25 de
Primeira Leitura: 1Pd 5,5b-14
Caríssimos, 5b revesti-vos todos de humildade no
relacionamento mútuo, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos
humildes. 6Rebaixai-vos, pois, humildemente, sob a poderosa mão de Deus, para
que, na hora oportuna, ele vos exalte. 7Lançai sobre ele toda a vossa
preocupação, pois ele é quem cuida de vós. 8Sede sóbrios e vigilantes. O vosso
adversário, o diabo, rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar.
9Resisti-lhe, firmes na fé, certos de que iguais sofrimentos atingem também os
vossos irmãos pelo mundo afora. 10Depois de terdes sofrido um pouco, o Deus de
toda a graça, que vos chamou para a sua glória eterna, em Cristo, vos
restabelecerá e vos tornará firmes, fortes e seguros. 11A ele pertence o poder,
pelos séculos dos séculos. Amém. 12Por meio de Silvano, que considero um irmão
fiel junto de vós, envio-vos esta breve carta, para vos exortar e para atestar
que esta é a verdadeira graça de Deus, na qual estais firmes. 13A igreja que
está em Babilônia, eleita como vós, vos saúda, como também, Marcos, o meu
filho. 14Saudai-vos uns aos outros com o abraço do amor fraterno. A paz esteja
com todos vós que estais em Cristo.
Evangelho: Mc 16,15-20
Naquele tempo, Jesus se manifestou aos onze discípulos, 15 e
disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! 16
Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. 17 Os sinais
que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu
nome, falarão novas línguas; 18 se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno
mortal não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles
ficarão curados”. 19 Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi
levado ao céu, e sentou-se à direita de Deus. 20 Os discípulos então saíram e
pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio
dos sinais que a acompanhavam.
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Marcos inicia o seu Evangelho falando de João Batista, a voz que clama no deserto
(Cf. Mc 1,1-25). Seu símbolo é um leão alado,
representando as feras que habitam o deserto. É a dimensão da força, realeza,
poder, autoridade do Filho de Deus. São Marcos é representado pelo leão, porque
ele começa seu Evangelho falando da pregação de São João Batista no deserto da
Judéia. Ora, o leão vivia no deserto, e a pregação de João foi como um rugido
de leão. Ele quer mostrar Cristo como soberano, como rei. E o leão é o rei dos
animais.
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Celebramos no
O
Jesus é
Então, quer ser discípulo de Jesus? Leia o
Evangelho de Marcos. Quer ter experiência de Jesus? Medite o Evangelho de
Marcos. Quer ser verdadeiro testemunha de Jesus? Aprofunde o Evangelho de
Marcos e mergulhe nele.
Duas coisas ficam claras desde o princípio: Primeiro,
a importância de conhecer Jesus. Segundo, a necessidade de estar com
Jesus longamente (cf. Mc 3,14), de ter experiência dele para ser uma verdadeira
testemunha sua e para sentir que os horizontes da própria vida se alargam até o
infinito.
Conhecer
Jesus,
biblicamente, significa fazer
experiência dele, sentir como a própria vida ao entrar pouco a pouco em
sintonia com Sua vida a ponto de fazer próprias Suas exigências, seus ideais
até descobrir a amizade verdadeira e profunda que consiste em viver juntos para
olhar juntos para o futuro para construir juntos um mundo novo no qual cada um
é para os demais e não para si mesmo. É ser outro Cristo para os outros. Conhecer
Jesus também significa interrogar-se sobre Ele e perguntar-se continuamente
quem Ele é a fim de chegar à pergunta crucial: Quem é Jesus para mim?
Em nenhum outro Evangelho há um confrontar-se
tão contínuo e cerrado com Jesus como no Evangelho de Marcos. Desde o
princípio, Jesus é quem chama. Ele quer os discípulos sempre junto a Ele. Por
isso, o Evangelho diz que “os chamou para que ficassem com Ele” (Mc
3,13-14). O apostolado virá depois para
continuar sua obra. Primeiro, há que
formar-se. Ele quer educar longamente os
chamados, não como faz um mestre que se limita em dar informação e sim como
quem ensina uma forma de viver. Por isso, ler o Evangelho de Marcos sob este
aspecto é um contíno descobrimento.
Além da identidade de Jesus, o autor do
Evangelho de Marcos nos apresenta também algumas carcateristicas dos seguidores
de Jesus Cristo ou dos cristaos.
Em primeiro lugar, o cristão é aquele que é chamado a seguir e a
conhecer Jesus. O cristão é uma pessoa chamada expressamente por Jesus (Cf. Mc
1,16-20; 2,13-14; 10,17-22). O chamado pode aceitar ou recusar o chamamento.
Mas sempre é Jesus quem toma a iniciativa para chamar e para escolher. Esta
chamada sempre implica para o chamado o abandono de suas ocupações precedentes
e a ruptura dos laços familiares para poder permanecer com Jesus (Cf. Mc 3,13-14).
É um chamado paa seguir Jesus nas suas andanças. Jesus chama alguém para ficar
vinculado à sua pessoa e para estabelecer com ele uma comunhão de vida. Desta
maneira torna possível a compreensão da pessoa de Jesus.
Em segundo lugar, o cristão é aquele que é chamado para ser pescador
de homens. O vínculo com Jesus tem como consequência para o cristão entrar em
contato com a multidão para chamar as pessoas a ter fé em Jesus através da
conversão (Mc 1,15) e para congregar as pessoas, reunindo-as para uma causa
nobre: ajudar os necessitados (Mc 6,34-44; 8,1-8), acolher os marginalizados
(Mc 9,36-37), aceitar e apoiar qualquer um que defenda uma causa nobre (Mc
9,38-41) e evitar tudo que possa escandalizar e colocar em perigo a fé dos
demais (Mc 9,42).
Em terceiro lugar, o cristão é chamado a uma convivência
orientada pela atitude de serviço (Mc 9,33-37; 10,35-45). Todos os seguidores
de Jesus forma uma comunidade. E nessa comunidade o serviço é uma atitude
especialmente necessária. Cada cristão deve ser servidor do outro. A grande do
cristão consiste na capacidade de servir os outros para salvá-los.
Consequentemente, no cristão não deve ter a ambição de poder ou de domínio. A
autoridade do cristão está no serviço. O próprio model do serviço é Jesus
Cristo (Mc 10,45).
Em quarto lugar, o cristão é chamado a uma vida de renúncia e
fidelidade sem limite (Mc 8,34). Há dois requisitos necessários para ter uma
disposição para seguir Jesus fielmente: a capacidade de renunciar a si mesmo
que implica para o cristão enfrentar com força as dificuldades, sacrificando a
própria vontade em função da vontade de Deus. Trata-se de não pensar com os
homens e sim como Deus (Mc 8,33). O segundo requisito necessário é a capacidade
de carregar a sua própria cruz. Seguir fielmente o Senhor implica todas as
tribulações e cruzes sem excluir sequer a própria morte. O martírio faz parte
do seguimento.
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Conforme o Evangelho de hoje, a primeira tarefa
de cada cristão é a de pregar/propagar a Palavra de Deus, principalmente para
aqueles que ainda não a escutaram/ viveram. Cada cristão é, então, o mensageiro
de Cristo neste mundo. E cada cristão tem que usar todos os meios ao seu
alcance para propagar a Palavra de Deus: homilia, catequese, meios de
comunicação, literatura, arte, festas e convivência. Mas é o anúncio
respeitoso, sem impor, mas convidando; sem ameaçar mas ofertando a salvação que
liberta. Jesus nos chama a estar com Ele, a fazer, lendo com calma e em oração
Seu Evangelho, a mesma experiência que os primeiros discípulos. Hoje somos nós
que temos que viver sua mesma experiência.
A segunda tarefa é a de curar (v.18). O cristão
não pode limitar sua preocupação só na salvação da alma, mas do homem todo:
corpo e alma. São Tiago diz: “Meus
irmãos, de que serve para alguém alegar que tem fé, se não tem obras? ...
Suponhamos que um irmão ou irmã andam seminus, sem o sustento diário, e um de
vós lhes diz: ide em paz, aquecidos e saciados; mas não lhes dá as necessidades
corporais, de que serve? Igualmente a fé que não vem acompanhada de obras: está totalmente morta” (Tg 2,14-17). Não
adianta consolar um faminto com conversa vazia, é preciso dar-lhe uma ajuda
concreta: não sendo assim, como pode falar da fé ou da Palavra de Deus.
“Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão
demônios em meu nome, falarão novas línguas; se pegarem em serpentes ou beberem
algum veneno mortal não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os
doentes, eles ficarão curados”.
O poder de fazer milagres é uma promessa feita
à comunidade e não a cada um dos crentes. O Livro dos Atos dos Apóstolos nos
fala abundantemente da existência deste dom na primitiva comunidade de Jesus.
Mas o que importa não é tanto expulsar demônio, e falar línguas estranhas.
Evangelizar é um serviço de libertação, é redimir os cativos e desatar os laços
que detém a ascensão do homem. É nisto sim que podemos e devemos ajudar todos
os homens. Em segundo lugar, “falarão novas línguas” significa romper as
barreiras que impedem os membros de se comunicar e de relacionar-se como irmãos
e irmãs e assim farão possível a paz, a fraternidade, o amor mútuo. Finalmente,
porque vivem com a vida de Deus, nada lhes causará um dano definitivo e sua
presença constituirá sempre uma vitória da vida sobre a morte: “Se pegarem em serpentes ou beberem algum
veneno mortal não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os
doentes, eles ficarão curados”.
O
P.
Vitus Gustama,svd
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