

É possível que Jesus tome o ditado do meio ambiente, ao ser um proverbio muito do gosto oriental e, ao mesmo tempo muito pedagógico. Podemos descobrir em seu pensamento um duplo matiz: o primeiro é ver a “cisco” no olho alheio tendo uma “trave” no próprio; e o segundo, é não somente ver e sim oferecer-se para “tirar” o “cisco” no olho do outro, deixando a “trave” no próprio. 

Jesus nos indica a total ausência de decoro no qual procede desta maneira. Se realmente pretender erradicar o mal, não deverá começar por si mesmo e em si mesmo? O que se preocupa de verdade por descobrir suas próprias faltas, não se atreverá impunemente a julgar as alheias, e muito menos a oferecer-se a suprimir o mal nos demais. É verdade que para praticar a correção fraterna, tão encarecidamente recomendada por Jesus (cf. Mt 18,15-17), não é necessário ser perfeito, quem poderia praticá-la, e sim ser honrado e trabalhar por ser fiel aos próprios ideais. Como ver com objetividade tendo nossa vista obstruída por uma “trave”? é necessário suprimir primeiro nossa própria cegueira antes de atender a curar a cegueira dos demais.

Jesus chama “Hipócritas” àqueles que agem assim. Será que não há dentro de cada um de nós um pequeno ou grande “fariseu”? Quanto dano fizemos para os demais por causa de nossa cegueira! Quanto dano fizemos para nós mesmos por causa da “trave” no nosso pensamento e no nosso coração! Quanto dano fez um chefe sobre as pessoas sob seu comando por causa da “trave” nas suas decisões, “trave” pesada que esmaga os outros! 

Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão”. Aqui Jesus põe em destaque a essencial limitação de todos os que pretendem corrigir os irmãos, tarefa, por outro lado, boa e necessária. Todos levamos o olho tapado pela trave correspondente porque ninguém pode pretender estar limpo de culpa. Somente atitude simples de quem se esforça para corrigir suas próprias limitações é apto para aproximar-se do irmão e propor-lhe sua correção. A atitude de quem acusa e condena demonstrando com veemência o erro e o pecado do outro acaba sendo ineficaz. 

É boa a denúncia dos males pessoais e sociais, porém há que fazê-la buscando realmente o bem de todos e não esquecendo a própria debilidade. De outro modo, a denúncia pode ser ineficaz, e a própria situação pode chegar a ser, inclusive, ridícula.

P. Vitus Gustama,SVD

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