quinta-feira, 18 de novembro de 2021

CRISTO, REI DO UNIVERSO: XXXIV DOMINGO COMUM,21/11/2021

CRISTO, REI DO UNIVERSO

XXXIV DOMINGO COMUM “B”


Primeira Leitura: Dn 7,13-14

13“Continuei insistindo na visão noturna, e eis que, entre as nuvens do céu, vinha um como filho de homem, aproximando-se do Ancião de muitos dias, e foi conduzido à sua presença. 14Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam; seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá”.

Segunda Leitura: Ap 1,5-8

5Jesus Cristo é a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra. A Jesus, que nos ama, que por seu sangue nos libertou dos nossos pecados 6e que fez de nós um reino de sacerdotes para seu Deus e Pai, a ele a glória e o poder, em eternidade. Amém. 7Olhai! Ele vem com as nuvens, e todos os olhos o verão, também aqueles que o traspassaram. Todas as tribos da terra baterão no peito por causa dele. Sim. Amém! 8“Eu sou o Alfa e o Ômega”, diz o Senhor Deus, “aquele que é, que era e que vem, o Todo-poderoso”.

Evangelho: Jo 18,33b-37

Naquele tempo, 33bPilatos chamou Jesus e perguntou-lhe: “Tu és o rei dos judeus?” 34Jesus respondeu: “Estás dizendo isto por ti mesmo ou outros te disseram isto de mim?” 35Pilatos falou: “Por acaso sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?” 36Jesus respondeu: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui”. 37Pilatos disse a Jesus: “Então tu és rei?” Jesus respondeu: “Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”.

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I. Uma Breve História Da Festa E Seu Sentido Litúrgico        

No último Domingo do Tempo Comum (XXXIV Domingo) é celebrada a solenidade do Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Esta festa foi instituída pelo Papa Pio XI, com a encíclica QUAS PRIMAS de 11 de dezembro de 1925. Na intenção do Papa e na mentalidade da época que surgiu, a festa se revestia de um caráter fundamentalmente social: rei-reino. Para o Papa, os grandes e vários males que afetam o mundo têm sua raiz no fato de que “a maioria dos homens se tinha afastado de Jesus Cristo e de sua lei santíssima”. Por isso, o Papa crê que “não há meio para estabelecer e revigorar a paz do que procurar a restauração do reinado de Jesus Cristo. Seus frutos seriam “a liberdade, a ordem, a tranquilidade, a concórdia e a paz” entre os homens. Por isso institui a festa “de nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo”. O motivo anterior para a introdução da festa nesse ano foi a celebração do 16º centenário do Primeiro Concílio de Nicéia, que proclamou a igualdade de natureza entre Jesus e o Pai, base do reconhecimento de sua realeza. 

A reforma litúrgica mudou a data do último domingo de outubro para o último domingo do Tempo Comum. Desse modo, deu à celebração um significado diferente a fim de sublinhar a dimensão escatológica do Reino na sua consumação final. Assim, Cristo aparece como centro e Senhor da história, desde o início até o seu momento final, “o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim” (Ap 22,12-13).

Ou seja, a festa é apresentada, na estrutura atual do ano litúrgico, com sentido mais espiritual e escatológico. Sua colocação no último domingo do ano litúrgico faz com que se sintonize melhor com a perspectiva própria do final do ano imediatamente antes do advento. Jesus Cristo Rei surge, então, como a meta a que tendem o ano litúrgico e de toda a nossa peregrinação terrestre: “Jesus Cristo é sempre o mesmo, ontem e hoje; ele O será para a eternidade” (Hb 13,8), “o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim” (Ap 22,13). Assim, no final do Ano Litúrgico ergue-se a figura do Rei da Glória, “o fim da história humana, ponto de convergência para o qual tendem as aspirações da história  e da civilização, centro do gênero humano, a alegria de todos os corações e a plenitude  das suas aspirações...Vivificados e reunidos no seu Espírito, caminhamos em direção à consumação da história humana, a qual corresponde plenamente ao seu desígnio de amor: “recapitular todas as coisas em Cristo, tanto as do céu como as da terra” [Ef 1,10] (Gaudium et Spes n. 45). 

Os textos da Liturgia da Palavra, como sempre, são essenciais para a compreensão desta festa ou desta celebração. No ano B, em que estamos ainda (última semana), o Reino de Cristo é apresentado em sua transcendência e, ao mesmo tempo, em sua ação de libertação do homem. O Evangelho (Jo 18,33-37) traz o colóquio entre Cristo e Pilatos. Diante do procurador romano, Jesus afirma que é Rei. No entanto, Cristo esclarece que o seu Reino não é deste mundo. Cristo é Rei para dar testemunho da verdade. Desde modo, dá aos homens a verdade que liberta, porque Cristo os ama e os purifica dos pecados com o seu Sangue e faz deles um reino de sacerdotes para o seu Deus e Pai (Segunda Leitura: Ap 1,5-8). Portanto, o sacerdócio régio de Cristo é serviço de amor ao Pai e à humanidade, e é princípio da verdadeira liberdade do homem. Consequentemente, o homem do Reino de Cristo é o homem novo do culto em espírito e verdade. 

Sob a luz dos textos bíblicos, serão lidos os textos eucológicos (conjunto de orações) nos quais afirma-se que o Pai quis renovar todas as coisas em Cristo, seu Filho, Rei do Universo, para que toda criatura, liberta da escravidão do pecado, possa servi-Lo e louvá-Lo (Coleta: oração inicial- Oração presidencial). De fato, Cristo sacrificando-se a si mesmo como vítima imaculada da paz no altar da Cruz, realizou o mistério da redenção humana, e, submetidas todas as coisas ao seu poder, ofereceu ao Pai o Reino eterno e universal: Reino de verdade e vida, Reino da santidade e da graça, o Reino de justiça, de amor e de paz (Prefácio).

Destes textos surge ou emerge uma teologia bíblica da Realeza de Cristo para um anúncio rico e cheio de esperança para a vida das comunidades cristãs.

II. Um Olhar Geral Sobre o Nexo Das Leituras Desta Festa:

A. Dois Conceitos Sobre o Reino

 

Não pode ter outro tema dominante neste Domingo que a realeza de Jesus Cristo. Esta realeza está prefigurada no texto do profeta Daniel: “Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam; seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá” (Primeira Leitura). No Evangelho, a realeza de Jesus Cristo é afirmada em termos categóricos: “Pilatos disse a Jesus: ‘Então tu és rei?’ Jesus respondeu: ‘Tu o dizes: eu sou rei’”. A Segunda Leitura, tirada do livro de Apocalipse, confirma e canta a realeza de Jesus Cristo: “A Jesus a glória e o poder, em eternidade. Amém”. Ao mesmo tempo, os cristãos são, de fato, participantes da realeza de Cristo: Jesus “fez de nós um reino de sacerdotes para seu Deus e Pai”. 

Pilatos e Jesus representam duas concepções contrapostas do rei e de realeza. Pilatos não pode conceber outro rei nem outro reino que um homem com poder absoluto como o imperador Tibério ou pelo menos com o poder limitado a um território e a uns súditos, como o famoso Herodes, o Grande. Jesus, no entanto, fala de um reino que não é deste mundo, isto é, não tem no mundo dos homens sua proveniência e sim somente em Deus. Pilatos pensa em um reino que se funda sobre o poder que se impõe pela força do exército. Por outro lado, Jesus tem em mente um reino imposto não pela força militar (nesse caso “Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus”), e sim pela força da verdade e do amor. Pilatos não pode conceber de nenhuma maneira, um rei que é condenado à morte por seus mesmos súditos e sim que oponha resistência. Jesus está convencido e seguro de que sobre o madeiro da Cruz vá instaurar, de modo definitivo e perfeito, seu misterioso reino. Para Pilatos, dizer que alguém reina depois de morto é um contra sentido e um absurdo. Para Jesus, ne entanto, está perfeitamente claro que é a mais verdadeira realidade, porque a morte não pode destruir o reino do Espírito. Dois reinos diversos e diferentes, duas concepções diferentes. Depois de mais de dois mil anos do histórico encontro entre Jesus e Pilatos, não é a concepção de Jesus Cristo, a única que passou pelo teste da história? 

O senhorio de Jesus é o do Filho do Homem, a quem Deus lhe entrega todo poder e todo reino (Primeira Leitura). É a primeira característica. Em segundo lugar, é um reino que vence todas as potências do mal, simbolizadas por Daniel nas quatro bestas. Cristo vencerá todas as potências do mal na Cruz que o Evangelho de João vê como um trono, pondo tais potências demoníacas debaixo de seus pés. Em terceiro lugar, o reino de Jesus Cristo goza de uma grande singularidade: não é deste mundo, mas está presente neste mundo, ainda que não se veja, porque pertence ao reino do Espírito. Em quarto lugar, o rei se define como testemunha da verdade, e os súditos como os que são da verdade e escutam sua voz. Si, Cristo é rei enquanto dá testemunho da verdade, isto é, da Palavra do Pai que Ele encarna, e que o Espírito interioriza e faz eficaz nos corações dos homens. Os homens vivem, pensam e atuam movidos pela sintonia e pela conaturalidade com a Palavra de Jesus Cristo. Em quinto lugar, Jesus não é rei do espaço e sim do tempo, de todos os tempos. Ele é o Alfa e o Ômega, o centro do tempo e seu princípio normativo, “Aquele que é, que era e que vai vir”. Em sexto lugar, Jesus Cristo não somente é rei, e sim que faz participantes de sua realeza todos os cristãos: “fez de nós um reino de sacerdotes para seu Deus e Pai” (Ap 1,6). Desta maneira, os cristãos participam do reinado de Cristo, com as características agora descritas.

Jesus Cristo é o Rei de verdade. Quando um rei é despótico, tirano, ladrão de seus súditos, então é justo e obrigado a se rebelar contra ele. Mas se um rei é justo, bom, dedicado ao bem-estar de seus súditos, compreensivo, um bom governante, é necessário que os súditos o façam de rei e sê-lo de verdade. O absolutismo real/régio dos séculos passados ​​perturbou e desfigurou a nobre figura de um autêntico rei. Há que fazer todo o possível para recuperá-la na mentalidade comum dos homens, particularmente dos cristãos, porque não podemos renunciar a chamar Jesus Cristo, Senhor e Rei do Universo. E seria doloroso ou penoso se os cristãos, pelo menos alguns, entendessem aquele reinado de Jesus com as características negativas de um soberano absoluto e despótico. Jesus Cristo quer reinar, por isso veio a este mundo. Há que deixar Cristo ser Rei, de verdade.  Ser rei como ele quer sê-lo, não de acordo com concepções políticas ultrapassadas. Jesus Cristo é o Rei de todos os homens e de todo o homem: de seus pensamentos e sentimentos, de sua vontade e afetividade, de seu tempo e de sua existência; de seu trabalho e de seu descanso; de toda a vida do homem para infundir nela uma presença divina, uma soberania que eleva, uma realeza espiritual. 

Qual é a sua concepção de Jesus Cristo, o rei? Você permite que Jesus Cristo seja realmente o rei da sua vida? O que você faz, o que você pode fazer para que Cristo reine no coração dos homens e da história? O que você vai prometer a Jesus em sua festa como Rei do universo? 

B. Somos De Um Reino De Sacerdotes 

Em Jesus Cristo, seu sacerdócio e sua realeza estão unidos no madeiro da Cruz. Nós, cristãos, somos um povo de reis e somos um reino de sacerdotes em virtude da morte e ressurreição de Jesus Cristo e que recebemos tudo isto no sacramento do Batismo. Somos um reino de sacerdotes porque amamos e seguimos a doutrina da verdade, porque todos juntos na liturgia cantamos louvores e glórias ao Senhor, porque movidos pela fé deixamos o Senhor guiar os nossos passos em direção ao Pai, pois Ele é “o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6), cada um na sua individualidade e todos como comunidade de fé e de adoração. Somos também um povo de reis, porque o reinado de Jesus Cristo não subjuga nem escraviza, mas torna os homens livres, perfeitamente livres diante de si mesmo e de suas próprias paixões, diante do mundo com seus poderes e seus artifícios, diante de Deus que atrai com ternura e com amor. 

III. Estendamos Um Pouco Mais Nossa Reflexão Sobre o Texto Do Evangelho:  Jo 18,33-37        

O nosso texto pertence ao Relato da Paixão de Jesus (Jo 18-19). Este texto quer responder duas perguntas importantes: Qual é o sentido da realeza de Jesus? E por que os judeus e Pilatos a recusam?        

Pilatos faz a Jesus uma pergunta: “Tu és o Rei dos judeus?” (v.33). Aos olhos de Pilatos, o título “rei dos judeus” podia designar quer um chefe de bando buscando tomar o lugar das autoridades locais reconhecidas por Roma, quer um revolucionário zelote querendo expulsar os pagãos (estrangeiros) da Terra Santa. Pilatos estava certamente informado de que o povo judeu esperava um rei, chamado “Messias”, que ia restaurar a soberania de Israel (cf. Mt 27,22; Lc 23,2; Mc 15,32).  Jesus responderá solenemente nos vv. 36-37. Três vezes ele dirá: o meu reino. Mas antes da resposta solene de Jesus, o evangelista João quer chamar a atenção dos leitores para um detalhe importante: Jesus não responde à pergunta imediatamente, mas formula, por sua vez, uma pergunta para Pilatos: “Estás dizendo isto por ti mesmo ou outros te disseram isto de mim?” (v.34) para mostrar que quem, na verdade, conduz a discussão é Jesus, e não Pilatos.        

A primeira pergunta de Pilatos não nasce de uma avaliação pessoal dele (v.34), mas é formulada por sugestão dos judeus. Pilatos não percebe a advertência implícita que ele pode estar sendo manipulado. Com sua pergunta, Jesus quer induzir Pilatos a fazer a pergunta certa: “...O que fizeste?” (v.35). Daí é que se deve partir, da atuação de Jesus, não da interpretação que os judeus lhe conferem. Sua atuação mostra que ele é rei, mas de maneira totalmente diferente de como os judeus queriam dar a entender.         

Jesus insiste na origem de sua realeza: “O meu reino não é deste mundo” (v.36). Não há nada em comum entre a realeza de Cristo e a do mundo. A realeza do mundo manifesta-se no poder, na riqueza, na ambição, na imposição, na busca de si e é defendida pelas armas. Possuir, conquistar, exterminar são, para os homens, provas de força, mas para Jesus, eles são manifestação da fraqueza.        

A realeza de Jesus manifesta-se na doação de sua vida para que o povo possa viver (por isso é que a realeza de Jesus tem seu ponto alto na cruz), no amor e no serviço à verdade, e a única coisa que pretende é a obediência à verdade. A verdade não precisa de outra defesa senão ela mesma. Não precisa das armas de que os homens se valem para defender a precariedade de suas conquistas. Jesus não elimina ninguém. Ao contrário, ele é que se entrega à morte para salvar os homens. Não faz alianças com os grandes e poderosos, mas põe-se ao lado dos indefesos.  O reino de Cristo cresce onde se manifesta a atitude de serviço, a doação generosa em favor do irmão; onde cresce o respeito pelos outros e diálogo.        

O texto termina com um apelo de Jesus a decidir-se pela verdade: “Todo aquele que é da verdade escuta minha voz” (v.37). Para entender esta frase importa notar o sentido da palavra “verdade” e “escutar”. A “verdade” deve ser entendida do ponto de vista bíblico (cf. Jo 1,14;14,6). A verdade significa lealdade, fidelidade, coerência e firmeza no pacto, na amizade, no amor. O que Jesus vem testemunhar é o reinado da veracidade do Deus fiel, que se manifesta na prática e na palavra de Jesus. É o contrário da mentira que é a incredulidade, a recusa de Jesus, a pretensão de ter Deus sem passar pelo caminho que é Jesus, uma vez que ele se dá a conhecer, que Jesus desmascarou em Jo 8, e que se manifesta nas intenções homicidas (cf. Jo 5,18ss; 8,37.40; 18,31). O reinado da verdade é também a prática do mandamento que Jesus legou como marca da pertença: o amor (cf. 15,9-17; 13,35). Por isso, quem serve à verdade, ele serve a Cristo. O cristão deve ser um homem que, em todas as situações da vida se conserva em total sinceridade. Portanto, nem diante de si mesmo, nem diante dos outros homens, nem diante de Deus, finge ser ou ter o que não é nem tem. Quem falsifica a verdade, dando-lhe a cor que deseja, escurece a face de Cristo.          

Também para entender essa frase importa notar o sentido do verbo “escutar”, que foi empregado para expressar a relação das ovelhas e do Bom Pastor (Jo 10,27): trata-se não apenas de ficar ouvindo algo, mas de “se comprometer”. Escutar Jesus significa, então, se comprometer com a causa de Jesus.        

Se pretendermos que Cristo nos reine, temos que ser coerentes, começando por entregar-lhe o nosso coração. Se deixarmos que Cristo reine no nosso coração, não nos converteremos em dominadores e prepotentes ou donos da verdade, mas seremos servidores de todos os homens. Servir os outros, como Cristo, exige que sejamos muito humanos. Se a nossa vida for desumana, Deus nada edificará sobre ela, pois normalmente não constrói sobre a desordem, sobre egoísmo e sobre a prepotência. Se não o fizermos, falar do reinado de Cristo será uma manifestação externa de uma fé inexistente.

P. Vitus Gustama,SVD

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