terça-feira, 9 de dezembro de 2014

 
UM DEUS QUE CUIDA DE MIM E ME DÁ CORAGEM DE VIVER

Quinta-Feira da II Semana do Advento
11 de Dezembro de 2014


Primeira Leitura: Is 41,13-20

13Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tomo pela mão e te digo: “Não temas; eu te ajudarei. 14Não tenhas medo, Jacó, pobre verme, não temais, homens de Israel. Eu vos ajudarei”, diz o Senhor e Salvador, o Santo de Israel. 15Eis que te transformei num carro novo de triturar, guarnecido de dentes de serra. Hás de triturar e despedaçar os montes, e reduzirás as colinas a poeira. 16Ao expô-los ao vento, o vento os levará e o temporal os dispersará; exultarás no Senhor e te alegrarás no Santo de Israel. 17Pobres e necessitados procuram água, mas não há, estão com a língua seca de sede. Eu, o Senhor, os atenderei, eu, Deus de Israel, não os abandonarei. 18Farei nascer rios nas colinas escalvadas e fontes no meio dos vales; transformarei o deserto em lagos e a terra seca em nascentes d’água. 19Plantarei no deserto o cedro, a acácia e a murta e a oliveira; crescerão no ermo o pinheiro, o olmo e o cipreste juntamente, 20para que os homens vejam e saibam, considerem e compreendam que a mão do Senhor fez essas coisas e o Santo de Israel tudo criou.


Evangelho: Mt 11,11-15

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 11“Em verdade eu vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele. 12Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus sofre violência, e são os violentos que o conquistam. 13Com efeito, todos os Profetas e a Lei profetizaram até João. 14E se quereis aceitar, ele é o Elias que há de vir. 15Quem tem ouvidos, ouça”.
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O contexto da primeira leitura (Is 41,13-20) é o exílio de Babilônia. O texto da primeira leitura (Is 41,13-20) se encontra no Livro da consolação do profeta Isaías (Is 40-55) que foi escrito durante o exílio na Babilônia. Seu tom é, por isso, muito consolador.


Um Deus que segura minha mão
 

Não temas; eu te ajudarei! Não tenhas medo, pobre verme!” (Is 41,13-14). São palavras consoladoras de um Deus que jamais abandonará seus filhos. O povo de Israel no desterro era como um verme pisoteado por outras nações. O termo “verme” expressa a pequenez do povo de Israel no desterro, desprezado, explorado e perdido na grande Babilônia pagã. Mas Deus lhe assegura sua proteção carinhosa, pois Ele toma cada um pela mão, como uma mãe que segura a mão de seu filinho na rua. O verdadeiro valor não procede da situação humana e sim do olhar carinhoso de Deus para cada um de nós.


Precisamos meditar e saborear ao longo do dia esta maravilhosa expressão do amor de Deus por nós: “Não temas; eu te ajudarei! Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tomo pela mão”. É preciso saborear, em silêncio, essa declaração de amor de Deus para cada um de nós.  Sem a mão de Deus segurando minha mão, vou me destruir na minha pequenez. Será que alguma vez você sentiu a mão de Deus segurando sua mão?


Você tem sede de quê?
  

Pobres e necessitados procuram água, mas não há, estão com a língua seca de sede. Eu, o Senhor, os atenderei, não os abandonarei” (Is 41,17). “Os pobres procuram...”. Esta fórmula expressa a espera, o desejo. A imagem é a de “ter sede”... uma necessidade biológica concreta que não pode satisfazer-se com palavras bonitas. 
  

O termo bíblico “ter sede” não nos oculta o verdadeiro sentido. O que os homens andam buscando hoje em dia, especialmente os pobres, é ser amados e considerados, ser respeitados e tratados como seres humanos, não ser humilhados e desprezados. Um mundo tão árido, comportamento árido, hoje em dia, invade cada vez mais o coração das pessoas, inclusive das pessoas nas comunidades eclesiais. Por isso, através do seu coração tão árido e comportamento tão seco você tem sede de quê nesta vida? O que você está procurando através desse comportamento?
 

Todos nós somos pobres e necessitados na busca da luz divina. “Os pobres e necessitados buscam água, mas não há. Sua língua está seca”. Talvez o progresso, a técnica, o conforto em que vivemos silenciem durante um tempo essas questões radicais e perturbadoras sobre o sentido último da vida. Cedo ou tarde chega, para cada um, uma resposta, única que importa. “De quê realmente tenho sede? De que você está procurando?”.


João Batista nos convida a um Advento ativo
 

Celebrar a vinda de Deus, no próximo Natal, não é somente coisa de sentimento e de poesia. Não é uma festa comercial. A graça do Advento, do Natal e da Epifania pede disponibilidade plena e abertura à vida que Deus nos quer comunicar. É para ser rico por dentro a fim de ser vida para os demais através do ato de doação, de solidariedade, de generosidade.
  

Para encontrar Deus, para acolher tal como Ele é, para compreender todo o sentido da vinda do Senhor, temos que romper nossos esquemas e contemplar com os olhos novos a realidade que nos cerca e as pessoas que nos rodeiam. O texto usa uma expressão enigmática: “são os violentos que conquistam o Reino dos céus” (Mt 11,12). Aqui não se trata dos que praticam violência contra os demais, pois mais tarde Jesus vai dizer: “Guarda a tua espada no seu lugar, pois todos os que pegam a espada pela espada perecerão” (Mt 26,52). Trata-se aqui daqueles que fazem “violência” a si mesmos, no sentido de ser contra suas próprias inclinações perversas.


Por isso, é bom cada um perguntar-se: “Quais são minhas inclinações perversas, minha conversas perversas que preciso enfrentá-las com violência, com toda a minha força para que eu possa alcançar uma vida cheia de bênçãos de Deus?”. 

P. Vitus Gustama,svd

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