terça-feira, 4 de junho de 2024

Sagrado Coração De Jesus,07/06/2024

SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

SOLENIDADE “ANO B”

I Leitura: Os 11,1.3-4.8c-9

Assim diz o Senhor: 1 "Quando Israel era criança, eu já o amava, e desde o Egito chamei meu filho. 3 Ensinei Efraim a dar os primeiros passos, tomei-o em meus braços, mas eles não reconheceram que eu cuidava deles. 4 Eu os atraía com laços de humanidade, com laços de amor; era para eles como quem leva uma criança ao colo, e rebaixava-me a dar-lhes de comer. 8c Meu coração comove-se no íntimo e arde de compaixão. 9 Não darei largas à minha ira, não voltarei a destruir Efraim, eu sou Deus, e não homem; o santo no meio de vós, e não me servirei do terror".

II Leitura: Ef 3,8-12.14-19

Irmãos: 8 Eu, que sou o último de todos os santos, recebi esta graça de anunciar aos pagãos a insondável riqueza de Cristo 9 e de mostrar a todos como Deus realiza o mistério desde sempre escondido nele, o criador do universo. 10 Assim, doravante, as autoridades e poderes nos céus conhecem, graças à Igreja, a multiforme sabedoria de Deus, 11 de acordo com o desígnio eterno que ele executou em Jesus Cristo, nosso Senhor. 12 Em Cristo nós temos, pela fé nele, a liberdade de nos aproximarmos de Deus com toda a confiança. 14 É por isso que dobro os joelhos diante do Pai, 15 de quem toda e qualquer família recebe seu nome, no céu e sobre a terra. 16 Que ele vos conceda, segundo a riqueza da sua glória, serdes robustecidos, por seu Espírito, quanto ao homem interior; 17 que ele faça habitar, pela fé, Cristo em vossos corações, que estejais enraizados e fundados no amor. 18 Tereis assim a capacidade de compreender, com todos os santos, qual a largura, o comprimento, a altura, a profundidade, 19 e de conhecer o amor de Cristo, que ultrapassa todo conhecimento, a fim de que sejais cumulados até receber toda a plenitude de Deus.

Evangelho: Jo 19,31-37

31 Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz. 32 Os soldados foram e quebraram as pernas de um e, depois, do outro que foram crucificados com Jesus. 33 Ao se aproximarem de Jesus,  e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; 34 mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. 35 Aquele que viu, dá testemunho, e seu testemunho é verdadeiro; e ele sabe que fala a verdade, para que vós também acrediteis. 36 Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: "Não quebrarão nenhum dos seus ossos". 37 E outra Escritura ainda diz: "Olharão para aquele que transpassaram".

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O culto litúrgico ao Sagrado Coração de Jesus começou com São João Eudes (1601-1680). A tentativa de colocar a nova devoção na liturgia encontrou grandes resistências, especialmente de natureza teológica, que perduraram nos séculos posteriores. O Papa Clemente XIII aprovou um formulário para a missa e o ofício divino em 1765. Papa Pio IX estendeu a festa para toda a Igreja em 1856. Papa Pio XI, em 1928, equiparava-a, como grau litúrgico, às solenidades do Natal e da Ascensão, dando-lhe um novo conteúdo.

E Papa Pio XII nos deu o que poderíamos chamar de “Carta Magna" de devoção e amor ao coração de Cristo em sua encíclica Haurietis Aquas: Sobre O Culto Do Sagrado Coração De Jesus, de 15 de maio de 1956. “Inumeráveis são as riquezas celestiais que nas almas dos fiéis infunde o culto tributado ao sagrado coração, purificando-os, enchendo-os de consolações sobrenaturais, e excitando-os a alcançar toda sorte de virtudes” (Haurietis Aquas n.2).

Para o Papa Pio XII o mistério do Sagrado coração de Jesus que nos redimiu é o mistério de amor divino: “O mistério da divina redenção é, antes de tudo e pela sua própria natureza, um mistério de amor: isto é, um mistério de amor justo da parte de Cristo para com seu Pai celeste, a quem o sacrifício da cruz, oferecido com coração amante e obediente, apresenta uma satisfação superabundante e infinita pelos pecados do gênero humano: Cristo, sofrendo por caridade e obediência, ofereceu a Deus alguma coisa de valor maior do que o exigia a compensação por todas as ofensas feitas a Deus pelo gênero humano. Além disso, o mistério da redenção é um mistério de amor misericordioso da augusta Trindade e do divino Redentor para com a humanidade inteira, visto que, sendo esta totalmente incapaz de oferecer a Deus uma satisfação condigna pelos seus próprios delitos mediante a imperscrutável riqueza de méritos que nos ganhou com a efusão do seu precioso sangue, Cristo pode restabelecer e aperfeiçoar aquele pacto de amizade entre Deus e os homens violado pela primeira vez no paraíso terrestre por culpa de Adão e depois, inúmeras vezes, pela infidelidade do povo escolhido” (Haurietis Aquas n.20).

O Missal do Papa Pulo VI sublinha não só o aspecto da reparação. Mas também a alegria de celebrar no coração de Cristo as grandes obras do seu amor (coleta). E as leituras bíblicas escolhidas para a liturgia da palavra garantem os aspectos mais autênticos desta celebração e da consequente devoção ao coração de Jesus.

Textos Bíblicos-Litúrgicos Desta Solenidade

No Ano litúrgico B, em que estamos, com os textos do profeta Oséias, na Primeira Leitura,(11,1.3-4.8-9), da Carta de São Paulo aos Efésios, na Segunda Leitura (3,8.12.14-19), e do Evangelho de são João, no Evangelho, (19,31-37) novamente é proclamado o amor de Deus, cujo “coração salta no peito e suas entranhas se comovem dentro dele (Primeira Leitura). Importa dirigir o olhar para Cristo, transpassado na Cruz, verdadeiro Cordeiro pascal, de cujo coração sai sangue e água, símbolo dos dons da salvação (Evangelho) para “compreender, com todos os santos, qual a largura, o comprimento, a altura, a profundidade, e de conhecer o amor de Cristo, que ultrapassa todo conhecimento, a fim de que sejais cumulados até receber toda a plenitude de Deus (Segunda Leitura).

O profeta Oséia (Primeira Leitura), conhecido como profeta cheio de amor e que mostrou o Deus tão amoroso para o povo, usa as imagens para descrever o cuidado amoroso de Deus por seu povo. As imagens usadas são carregadas de intensa afetividade (amor), proximidade e comunhão: “Eu amei”, “ensinei a andar”, “segurei pela mão”, “atará com laços de bondade e cordas de amor”, “dei-lhes de comer”, “abaixava-me até eles”. Estas palavras são palavras que revelam o cuidado amoroso de Deus com o objetivo de que o povo cresça também no amor. Nesse processo de crescimento no amor não aparece a palavra castigo ou penalização. O profeta Oséia nos mostra o Deus que opta pelo perdão. Aqui em Oséias Deus se revela como um Pai amoroso, o Abbá, o Paizinho muito amoroso pelos seus filhinhos e filhinhas. É tão consolador saber que Deus é nosso Paizinho, nosso Abbá.

Dentro do tema sobre o amor, São Paulo, (Segunda Leitura) de joelhos, suplica a Deus que os cristãos efésios sejam enraizados e alicerzados (fundados) no amor. A maturidade cristã é logo definida como estabilidade e perseverança no amor: “enraizados e fundados”. As duas imagens, inspiradas no mundo das plantas (“enraizados”) e na arte da construção (“fundados”), são bem conhecidas da tradição bíblica e judaica para descrever a experiência espiritual (cf. Jr 1,10; 18,9; 31,28). Novo, porém, é o uso absoluto do amor (agapê), que adiante será esclarecido como “amor (agapê) de Cristo”. Agapê é um amor de uma direção só, isto é, amar por amar sem esperar nada de troca ou de recompensa e sem olhar para que será beneficiado por este amor e por isso é chamado de “amor (agapê) de Cristo”. O amor é a condição para a experiência ou conhecimento autêntico do amor de Cristo. Todos são chamados a viver o amor- agapê.

No evangelho, são João faz questão em registar a morte de Jesus como testemunho verdadeiro daquele que entregou sua vida por todos os outros por amor.

Para enfatizar mais sobre o amor incondicional de Jesus (Jo 13,1), são João nos relatou que “um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água” (Jo 19,34). O sangue que sai do lado de Jesus simboliza sua morte, que ele aceita a fim de salvar a humanidade (cf. Jo 18,11). É a expressão da sua glória, do seu amor até ao extremo (Jo 1,14; 13,1), o amor do pastor que se entrega por suas ovelhas (Jo 10,10), do amigo que dá a vida por seus amigos (Jo 15,13). Esta prova máxima de amor, que não recua diante da morte, é objeto de contemplação para a comunidade de João (Jo 1,14: temos contemplado sua glória). A água que brota representa, por sua vez, o Espírito, princípio de vida que todos poderiam receber quando manifestasse sua glória, segundo o convite que Jesus fez no grande dia da festa (Jo 7,37-39).

“Muitos Padres da Igreja viram no sangue e na água sinais da Eucaristia e do batismo, as fonte da vida da Igreja, a nova Eva (Eva foi criada a partir da costela de Adão), rurgindo do lado do novo Adão” (Neal M. Flanagan, O.S.M: Comentário sobre o Evangelho de João).

Proclamando o amor de Deus que se manifestou plenamente em Cristo, a Igreja se sente motivada para dar graças: “Elevado na Cruz, no seu amor sem limites, (Cristo) deu a vida por nós, e da ferida do seu lado saiu sangue e água, símbolos dos sacramentos da Igreja, para que todos os homens, atraídos pelo Coração do Salvador, bebessem com alegria na fonte perene da salvação” (prefácio). 

Nossa Devoação Ao Sagrado Coração De Jesus

Neste dia celebramos a solenidade do Sagrado Coração de Jesus ao que temos muita devoção. Devoção, em seu sentido primário, significa dar-se a si mesmo a alguém ou a algo. No contexto da verdadeira religião, devoção significa uma atitude da vontade, serena e constante, fruto de uma decisão refletida pela qual a pessoa se entrega em todo momento ao serviço de Deus. É uma oferenda de si mesmo a Deus, dedicando-se, permanentemente, a todas aquelas atividades referentes à honra de Deus. Qualquer devoto cumpre seus deveres referentes à sua devoção conscientemente e constantemente apesar das dificuldades encontradas. A palavra latina “devotio” (devoção) indica força, vontade decidida de fazer a vontade de Deus independentemente da situação encontrada. Por isso, devoção está longe de ficar no nível de sentimento.   

O que queremos dizer ao falar do coração de Jesus ou de um coração humano?

O coração representa o ser humano em sua totalidade; é o centro original da pessoa humana, o que lhe dá unidade. O coração é o centro de nosso ser, a fonte de nossa personalidade, o motivo principal de nossas atitudes e escolhas livres, o lugar da misteriosa ação de Deus. Apesar de poderem existir o bem e o mal nas suas profundezas, o coração continua sendo símbolo de amor. Por isso, a essência mais profunda da realidade pessoal é o amor. O homem foi criado para amar e ser amado. Fora disto ele perderia a razão de ser e de viver. “Ama e faze o que tu quiseres” (Santo gostinho).     

A devoção ao Coração de Jesus está totalmente de acordo com a essência do cristianismo que é religião de amor (cf. Jo 13,34-35), pois o cristianismo tem como objetivo o aumento de nosso amor a Deus e ao próximo (cf. Fl 1,9). O símbolo deste amor é o coração de Jesus que ama a todos sem medida. Jesus Cristo é a encarnação do amor de Deus por nós desde a eternidade: “Eu te amei com amor eterno, por isso conservei para ti o amor” (Jr 31,3). Em cada página dos evangelhos fala-se do amor de Jesus por nós. “Tudo o que Deus queria nos dizer de si mesmo e de seu amor, ele o depositou no coração de Jesus e o expressou através deste Coração. Através do Coração de Jesus lemos o eterno plano divino da salvação do mundo. E trata-se de um projeto de amor” (João Paulo II).     

A devoção ao Sagrado coração de Jesus quer nos chamar de volta à primordial razão de nosso ser: amar. “Quanto mais amas, mais alto tu sobes” (Santo Agostinho). Uma pessoa com coração é uma pessoa profunda, próxima, compreensiva, capaz de ir ao fundo das coisas e dos acontecimentos. Uma pessoa com coração não é dominada pelo sentimentalismo e sim é uma pessoa que alcançou uma unidade e uma coerência, um equilíbrio e uma maturidade. Ela nunca é fria, mas cordial, nunca é cega diante da realidade, mas realista, nunca é vingativa, mas pronta para perdoar e para reconciliar-se. Um coração cristão, a exemplo do de Jesus, é um coração de dimensão universal, um coração que supera o egoísmo, um coração magnânimo capaz de abraçar a todos. A espiritualidade do coração é uma verdadeira espiritualidade, pois inclui a oração, a conversão, a escuta do Espírito, o cuidado para o próximo, a compaixão, a solidariedade e a partilha. Não é por acaso que para o homem de antiguidade ter coração equivalia a ser uma personalidade íntegra.           

A devoção ao Sagrado Coração é devoção a Cristo mesmo. O próprio Cristo é o objeto de nossa adoração e para ele é que dirigimos nossa oração.           

Jesus teve um amor perfeito, seu coração é para nós o perfeito emblema de amor. Seu coração foi saturado de amor perfeito ao Pai e aos homens. Seu amor é totalmente humano porque nele nos encontramos com o mistério de um amor humano-divino. O amor de Deus se encarnou no amor humano de Jesus. Por isso, Jesus nos convida: “Aprendei de mim porque sou humilde e manso de coração”. Humilde indica uma docilidade interior que se expressa na docilidade com os demais. Manso indica uma atitude valente, mas não violenta, misericordiosa, tolerante, pronto para perdão, mas também exigente.           

O amor de Deus não é compatível com a indiferença diante do sofrimento alheio e diante da injustiça social. Mas nossas atividades, inclusive as práticas políticas e sociais devem ser animadas pelo amor cristão.           

A contemplação do mistério de amor de Deus por nós deve nos conduzir a uma resposta múltipla. Deve suscitar em nós sentimentos de fé, amor e adoração. No contexto religioso devoção indica serviço dedicado e vontade decidida de fazer a vontade de Deus. Sugere culto não somente do tipo litúrgico, mas de nossa vida inteira. Esta devoção se realiza aceitando o convite de Jesus a tomar nossa cruz e segui-lo.           

A comunhão sacramental não é somente participar no Corpo e no Sangue de Cristo; implica a participação na vida dos seus membros com um compromisso de amor e de serviço.           

Viver no amor é escolher Deus, permanecer em Deus, viver em comunhão com Deus. Quando mantemos essa relação com Deus, o Espírito reside em nós e opera, por nosso intermédio, obras grandiosas em favor do homem – obras que dão testemunho do amor de Deus.           

Tornar o amor de Deus uma realidade viva no mundo significa lutar objetivamente contra tudo o que gera ódio, injustiça, opressão, mentira, sofrimento e assim por diante. Será que eu pactuo (com o meu silêncio, indiferença, cumplicidade) com os sistemas que geram injustiça, ou será que eu me esforço ativamente por destruir tudo o que é uma negação do amor de Deus? Um coração grande na vida é aquele que escolhe aquilo que eleva, e liberta-se daquilo que rebaixa a humanidade. 

A devoção ao Sagrado coração de Jesus nos faz um questionamento: que resposta dar ao Cristo que nos amou até morrer crucificado?        

Santo Agostinho dizia: “O que amamos em Cristo? Seus membros crucificados, seu lado traspassado ou sua caridade? Quando ouvimos que sofreu por nós, o que amamos nele? É seu amor que amamos. Ele nos amou para que lhe retribuíssemos amor por amor, e para que possamos lhe retribuir amor por amor, visitou-nos pelo seu Espírito” (Sermão sobre Sl 127,8).        

Não podemos fazer a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, se ainda guardamos o ódio no nosso coração, se não somos capazes de perdoar, se não nos preocupamos com a salvação de todos. Uma pessoa que tem a devoção ao Sagrado Coração de Jesus tem uma missão de levar a todos o amor de Cristo. Mas precisamos saber que ser uma pessoa amorosa é bastante diferente de ser o chamado “prestativo”. Os prestativos usam tão-somente as outras pessoas como oportunidade de praticar atos virtuosos, dos quais mantém registro cuidadoso. As pessoas que amam aprendem a mudar o foco de atenção e da preocupação de si para outras pessoas; elas se preocupam intensamente com as outras pessoas. Nosso cuidado e preocupação pelos outros devem ser autênticos, do contrário nosso amor nada significa. Não se aprende a viver sem antes aprender a amar. O amor humano quando é verdadeiro nos ajuda a saborear o amor divino. E o amor divino em nós nos faz mais compassivos, mais generosos, mais éticos e mais reconciliados; damos aquilo que recebemos, ensinamos aquilo que aprendemos. Ninguém pode viver este amor se não se forma na escola do Coração de Jesus. Somente se olharmos e contemplarmos o Coração de Cristo é que conseguiremos que o nosso coração se liberte do ódio e da indiferença. Somente assim saberemos reagir de modo cristão diante da ofensa e dos sofrimentos alheios e diante da dor humana.        

Pedimos ao Sagrado Coração de Jesus ao qual temos a devoção que nos conceda um coração bom capaz de compadecer-se para remediar os tormentos que acompanham e angustiam tantas pessoas neste mundo. O verdadeiro bálsamo é o amor, a caridade. Todos os demais consolos servem apenas para distrair um momento, e deixar mais tarde a amargura e o desespero.     

Será que as nossas comunidades, as nossas pastorais, os nossos grupos são espaços de acolhimento e de hospitalidade, oásis do amor de Deus, não só para os amigos e colegas, mas também para os pobres, os marginalizados, os sofredores que buscam em nós um sinal de amor, de ternura e de esperança?

P. Vitus Gustama,svd

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