segunda-feira, 21 de agosto de 2017

23/08/2017
Imagem relacionadaResultado de imagem para 44'O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo.
SANTA ROSA DE LIMA
(1586-1617) 


Primeira Leitura: 2Cor 10,17–11,2
Irmãos, 17 quem se gloria, glorie-se no Senhor. 18 Pois é aprovado só aquele que o Senhor recomenda e não aquele que se recomenda a si mesmo. 11,1 Oxalá pudésseis suportar um pouco de insensatez, da minha parte. Na verdade, vós me suportais. 2 Sinto por vós um amor ciumento semelhante ao amor que Deus vos tem. Fui eu que vos desposei a um único esposo, apresentando-vos a Cristo como virgem pura.


Evangelho: Mt 13,44-46
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 44'O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo. 45O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. 46Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola.
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Isabel se torna Rosa
Santa Rosa de Lima, a primeira santa canonizada da América (canonizada pelo Papa Clemente X em 1671), nasceu da descendência espanhola na capital de Peru, Lima, em 20 de abril de 1586 do casal Gaspar de Flores e Maria de Oliva (um casal humilde. O pai de Rosa fracassou na exploração de uma mina e a família se viu nas circunstancias econômicas difíceis).


Rosa de Lima tinha como nome de Batismo Isabel. Os anos passaram Isabel se revelou cada vez mais bonita, sorridente e formosa como uma rosa. Por causa de sua beleza tão encantada, em todos os sentidos, Isabel começou a ser chamada de Rosa. Na hora de receber o sacramento da confirmação (Crisma) o arcebispo na época deu-lhe o nome de Rosa definitivamente.


Renunciando a Um Amor
Um jovem de alta classe social se apaixonou pela Rosa e queria casar-se com ela. Seus pais estavam muito entusiasmados porque eles eram pobres e isso daria à jovem um porvir brilhante. Porém, ela falou para seus que havia prometido a Jesus que seu amor seria totalmente para Deus e que renunciava completamente ao matrimônio por brilhante que ele fosse. Podemos entender porque Rosa rezava: Meu Deus, podes aumentar os sofrimentos, contanto que aumentes meu amor por Ti”.


Um dia rezando diante de uma imagem da Virgem Maria apareceu a Rosa o Menino Jesus dizendo-lhe: “Rosa, consagra-me a mim todo teu amor”. A partir de então, ela dedicou sua vida só para amar a Jesus Cristo. Seu irmão lhe disse que muitos homens estavam apaixonados perdidamente por causa de seus longos cabelos. Rosa decidiu, então, cortar seus cabelos e usar o véu para cobrir o rosto para não ser motivo de tentações para nenhum homem.


Desejo de ser monja agustiniana
Rosa queria ser monja agustiniana. Um dia em que ela estava, de joelho, diante da imagem da Virgem Maria para pedir-lhe a intercessão que a iluminasse se devia ir ao convento das monjas agostinianas ou não. Naquele momento ela começou a sentir que não podia levantar-se do lugar onde ela estava de joelho. Rosa chamou seu irmão para que este a levantasse, mas nada aconteceu. Como se o joelho de Rosa ficasse colado no chão firmemente. Então se deu conta de que não era a vontade de Deus de entrar no convento. Rosa rezou, então, à Nossa Senhora: “Ó Mãe celeste, se Deus não quer que eu vá a um convento, eu desisto agora desta idéia”. Assim que terminou a oração, Rosa conseguiu se levantar.


Rosa continuava pedindo a Deus que lhe indicasse a que associação religiosa deveria ingressar. Finalmente ela pediu para ser admitida entrar na ordem terceira das dominicanas. E o pedido foi aceito. A partir de então Rosa se vestia com túnica branca e manto negro e levava a vida como a de religiosas, mas os membros viviam em suas próprias casas.


Ganhando Pão Com o Próprio Suor
O pai de Rosa fracassou no negócio de uma mina e a família ficou em grande pobreza. Rosa se dedicou, então, durante várias horas de cada dia a cultivar uma horta e várias horas da noite a fazer costuras para ajudar o orçamento da casa.


Suas Penitências
É difícil encontrar na América outro caso de mulher que fez maiores penitências. A primeira penitência de Rosa era mortificar seu orgulho, seu amor próprio, seu desejo de aparecer e de ser admirada e conhecida.


A segunda penitência de Rosa de Lima foi a dos alimentos. Seu jejum era quase contínuo. E sua abstinência de carne era perpétua. Ela comia o mínimo necessário para não desfalecer de debilidade. Mesmo nos dias de maiores calores ela não tomava bebidas refrescantes de nenhum tipo mesmo que, às vezes, a sede a atormentava. Ela olhava apenas para o crucifixo e recordar a sede de Jesus na cruz para continuar agüentando sua sede, por amor a Deus.


Ela dormia sobre duras tábuas com uma madeira que servia como almofada. Uma vez ela teve desejo de mudar suas tábuas por um colchão e uma almofada, mas ela olhou para o crucifixo e lhe pareceu que Jesus lhe dizia: “Minha cruz era muito mais cruel do que tudo isso”. A partir de então Rosa de Lima nunca mais voltou a pensar em buscar uma leito mai cômodo.


Distintas enfermidades atacaram Rosa de Lima por muito tempo. Quando as pessoas a criticavam por suas demasiadas penitências, lhes respondia: “Se vocês soubessem o formoso que é uma alma sem pecado, estariam dispostos a sofrer qualquer martírio para manter a alma na graça de Deus”.


Os últimos anos Rosa de Lima vivia continuamente num ambiente de oração mística com a mente quase já mais no céu do que na terra. Sua oração e seus sacrifícios e penitências conseguia numerosas conversões de pecadores, e o aumento de fervor em muitos religiosos e sacerdotes. Não é por acaso que o Papa Inocêncio IX dizia: “Provavelmente não teve na América um missionário que com suas pregações alcançou mais conversões do que as conversões que Rosa de Lima obteve com suas orações e suas mortificações” . Na cidade de Lima havia já uma convicção geral de que a moça Rosa de Lima era uma verdadeira santa.


Desde 1614 já cada ano ao chegar a festa de São Bartolomeu (24 de agosto), Rosa de Lima demonstra sua grande alegria. E explica o porquê deste comportamento: “É que numa festa de São Bartolomeu irei para sempre a estar perto do meu Redentor, Jesus Cristo”. E assim sucedeu. No dia 24 de agosto de 1617, depois de terrível e dolorosa agonia, Rosa de Lima expirou com alegria, pois estava indo para estar eternamente com o amaríssimo Salvador. Tinha 31 anos de idade.


Desde pequena Rosa de Lima teve uma grande inclinação para a oração e a meditação. Se os homens soubessem o que é viver em graça (de Deus), não se assustariam com nenhum sofrimento, e padeciam de bom grado qualquer pena porque a graça é o fruto da paciência”, dizia Santa Rosa de Lima.


A graça é aquilo que nos dá alegria. A graça é também a razão principal de nossa coragem. O que foi que Deus respondeu a São Paulo, quando se queixava do aguilhão em sua carne? Deus respondeu: “Basta-te a minha graça” (2Cr 12,9). Todos podem abandonar-nos, também pai e mãe, diz um Salmo, mas Deus nos acolhe sempre (cf. Sl 27,10). Por isso, nós podemos afirmar com o salmista: “A graça e a fidelidade hão de acompanhar-me todos os dias da minha vida” (Sl 23,6).


Ela também ajudava os pobres e os enfermos. No dia em que sua mãe repreendeu Rosa por atender, na casa, pobres e enfermos, Rosa lhe contestou: “Quando servimos aos pobres e aos enfermos, servimos a Jesus. Não devemos nos cansar de ajudar nosso próximo, porque neles servimos a Jesus” (cf. Novo Catecismo no. 2449).


O amor de Santa Rosa de Lima a Deus era tão ardente que, quando falava d’Ele, mudava o tom de sua voz e seu rosto se acendia como um reflexo do sentimento que embargava sua alma. Esse fenômeno se manifestava, sobre tudo, quando Rosa se falava na presença do Santíssimo Sacramento ou quando na comunhão unia seu coração à Fonte de Amor. Na linguagem do evangelho lido na festa desta Santa, Santa Rosa de Lima encontrou sua perola preciosa que é seu amor total por e para Deus.
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O evangelho lido na festa de Santa Rosa de Lima fala do tesouro ou de pérola preciosa. Do ponto de vista de um homem que busca o sentido de sua vida, o tesouro de sua existência ou de sua vida é como uma utopia: não sabe onde está, nem sequer sabe se está em algum lugar ou em nenhum lugar. A busca é um esforço para encontrar algo que não se tem. Quem busca reconhece uma carência de algo. É uma atitude humilde por si mesma.


Nesta busca o homem somente conhece a inquietude de seu coração, porque “onde está teu tesouro, ai estará também teu coração” (Mt 6,21). Um homem que ainda não encontrou seu tesouro fica inquieto e busca incessantemente um sentido para sua vida. O coração errático do homem, sua vontade, pode, nestas circunstancias, fixar-se em qualquer coisa e agarrar-se a ela como se tivesse encontrado seu tesouro. Mesmo assim, ele continua inquieto, pois o tesouro do homem não é qualquer coisa. O homem pode ter tudo, mas se carecer o essencial, ele continuará inquieto.


A busca do Reino de Deus é compreender uma certa carência essencial em nossa vida, carência que nos impulsiona a sair de nós mesmos e não repousará até que encontremos essa realidade que faz completo nosso ser. Por isso, não é a riqueza, nem o êxito, nem o poder, nem a fama, mas o próprio Deus é o tesouro supremo do homem que o faz completo. Escondido no nosso mundo, coberto pela carne crucificada de Jesus de Nazaré, perdido entre os pobres, identificado com eles, está o tesouro do homem. Jesus é o “lugar de Deus”, e o irmão, o próximo é o “lugar” de encontro com Jesus. O próximo se transforma, então, em ocasião de salvação. Não é nada que o homem pode alcançar por si mesmo e somente para si mesmo, pois ele foi feito por Deus e para Deus na convivência fraterna com os outros. Por isso, Santo Agostinho rezava: “... Senhor, inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em Ti” (Confissões I,1). O homem só se encontrará a si mesmo, somente chegará à sua plena realização na medida em que ele buscar e viver e conviver de acordo com o Amor que é Deus (cf. 1Jo 4,8.16).


Somente o Reino de Deus, o Reino de amor, descoberto como o supremo valor da existência, coloca o homem na possibilidade de descobrir o sentido dos restantes bens que se possui. A vida em Deus ou ser filhos e filhas de Deus é um valor incalculável, um dom do céu, e quem desfruta dele, por meio da fé, é um autentico afortunado. A possessão, desta forma, se apresenta como algo relativo. A experiência do amor de Deus relativiza o resto sem desprezar seu valor no seu próprio lugar. A partir deste tesouro que é O Reino de Deus, todo o resto se ordena e adquire o seu valor próprio. Como aquele que encontrou a pérola preciosa foi capaz de colocar todas as demais coisas em uma escala justa de valores, de relativizá-las em relação com a pérola preciosa. E ele o fez com a extrema simplicidade porque, ao ter como pedra de comparação, a pedra preciosa, sabe compreender melhor o valor de todas as demais pedras.  Quem encontrar um valor supremo de sua vida, a experiência de fazer parte da família de Deus em Jesus Cristo não desprezará outros valores, mas colocá-los em seu devido lugar. O bem relativo pode ser, mais ou menos, importante para a satisfação das necessidades humanas, porém, deve ser sempre confrontado com o bem supremo que é a experiência do amor de Deus, a experiência de serem filhos e filhas de Deus. Desta forma, as parábolas do tesouro escondido e a pérola preciosa conectam com a primeira bem-aventurança: “Bem-aventurados os pobres em espírito porque deles é o Reino dos céus” (Mt 5,3).


O homem que encontrou o sentido de sua vida em Deus é um homem alegre e dinâmico, como os dois homens na parábola que encontraram seu tesouro. Por este tesouro, ele é capaz de se desprender de tudo, de se despojar de tudo, de compreender a fraqueza do outro, de perdoar, de reconciliar-se com todos, de ser justo e honesto nos seus negócios, de ser correto e coerente no seu modo de ser, pois sua vida é direcionada por este supremo valor. A busca do Reino de Deus modifica nosso esquema de vida e não pode ser levado adiante sem uma absoluta sinceridade de coração numa serenidade de oração.


Quem se gloria, glorie-se no Senhor. Pois é aprovado só aquele que o Senhor recomenda e não aquele que se recomenda a si mesmo”, escreveu São Paulo aos Coríntios que lemos na Primeira Leitura (2Cor 10,17-18).


Julgar-se melhor do que os outros pode ser uma expressão de vaidade e mentira, mas pode ser também uma franqueza. Para são Paulo as qualidades que uma pessoa tem devem ser usadas ou utilizadas para o serviço e a edificação da comunidade (cf. 1Cor 14,12). São Paula censura quem finge ter qualidades e se faz passar por mestre, sábio ou entendido. Este tipo de pessoa engana a comunidade, pois vive para aparecer e não para edificar a comunidade. Todas as qualidades ou dons têm sua origem em Deus e por isso, temos que colocá-los para a edificação da comunidade e não para a autopromação.


P. Vitus Gustama,svd

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