BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA DO ROSÁRIO
SER DISCÍPULO-MODELO A EXEMPLO DE MARIA
07 de Outubro
Primeira Leitura: At 1,12-14
Depois que Jesus foi elevado ao céu, 12 os apóstolos voltaram para Jerusalém, vindo do monte das Oliveiras, que fica perto de Jerusalém, a mais ou menos um quilômetro. 13 Entraram na cidade e subiram para a sala de cima, onde costumavam ficar. Eram Pedro e João, Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão Zelota e Judas, filho de Tiago. 14 Todos eles perseveravam na oração em comum, junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus.
Evangelho: Lc 1, 26-38
Naquele tempo, 26 o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria. 2 8O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” 29 Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30 O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33 Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. 34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?” 35 O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36 Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37 porque para Deus nada é impossível”. 38 Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se.
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A memória de Nossa Senhora do Rosário foi instituída em 1573, em agradecimento pela vitória conquistatada em Lepanto (1571). São Pio V atribuiu aquele histórico acontecimento à oração que o povo cristão havia endereçado à Virgem Maria na forma do rosário.
A memória foi introduzida no calendário romano em 1716 e celebrada no primeiro domingo de outubro; em 1913, a data da festa foi fixada em 07 de outubro.
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A memória de Nossa Senhor do Rosário (de caráter devocional) está ligada à vitória de Lepanto em 1571 contra a inavasão do exército turco. A vitória foi obtida por uma particular proteção da Santíssima Virgem Maria. O Papa Pio V (o Papa dominicano) instituiu, então, a festa de Nossa Senhora da Vitória em Roma. Dois anos depois, a pedido da Ordem dominicana o Papa Gregório XIII, sucessor do Pio V, estendeu esta festa para toda a Igreja (universalmente). O Papa Gregório XIII mudou o nome da festa: de Nossa Senhora da Vitória passa a ser chamada de Santíssimo Rosário da Bem-aventurada Virgem Maria. Era celebrada no primeiro domingo do mês de outubro. A reforma rubrical de 1960 retocou o título da festa de “SS.Rosário da Bem-Aventurada Virgem” para “Bem-aventurada Virgem Maria do Rosário”. A nova denominação desloca oportunamente o acento da forma de oração (o rosário) para a PESSOA da Mãe de Deus. Dai deriva o convite a não vermos no rosário o objeto da celebração, e muito menos “uma arma de guerra”, e sim a exortação a olhar para Aquela que gerou o mistério da nossa pacificação, Cristo Senhor. O gesto expresso pelo Papa Paulo VI na viagem à Turquia em julho de 1967 é muito eloquente: devolvendo ao presidente turco o estandarte mulçumano que caíra nas mãos dos cristãos, o Papa Paulo VI demonstrava que seu gesto queria indicar que “as divergências do passado haviam cessado definitivamente e que a Igreja tinha por todos os povos uma só mensagem, a da paz”. Atualmente a festa é celebrada no dia 7 de outubro.
Na Idade Média a Virgem Maria é saudada com o título de rosa, símbolo da alegria. O Bem-aventurado Hermann dizia a Maria: “Alegra-te, Tu, a mesma beleza. Eu Te digo: Rosa, Rosa”. E num manuscrito francês medieval está escrito: “Quando a bela Rosa Maria começa a florescer, o inverno de nossas tribulações se desvanece e o verão da terna alegria começa a brilhar”. As imagens da Virgem Maria eram adornadas ou decoradas com uma coroa de rosas e se cantava a Maria como “Jardim de rosa” (em latim medieval rosarium). Assim se explica a etimologia do nome que chegou a nossos dias. Nessa época, os que não sabiam recitar os 150 Salmos do Oficio Divino, eles substituíam por 150 Ave Marias, acompanhadas de genuflexões.
O Rosário e Seus Mistérios
A oração do rosário parece uma das orações mais fáceis propostas pela Igreja. Na realidade o rosário é uma oração contemplativa. Ele nos faz passarmos através de todos os mistérios de nossa redenção.
Nos mistérios gozosos, por exemplo, nós entramos na casa da Mulher bendita de Nazaré (Maria) para escutar a mensagem salvífica do Divino Mensageiro, o Anjo Gabriel (Lc 1,26-38). Logo depois, vamos a Ain Karim (para a casa de Isabel e Zacarias) onde com Isabel e com ela (Maria) proclamamos a Maternidade divina de Maria (Maria é chamada de “Mãe do meu Senhor” por Isabel cf. Lc 1,43). Em Belém ficamos com pasmo diante da manjedoura onde se deita o Salvador do mundo e honramos com os pastores ao mesmo Salvador, Jesus Cristo (cf. Lc 2,8-14). Logo em seguida, vemos o mesmo Salvador no Templo apresentado a Deus pelos seus pais (Lc 2,22-40), e reencontra entre os doutores cheios de estupor por sua inteligência (Lc 2,41-52). E nos mistérios luminosos contemplamos a vida publica de Jesus para aprender d’Ele como devemos viver como cristãos para que, um dia, possamos contemplar a vida glorificada. Ou, nos mistérios dolorosos, contemplamos a Paixão de Jesus e de Maria que O acompanhava, desde Getsêmani até o Calvário (cf. Jo 19,25-27). E nos mistérios gloriosos, refletimos sobre o triunfo de Jesus, no qual tem parte Sua Mãe na economia da salvação.
Por essa razão, o rosário (ou o terço) não é apenas mariológico, mas, principalmente, cristológico, pois nele se contemplam os mistérios de Cristo que são os mistérios de nossa redenção. Na sua Carta Apostólica sobre o Rosário o Papa João Paulo II escreveu:
“O Rosário, de fato, ainda que caracterizado pela sua fisionomia mariana, no seu âmago é oração cristológica. Na sobriedade dos seus elementos, concentra a profundidade de toda a mensagem evangélica, da qual é quase um compêndio. Nele ecoa a oração de Maria, o seu perene Magnificat pela obra da Encarnação redentora iniciada no seu ventre virginal. Com ele, o povo cristão freqüenta a escola de Maria, para deixar-se introduzir na contemplação da beleza do rosto de Cristo e na experiência da profundidade do seu amor. Mediante o Rosário, o crente alcança a graça em abundância, como se a recebesse das mesmas mãos da Mãe do Redentor”. (ROSARIUM VIRGINIS MARIAE no.1)
Assim começando com a oração que Jesus nos ensinou (Pai Nosso) e que nos autoriza a invocarmos ao Seu Pai como nosso Pai, nós repetimos a Ave Maria, a saudação do Anjo dada à maior de todas as criaturas (Maria) e a saudação de Isabel para a mesma (primeira parte da Ave Maria) e ao mesmo tempo, somos convidados a contemplar os maiores mistérios de nossa redenção em cada dezena de Ave-Marias.
A riqueza mística da oração de rosário permite a cada sacerdote, de maneira especial, entrar no mistério da própria vocação, contemplar os princípios da vida sacerdotal e dar a possibilidade de retornar aos momentos mais íntimos nos quais nascia, crescia e amadurecia a chamada de Jesus a segui-Lo. Como aconteceu com Jesus, a vida sacerdotal passa pelos momentos gozosos e dolorosos para chegar aos momentos gloriosos que terão seu cumprimento na vida futura para a qual são dirigidas as seguintes palavras: “Venha o Teu Reino!”. Por isso, a contemplação dos mistérios do Rosário pode chegar a ser um exame de consciência da devoção sacerdotal a Maria. Essa devoção consiste em imitar as virtudes de Maria. Não é por acaso que o Papa João Paulo II dizia as seguintes palavras:
“O Rosário é a minha oração predileta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade e na profundidade. Nesta oração repetimos muitas vezes as palavras que a Virgem Maria ouviu ao Arcanjo e à Sua parente Isabel. A estas palavras associa-se a Igreja inteira. Pode dizer-se que o Rosário é, em certo modo, um Comentário-prece do último capítulo da Constituição Lumen Gentium do Vaticano II, capítulo que trata da admirável presença da Mãe de Deus no mistério de Cristo e da Igreja. De fato, sobre o fundo das palavras "Ave Maria" passam diante dos olhos da alma os principais episódios da vida de Jesus Cristo. Eles dispõem-se no conjunto dos mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos, e põem-nos em comunhão viva com Jesus através — poderíamos dizer — do Coração de Sua Mãe. Ao mesmo tempo o nosso coração pode incluir nestas dezenas do Rosário todos os fatos que formam a vida do indivíduo, ela família, da nação, da Igreja e da humanidade. Acontecimentos pessoais e os do próximo, e de modo particular daqueles que nos estão mais vizinhos, que temos mais no coração. Assim a oração simples do Rosário marca o ritmo da vida humana”. (Angelus, 29.10.1978)
Chamamos “Nossa Senhora do Rosário” à Santíssima Virgem Maria enquanto Ela é recordada pelos fieis nos momentos fundamentais de sua vida: como Eleita do Pai, Mãe de Jesus, Filho do Pai, Corredentora nossa em seu acompanhamento à vida e à morte de Jesus, e exaltada à glória do céu como Mãe e Rainha.
Essa imagem de Maria, Nossa Senhora: Eleita, Mãe, Oferente de Jesus, Corredentora, é a que no Rosário se vai contemplando interiormente ao lado de Cristo, enquanto se recitam, por cada cena contemplada, as dez Avemarias e um Pai Nosso.
Na história da Igreja e da espiritualidade cristã, o Rosário foi peça muito importante, porque levava as pessoas ao encontro com Deus Pai, por Cristo, acompanhadas de Maria, sua Mãe, através dos mistérios de Jesus, Nosso Rdentor, que vem a nós para nos levar ao Pai. Levar ao Pai é salvar.
Mensagem Do texto Do Evangelho Deste Dia
No texto do evangelho lido neste dia, inicialmente o Anjo de Deus não chama Maria pelo nome, mas chama-a simplesmente de “Cheia de graça”. O termo ‘graça’ significa benefício absolutamente gratuito, livre e sem motivo (cf. 1Cor 15,10). Também tem outro significado: um efeito do favor divino que torna alguém belo, amável e encantador. A graça da criatura depende da graça de Deus, e não vice-versa.
Na graça reside a completa explicação de Maria, a sua grandeza e a sua beleza. Maria encontrou graça, isto é, favor, junto de Deus; ela é cheia do favor divino. Como as águas preenchem o mar, assim a graça preenche a alma de Maria. Maria é cheia de graça também em outro sentido: ela é bela, daquela beleza que chamamos de santidade. Sendo agraciada, Maria é também graciosa.
Maria lembra cada um de nós que tudo na nossa vida é graça. A graça é a presença de Deus. As duas expressões: “cheia de graça” e “o Senhor está contigo” são quase a mesma coisa. Esta presença de Deus no homem realiza-se agora em Cristo e por Cristo. De fato ele é o Emanuel, o Deus-Conosco (Mt 1,23; 18,20;28,20).
A primeira coisa que cada um de nós deve fazer como resposta à graça de Deus é dar graças. A graça de Deus tem de ser acompanhada pelo agradecimento do homem. Dar graças significa, antes de tudo, reconhecer a graça, aceitar a gratuidade da mesma. Dar graças significa aceitar-se como devedor, como dependente; deixar que Deus seja Deus. É preciso fazer o possível para renovar cada dia o contato com a graça de Deus que está em nós. Pela graça podemos manter, desde esta vida, o contato com Deus. Precisamos crer na graça, crer que Deus nos ama, que nos é favorável de verdade, pela graça fomos salvos.
O texto quer dizer também que Maria é a primeira cristã por causa do seu sim a Deus para que possa nascer para a humanidade Jesus Cristo, nosso Salvador. Não era nenhuma princesa nem nenhuma patroa na sociedade do seu tempo. Era uma mulher simples do povo, uma moça pobre. Mas Deus se compadece dos humildes e dos simples. Para Deus tudo é simples, e para o simples tudo é divino. A simplicidade atrai a bênção de Deus e a simpatia humana. O simples, o humilde é o terreno fértil onde a graça de Deus encontra seu lugar e através do qual Deus fala para o mundo.
De certa forma, podemos dizer que com o sim de Maria à vontade de Deus a Igreja começou. A Virgem Maria, no momento de sua eleição radical e no momento de seu sim a Deus foi início e imagem da Igreja. Quando ela aceitou o anúncio do anjo, da parte de Deus, pode-se dizer que começou a Igreja: a humanidade, nela representada, começou a dizer sim à salvação que Deus lhe ofereceu. Nela e através dela a humanidade foi abençoada. Podemos olhar, por isso, para Maria como modelo de fé e motivo de esperança e de alegria.
O sim de Maria à Palavra de Deus expressa um compromisso total, uma confiança absoluta no amor e no poder de Deus que a faz sair de si mesma e aposta totalmente sua vida no poder de Deus. E este compromisso total de uma moça simples com a Palavra de Deus compromete também o destino da humanidade. Nós, cristãos, devemos ter uma consciência mais clara daquilo que sucede quando nos reunimos para celebrar a Eucaristia. A participação da Palavra e do Corpo de Cristo é algo que produz a união mais íntima possível com Cristo vivo. Por isso, o sim pronunciado no momento desta participação eucarística é o que compromete de uma maneira mais profunda todos nós cristãos.
Toda vez que dissermos Sim à vontade de Deus e aos seus mandamentos geraremos algo de bom, algo de humano e algo de divino para o mundo. Toda vez que dissermos a Deus conscientemente “Faça-se em mim segundo a Sua Palavra!”, nossa vida se encherá de Deus (cheia de graça), seremos instrumentos eficazes de Deus e faremos nascer algo de Deus para salvar o mundo. Toda vez que dissermos Sim a Deus e à Sua vontade, sairemos de nós para ir ao encontro dos demais para ajudá-los. Cada cristão é chamado a dizer Sim ao bem, à bondade, ao amor, à justiça, à solidariedade, à honestidade, à retidão e assim por diante, pois tudo isso significa dizer Sim a Deus.
O compromisso da vida cristã é deixar-se fecundar pelo Espírito de Deus, como Maria, escutando a Palavra de Deus que vem por meio de mensageiros, tendo em conta nossa situação e nossas forças, mas respondendo a Deus com confiança e interesse. O cristão deve deixar-se encarnar pela Palavra de Deus para que se torne Boa Nova para os demais como Maria.
“Ó, Virgem fiel, dia e noite permaneces em profundo silêncio, em uma paz inefável, em uma oração divina, que não cessa nunca, com a alma inteiramente inundada por eternos resplendores. (...) Em uma paz inefável, em um misterioso silêncio, penetraste no insondável levando em ti o Dom de Deus. Guarda-me sempre em um abraço divino. Que leve sempre em mim a estampa deste Deus de amor”. (Isabel da Trindade)
P. Vitus Gustama,SVD
MARIA, MULHER DA ESCUTA, DA DECISÃO E DA AÇÃO
(Oração à Maria no final da recitação do Santo Rosário na Praça de São Pedro, 31 de maio de 2013)
Por Papa Francisco
“Maria, Mulher da escuta, abre os nossos ouvidos; faz com que saibamos ouvir a Palavra do teu Filho Jesus, no meio das mil palavras deste mundo; faz com que saibamos ouvir a realidade em que vivemos, cada pessoa que encontramos, especialmente quem é pobre e necessitado, quem se encontra em dificuldade.
Maria, Mulher da decisão, ilumina a nossa mente e o nosso coração, a fim de que saibamos obedecer à Palavra do teu Filho Jesus, sem hesitações; concede-nos a coragem da decisão, de não nos deixarmos arrastar para que outros orientem a nossa vida.
Maria, Mulher da ação, faz com que as nossas mãos e os nossos pés se movam ´apressadamente´ rumo aos outros, para levar a caridade e o amor do teu Filho Jesus, para levar ao mundo, como tu, a luz do Evangelho. Amém!”
P. Vitus Gustama,SVD
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