01/10/2018
SANTA
TERESINHA DE LISIEUX, DO MENINO JESUS E DA SANTA FACE
1 De
Outubro
Teresa nasceu a 2 de Janeiro de 1873 em
Alençon, uma cidade da Normandia, na França. É a última filha de Luís e Zélia
Martin, esposos e pais exemplares, beatificados juntamente a 19 de Outubro de
2008. Tiveram nove filhos; quatro morreram em tenra idade. Permaneceram as
cinco filhas, que se tornaram todas religiosas. Teresa, com 4 anos, ficou profundamente
abalada com a morte da mãe (Ms A, 13r). Então, o pai transferiu-se com as
filhas para a cidade de Lisieux, onde se desenvolverá toda a vida da Santa.
Mais tarde Teresa, atingida por uma grave doença nervosa, sarou por graça
divina, que ela própria define o «sorriso de Nossa Senhora» (ibid., 29v-30v).
Recebeu depois a Primeira Comunhão, intensamente vivida (ibid., 35r), e pôs
Jesus Eucaristia no centro da sua existência.
A «Graça do Natal» de 1886 assinala a grande
mudança, por ela chamada a sua «total conversão» (ibid., 44v-45r). De facto,
ficou totalmente curada da sua hipersensibilidade infantil e começou uma
«corrida de gigante». Aos 14 anos Teresa aproxima-se cada vez mais, com grande
fé, de Jesus Crucificado, e começa a ocupar-se de um criminoso, aparentemente
desesperado, condenado à morte e impenitente (ibid., 45v-46v). «Quis
impedir-lhe de todas as formas de cair no inferno», escreve a Santa, com a
certeza de que a sua oração o teria posto em contato com o Sangue redentor de
Jesus. É a sua primeira experiência fundamental de maternidade espiritual: «Eu
tinha tanta confiança na Misericórdia Infinita de Jesus», escreve. Com Maria
Santíssima, a jovem Teresa ama, crê e espera com «um coração de mãe» (cf. pr
6/10r).
Em Novembro de 1887, Teresa vai em
peregrinação a Roma juntamente com o Pai e a irmã Celina (ibid., 55v-67r). Para
ela, o momento culminante é a Audiência do Papa Leão XIII, ao qual pede a
autorização para entrar, apenas com 15 anos, no Carmelo de Lisieux. Um ano
depois, o seu desejo realiza-se: torna-se Carmelita, «para salvar as almas e
rezar pelos sacerdotes» (ibid., 69v). Contemporaneamente, começa também a
dolorosa e humilhante doença mental do seu pai. É um grande sofrimento que leva
Teresa à contemplação da Face de Jesus na sua Paixão (ibid., 71rv). Assim, o
seu nome de Religiosa — irmã Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face —
expressa o programa de toda a sua vida, em comunhão com os Mistérios centrais
da Encarnação e da Redenção. A sua profissão religiosa, na festa da Natividade
de Maria, a 8 de Setembro de 1890, é para ela um verdadeiro matrimónio
espiritual na «pequenez» evangélica, caracterizada pelo símbolo da flor: «Que
festa bonita a Natividade de Maria para se tornar esposa de Jesus — escreve —
Era a pequena Virgem Santa de um dia que apresentava a sua pequena flor ao
pequeno Jesus» (ibid., 77r). Para Teresa ser religiosa significa ser esposa de
Jesus e mãe das almas (cf. Ms B, 2v). No mesmo dia, a Santa escreve uma oração
que indica toda a orientação da sua vida: pede a Jesus o dom do seu Amor
infinito, para ser a mais pequena, e sobretudo pede a salvação de todos os
homens: «Que nenhuma alma seja danada hoje» (Pr 2). De grande importância é a
sua Oferta ao Amor Misericordioso, feita na festa da Santíssima Trindade de 1895
(Ms A, 83v-84r; Pr 6): uma oferenda que Teresa partilha imediatamente com as
suas irmãs de hábito, sendo já vice-mestra das noviças.
Dez anos depois da «Graça de Natal», em 1896,
vem a «Graça de Páscoa», que abre a última fase da vida de Teresa com o início
da sua paixão em profunda união com a Paixão de Jesus; trata-se da paixão do
corpo, com a doença que a levará à morte através de grandes sofrimentos, mas
sobretudo trata-se da paixão da alma, com uma dolorosíssima prova da fé (Ms C,
4v-7v). Com Maria ao lado da Cruz de Jesus, Teresa vive então a fé mais
heróica, como luz nas trevas que lhe invadem a alma. A Carmelita tem a
consciência de viver esta grande prova para a salvação de todos os ateus do
mundo moderno, por ela chamados «irmãos». Vive então ainda mais intensamente o
amor fraterno (8r-33v): para com as irmãs da sua comunidade, para com os seus
dois irmãos espirituais missionários, para com os sacerdotes e todos os homens,
sobretudo os mais distantes. Torna-se deveras uma «irmã universal»! A sua
caridade amável e sorridente é a expressão da alegria profunda da qual nos
revela o segredo: «Jesus, a minha alegria é amar-Te» (P 45/7). Neste contexto
de sofrimento, vivendo o maior amor nas mais pequenas coisas da vida
quotidiana, a Santa realiza a sua vocação de ser o Amor no coração da Igreja.
Teresa faleceu na noite de 30 de Setembro de
1897, pronunciando as simples palavras «Meu Deus, amo-Te! », olhando para o
Crucifixo que estreitava nas suas mãos. Estas últimas palavras da Santa são a
chave de toda a sua doutrina, da sua interpretação do Evangelho. O ato de amor,
expresso no seu último suspiro, era como que o contínuo respiro da sua alma,
como o pulsar do seu coração. As simples palavras «Jesus, amo-Te» estão no
centro de todos os seus escritos. O ato de amor a Jesus imerge-a na Santíssima
Trindade. Ela escreve: «Ah, tu sabes, amo-te Menino Jesus, / O Espírito de Amor
inflama-me com o seu fogo. / É amando-Te que eu atraio o Pai» (P 17/2). [Veja
AUDIÊNCIA GERAL do Papa Bento XVI, Quarta-feira, 6 de Abril de 2011)
Alguns Pensamentos Para Nossa
Reflexão
(Veja Obras
Completas De Santa Teresa Do Menino Jesus e Da Santa Face).
- “A caridade me deu a chave da minha vocação. Se a Igreja possui um corpo composto de diferentes membros, não pode faltar o mais necessário, o mais excelente de todos os órgãos: penso que ela tem um coração e que este coração arde em chamas de amor. Vejo com clareza que somente o amor põe em movimento seus membros, porque, se o amor se apagasse, os apóstolos não anunciariam o Evangelho, os mártires recusariam derramar seu sangue... Compreendi que o amor abarca todas as vocações, que o amor é tudo, que o amor transcende todos os tempos e lugares porque é eterno...”.
- “Compreendi que, sem o amor, todas as obras são nada, mesmo as mais brilhantes, como ressuscitar os mortos ou converter os povos. Um só ato de amor nos fará conhecer melhor Jesus. O amor nos aproximará dele durante toda a eternidade”.
- Compreendi que o amor englobava todas as vocações, que o amor era tudo, que ele abraçava todos os tempos e todos os lugares... em uma palavra, que ele é eterno.
- Viver do Amor é banir todo temor, qualquer lembrança das faltas do passado. Dos meus pecados não vejo nenhum vestígio; num instante, o Amor tudo queimou... Chama divina, oh, dulcíssima Fornalha! Em teu ardor fixo minha morada. É no teu fogo que eu canto alegremente. “Vivo de Amor”.
- Viver de Amor é navegar sem cessar, semeando a paz e a alegria em todos os corações.
- Viver de Amor é imitar Maria, banhando com lágrimas e perfumes preciosos os teus divinos pés, que beija embevecida, enxugando-os com seus longos cabelos. Depois, levantando-se, quebra o vaso e embalsama tua doce Face, por sua vez. Quanto a mim, o perfume que derramo sobre tua Face é o meu Amor.
- “Quanto a mim, não conheço outro meio para chegar à perfeição a não ser o amor. Viver de amor é navegar sem cessar, semeando a paz, a alegria em todos os corações. Viver de amor é dar sem medida, banir todo temor, toda lembrança das faltas passadas. Façamos de nossa vida um sacrifício contínuo, um martírio de amor. Só o amor conta. O fogo do amor é mais santificante do que o fogo do purgatório. Eu não morro, entro na vida”.
- Um só ato de amor nos fará conhecer melhor Jesus. ... Ele nos aproximará dele, durante toda a eternidade. Com amor não somente avanço, mas vôo.
- Ó Jesus, meu amor... Minha vocação, enfim, eu a encontrei, minha vocação é o amor!
- Façamos de nossa vida um sacrifício contínuo, uma martírio de amor.
- “Permanecer pequeno diante de Deus é reconhecer seu nada, esperar tudo do bom Deus, como uma criancinha espera tudo de seu pai, é não se inquietar com nada, não fazer fortuna. Permaneci bem pequena, não tendo outra ocupação senão a de colher flores, as flores do amor e do sacrifício, e oferecê-las ao bom Deus para seu prazer. Ser pequeno é não atribuir a si mesmo as virtudes que se pratica, crendo-se incapaz de alguma coisa, mas reconhecer que o bom Deus coloca este tesouro nas mãos de seu filhinho, para que ele se sirva dele quando tiver necessidade, mas é sempre o tesouro do bom Deus... Aquele que sobre a terra quis mais pobre, o mais esquecido pelo amor de Jesus, este era o primeiro, o mais nobre e o mais rico”.
- “Eu era pequena e fraca, e Jesus se abaixava para mim e me instrua em segredo sobre as coisas de seu amor... Minha alegria é ficar pequena. Assim, quando caio no caminho, posso logo me levantar, e Jesus me toma pela mão”.
- Minha vida não foi amarga, porque soube fazer minha alegria e minha doçura de toda amrgura.
- “Quero lhes ensinar os pequenos meios que me deram tanto êxito, dizer-lhes que há uma só coisa a fazer aqui na terra: jogar para Jesus as flores dos pequenos sacrifícios... Sua alma é extremamente simples, mas quando você for perfeito, você será ainda mais simples; quanto mais a gente se aproxima do bom Deus, tanto mais se simplifica”.
- Para mim, a oração é um elã do coração, é um simples olhar lançado em direção ao céu, é um grito de reconhecimento e de amor no meio da provação como também em meio à alegria; é, enfim, algo grande, de sobrenatural, que me dilata a alma e me une a Jesus. É só pela oração e pelo sacrifício que podemos ser uteis à Igreja. ah, é oração, é o sacrifício, que faz toda minha força; são as armas invencíveis que Jesus me deu, elas podem muito mais do que as palavras...
- Cada dia em vossa oração, falando ao Autor de todo bem, repetis: “Pai nosso! Dai-nos o pão cotidiano!”. Este Deus que se fez vosso irmão, como vós, fome padece. Escutai sua humilde oração; um pouco de pão ele vos pede. Oh, minha Irmã! Estai bem segura: Jesus só quer o vosso amor. Ele se nutre da alma pura. Eis aí o seu pão de cada dia.
- “Divino Salvador, no fim de minha vida, vem me buscar, sem sombra de atraso. Ah! Mostra-me a tua infinita ternura e do teu divino olhar, a doçura. Com amor, oh, que tua voz me chame, dizendo-me: vem, tudo está perdoado. Fica tranquila, minha fiel esposa. Vem ao meu coração; tu muito me amaste”. Não morro, entro na vida.
- Na tarde desta vida, comparecerei diante de vós com as mãos vazias, pois, eu não vos peço, Senhor, que conteis minhas obras.
- Peça ainda a Jesus que eu faça sempre sua vontade, para isso estou pronta a atravessar o mundo... e estou pronta também a morrer!
- Só no céu a alegria será sem nivens! Eu me coloquei nos braços do bom Deus como uma criancinha... Vejo que basta reconhecer seu nada e se abandonar como uma criancinha nos braços do bom Deus...
P. Vitus Gustama,SVD
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