sábado, 1 de setembro de 2018

11/09/2018
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SOMOS TODOS IRMÃOS EM CRISTO E APÓSTOLOS DO SENHOR
Terça-Feira da XXIII Semana Comum


Primeira Leitura: 1Cor 6,1-11
Irmãos, 1 quando um de vós tem uma questão com um outro, como se atreve a entrar na justiça perante os injustos, em vez de recorrer aos santos? 2 Será que ignorais que os santos julgarão o mundo? Ora, se o mundo está sujeito a vosso julgamento, seríeis acaso indignos de deliberar e julgar sobre questões tão insignificantes? 3 Ignorais que julgaremos os anjos? Quanto mais, coisas desta vida! 4 No entanto, se tendes dessas questões a resolver, recorrereis a juízes que a Igreja não pode recomendar. 5 Digo isso, para confusão vossa! Será, então, que aí entre vós não se encontra ninguém sensato e prudente que possa ser juiz entre irmãos? 6 Ao invés disso, irmão contra irmão vai a juízo, e isso perante infiéis! 7 Aliás, já é uma grande falta haver processos entre vós. 8 Por que não suportais, antes, a injustiça? Por que não tolerais, antes, ser prejudicados? Pelo contrário, vós é que cometeis injustiças e fraudes, e isso contra irmãos! 9 Porventura ignorais que pessoas injustas não terão parte no reino de Deus? Não vos iludais: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem pederastas, 10 nem ladrões, nem avarentos, nem beberrões, nem insolentes, nem salteadores terão parte no reino de Deus. 11 E vós, isto é, alguns de vós, éreis isso! Mas fostes lavados, fostes santificados, fostes justificados pelo nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de nosso Deus.


Evangelho: Lc 6,12-19
12 Naqueles dias, Jesus foi à montanha para rezar. E passou a noite toda em oração a Deus. 13 Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos: 14 Simão, a quem impôs o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; 15 Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelota; 16 Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, aquele que se tornou traidor. 17 Jesus desceu da montanha com eles e parou num lugar plano. Ali estavam muitos dos seus discípulos e grande multidão de gente de toda a Judeia e de Jerusalém, do litoral de Tiro e Sidônia. 18 Vieram para ouvir Jesus e ser curados de suas doenças. E aqueles que estavam atormentados por espíritos maus também foram curados. 19 A multidão toda procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele, e curava a todos.
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É Preciso Saber Procurar e Pedir Conselhos ou Orientações Dos Mais Sábios Da Comunidade Na Correção Fraterna


Irmãos, quando um de vós tem uma questão com um outro, como se atreve a entrar na justiça perante os injustos, em vez de recorrer aos santos? ... Será, então, que aí entre vós não se encontra ninguém sensato e prudente que possa ser juiz entre irmãos?”, alertou são Paulo à comunidade de Corinto que lemos na Primeira Leitura de hoje.


No texto de hoje são Paulo reprova duramente os Coríntios sobre outro aspecto da conduta da Igreja de Corinto: os Coríntios andavam recorrendo aos tribunais civis contra os próprios irmãos da comunidade. Com efeito, sabemos que os juramentos desses tribunais continham fórmulas idolátricas, o que proibia que os fieis concordassem com eles. Além disso, a legislação pagã era muito ampla, muito tolerante em suas apreciações e evidentemente não tinham em conta os princípios evangélicos.


Os próprios judeus  não tinham o hábito de ir à justiça no tribunal público. Eles resolveram os problemas, antes, diante dos anciãos ou mestres  da comunidade onde moravam ou diante dos anciãos ou mestres da sinagoga. Para eles era necessário resolver os problemas muito mais com o espirito familiar do que com o espirito legal. De fato, a lei judaica proíbe expressamente um judeu de ir à justiça que é totalmente não tribunal judaico (pagão).


Para o apóstolo Paulo é intolerável que existam pleitos, mas, se os existem, devem ser resolvidos fraternalmente, sem recorrer à justiça civil ou penal. Como os Coríntios têm tanto orgulho de sua "sabedoria" (são gregos!), Paulo, com ironia, diz a eles com uma pergunta retórica: "Será, então, que aí entre vós não se encontra ninguém sensato e prudente que possa ser juiz entre irmãos?”.


Paulo, portanto, aconselha que os "processos" sejam resolvidos entre os cristãos, escolhendo os mais "sábios" e “prudentes” dentro da própria comunidade. Os Coríntios podem resolver muito bem os problemas entre os membros da comunidade através da conversa de irmão para irmão, através do diálogo com a ajuda dos mais sábios e prudentes da própria comunidade.


São Paulo parece desejar que a comunidade cristã de Corinto encarne em seu modo de vida fraterna, espiritual e humana, o ideal que nos é descrito nos Atos dos Apóstolos, quando todos colocam tudo em comum (Cf. At 4,32).


Uma das mensagens do texto é muito clara para todos nós. Temos que aprender a viver sempre como irmãos que se amem em Cristo Jesus, pois todos nós somos filhos e filhas do Pai Comum do céu. Como cristãos jamais podemos ser causa de divisão para os demais. Não podemos nos dedicar para fazer o mal contra nosso próximo, desrespeitando o dom da vida. Quando reduzimos nossa fé apenas a algumas práticas cultuais, é difícil evitar disputas, invejas, ciúmes, desapropriações injustas, divisões em grupinhos, porque não estamos interessados em viver nossa fé e fazer o bem a outras pessoas, mas apenas em realizar alguns atos piedosos para "tranquilizar" nossa consciência e continuar sendo uns malvados. Segundo são Paulo, em algum momento nós nos levantamos contra alguém, ou fomos vítimas das injustiças praticadas pelos outros, mas devemos nos esforçar, por todos os meios, a resolver esses problemas entre nós com o amor fraterno que nos coloca em um diálogo amoroso, abrangente e misericordioso. Tudo isto supõe que seja vivida profundamente nossa fé.


Deus, por meio de seu Filho, foi e continua sendo misericordioso para conosco, manifestando-nos, assim, seu amor e seu perdão através do sacramento da reconciliação. Se assim Deus nos ama, assim também temos que nos amar entre nós, de modo que não condenemos ninguém por causa de sua maldade, e sim que trabalhemos para que todos, apesar de suas grandes misérias, possam chegar a possuir os bens eternos dos quais Deus quer que todos participem. Uma família e uma comunidade cristã deveriam saber “lavar a roupa suja em casa”, com uma atitude tolerante, imitando a misericórdia de Cristo que reflete a misericórdia do Deus Pai que “faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos” (Mt 5,45). Que impressão mais pobre será, quando uma família espalhar suas tensões internas para as pessoas alheias ou para o público em geral! Que mal efeito quando uns membros de uma comunidade paroquial ou religiosa falem mal de seus membros para as pessoas estranhas! Teríamos que saber dialogar e resolver nós mesmos os “pleitos”, tirando um pouco do amor que está dentro de cada membro. Com o amor sempre há algum jeito para convivermos bem, pois Deus está no ato de amar e de perdoar. Amar e perdoar são a questão de qualidade de nossa fé e de nossa vida. Amar e perdoar são sinais de nossa maturidade espiritual e psicológica. Através do amor fraterno todos nos reconhecerão que somos seguidores de Cristo (Cf. Jo 13,34-35).


O Salmo Responsorial de hoje (Sl 149) nos ajuda ainda mais a reconhecermos o amor de Deus por nós: “Com danças glorifiquem o seu nome, toquem harpa e tambor em sua honra! Porque, de fato, o Senhor ama seu povo e coroa com vitória os seus humildes”. Deus nos ama e sempre nos amou! Ele nos chamou com santa chamada para que, unidos a seu Filho, participemos de sua Vitória sobre o pecado e a morte. Por isso, alegremos-nos porque o Senhor não somente é nosso Criador e Rei e sim que nos fez seus filhos e filhas. Nossa vida deve se converter em um contínuo louvor a Seu Santo Nome fazendo com que a alegria chegue também a nossos lares e aos diversos ambientes em que se desenvolve nossa vida. Vivamos cada momento de nossa historia pessoal com a consciência de que somos filhos e filhas de Deus, de tal forma que, por nossas boas obras, todos possam glorificar o Santo Nome de Deus.


Oração Na Vida de Jesus e Na Vida Dos Cristãos


O texto do evangelho deste dia fala da eleição dos Doze Apóstolos. A eleição dos Doze é precedida de uma prolongada oração de Jesus. Lucas faz referência à oração de Jesus nos momentos mais decisivos de sua vida. Lucas é o evangelista que põe mais ênfase sobre a figura orante de Jesus do que outros evangelistas. Onze vezes em seu evangelho, Lucas fala da “oração” de Jesus (Lc 3,21; 5,16; 6,12; 9,18; 9,28; 10,21; 11,1; 22,32; 22,41; 23,34; 23,46). Para tomar uma decisão importante Jesus entra, primeiro, em oração prolongada.


“Jesus subiu ao monte para orar”. Literalmente no texto do evangelho de hoje fala-se de uma saída/êxodo de Jesus em direção ao monte e se sublinha a oração ininterrupta que eleva a Deus naquele lugar. Monte é o lugar das grandes decisões, um lugar solitário propício para a oração, um lugar de amplos horizontes de onde se vê longe e amplamente. Quanto mais subirmos, mais ampla será a visão que teremos. Para subir é preciso esforçar-se.


Jesus nos ensina a aprendermos a ampliar nosso horizonte, dialogando com Deus e meditando Sua Palavra, “subindo” até Ele. Somente no dialogo prolongado na oração é que ganharemos o horizonte maior para nossa vida, pois o nosso olhar estará dentro do olhar de Deus. Temos que ter coragem de subir até onde os valores maiores se encontram capazes de vermos tudo com claridade e com uma visão mais ampla sobre a vida e os seus acontecimentos de cada dia. É aprender a ver a vida de maneira multiangular através de um diálogo permanente com Deus na oração e através da meditação diária da Palavra de Deus. quando mantivermos nossas orações, acabaremos conhecendo e captando o plano de Deus sobre nossa vida. Isso significa que a oração tem como objetivo ou resultado não para mudar Deus e sim para mudar quem reza.


A vida sem oração se reduz na busca das próprias vantagens para servir aos próprios interesses. A vida sem amor se apaga. Há sempre sinais que podem aparecer para qualquer idade e que sempre revelam um processo de envelhecimento espiritual, ou uma enfermidade espiritual em que nada aparece algo novo no horizonte de nossa existência: os mesmos hábitos, os mesmos esquemas e costumes, nenhum objetivo novo, nenhum ideal, a perda da capacidade de escutar a voz interior que de dentro somos chamados a viver uma vida mais elevada através da união com Deus na oração e no bem que deve ser praticado. A história de nossa vida como cristãos é a história de nossa oração. Trata-se de uma história com Deus que termina feliz. “Reza bem quem vive bem. Vive bem quem reza bem”, dizia Santo Agostinho (De ord. 2,19,51; In ps. 85,7).


Instituição dos Doze Apóstolos No Clima De Oração: Somos apóstolos do Senhor


Jesus “passou a noite toda em oração a Deus”, assim Lucas nos relatou. Alguns interpretam que a palavra “noite” aqui quer indicar a perplexidade que invade Jesus. E a oração é meio de clarificação a fim de que Deus dê luz verde naquilo que Jesus quer realizar com a ajuda dos apóstolos para a salvação do mundo. Jesus não escolheu seus apóstolos à noite.


O objetivo da oração de Jesus de toda a noite é sua Igreja. Trata-se do projeto que dura até o hoje da vida do homem. Por essa razão, a instituição dos Doze Apóstolos é um momento solene para a história da Igreja, pode-se dizer para a história da humanidade. Por feita a escolha dos Doze dentro da oração, sabemos logo que a obra de Jesus é divina. Ele faz tudo em união com o Pai celeste.


Por isso, em seguida Lucas nos relatou: “Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos”.  A expressão “ao amanhecer” indica, segundo alguns especialista, que a oração obteve resultados positivos, pois não se pode tomar decisões enquanto alguém estiver nas trevas ou na perplexidade de uma escuridão de vida (“noite”). Estar na oração significa estar com Deus. E estar com Deus é estar com a luz que ilumina tudo na nossa vida (“amanhecer”).


Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu Doze dentre eles....”. Há aqui o objetivo da oração de Jesus durante toda a noite: Sua Igreja. É o projeto que apesar de tudo continua durando até hoje (cf. Mt 16,18). Por isso, a instituição dos Doze é um momento solene para a história da Igreja, particularmente e para a história da humanidade de modo geral.


São doze. É evidentemente um número simbólico. Com esse número Jesus constitui o Novo Israel, a Sua Igreja, para substituir as doze tribos de Israel no Antigo Testamento. Os Doze não são grandes personalidades. É o estilo de Deus que vai escolhendo para sua obra pessoas débeis, mas que se esforçam para dar o melhor de si para salvação do mundo, pois agente principal desta obra continua sendo o próprio Deus.


Lucas é o único a mencionar que o próprio Jesus lhe deu esse nome: apostolo, em grego. O termo apóstolo aponta para “enviados por alguém”. Aqui se enfatiza a relação do “enviado” com Aquele que “envia”. O essencial é a “missão”. Isto quer dizer que ser apóstolo é depender de Jesus; é ser enviado por ele; é ser sua porta-voz; é ser fiel à Sua obra e que Jesus nos pede que a levemos até o fim.


Estes são nomes dos apóstolos: Simão Pedro, André, Tiago, João, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, Simão, Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, o traidor. A partir de agora eles vão acompanhar Jesus de perto, como testemunhas oculares de sua vida e atividade.


Apesar da oração de uma noite inteira, apesar do bom discernimento de Jesus, apesar de toda formação, um dos apóstolos era um traidor. É o mistério da liberdade humana.


Os Apóstolos receberam tudo de Jesus para que se tornassem instrumentos de salvação para o próximo. E nós recebemos tudo dos Apóstolos através de várias gerações anteriormente. Nós não podemos quebrar esse elo ou essa cadeia. Se tudo de bom para a salvação do mundo recebemos das gerações anteriores, precisamos continuar essa “corrente” de evangelização. Cada cristão é apóstolo de Jesus. Ele é o apóstolo em qualquer lugar e Jesus espera algo de cada um de nós para a Igreja do Senhor. Ser apóstolo não é trazer os outros para si e sim orientá-los para o encontro pessoal com Jesus, o Salvador.


A comunidade de Jesus é apostólica. Ela é cimentada na pedra angular que é o próprio Jesus Cristo. Mas também tem como fundamento os apóstolos que o próprio Senhor escolheu como núcleo inicial da Igreja. E fazemos parte da comunidade apostólica pelo Batismo. Por isso, somos, por natureza, missionários ou apostólicos (Ad Gentes no. 2). Esta comunidade “apostólica” é que colabora com o Ressuscitado que nos deixou o mandato missionário (cf. Mt 28,19): anunciar o que é bom e digno para a edificação de um ser humano. O cristão não pode perder tempo para as coisas que não edificam. A única preocupação de cada cristão em cada instante é fazer o bem e convidar os demais homens para serem parceiros do bem.


Para Refletir
  • “Não é o mesmo, rezar longa e profusamente que rezar com muitas palavras. Não é o mesmo o desejo ininterrupto que o falatório interminável... Quando a oração brota da alma como uma necessidade da alma mesma, converte-se em chave de ouro, em santo e eficaz sinal que abre as portas do céu e torna possível um encontro com Deus. O homem se eleva em oração e Deus se inclina em misericórdia” (Santo Agostinho, Epist. 130,19; In ps. 85,7).
     
  • Como te livras de um homem? Evitando-o. Como podes livrar-te do demônio? Orando contra ele. Tuas orações  são a seta que o mantém na raia” (Santo Agostinho: Op.imp.con. Jul. 6,15).
     
  • Quando tu lês a Bíblia, Deus te fala; quando rezas, tu falas a Deus (Santo Agostinho: In ps. 85,7).
     
  • Confia em Deus; Ele sempre dá o que promete. Sabe o que promete, porque é verdade. Pode prometer porque é onipotente. Dispõe de tudo porque é a própria vida. oferece todas as garantias porque é eterno” (Santo Agostinho: In ps. 35,13)

    P. Vitus Gustama,svd

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