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Segunda-Feira da I Semana do Advento

Primeira Leitura: Is 35,1-10
1 Alegre-se a terra que era deserta e intransitável, exulte a solidão e floresça como um lírio. 2 Germine e exulte de alegria e louvores. Foi-lhe dada a glória do Líbano, o esplendor do Carmelo e de Saron; seus habitantes verão a glória do Senhor, a majestade do nosso Deus. 3 Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados. 4 Dizei às pessoas deprimidas: “Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar”. 5 Então se abrirão os olhos dos cegos e se descerrarão os ouvidos dos surdos. 6 O coxo saltará como um cervo e se desatará a língua dos mudos, assim como brotarão águas no deserto e jorrarão torrentes no ermo. 7 A terra árida se transformará em lago, e a região sedenta, em fontes d’água; nas cavernas onde viviam dragões crescerá o caniço e o junco. 8 Ali haverá uma vereda e um caminho; o caminho se chamará estrada santa: por ela não passará o impuro; mas será uma estrada reta em que até os débeis não se perderão. 9 Ali não existem leões, não andam por ela animais depredadores, nem mesmo aparecem lá; os que forem libertados poderão percorrê-la, 10 os que o Senhor salvou voltarão para casa. Eles virão a Sião cantando louvores, com infinita alegria brilhando em seus rostos: cheios de gozo e contentamento, não mais conhecerão a dor e o pranto”.
Evangelho: Mt 8,5-11
Naquele
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Somos Convidados a Viver Na Esperança, Pois Deus é Emanuel
Durante as duas primeiras semanas do Advento, a Igreja nos propõe a meditação das “profecias” do profeta Isaias.
Isaias nasceu em Jerusalém por volta de 765 antes de Cristo (“Isaias”, hebraico: “salvação de Deus” ou “Javé é a salvação”). Com a idade de 25 anos, teve uma visão de Deus (cf. Is 6,1-8). A visão de Deus transformou Isaías em um servo do Senhor com uma mensagem única cheia de esperança. A partir daquele momento devotou-se à vocação da profecia. Isaías ministrou ao povo de Deus durante uma época de grande instabilidade política (740 a 686 a.C)
O profeta Isaías é uma das grandes testemunhas da espera messiânica. Vivia oito séculos antes de Jesus. Morava em Jerusalém, a capital de Judá. Ele viu o Reino do Norte, Samaria, desmoronar sob os golpes dos Assírios, e ele sente a mesma ameaça para o Reino do Sul. Além disso, Jerusalém, a capital, deixou de praticar a justiça e o direito (Is 1,21), e consequentemente, havia muitos assassinos. Os chefes se tornaram ladrões, corruptos, gananciosos e violentos. Como consequência disso, os pobres, as viúvas e os órfãos viviam sem defesa e sem segurança e eram humilhados (Is 1,23). Onde reina a corrupção e a injustiça social, ali haverá a violência e assassinato. E os pobres sofrem as consequências.
É assim no contexto histórico de uma catástrofe iminente quando o profeta anuncia a esperança de um Messias que trará a paz. Esse Messias é chamado “Emanuel” que significa “Deus conosco” (Is 7,14). Quem está com Deus são aqueles que obedecem à sua Palavra e que confiam na presença libertadora de Deus.
O mundo ideal do Reino messiânico de Isaías é um mundo no qual homem e natureza, afinal, vivem em paz e fraternidade; todos vivem na harmonia total. Ninguém representa ameaça para o outro. Ninguém ataca ninguém. Todos se compreendem e se confraternizam. Para descrever este mundo ideal, Isaías usa várias expressões: “o lobo e o cordeiro moram juntos”, “o leopardo se deitará com o cabrito”, “as crianças brincam com víboras sem nenhum mal” (cf. Is 11,1ss), e assim por diante.
Essa visão e inspiração de Deus animaram o profeta Isaias. Apesar da corrupção desenfreada, da injustiça social e os demais problemas sociais e religiosos, Isaias começou a enxergar um futuro melhor. E ele se dirigiu ao povo com uma mensagem de esperança: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz. Vós suscitais um grande regozijo, provocais uma imensa alegria; rejubilam-se diante de vós como na alegria da colheita, como exultam na partilha dos despojos. Porque o jugo que pesava sobre ele, a coleira de seu ombro e a vara do feitor, vós os quebrastes, como no dia de Madiã. Porque todo calçado que se traz na batalha, e todo manto manchado de sangue serão lançados ao fogo e se tornarão presa das chamas; porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz" (Is 9,1-5). O futuro do povo não está na força do exército e sim numa criança-Messias.
No texto da Primeira Leitura o profeta Isaías faz o anúncio de ambiente de festa e alegria que enche o deserto e a estepe. O deserto é também o lugar do encontro do Senhor com seu povo. E o encontro com o Senhor causa a salvação, e a salvação implica transformar o deserto em terra de águas. Onde há a água, há também vida e abundância.
O fundamento deste ânimo é a certeza de que o Senhor está próximo. O Senhor vem ao encontro de seu povo. Este anúncio desperta o povo da paralisia espiritual e faz que se ponha a caminho. Somente caminhando é que veremos a variedade de coisas e acontecimentos no caminho para enriquecer nossa visão sobre a vida e captar seu sentido. Por causa desse anúncio, até os coxos, levados pelo entusiasmo geral e pela ajuda dos demais podem manter o ritmo da marcha. Também os que se consideram cegos e surdo, podem enxergar e compreender o que está acontecendo ou o que se passa na vida.
“Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar”.
Com grande força poética o profeta Isaias descreve, ao mesmo tempo, o juízo de Deus contra seu povo (cf. Is 2,6-22). A prosperidade material e a “segurança” que lhe proporcionam as alianças com os países estrangeiros deram origem à soberba, à superstição e ao luxo. No lugar de fazer-se forte em Deus, como exigia a aliança, os dirigentes buscaram a segurança nas riquezas ilusórias (cf. Is 6,7).
A orgulhosa autonomia do homem é, para o profeta Isaias, o autêntico pecado de idolatria: com o ouro e a prata, e com instrumentos bélicos, o homem intenta não ter necessidade de Deus. Com isso, o homem se autodiviniza. Nesta primeira parte do texto de Isaías (Is 2,6-22) ocupa um lugar importante a descrição do dia de Javé, o dia de julgamento, o dia de vingança. O dia de Javé é um dia de juízo contra a soberba humana. A orgulhosa autonomia do homem é, para o profeta Isaías, a fonte de todos os pecados particulares e, por isso, a característica fundamental da atitude antidivina.
Mas o castigo, a destruição e a morte não são a última palavra de Deus (cf. Is 4,2-6). Javé voltará a estar com seu povo fiel como quando o acompanhava através do deserto. Abre-se uma perspectiva de salvação que estimula a fidelidade religiosa do resto integramente restaurado depois de uma prova purificadora.
Somos convidados, neste Advento e no resto dos dias de nossa vida, a viver na e da esperança. Segundo Aristóteles a esperança é “sonho de quem está acordado”. A esperança cristã não é um sonho, mas é a realidade porque é baseada na ressurreição de Jesus Cristo. Desta forma, a fé em Cristo transforma a esperança em confiança e certeza; e a esperança torna a fé em Cristo ampla e lhe dá vida. Por isso, São Paulo nos relembra com esta frase: “Cristo é nossa esperança” (Col 1,27). “A fé que mais me agrada é a esperança” (Charles Peguy). É verdade porque na esperança, a fé abre novos caminhos no coração das pessoas e tende a realizar um mundo novo. Por isso, a esperança é o maior desafio de cada dia porque tendemos a ver tudo escuro e negativo. O tipo de nossa reação depende da visão que temos sobre a realidade.
O Advento começou. É um tempo que nos convida a estarmos abertos à Palavra de Deus para que no Natal, como no resto dos dias do ano, esta Palavra se faça carne em cada um de nós. Quando a Palavra de Deus se tornar carne em nós, seremos cristãos de esperança baseada na fidelidade de Deus que jamais nos abandona, e viveremos na harmonia fraterna. A Palavra de Deus tem poder de nos despertar de nosso sono de vingança, de ódio, de inveja, de ressentimento para voltarmos a viver como irmãos. O Reino messiânico começará em mim a partir do momento em que eu descobrir que cada ser humano é meu irmão, filho do mesmo Pai do céu.
Um “Pagão” Que Nos Ensina No Força Poderosa Da Palavra De Deus
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P. Vitus Gustama,svd
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