quinta-feira, 7 de abril de 2022

Vigília Pascal,16/04/2022

JESUS RESSUSCITOU, ALELUIA!

SÁBADO SANTO DA VIGÍLIA PASCAL

Oitava Leitura: Rm 6,3-11

Irmãos: 3 Será que ignorais que todos nós, batizados em Jesus Cristo, é na sua morte que fomos batizados? 4 Pelo batismo na sua morte, fomos sepultados com ele, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova. 5 Pois, se fomos de certo modo identificados a Jesus Cristo por uma morte semelhante à sua, seremos semelhantes a ele também pela ressurreição.  6Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com Cristo, para que seja destruído o corpo de pecado, de maneira a não mais servirmos ao pecado. 7 Com efeito, aquele que morreu está livre do pecado. 8 Se, pois, morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele. 9 Sabemos que Cristo ressuscitado dos mortos não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele. 10 Pois aquele que morreu, morreu para o pecado uma vez por todas; mas aquele que vive, é para Deus que vive. 11 Assim, vós também considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Jesus Cristo.

Evangelho: Lc 24,1-12

1No primeiro dia da semana, bem de madrugada, as mulheres foram ao túmulo de Jesus, levando os perfumes que haviam preparado. 2Elas encontraram a pedra do túmulo removida. 3Mas, ao entrar, não encontraram o corpo do Senhor Jesus 4e ficaram sem saber o que estava acontecendo. Nisso, dois homens com roupas brilhantes pararam perto delas. 5Tomadas de medo, elas olhavam para o chão, mas os dois homens disseram: “Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? 6Ele não está aqui. Ressuscitou! Lembrai-vos do que ele vos falou, quando ainda estava na Galileia: 7‘O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores, ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia’”. 8Então as mulheres se lembraram das palavras de Jesus. 9Voltaram do túmulo e anunciaram tudo isso aos Onze e a todos os outros. 10Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago. Também as outras mulheres que estavam com elas contaram essas coisas aos apóstolos. 11Mas eles acharam que tudo isso era desvario, e não acreditaram. 12Pedro, no entanto, levantou-se e correu ao túmulo. Olhou para dentro e viu apenas os lençóis. Então voltou para casa, admirado com o que havia acontecido.

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Segundo o Missal Romano, a Vigília Pascal é “mãe de todas as noites” e celebra o acontecimento fundamental, o cume da história da salvação que é a Ressurreição do Senhor. A noite pascal, em seu verdadeiro sentido, é a festa nupcial da Igreja. Todas as imagens de núpcias e bodas, cheias de promessas, que nos acompanham ao longo da liturgia anual, alcançam hoje toda a sua plenitude. A solenidade desta noite começou na sepultura. Mas agora sabemos que o sepulcro está vazio; apareceu o anjo para anunciar a ressurreição do Senhor. Por essa razão, a Semana Santa sem a celebração pascal é algo mutilado e quase sem sentido e pode conduzir a um cristianismo equivocado. Seria ficar-se apenas na dor e morte, se Jesus não ressuscitasse e quando Ele não trouxesse a vida e a renovação para a humanidade (cf. 1Cor 15,12-19).

A Páscoa é a grande festa cristã, pois Jesus ressuscitou e nos deu a nova vida, a nova esperança de viver com sentido, e para o homem de hoje que está carente da alegria e da esperança encontra a fonte de sua vida em Jesus Ressuscitado. A partir de tudo isto, resta-nos uma coisa a fazer: obedecer ao encargo do anjo para anunciar a ressurreição aos que a buscam, aos que dela duvidam, aos que nela não creem. Para todos precisamos dizer com São Paulo: “Se, pois, ressuscitastes com Cristo, procurais as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Pensais nas coisas do alto, e não nas coisas da terra, pois morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus: quando Cristo, que é a vossa vida, se manifestar, então, vós também com ele sereis manifestados em glória” (Cl 3,1-4). 

A liturgia da Vigília pascal nos oferece uma visão global da passagem e da jornada da Primeira Criação para a Nova Criação em Jesus Cristo. Para nós são apresentadas umas perspectivas da salvação desde a criação do mundo até a plenitude. Com a Encarnação e a Ressurreição de Jesus Cristo o mundo todo sofre uma revolução e, ao mesmo tempo, a humanidade é capacitada para tomar parte da plenitude e da soberania de Jesus Cristo Ressuscitado com uma nova e melhor forma de existência. O bem, mesmo sofrendo, sempre vence o mal. Cristo é o primeiro fruto da nova criação. Sua vida, que culmina com sua ressurreição e glorificação pelo Pai, é como uma antecipação que permite vislumbrarmos nosso futuro vitorioso em todas as dimensões de nossa existência. 

Com a ressurreição de Jesus começa o futuro escatológico, isto é, a plenitude e perfeição de paz, de bem, de amor, de vida, de justiça que serão o Reino de Deus já realizado com a chegada de Jesus Cristo; que já agora vivemos como início e em crescimento, e que chegará ao término definitivo e perfeito. Este término definitivo e perfeito não se realizará plenamente até que chegue “o Dia do Senhor”. Para chegar à plenitude, como Cristo para chegar à ressurreição é necessária uma vida de luta permanentemente pelo bem. São Paulo nos recorda que é necessária a fé, mas depois desaparecerá quando chegarmos à plenitude. É necessária a esperança, enquanto estivermos na luta de cada dia, que, na plenitude será desnecessária. É necessário o amor, que então chegará à sua plenitude, pois “Deus é amor” (1Jo 4,8.16). 

“Ele Não Está Aqui. Ressuscitou! 

Esta é a grande notícia que escutamos cada ano na Noite Santa da Páscoa que deve arder nosso coração e que este ano por boca do evangelista Lucas: Cristo passou através da morte para uma nova existência, definitivamente, e vive para sempre e vive conosco (cf. Mt 28,20). 

Esta notícia é o motivo pelo qual hoje estamos reunidos aqui e somos felizes pela presença do Senhor Ressuscitado em meio de nós aqui e agora. Quantas vezes o presidente da celebração diz à assembleia: “O Senhor esteja convosco”, e ao que a assembleia responde: “Ele está no meio de nós”. O Senhor ressuscitado está aqui e agora conosco, ainda que não O vejamos fisicamente, pois estamos reunidos em nome d´Ele (Mt 18,20). Se os judeus se alegram ao celebrar a Páscoa, sua libertação da escravidão e de sua passagem para a nova vida na terra prometida, nós, os cristãos, nunca nos cansamos de celebrar que em meio da escuridão da noite, Cristo Jesus foi libertado da morte e cheio do Espirito de Deus, o Espirito da vida caminha conosco. Ele vive e vive no meio de nós. Com a ressurreição do Senhor e com Sua presença permanente no meio de nós não somos mais solitários e sim solidários, pois o Senhor está conosco e nós estamos com o Senhor que venceu o pecado e a morte. 

Acabamos de ouvir que “Jesus ressuscitou! Ele vive!”.  Jesus é o Vivente por excelência, e nunca O encontramos entre os mortos nem entre o pecado. O cristianismo é uma mensagem de vida. Mais ainda, é comunicação permanente com o Vivente, Jesus Ressuscitado (Cf. 1Jo 1,1-4). Com Jesus de Nazaré também nós apostaremos pela vida e avançamos para a vida. Estamos ao lado de tudo o que é vida e lutamos contra tudo o que é morte: o compromisso batismal tem esse sentido. Aquele que acredita na ressurreição deve lutar contra tudo o que causa a morte (atentado, doenças, relações sociais, ataques à natureza); deve ressuscitar o que é digno, mas que está morrendo dentro de nós; deve sentar-se ao lado dos crucificados injustamente, onde Deus está, e não junto com aqueles que os crucificam; deve entrar em contato com a vida para criar mais esperança sobre esperança.

Em cada celebração eucarística afirmamos: “Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!”. 

O caminho da Igreja é o anúncio do Mistério Pascal de Cristo (Paixão, Morte e Ressurreição) a todas as nações. Esse anúncio não é feito apenas com a proclamação do Evangelho com os lábios e sim com uma vida irrepreensível que dê testemunho de que a salvação se torna realidade em nos. Como batizados somos criaturas novas. Não podemos, portanto, continuar realizando sinais de pecado e de morte. Sejamos construtores de um mundo novo e autores de uma vida nova em Cristo. Trabalhemos intensamente pela paz; vivamos fraternalmente unidos pelo amor; tiremos as barreiras de ódio que nos dividiu; sejamos capazes, inclusive, de dar nossa vida para que os demais desfrutem de uma vida mais digna e chegue a eles a própria Vida de Deus. 

Se nós, como Igreja, não pudermos, com a Força do Espírito Santo que atua em nós, deixar no fim de nossa vida um mundo melhor do que o encontramos, decepcionaremos a confiança que Deus depositou em nós, ao confiar-nos o Evangelho da reconciliação e da graça. Se somos de Cristo, não o digamos apenas com os nossos lábios, mas manifestemos isso com a vida e com o nosso trabalho à altura dessa fé que decidimos professar. 

Na Eucaristia nos sentamos à mesa dos filhos de Deus. O Senhor, morto e ressuscitado, nos faz participar de seu Mistério Pascal, libertando-nos da escravidão do pecado e dando-nos Vida eterna. Mediante o Sacramento da Eucaristia somos convertidos em sinais do Reino de Deus no mundo, sinais da Vida Divina que está em nós. Nossa vida, transformada em Cristo, se converte em luz das nações. Ao entrar em comunhão de vida com Cristo somos convertidos em um sinal da Morte e Ressurreição de Cristo para todos. O Senhor nos plenifica de sua graça para que sejamos construtores de um mundo que dia-a-dia seja um sinal mais claro de seu Reino entre nós. Nós, os batizados, feitos um com Cristo, devemos continuar sua obra de amor salvador entre nossos irmãos. Esta é a nossa missão de cada dia! 

A Fé Na Ressurreição 

A Noite da Vigília Pascal é a noite central da comunidade cristã. É noite de vigilia diante do trânsito do mundo velho ao novo mundo, da escravidão à liberdade, do desespero à esperança e da morte à vida. Cristo, primogênito dentre os mortos, é a primícia do Reino. Lucas nos diz que o novo dia começa com os "aromas", levados pelas mulheres ao amanhecer com prontidão e esperança. Para acreditar no Ressuscitado é preciso sair de si mesmo para os outros, para o Outro, com os aromas do afeto, do encontro gratuito, da busca profunda. A busca dos viventes e do Cristo vivo exige companhia compartilhada, caminho empreendido, mãos cheias de caridade e esperança ativa. 

Todos os evangelhos terminam com o relato dos acontecimentos pascais, fundamentando a antiga convicção cristã da ressurreição de Jesus dentre os mortos, fruto da ação do Pai. Essa fé foi professada pela Igreja em símbolos (1 Cor 15,3-4), expressa na pregação (discursos dos Atos dos Apóstolos) e cantada em hinos (Fl 2,6-11).

Para vislumbrar o Ressuscitado e a Ressurreição, é preciso olhar para a frente e para cima, não deter-se na contemplação do "solo" (chão), onde está o túmulo. Aquele que vive não é procurado entre os mortos. As testemunhas do Ressuscitado, com suas vestes brancas, são testemunhas da luz que não falam de si mesmas, mas de Cristo, para nos dizer: "Ele ressuscitou". Assim como Cristo é uma ausência quando adoramos ídolos, ele também é uma presença quando descobrimos o Senhor no próximo mais desamparado. O Cristo crucificado é o Ressuscitado.

A experiência da fé na ressurreição envolve a memória da Palavra de Deus ("recordaram-se das suas palavras"), o abandono da morte ("regressaram do sepulcro") e uma decisão evangelizadora ("anunciaram tudo isto aos onze e aos os outros"). Quando somos missionários, alguns podem nos considerar tolos ou loucos ("eles tomaram isso por uma ilusão"). Devemos contar com o fracasso ("não acreditaram"), mas também com a possibilidade de gerar fé e admiração no Senhor Ressuscitado. 

O Senhor Jesus é glorificado em Deus. Sua ressurreição não foi um simples retorno à vida ou a recuperação de um corpo mortal; a ressurreição de Jesus é a plena comunhão do Filho com o Pai, a glória da nova vida em Deus, que transcende toda dor e toda limitação. Em Deus está a fonte da vida; Ele atrai os homens para a vida plena e eterna e, em Cristo Jesus, Deus realizou sua obra perfeita. Cremos no Deus de Abraão que não quer a morte do filho, mas a vida; cremos no Deus de Moisés, que clama pela liberdade; cremos no Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que o ressuscitou para Ele, libertando-o da morte. Nossa assembléia de hoje é uma confissão alegre e esperançosa de Deus Salvador e da vida dos homens. 

Segundo a tradição bíblica, a ressurreição dos mortos é uma resposta ao drama da morte; uma resposta que se baseia em Deus, fonte da vida e senhor da justiça. A plenitude do reino será alcançada com a vitória sobre a morte. A ressurreição ilumina não só o destino pessoal, mas o do mundo, que também aspira à redenção total. A mensagem da ressurreição amplia e aprofunda as fronteiras da experiência humana, bloqueadas entre o nascimento e a morte. Sabemos pela fé que no fundo do ser humano há um germe de vida nova, revelado por Jesus Cristo. 

A Ressurreição Nos Chama A Vivermos Na Esperança 

Da ressurreição de Jesus nasce, antes de mais nada, uma esperança. Cristo é nossa esperança (1Tm 1,1). Nessa esperança nós, cristãos, aprendemos a acreditar em Deus e a desentranhar o sentido último do homem. Mas a esperança de que se trata não é virtude de um instante ou reação de um momento. É uma atitude permanente, um estilo de vida. É a forma de enfrentar a própria vida do cristão. Se perder essa esperança, perde tudo. Deixaria de ser cristão sem a esperança. Aquele que vive animado pela esperança cristã põe seu olhar no futuro, isto é, em Deus. Ele não fica apenas com o presente, nem vive preso no passado, mas olha sempre para frente. A esperança sempre gera uma perspectiva de futuro. E esta esperança dá origem a uma nova maneira de se posicionar na vida apesar das dificuldades, como diz São Paulo: “Somos atribulados por todos os lados, mas não esmagados; postos em extrema dificuldade, mas não vencidos pelos impasses; perseguidos, mas não abandonados; prostrados por terra, mas não aniquilados” (2Cor 4,8-9). A esperança vive da confiança em Deus, como o profeta Isaías diz: “É Deus quem dá forças ao cansado, quem prodigaliza vigor ao enfraquecido. Mesmo os jovens se cansam e se fatigam; até os moços vivem a tropeçar, mas os que põem a sua esperança em Deus renovam as suas forças, abrem asas como as águias, correm e não se fatigam, caminhar e não se cansam” (Is 40,29-31). Que cada um de nós seja um pequeno sinal, uma pequena prova desse Deus da esperança! 

A ressurreição de Jesus provou que a morte não é uma fatalidade, que não é ela quem diz a última palavra sobre o homem. Ela nos mostrou que, se permanecermos em Deus, se formos fiéis ao seu amor até o fim, também nós venceremos a morte e permaneceremos na vida e no amor. A ressurreição de Jesus Cristo nos revelou que o sentido último de nossas vidas é a comunhão com Deus e com os homens que Deus ama. A ressurreição nos revelou que uma vida de entrega e de serviço a Deus e aos homens é uma vida ressuscitada.

Cristo ressuscitou, mas não é suficiente. Agora, Cristo quer que todos nós participemos de sua ressurreição; Ele quer que ressuscitemos todos os dias, que vivamos já ressuscitados. 

A Páscoa e o Batismo

Pelo batismo na sua morte, fomos sepultados com ele, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova. Pois, se fomos de certo modo identificados a Jesus Cristo por uma morte semelhante à sua, seremos semelhantes a ele também pela ressurreição”. Assim lemos na Segunda Leitura desta noite santa (Rm 6,5-6).  

No Batismo fomos submergidos na morte-ressurreição de Jesus Cristo e fomos enxertados no dinamismo vivo de sua aventura. Nós morremos para o pecado (que levou Jesus à morte) e ressuscitamos para a vida que corresponde aos seus seguidores. Mas o Batismo não é um jogo simples de nossos propósitos e decisões: é a entrada no âmbito de Jesus Cristo, é o primeiro sacramento da Igreja. O Batismo é um mistério de comunhão ou de união com Cristo Ressuscitado. Quem vive intimamente unido a Jesus Cristo participa de sua Vitória sobre o pecado e a morte. Quem vive pecando não pode dizer que está em comunhão de vida com Cristo, verdadeiramente. “Busca o que é meramente humano no homem e encontrarás o pecado e a mentira. Se eliminas o pecado, eliminas a mentira e tudo mais não é próprio do homem, mas de Deus. Não ames, portanto, o que é teu, ama o que é de Deus em ti” (Santo Agostinho: Serm. 32, 10,10). “Muda teu coração e verás mudar tuas ações. Arranca a concupiscência e planta a caridade. Da mesma forma que a concupiscência é a raiz de todo mal, a caridade é a raiz de todo bem” (Santo Agostinho: Serm. 72, 4,4)

Mediante o Batismo o Senhor apagou nossos pecados e nos revestiu de sua própria Vida Divina, como criaturas novas. Quem é uma criatura nova em Cristo deve resplandecer com suas boas obras e dar testemunho da ressurreição do Senhor a partir de uma vida reta. Não encontramos Cristo entre os mortos, nem no pecado e sim naqueles que vivem guiados pelo seu Espirito Santo e já foram transformados para praticar o bem, para amar, para construir a paz, para destruir os ódios e para tirar as barreiras que impedem o amor fraterno e comprometidos com toda a humanidade.

Cremos realmente esta mensagem de salvação: Cristo ressuscitou e renovou nossa vida? Ou vamos procurá-Lo no sepulcro, naquilo que causa a morte pensando que Ele se afastou para não voltar, e nós, no lugar de dar testemunho da Verdade e da Vida, continuamos sendo testemunhas do pecado e da morte com uma vida desordenada? Que a Fé e o Batismo que nos unem a Cristo nos façam sairmos de nossos pecados e nos ajudem a caminharmos como filhos de Deus renovados em Cristo Jesus, Nosso Senhor!

FELIZ PÁSCOA

Páscoa é sempre passagem, é dar o passo, é o passo sempre para frente. Na Páscoa contemplamos e celebramos o passo de um Deus torturado e executado numa cruz a um Deus ressuscitado e vivo entre nós: “Eis que Eu estou com vocês todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28,20).

Não há outro caminho à maturidade e à realização como seres humanos sem aprendermos a suportar os golpes da vida. O êxito é aprender a ir de fracasso em fracasso sem se desesperar, pois Deus está conosco. O ser humano é um ser perfectível, mas não perfeito. A perfeição é o horizonte de nossa existência. Estou sendo o que devo ser para chegar a ser o que, na verdade, sou. 

Triunfar é também aprender a fracassar. O êxito na vida vem do saber afrontar as inevitáveis faltas de êxito do viver de cada dia. Deste curioso paradoxo depende muito o acerto no viver. Cada frustração, cada contrariedade, cada desilusão leva consigo a semente de uma infinidade de capacidades humanas desconhecidas sobre as quais os espíritos pacientes e decididos, isto é, as pessoas de sucesso, souberam ir edificando o melhor de suas vidas. Mas aquele que quer desta vida todas as coisas a seu gosto, terá muitos desgostos também na vida.

O melhor testemunho da ressurreição de Jesus é a permanente busca do bem e sua incansável ação por amor e para o amor. O amor é a maior força criativa, transformadora e curativa. O amor permite o homem ir além e captar no fracasso e na deficiência a potencialidade oculta, contribuindo a que se converta num talento manifesto. 

“Cristo é tudo para nós.

Se tu queres curar tuas feridas, ele é médico.

Se a febre te abrasa, Ele é a fonte de água fresca.

Se te oprime o peso da culpa, Ele é a justiça.

Se tu necessitas de ajuda, Ele é a força.

Se tu temes a morte, Ele é a vida.

Se tu desejas o céu, Ele é o caminho.

Se tu andas na escuridão, Ele é a Luz.

Se tu buscas comida, Ele é alimento”, o Pão da Vida (Santo Ambrósio de Milão). FELIZ PASSAGEM! FELIZ PÁSCOA! SHALOM!

P. Vitus Gustama,SVD

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