AMOR: BASE DE TODO
SEGUIMENTO E DE TODA ÉTICA E MORAL
Quarta-feira, 07 de Novembro de 2012
Textos: Rm 13, 8-10; Lc. 14, 25-33
Naquele tempo, 25grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: 26“Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo. 28Com efeito: qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, 29ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: 30‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’ 31Ou ainda: Qual o rei que, ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? 32Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz. 33Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!”
A moral cristã é uma moral simples
que tem seu grande ponto de referência no amor ao próximo: “Não fique devendo a
ninguém, a não ser o amor mútuo, pois quem ama o próximo está cumprindo a Lei.
O amor é o cumprimento perfeito da Lei”, diz São Paulo aos romanos (Rm
13,8.10). Todos os preceitos da ética cristã ficam profundamente condicionados
pelo preceito do amor ao próximo. Por isso, uma falta contra qualquer dos
preceitos se descobre como uma falta contra a lei do amor. Todas as injustiças
são conseqüência da falta de amor. Na ausência do amor mútuo, outras leis
começarão a prevalecer a fim de proteger os bons, os justos, os corretos e os
honestos. Para os justos, os bons, os honestos, os que têm amor no coração não
necessitariam de nenhuma lei.
Amar, não tem término. Há que
avançar sempre no amor para alcançar o Deus de amor (1Jo 4,8.16). Amor é um
grande desafio de cada dia, pois ele é essencial para os seres humanos e sua
convivência diária a fim de chegar à sua plenitude. Por ser essencial, tudo
deve partir dele e nele tudo deve terminar. Quando cumprirmos as leis civis,
diremos que estamos dentro da lei. Mas o amor é uma “chamada” dirigida a todos
para que o ser humano seja mais humano a fim de ser mais divino.
A partir do amor podemos entender o
seguimento renunciante de Jesus, que nos recorda a passagem do evangelho lida
neste dia. Para ser um verdadeiro cristão é preciso aprender a renunciar a
muita coisa na vida. Renunciar não é um ato negativo e sim uma opção por aquilo
que é superior na escala de valores. Cada renúncia supõe o amor. Se cada
renúncia não se complementa por, com e no amor, a renúncia pode se converter em
anti-entrega. Somente o amor é que transforma qualquer renúncia em doação
gratificante.
A adesão a Jesus leva cada pessoa
ou cada cristão a um comportamento novo diante de todas as coisas e diante de
todas as pessoas, inclusive diante das pessoas que tem uma ligação afetiva.
Para ser seus discípulos, Jesus não
nos pede que cumpramos os mandamentos, ou que sejamos bons. Tudo isso é
necessário. Jesus nos pede que sejamos absolutamente disponíveis. Ser discípulo
de Jesus não é somente ser bom, pois todos têm que sê-lo independentemente de
ser ou de não ser cristão. Ser discípulo de Jesus é ser diferente, por ser
disponível e pronto para renunciar a tudo pelo valor superior. Ser cristão é
sério e difícil. Por isso, muitos caminham com Jesus, mas poucos chegam a ser
discípulos.
Nesta Eucaristia ou celebração, o
Senhor nos manifesta quanto nos ama, dando sua vida por nós todos, e
fazendo-nos participes da Vida que Ele recebeu do Deus Pai. Em seu amor por
nós, Jesus carregou sobre si nossos pecados para nos redimir. Por isso, ele se
converteu para nós no Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Entremos em
comunhão de vida com Ele e estejamos dispostos a ir atrás de suas pecadas,
carregando nossa cruz de cada dia. Carreguemos nossa cruz de cada dia, sendo
fieis à missão que o Senhor nos confiou de anunciar seu Evangelho de salvação.
Sejamos um evangelho encarnado do amor de Deus para os demais. Vivamos fazendo
o bem para todos.
Vitus Gustama, SVD
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