sábado, 13 de outubro de 2018

15/10/2018
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O CRISTÃO É LIBERTADO PARA SER SINAL DO AMOR MISERICORDIOSO DE DEUS NESTE MUNDO
Segunda-Feira Da XXVIII Semana Comum

Primeira Leitura: Gálatas 4,22-24.26-27.31-5,1
Irmãos, 4,22 está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre. 23 Mas o filho da escrava nasceu segundo a carne, e o filho da livre nasceu em virtude da promessa. 24 Esses fatos têm um sentido alegórico, pois essas mulheres representam as duas alianças: a primeira, Hagar, vem do monte Sinai; ela gera filhos para a escravidão. 26 Porém, a Jerusalém celeste é livre, e é a nossa mãe. 27 Pois está escrito: “Rejubila, estéril, que não dás à luz, prorrompe em gritos de alegria, tu que não sentes as dores do perto, porque os filhos da mulher abandonada são mais numerosos do que os da mulher preferida”. 31 Portanto, irmãos, não somos filhos de uma escrava; somos filhos da mulher livre. 5,1 É para a liberdade que Cristo nos libertou. Ficai pois firmes e não vos deixeis amarrar de novo ao jugo da escravidão.


Evangelho: Lc 11,29-33
Naquele tempo, 29 quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. 30 Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31 no dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará juntamente com os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria do Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. 32 No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas”.
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Somos Libertados Por Jesus Para Ser Livres


É para a liberdade que Cristo nos libertou. Ficai pois firmes e não vos deixeis amarrar de novo ao jugo da escravidão”, escreveu são Paulo aos Gálatas.


O tema envolvido no texto de hoje já conhecemos: a luta de são Paulo contra os judaizantes que se aferram à Lei, à Torá do Antigo Testamento e, portanto, recusam, implicitamente, o Evangelho de Jesus pregado por são Paulo aos Gálatas.


No texto da Primeira Leitura, são Paulo usa uma comparação que ele considera como alegoria: “Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre”. Hagar, a mãe de Ismael, era mulher escrava, serva de Abraão. Sara, a mãe de Isaac, era mulher livre, esposa de Abraão. Isamel nasceu da escravidão, mas Isaac nasceu livre. Isaac não nasceu segundo a natureza, mas, antes, contra a natureza, isto é, fruto da promessa de Deus, apesar da impossibilidade de Sara ter filho na sua idade avançada: Abraão tinha cem anos de idade e Sara, que era estéril, tinha mais de noventa anos de idade. Na Carta aos Hebreus lemos: “Foi pela fé que também Sara, apesar da idade avançada, se tornou capaz de ter descendência, porque considerou fiel o autor da promessa” (Hb 11,11). Sublinha-se aqui a palavra “promessa”. Ismael nasceu segundo a natureza, mas Isaac nasceu contra a natureza, sobrenaturalmente, por meio de uma promessa excepcional de Deus.


Para são Paulo, se Isaac nasceu de uma promessa de Deus e de uma mulher livre, logo os verdadeiros descendentes de Abraão não são físicos, e sim espirituais; não são escravos e sim livres. Os verdadeiros filhos de Abraão são aqueles que creem no que creu Abraão e obedecem como Abraão obedeceu (Cf. Jo 8,31-44). Este é o argumento de são Paulo em Gl 3, isto é, que a bênção prometida de Abraão não é dos judeus como tais, os descendentes de Abraão segundo a carne e sim dos crentes, quer judeus, quer gentios (Cf. Gl 3,14). Além disso, “Se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão, e herdeiros da promessa” (Gl 3,29; Cf. Rm 4,16). Não podemos declarar que somos descendentes de Abraão, se não pertencemos a Cristo. Já não dependemos da Lei antiga: “É para a liberdade que Cristo nos libertou. Ficai pois firmes e não vos deixeis amarrar de novo ao jugo da escravidão”. Todos são escravos por natureza, até que no cumprimento da promessa de Deus sejam libertados. Voltar a seguir servilmente a Lei do Antigo Testamento é voltar a cair na escravidão.


É para a liberdade que Cristo nos libertou. Ficai pois firmes e não vos deixeis amarrar de novo ao jugo da escravidão”.


Uma das maiores lições que podemos aprender do próprio Jesus é sua admirável liberdade interior: livre das tentações que lhe podem vir do povo (quer fazê-lo rei), de sua família, das autoridades, de seus discípulos, do afã de possuir e mandar, das interpretações escravizantes dos judeus da época. Ser livres significa que vivemos nossa fé cristã com coerência, com fidelidade, mas não movidos pelo interesse ou pelo medo, e sim pelo amor e pela convicção. Por isso, não se trata aqui do arbítrio nem daquela libedade que seja evasão da ordem e da responsabilidade. Não há liberdade sem a ordem e sem a verdade, sem a bondade e sem o amor. “Deus é a liberdade em plenitude, porque é a verdade plena, a bondade completa e o amor total. ... A liberdade dos filhos de Deus não é uma liberdade qualquer, mas a virtude que torna possíveis todas as virtudes” (Bernhard Häring). Quando somos libertados do pecado que nos escraviza, somos libertados de todas as suas consequências.


Quem se sente mais filho ou filha de Deus, deve aprofundar mais na humildade e simplicidade de vida, e mais se entregará na gratuidade aos demais, sobretudo, aos mais necessitados. Esta é a lei do amor e da filiação que nunca engana.


Ser Cristão É Ser Sinal Do Amor Misericordioso De Deus No Mundo


Os judeus pedem a Jesus um sinal para demonstrar que Ele é verdadeiramente o Messias. Ao pedir um sinal a Jesus, eles renovam a tentação do deserto. Eles exigem que Jesus proporcione uma prova palpável ou experimental na ordem das coisas materiais. Por isso, Jesus usa a expressão “esta geração é uma geração má”. Esta expressão recorda a geração do deserto que tentou Deus (cf. Ex 15,22-16,36). Exigir sinal ou prova que sirva para autorizar Jesus e sua chamada à conversão manifesta claramente uma indisposição para mudar de vida. A raiz desta equivocada exigência de um sinal é o egoísmo, um coração impuro, que unicamente espera de Deus o êxito pessoal, a ajuda necessária para absolutizar o próprio eu. Esta forma de religiosidade representa a recusa fundamental da conversão. Quantas vezes nós somos escravos do sinal de êxito!


“Nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas”, diz Jesus. Jonas era um desconhecido para os ninivitas (Nínive era a capital do reino assírio). Ao chegar nessa capital Jonas conclamou o povo para a conversão. Apesar de Jonas ser estrangeiro, desconhecido e sem qualquer credencial para a missão profética, mas por causa do poder divino de suas palavras, o povo acreditou e se converteu.


E aqui está quem é maior do que Jonas”, Jesus acrescenta. Jesus é maior porque Ele é a própria Palavra de Deus (Jo 1,1) que se tornou carne (Jo 1,14). Só Jesus tem as palavras da vida eterna (Jo 6,68). Jesus é maior porque Ele é a ressurreição e a vida (Jo 11,25; cf. o 14,6). Se Jesus é a vida de nossa vida, será ridículo pedir a Ele outro sinal, pois a nossa vida fala por si de Jesus através do qual tudo foi criado (Jo 1,3-4). O próprio Jesus, a pessoa de Jesus, em sua palavra e em sua inteira personalidade, é sinal para todas as gerações.


O outro maior sinal que Deus nos dá é a sua misericórdia. Jesus se aproxima dos pobres, dos marginalizados e dos pecadores. Em Jesus eles encontram o Deus misericordioso. Não existe maior milagre do que reconstruir interiormente um ser humano. Quem não tem olhos para a misericórdia, continuará a pedir a Jesus milagres que o fazem acreditar. Diante deste tipo de pessoa Deus permanecerá calado. A misericórdia tem sempre a grande atração de fazer-nos semelhantes a Deus e de sermos sinais de seu amor para este mundo.


É preciso que o homem supere o espaço das coisas físicas, do tangível para poder se situar no ambiente divino a fim de poder ser redimido. Ao superar esse espaço o homem pode alcançar a certeza própria das realidades mais profundas e eficazes: as realidades do Espírito. Este caminho se chama fé que consiste em saber se superar e abandonar.


A exigência de uma demonstração física, de um sinal que elimine qualquer dúvida, no fundo, esconde a recusa da fé e do amor, pois o amor, na sua essência, é um ato de fé, um ato de entrega de si mesmo, pois “Deus é amor” (1Jo 4,8.16). Atrás dessa exigência se esconde a miopia de um coração demasiado centrado na busca do poder físico, da possessão, do ter, poder que tem sua característica histórica, pois tem seu inicio e seu fim.


Como os ninivitas, precisamos fazer o jejum para ter maior abertura a Deus. Fazer jejum significa saber renunciar a algo e dá-lo aos demais; é saber controlar nossas apetências; é saber nos defender com liberdade interior das contínuas urgências do mundo de consumismo. Jejuar é purificador. Jejuar não seria privar-se de tudo e sim usar moderação em tudo, isto é, ser sóbrios. Jejum supõe um grande domínio de si, de disciplina de olhos, de mente e da imaginação. A falta de sobriedade é uma das causas pelas quais se obscurecem e se debilitam as melhores iniciativas e decisões de um cristão. A sobriedade é certamente uma garantia da capacidade de orar e de apreciar o Espírito Santo. Com a renúncia às coisas Cristo nos chama à alegria, a uma alegria profunda, nascida da paz da alma.  Precisamos rezar sem cessar para estar em sintonia com a vontade de Deus e a abertura para o próximo. Precisamos fazer caridade, dividindo aquilo que temos com aqueles que não têm nada para sobreviver. E que Deus nos conceda a graça de ter um coração renovado em Cristo, de tal forma que sejamos um sinal de seu amor para todos e possamos, assim, ser linguagem crível do Senhor, não somente com nossas palavras, mas com uma vida integra moldada aos ensinamentos de Cristo.
P. Vitus Gustama,svd

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