terça-feira, 21 de agosto de 2018

27/08/2018
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VIVER COERENTEMENTE E NA FÉ, NA ESPERANÇA E NO AMOR
Segunda-Feira da XXI Semana Comum


 
MEMÓRIA DE SANTA MÔNICA


Primeira Leitura: 1Ts 1,1-5.8b-10
1 Paulo, Silvano e Timóteo, à Igreja dos Tessalonicenses reunida em Deus nosso Pai e no Senhor Jesus Cristo: a vós, graça e paz! 2 Damos graças a Deus por todos vós, lembrando-vos sempre em nossas orações. 3 Diante de Deus, nosso Pai, recordamos sem cessar a atuação da vossa fé, o esforço da vossa caridade e a firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo. 4 Sabemos, irmãos amados por Deus, que sois do número dos escolhidos. 5 Porque o nosso evangelho não chegou até vós somente por meio de palavras, mas também mediante a força que é o Espírito Santo; e isso com toda a abundância. Sabeis de que maneira procedemos entre vós, para o vosso bem. 8b A vossa fé em Deus propagou-se por toda parte. Assim, nós já nem precisamos falar, 9 pois as pessoas mesmas contam como vós nos acolhestes e como vos convertestes, abandonando os falsos deuses, para servir ao Deus vivo e verdadeiro, 10 esperando dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos: Jesus, que nos livra do castigo que está por vir.


Evangelho: Mt 23,13-22
Naquele tempo, disse Jesus: 13 “Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós fechais o Reino dos Céus aos homens. Vós porém não entrais, 14 nem deixais entrar aqueles que o desejam. 15 Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós percorreis o mar e a terra para converter alguém, e quando conseguis, o tornais merecedor do inferno, duas vezes pior do que vós. 16 Ai de vós, guias cegos! Vós dizeis: ‘Se alguém jura pelo Templo, não vale; mas, se alguém jura pelo ouro do Templo, então vale!’ 17 Insensatos e cegos! O que vale mais: o ouro ou o Templo que santifica o ouro? 18 Vós dizeis também: ‘Se alguém jura pelo altar, não vale; mas, se alguém jura pela oferta que está sobre o altar, então vale!’ 19 Cegos! O que vale mais: a oferta, ou o altar que santifica a oferta? 20 Com efeito, quem jura pelo altar, jura por ele e por tudo o que está sobre ele. 21 E quem jura pelo Templo, jura por ele e por Deus que habita no Templo. 22 E quem jura pelo céu, jura pelo trono de Deus e por aquele que nele está sentado”.
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Viver No Amor, Na Fé e Na Esperança


Damos graças a Deus por todos vós, lembrando-vos sempre em nossas orações. Diante de Deus, nosso Pai, recordamos sem cessar a atuação da vossa fé, o esforço da vossa caridade e a firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo”, escreveu São Paulo aos tessalonicenses que lemos na Primeira Leitura.


Depois de nove semanas em que lemos a história de Israel nos livros do Antigo Testamento, hoje passamos para o Novo Testamento, especialmente a Primeira Carta de São Paulo aos tessalonicenses que vamos acompanhar esta semana.


A Primeira Carta aos tessalonicenses é o escrito mais antigo que se conserva do NT datado para o ano 51 ou 52 de nossa época, apenas vinte anos depois da morte de Jesus. Na mesma época as tradições evangélicas eram divulgadas oralmente; não foram escritas ainda. Nas primeiras cartas de São Paulo já se respiram e resumem as mensagens dos evangelhos. A Primeira Carta aos tessalonicenses é, de fato, o primeiro document escrito da fé cristã.


No texto da Primeira Leitura de hoje São Paulo nos apresenta três coisas essenciais e fundamentais para a vida cristã. Primeiro, é preciso trabalhar inspirado na fé. A fé é um dom e ao mesmo tempo é a tarefa que Deus deu para cada fiel. Cada fiel precisa trabalhar em nome de Deus. Trabalhar com a fé é trabalhar com Deus. Trabalhar com Deus sempre tem seu final feliz apesar das dificuldades. A fé é a manifestação do desejo da vida eterna, a manifestação do desejo da plenitude para o homem. A condição é simples: aceitar Jesus Cristo e viver seus ensinamentos diariamente.


Em segundo lugar é necessário trabalhar por amor. Por amor Deus nos chama à vida, por amor Deus nos enviou seu Filho (Jo 3,16) e por amor Deus continua nos oferecendo sua amizade que é para nós fonte de vida e de todo bem apesar de nossas contínuas traições.  Por isso, trabalhar por amor e com amor é um trabalho divino, um trabalho glorioso. Deus nos criou em Jesus Cristo para que nos dediquemos às boas obras.


Em terceiro lugar, é preciso trabalhar com paciência, pois há a esperança para uma vida melhor em Deus. Segundo Aristóteles a esperança é “sonho de quem está acordado”. A esperança cristã não é um sonho, mas é a realidade porque é baseada na ressurreição de Jesus Cristo. Desta forma, a fé em Cristo transforma a esperança em confiança e certeza; e a esperança torna a fé em Cristo ampla e lhe dá vida. Por isso, São Paulo nos relembra com esta frase: “Cristo é nossa esperança” (Col 1,27). “A fé que mais me agrada é a esperança” (Charles Peguy). É verdade porque na esperança, a fé abre novos caminhos no coração das pessoas e tende a realizar um mundo novo. Por isso, a esperança é o maior desafio de cada dia porque tendemos a ver tudo escuro.


Somos Chamados a Viver Na Autenticidade


O capítulo 23 do Evangelho de Mateus é, sem dúvida nenhuma, uma das páginas mais duras do Novo Testamento. Quem o lê fica impressionado, sobretudo, com a linguagem dura de Jesus. Neste capítulo, o evangelista Mt inicia com uma introdução (vv.1-12) para um extenso discurso que Jesus pronuncia contra os líderes religiosos da sua época (vv.13-36) como conseqüência de um longo enfrentamento com eles (Mt 21-22). Estes ataques completam a obra dos profetas contra a falsa religiosidade. As palavras são duras porque o perigo que é denunciado é grave. E a validade da denúncia profética que ouvimos dos lábios de Jesus, neste capítulo, não perde sua atualidade, pois seu alcance é universal. O “fariseu”, a quem Jesus dirige suas palavras duras e sua denúncia, é personagem típico, representa um paradigma de comportamento oposto ao Evangelho.


Neste capitulo 23 Mt nos apresenta os chamados “ais” de Jesus contra os escribas e fariseus ou lamentações que Mateus coloca depois de Jesus ter proclamado as bem-aventuranças no Sermão da Montanha (cf. Mt 5,1-12).


“Ai de vós...!”, assim Jesus se dirige aos escribas e fariseu neste capitulo. Entre os versículos 13 a 33 do texto há sete “ais”. Nestes “AIS” Jesus denuncia a hipocrisia dos fariseus e escribas. João Batista e Jesus anunciam o Reino de Deus (Mt 3,2; 4,17), mas os letrados (escribas e fariseus) usam sua autoridade para impedir que o povo de Deus aceite a mensagem de João Batista e de Jesus, porque os próprios letrados recusam toda a mensagem dos dois (cf. Mt 11,18-19). Jesus os escribas e fariseus como “sábios e entendidos” para os quais se esconde o desígnio de Deus (cf. Mt 11,25-26). Por sua responsabilidade, os escribas e os fariseus deveriam facilitar o povo de Deus para entrar no Reino de Deus. Porém, de fato, eles estão longe da prática. Como na sociedade, muitos são chamados de Vossa Excelência, mas há poucos que têm o comportamento excelente (ética e moral).


A palavra grega “Quai” (ai de vós) é uma onomatopéia (onomatopéia é a formação de uma palavra a partir da reprodução aproximada, com os recursos de que a língua dispõe; de um som natural a ela associado: p.ex.: pum, tiquetaque, atchim, chuá-chuá, zunzum). “Quai” ou “ai de vós!” não é uma maldição e sim expressa uma profunda dor, uma indignação, uma ameaça profética. Jesus está triste e indignado com a atitude e o modo de viver incoerente dos fariseus e dos escribas e que não levam em conta a importância da pessoa humana e os valores essenciais da vida humana.


Jesus é “manso e humilde de coração” (Mt 11,29). Mas quando se trata de defender um certo numero de valores essenciais Jesus se faz bastante bravo, como uma mãe ou um pai que chama atenção do filho ou da filha duramente quando este/esta não leva a sério as coisas importantes para sua vida. Por isso, há que escutá-Lo.


Chama nossa atenção de que com as pessoas normais, por humildes e pecadoras que elas sejam, Jesus não se apresenta tão duro (cf. Mt 11,25-30 etc.). Mas com os que são guias do povo ou constituídos em autoridade, a sentença de Jesus é mais severa pela falta de autenticidade e da hipocrisia desses guias ou dirigentes: ”Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Ai de vós, guias cegos!”.


Jesus critica duramente os dirigentes ou os responsáveis pela vida do povo. Nós que temos alguma responsabilidade na vida da família ou no campo da educação, da política ou da comunidade eclesial, temos maior obrigação de dar exemplo aos demais, de não levar uma vida dupla (entre o que ensinamos e o que logo fazemos), de não ser exigentes com os demais e tolerantes com nós mesmos (duas medidas para o mesmo peso), de não ser como os hipócritas que apresentam por fora uma fachada, mas por dentro uma podridão.


As acusações de Jesus são muito atuais. Por isso temos que aplicá-las para nós mesmos, pois dentro de cada um de nós pode estar escondido um pequeno ou grande fariseu. Eu preciso fazer um exame sério de consciência: Que atitudes farisaicas eu descubro em mim? Preciso responder sinceramente se eu também entro na categoria de “guias cegos e néscios”, se busco mais vaidade do que o bem de todos ou a glória de Deus, se eu matei o Espírito com uma casuística exagerada?!


Através de muitos “ais”, Jesus critica duramente a hipocrisia dos escribas e fariseus que dizem e não fazem, ensinam, mas não praticam. A hipocrisia é complexa: os mesmos hipócritas são as primeira vitimas de sua vaidade religiosa, caem na mesma armadilha de sua vanglória. Jesus critica duramente os escribas e fariseus porque não convertem os homens ao verdadeiro Deus e sim a suas próprias idéias fazendo deles fanáticos do legalismo e impedindo os homens de entrar no Reino pela mesma intransigência legalista.


A pessoa que tem a atitude de hipocrisia, simulando virtudes, nobres sentimentos e boas qualidades, engana as outras pessoas no intuito de conquistar a estima delas. O recurso ao fingimento visa obter louvores por uma virtude que ela não possui.  Ela é habilidosa em camuflar-se. Ela faz questão de parecer boa. Ao constatar sua perversidade interior, incapaz de confessá-la e corrigi-lá, ela se refugia na simulação de possuir a virtude. Ela não se preocupa em ser boa, mas em apropriar-se daqueles indícios que a fazem parecer como tal.


Uma das virtudes humanas mais apreciadas pela maioria das pessoas é, sem dúvida nenhuma, a coerência de vida. Na própria vida de Jesus podemos ver um grande exemplo de coerência humana, pois Ele atua como prega. As palavras de Jesus não ultrapassam sua atuação. Vivamos para que nossa palavra e a prática sejam niveladas. Será melhor, se tivermos mais ação do que palavra, pois as palavras movem enquanto que o exemplo arrasta (Verba movent, exempla trahunt, diz o ditado latim).


Os seguidores de Cristo são alertados a considerar tal comportamento incompatível com a sua opção. O exibicionismo e a hipocrisia devem ser combatidos com o espírito de simplicidade e humildade. Isto exigirá de todos nós cultivar uma atitude de fraternidade e igualdade. A atitude que convém ao discípulo consiste em fazer-se servidor de seu semelhante, num gesto de amor de gratuidade.


Todos nós somos chamados a ser de Cristo e a viver como Cristo. Não fechemos a porta do Reino para aqueles que não são de nossa condição social, econômica ou cultural ou que não pensam como nós. Nossas palavras não ultrapassem nossa atuação. Que seja mais ação do que pregação. Não sejamos escândalos para os outros. Ganhemos todos para Cristo e para ser novos parceiros do bem e não para que sejam de nosso grupo egoísta.


É curioso sentir o tom distinto que tem as leituras deste dia. Na primeira (2Ts 1,1-5.11-12) São Paulo dá graças pela fé dos tessalonicenses. No Evangelho (Mt 23,13-22) Jesus reprova a falta da autenticidade, e a hipocrisia dos dirigentes religiosos de Israel. Na Igreja e em cada um de nós, também há momentos, situações e atitudes que provocam as duas coisas: dar graças por tudo de bom na nossa vida. E há momentos em que precisamos parar para reconhecer nossos pecados antes que eles destruam nossa vida. Esses dois momentos nos ajudam a crescer como ser humano, como irmão dos outros e como filhos e filhas de Deus. Que bom seria recordarmos esses dois momentos todos os dias. Nosso Deus, o Deus da vida, o Deus de Jesus Cristo, o Deus Pai Nosso é glorificado quando vivemos de verdade sem medos nem mediocridades nem retaguardas e assim por diante. Um cristão vivo nesta maneira será capaz de dar vida ali onde se encontra. Somente assim se pode anunciar com verdade que temos uma Boa Notícia para dar ao mundo, porque o Filho de Deus não veio para nos julgar e sim para dar vida e a vida em abundância (cf. Jo 10,10).


Você tem seus momentos de ação de graças e momentos de reconhecer suas fraquezas na sua vida diária?
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SANTA MÔNICA

(27/08)      
Celebramos hoje a memória de Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho (a festa de Santo Agostinho no dia 28 de agosto). Ela nasceu em Tagaste, África, em 331, de uma família cristã. Ainda muito jovem casou-se com Patrício, legionário pagão, com quem teve três filhos: Agostinho, Navígio e uma filha (que morreu como superiora do mosteiro de Hipona, em 424).


A vida de Mônica não foi muito tranqüila, mas terminou feliz. Em primeiro lugar, ela teve aflições pelo marido. Ela suportou infidelidades conjugais, sem jamais hostilizar, demonstrar ressentimento contra o marido por isso. Além disso, o marido era um homem de comportamento esquentado. Mônica se mostrava calma e paciente por causa de sua vida espiritual profunda. “Depois que ele se refazia e acalmava, ela procurava o momento oportuno para mostrar-lhe como se tinha irritado sem refletir”, escreveu Santo Agostinho sobre sua mãe, Mônica, diante do marido, Patricio (Confissões, IX,19). Era assim que ela conquistava o marido.  O que tem por trás disso é a fidelidade de Mônica a Deus dia a dia. Por isso, Mônica teve a consolação de levar o marido à fonte batismal em 371, um ano antes da morte dele.


Após a morte do marido, Patrício, Mônica se viu sozinha diante da conduta desordenada do filho Agostinho, que aos 16 anos abandonou a vida digna de um filho de Deus. Trata-se de outra aflição que Mônica tinha. Agostinho era um filho rebelde à graça de Deus, inteligente, mas indiferente. Por ele, Mônica rezou e chorou. Ela suplicou a Deus com insistência e não cansou de pedir a ajuda das pessoas sábias. Um dia ela pediu o conselho do bispo Ambrosio de Milão (festa 07/12). Dele ela recebeu esta resposta: “Vai em paz, mulher, e continua assim; não te preocupes, contenta-te com rezar por ele; é impossível que perca o filho de tantas lagrimas”. Esse pensamento se expressa na coleta da festa: “Ó Deus, consolação dos que choram, que acolhestes, as lagrimas de Santa Mônica pela conversão de seu filho, Agostinho....”. Mônica mais uma vez alcançou a graça de ter conseguido de Deus a conversão de Agostinho. Agostinho recebeu o batismo em 387.


Mônica e Agostinho passaram juntos o verão na Itália, aguardando a partida de Mônica para a África. As últimas palavras de Mônica para Agostinho eram estas: “Meu filho, quanto a mim, não existe nada que me atraia nesta vida. Nem sei mesmo o que estou fazendo aqui, e por que ainda existo. Uma única coisa que me fazia desejar viver ainda um pouco era ver-te cristão antes de eu morrer. Deus me concedeu algo mais e melhor: ver-te desprezar as alegrias terrenas e só a Ele (Deus) servir. O que faço ainda aqui?”. E dentro de pouco tempo ela morreu (em Óstia) antes de embarcar de volta à pátria. Era o ano de 387 e tinha 55 anos de idade.


Agostinho ficou tão admirado pela virtude de sua mãe, Mônica, até chegou a escrever: “Não quero calar os sentimentos que me brotam na alma a respeito de tua serva, que me deu a vida temporal segundo a carne e que, pelo coração, fez-me nascer para a vida eterna”. (Confissões IX, 17). No seu livro “Confissões”, Agostinho dedicou o cap. IX para falar da virtude de sua mãe, Mônica.


Creio que muitas mães de hoje, que sofrem pela mesma causa ou outras causas, vêem-se em Santo Mônica e se identificam com ela. Mônica quer dar a mensagem de esperança para todas as mães sofredoras que continuem a acreditar em Deus e permaneçam na oração serena mesmo com choro de tristeza. E o próprio Jesus afirma: “E Deus, não faria justiça a seus eleitos que clamam a Ele dia e noite, mesmo que os faça esperar?” (Lc 18,7).
P. VitusGustama,SVD

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