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Domingos Martins Garcia, Joao Alves e Filipe Pedroso
(1717)
Primeira Leitura: Est
5,1b-2;7,2b-3
1b Ester revestiu-se com vestes de rainha e foi colocar-se no vestíbulo interno do palácio real, frente à residência do rei. O rei estava sentado no trono real, na sala do trono, frente à entrada. 2 Ao ver a rainha Ester parada no vestíbulo, olhou para ela com agrado e estendeu-lhe o cetro de ouro que tinha na mão, e Ester aproximou-se para tocar a ponta do cetro. 7,2b Então, o rei lhe disse: “O que me pedes, Ester; o que queres que eu faça? Ainda que me pedisses a metade do meu reino, ela te seria concedida”. 3 Ester respondeu-lhe: “Se ganhei as tuas boas graças, ó rei, e se for de teu agrado, concede-me a vida — eis o meu pedido! — e a vida do meu povo — eis o meu desejo!”
Segunda Leitura: Ap
12,1.5.13a.15-16a
1Apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. 5E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro. Mas o filho foi levado para junto de Deus e do seu trono. 13aQuando viu que tinha sido expulso para a terra, o dragão começou a perseguir a mulher que tinha dado à luz o menino. 15A serpente, então, vomitou como um rio de água atrás da mulher, a fim de a submergir. 16aA terra, porém, veio em socorro da mulher.
Evangelho: Jo 2,1-11
Naquele
tempo, 1houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente.
2Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento. 3Como
o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”.
4Jesus respondeu-lhe: “Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não
chegou”. 5Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos
disser!”. 6Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os
judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros.
7Jesus disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água!”.
Encheram-nas até a boca. 8Jesus disse: “Agora tirai e levai ao mestre-sala!”. E
eles levaram. 9O mestre-sala experimentou a água, que se tinha transformado em
vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois
eram eles que tinham tirado a água. 10O
mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: “Todo mundo serve primeiro o
vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos
bom. Mas tu guardaste o vinho bom até agora!” 11Este foi o início dos sinais de
Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus
discípulos creram nele.
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Neste dia 12 de outubro celebramos a solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil.
Onde foi
E não é
Quando fala sobre Maria, a Mãe da evangelização, na sua exortação apostólica Evangelii Gaudium, o Papa Francisco escreveu: “Como Mãe de todos, (Maria) é sinal de esperança para os povos que sofrem as dores do parto até que germine a justiça. Ela é a missionária que Se aproxima de nós, para nos acompanhar ao longo da vida, abrindo os corações à fé com o seu afeto materno. Como uma verdadeira mãe, caminha connosco, luta connosco e aproxima-nos incessantemente do amor de Deus. Através dos diferentes títulos marianos, geralmente ligados aos santuários, compartilha as vicissitudes de cada povo que recebeu o Evangelho e entra a formar parte da sua identidade histórica. Muitos pais cristãos pedem o Batismo para seus filhos num santuário mariano, manifestando assim a fé na ação materna de Maria que gera novos filhos para Deus. É lá, nos santuários, que se pode observar como Maria reúne ao seu redor os filhos que, com grandes sacrifícios, vêm peregrinos para A ver e deixar-se olhar por Ela. Lá encontram a força de Deus para suportar os sofrimentos e as fadigas da vida. Como a São João Diego, Maria oferece-lhes a carícia da sua consolação materna e diz-lhes: ‘Não se perturbe o teu coração. (...) Não estou aqui eu, que sou tua Mãe?’” (n.286).
A
Para celebrar a festa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida a Igreja (no Brasil) escolhe uma passagem do evangelho de São João 2,1-11 que fala da festa de casamento em Caná da Galileia. No entanto, os protagonistas não são os noivos, mas Jesus e sua mãe, o que aponta já para dois níveis de leitura: a leitura a partir de Cristo que converte a água em vinho e a leitura a partir de Maria que faz a intervenção suplicante nessa festa.
1. Festa De Casamento: Quem É O Nosso Deus Revelado Em Jesus Cristo?
O simbolismo matrimonial é freqüente na Bíblia (Is 54,6.10; 62,5;Os 2,16-18.21 etc...) para falar da ternura, da intimidade e do afeto da nova relação de Deus com o seu povo, todos nós. Isto quer nos dizer que o nosso Deus não é um Deus severo e tirano, e sim esposo e amigo, capaz de amar com ternura e paixão, de encontrar alegria no amor a seu povo.
Não é por acaso que o texto diz: “Jesus e os seus discípulos foram também convidados para o casamento” (v.3). Isto quer nos dizer que o Deus de Jesus não nos é revelado rodeado de imponente majestade, mas nas bodas e acompanhado de amigos. É precisamente isto que o que o evangelista João diz: a presença de Jesus é a manifestação deste Deus novo e diferente. Não do medo e do castigo, distante das pessoas, mas o Deus próximo, em meio à festa compartilhando as suas alegrias e preocupações. É um Deus que nos acompanha, que está sempre no meio de nós (Mt 28,20; 18,20). A religião de Jesus é, e continua sendo a da alegria e a da festa compartilhada porque Jesus é o vinho novo da nossa vida. Ele é capaz de transformar as situações em que tudo parece como água, sem sabor nem cor. Quem está com Jesus tem vida sobrando, pois Jesus que é a Vida (Jo 14,6; 10,10) comunica continuamente vida e alegria. Para vivermos a vida na sua abundância precisamos ter lugar especial para Jesus na nossa vida diária.
2. Maria, Nossa Mãe Quem Suplica Por Nós
A cena da festa de bodas em Cana da Galiléia, que lemos no Evangelho de hoje, é rica em detalhes. Uma festa de bodas é um marco bíblico para explicar o amor de Deus para com os homens, todos nós. A história da salvação é uma história de amor: o amor de Deus pelos homens. Nesta história há infidelidades e traições, como em qualquer casamento, mas o amor de Deus é mais forte do que as infidelidades dos homens. Nesta história há tentativa de divisão e desunião, mas Deus dá oportunidade para as reconciliações, para a renovação de aliança ou de compromisso, pois Ele é amor (1Jo 4,8.16). Nesta história de amor, às vezes, o homem sente como se Deus largasse os homens no seu destino, mas outra vez o homem se lembra de que seu nome está escrito na palma da mão de Deus (cf. Is 49,16) e que Deus chama cada homem pelo nome (cf. Is 43,1). Este evangelho quer nos dizer que o mais divino e o mais humano andam juntos, mesmo que o homem não o perceba. Com Jesus chegou o tempo definitivo.
Maria, Mãe de Jesus também estava presente nas Bodas de Caná. O texto diz: “A mãe de Jesus estava presente”. Mas não é uma presença passiva. A mãe de Jesus está presente ativamente a ponto de perceber a necessidade dos noivos e interceder por eles: “Eles não têm mais vinho”. Maria tem a capacidade de dar atenção às coisas particulares. Ela consegue ver o ponto central com a inteligência do coração. Este comportamento chama-se ATENÇÃO. Atenção é um comportamento vigilante do eu sobre os outros e suas necessidades. É uma prontidão em notar sinais de sofrimento em volta de si e para depois oferecer uma solução para sanar essa situação. Esta é a presença que queremos de Maria em nossa vida, em nossa casa e na sociedade. Ao mesmo tempo esta é a presença que Maria quer de nós na nossa vida, em casa e na sociedade.
E nessa festa, ao perceber que estava faltando vinho, Maria se dirigiu diretamente a Jesus e não ao organizador da festa: “Eles não têm mais vinho”. O vinho, na Bíblia, representa o amor e a alegria (cf. Ct 1,2;7,10;8,2). Quem são “eles” nesta frase da mãe de Jesus? São aqueles que basearam a relação com Deus não no amor, mas numa série de normas e regras, tornando assim essa relação fria e paralisada. Jesus é quem transforma essa relação cheia de regras para uma relação cheia de amor simbolizada na transformação da água em vinho.
Mas a mãe de Jesus não quer que as pessoas fiquem presas nela. Porque ela não é o destino de nossa peregrinação, mas Deus. Por isso, há uma expressão no Evangelho de hoje que deve ser acentuada: “Fazei tudo o que ele vos disser” (v.5). É um pedido que parte de Maria a cada um de nós. Maria pede, sim, graças ao Filho e as obtém. Mas ao mesmo tempo nos pede fazer aquilo que Cristo nos ensinou, para que também nós realizemos a nossa parte. Por isso, todas as vezes que fazemos um pedido a Maria, nossa súplica deve ser ao mesmo tempo um exame de consciência de como estamos vivendo os ensinamentos de Cristo. “Fazei tudo o que ele vos disser” são as últimas palavras que os Evangelhos conservaram de Nossa Senhora. Com a mesma insistência e cuidado ela as repete hoje para nós. E Maria é o exemplo de tudo o que ela nos disse. Observemos que Maria, com seu “faça-se em mim segundo a Tua palavra”(Lc 1,38), dito na anunciação e vivido na fé e na esperança ao longo de seus dias, é modelo para nós hoje em fazer a vontade de Deus. Por isso, para ser de Maria tem que ser de Deus para que sejamos também do povo. Maria é de Deus, e por isso, ela é do povo. Será que somos de Deus? Será que você é de Deus?
“Fazei tudo o que ele vos disser” (v.5). O que leva Maria a dizer esta frase é a fé absoluta em Jesus Cristo. Ela não exige provas antes de render a seu Filho uma total confiança. Ela não tem dúvida alguma de que Jesus vai fazer algo. Maria leva até o limite a sua fé consciente. Ela abandona-se à decisão do Filho. A fé de Maria é ilimitada em Jesus. A expressão “Fazei tudo o que ele vos disser”, sublinha a soberania de Jesus, por um lado e a fé absoluta de Maria em Jesus, por outro lado.
Pela sua atitude e pelas suas palavras, ao convidar os servidores a adotar a mesma atitude de obediência às palavras de Jesus, Maria é modelo para todos os que fazem parte do novo Povo de Deus. Maria não só realiza a vontade de Deus na sua vida, mas também orienta os outros a fazerem de acordo com a Palavra de Deus. Maria, como a perfeita discípula e seguidora de Jesus se torna mestra e guia para todos nós. Sua frase continua atual. Ela continua nos dizendo hoje: “Para ser feliz, para viver a vida na sua profundidade e na sua abundância, vale a pena ouvir, ler, meditar e viver de açodo com a Palavra de Deus”.
Além disso, Maria nos ensina a orar pelos nossos irmãos, assim como ela fez nas Bodas de Caná. Maria é uma mulher muito atenciosa e prestativa. Por isso, ela percebe com rapidez as necessidades dos outros e logo toma providência ou toma iniciativa. Maria é muito atenciosa. A atenção é um comportamento vigilante do eu sobre os outros; é uma transparência de olhar, uma prontidão em notar sinais de sofrimento em volta de si, um doar-se. A atenção é o amor verdadeiro, delicado, desinteressado e previdente. Ela é uma qualidade humana necessária e preliminar no caminho espiritual.
“Virgem e Mãe Maria, Vós que, movida pelo Espírito, acolhestes o Verbo da vida na profundidade da vossa fé humilde, totalmente entregue ao Eterno, ajudai-nos a dizer o nosso ‘sim’ perante a urgência, mais imperiosa do que nunca, de fazer ressoar a Boa Nova de Jesus. Vós, cheia da presença de Cristo, levastes a alegria a João o Baptista, fazendo-o exultar no seio de sua mãe. Vós, estremecendo de alegria, cantastes as maravilhas do Senhor. Vós, que permanecestes firme diante da Cruz com uma fé inabalável, e recebestes a jubilosa consolação da ressurreição, reunistes os discípulos à espera do Espírito para que nascesse a Igreja evangelizadora. Alcançai-nos agora um novo ardor de ressuscitados para levar a todos o Evangelho da vida que vence a morte. Dai-nos a santa ousadia de buscar novos caminhos para que chegue a todos o dom da beleza que não se apaga. Vós, Virgem da escuta e da contemplação, Mãe do amor, esposa das núpcias eternas intercedei pela Igreja, da qual sois o ícone puríssimo, para que ela nunca se feche nem se detenha na sua paixão por instaurar o Reino. Estrela da nova evangelização, ajudai-nos a refulgir com o testemunho da comunhão, do serviço, da fé ardente e generosa, da justiça e do amor aos pobres, para que a alegria do Evangelho chegue até aos confins da terra e nenhuma periferia fique privada da sua luz. Mãe do Evangelho vivente, manancial de alegria para os pequeninos, rogai por nós. Amém. Aleluia!” (Papa Francisco: Exortação Apostólica, Evangelii Gaudium n.288).
Que Nossa Senhora interceda por nós para que
tenhamos um coração e um olhar atenciosos sobre nossos irmãos que necessitam de
nossa ajuda ou apoio. Assim seja!
Pe. Vitus Gustama,svd
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