terça-feira, 24 de novembro de 2020

27 de Novembro de 2020- A PALAVRA DE DEUS PERMANECE PARA SEMPRE

VIVER CONFORME A PALAVRA DE DEUS QUE NÃO CONHECE A CADUCIDADE

 

Sexta-Feira da XXXIV Semana Comum

Adventistas Sudeste - Classe Biblica - Episódio 07 | FacebookNOVO ESTUDO DO APOCALIPSE: TEMA 16 | Um reinado de Mil AnosBLOG EXPLICANDO A BÍBLIA : AS ESCRITURAS / BÍBLIA /JESUS / Como a Bíblia  Chegou Até Nós.O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.

 

Primeira Leitura: Apocalipse 20,1-4.11-21,2

Eu, João, 20,1 vi um anjo descer do céu. Nas mãos tinha a chave do Abismo e uma grande corrente. 2 Ele agarrou o Dragão, a antiga Serpente, que é o Diabo, Satanás. Acorrentou-o por mil anos 3 e lançou-o dentro do Abismo. Depois, trancou e lacrou o Abismo, para que o Dragão não seduzisse mais as nações da terra, até que terminassem os mil anos. Depois dos mil anos, o Dragão deve ser solto, mas por pouco tempo. 4 Vi então tronos, e os seus ocupantes sentaram-se e receberam o poder de julgar. Vi também as almas daqueles que foram decapitados por causa do Testemunho de Jesus e da Palavra de Deus e aqueles que não tinham adorado a besta, nem a imagem dela, nem tinham recebido na fronte ou na mão a marca da besta. Eles voltaram a viver, para reinar com Cristo durante mil anos. 11 Vi ainda um grande trono branco e aquele que estava sentado nele. O céu e a terra fugiram da sua presença e não se achou mais o lugar deles. 12 Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, em pé diante do trono. Foram abertos livros, e mais um outro livro ainda: o livro da vida. Então foram julgados os mortos, de acordo com sua conduta, conforme está escrito nos livros. 13 O mar devolveu os mortos que se encontravam nele. A morte e a morada dos mortos entregaram de volta os seus mortos. E cada um foi julgado conforme sua conduta. 14 A morte e a morada dos mortos foram então lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte: o lago de fogo. 15 Quem não tinha o seu nome escrito no livro da vida foi também lançado no lago de fogo. 21,1 Vi então um novo céu e uma nova terra. Pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. 2 Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus, vestida qual esposa enfeitada para o seu marido.

 

Evangelho: Lc 21,29-33

29 Jesus contou-lhes uma parábola: “Olhai a figueira e todas as árvores. 30 Quando vedes que elas estão dando brotos, logo sabeis que o verão está perto. 31 Vós também, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto. 32 Em verdade, eu vos digo: tudo isso vai acontecer antes que passe esta geração. 33 O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.

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Ser Fiel Até a Vitória Final Em Deus

 

O texto da Primeira Leitura de hoje (Ap 20,1-4.11-21,2) se encontra na seção de Ap 19,11-22,5 onde se fala da visão apocalíptica do futuro. Nesta seção falam-se do juízo de Satanás e do Reino dos mil anos (Ap 20,1-10). Satanás é ancarecerado por mil anos (Ap 20,1-3) e como o centro é Reino dos mil anos (Ap 20,4-6). Fala-se também do juízo dos mortos, da morte e do lugar dos mortos(Ap 20,11-15) onde Deus está sentado no trono branco (Ap 20,11). Por fim, fala-se do futuro da história: Novo Cé, Nova Terra, Nova Jeusalém.

 

O texto da Primeira Leitura de hoje fala, em primeiro lugar da história de Satanás (Ap 20,1-3.7-10). “Satã” ou “Satanás” é palavra hebraica que significa “adversário”, “opositor malvado”, que em grego é “diáblos”: o “falsificador”, o “enganador”, o “causador da desunião”. A função de Satanás é a deseduzir, enganar, extraviar. Satanás seduz as nações de toda a terra e as reúne para a guerra (pólemos).

 

No livro de Apocalipse de João temos várias etapas da história de Satanás. Primeira, Satanás no céu que não consegue matar o Messias no momento de seu nascimento (Ap 12,1-6). Segunda, Satanás arremessado do céu para a terra. Miguel, símbolo dos mártires, derrota Satanás (Ap 12,7-12). Terceira, Satanás na terra que persegue diretamente a comunidade cristã, porém não consegue destruí-la (Ap 12,13-17). Quarta, Sataná é arremessado da terra para o abismo por mil anos,  e é solto por um tempo e em seguida é aniquilado (Ap 20,1-3 e 7-10). Esta narrativa é que temos na Primeira Leitura de hoje.

 

Vemos nesta hisória uma inclusão histórica. Por poderoso que pareça ser o Satanás, no fim será derrotado por Deus nos seus crentes fieis. Através da queda de Satanás o autor quer mostrar o otimismo histórico do livro de Apocalipse. Crer em Deus e viver de acordo com seus mandamentos é uma garantia da vitória final sobre todos os tipos de adversário contra Deus.

 

O anjo que desceu do céu de Ap 20,1, que lemos no texto de hoje, nos lembra o anjo de Ap 10,1 e de Ap 18,1.21. O anjo aqui representa simbolicamente a ação transcendente de Deus na história humana. Não há adversário por poderoso que pareça ser que seja capaz de encarar o próprio Deus. Nisto entendemos a afirmação de são Paulo aos Romanos: “Se Deus está conosco, quem estará contra nós?” (Rm 8,31b).

 

O juízo de Deus, segundo o texto da Primeira Leitura, começa pelo aniquilamento do Mal através de uma cena descrita por João como uma grande Audiência: a sede, o juiz, os documentos, os acusados. Esse quadro é muito solene. A vida humana não é um jogo nem uma simulação, pois Deus nos fez responsáveis. Cabe a nós procurar meios para vivermos com responsabilidade durante nossa passagem neste mundo. Deus pedirá contas disso. A salvação ou a condenação não são uma fantasia injusta de Deus: neste momento, HOJE, estamos construindo o Juizo, porque nossa vida, nossos gestos, nossas palavras de HOJE, nossos compromissos e nossas recusas de HOJE  estão sendo escritos nos livros de Deus. A humanidade caminha para sua novidade: para novo céu e nova terra, para Nova Jerusalém: “Eu vi a Cidade Santa, a nova Jerusalém”.

 

Depois da grande batalha entre o bem e o mal, chegou o tempo de separar o trigo do joio, a ovelha do cabrito, o peixe bom do peixe não comestível. O destino dos fieis é a Nova Jerusalém com a ajuda de Cristo a sua luta contra o mal. Sejamos fieis aos ensinamentos de Jesus para que experimentemos a coroa da vitória final.

 

Quem Vive Com Deus Vive Para Sempre

 

Continuamos a acompanhar o discurso escatológico ou apocalíptico de Jesus na versão do evangelho de Lucas (Lc 21,5-36). É um discurso que Jesus faz antes de sua morte iminente em Jerusalém. Jesus acabou de anunciar, no texto do evangelho do dia anterior, sobre o fim de Jerusalém e simbolicamente sobre o fim do mundo, e a parusia (segunda vinda do Senhor). O que para muita gente aparece como uma destruição e um juízo terríveis, para os que vivem de acordo com a Palavra de Deus, pelo contrário, deve aparecer como o começo da verdadeira salvação: “Quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto... O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”. Para o cristão, cada acontecimento da história é considerado como uma etapa que o aproxima da redenção ou do Reino de Deus.

 

Jesus toma uma comparação da vida do campo para que os ouvintes entendam a dinâmica dos tempos futuros ou dos novos tempos. “Olhai a figueira e todas as árvores. Quando vedes que elas estão dando brotos, logo sabeis que o verão está perto”. No lugar em que existem quatro estações, esta imagem é bastante formosa e convidativa para uma contemplação. A condição de uma árvore num verão é diferente de sua condição no outono, como também na estação do inverno. 

 

Quando vedes que as árvores estão dando brotos...”. É o momento do surgimento de uma vida nova. A natureza se renova permanentemente. As folhas velhas vão caindo para dar lugar aos novos brotos numa árvore. Uma árvore cresce dessa maneira! As folhas caídas para a terra se transformam em adubo para a própria árvore. A natureza sabe se virar quando não houver a intervenção forçada do homem a não ser numa situação em que a mão humana precisa interferir para melhorar a natureza. Como as folha velhas caídas que dão lugar para novas folhas, assim também cada dia que se despede é o momento da lua e demais estrelas brilharem na escuridão da noite. Cada noite que se despede é o aparecimento do novo dia, da luz que brilha com uma maior intensidade. A infância dá lugar para a adolescência e a adolescência dá lugar para a juventude e a juventude dá lugar para a idade adulta e assim por diante. Ninguém tem poder para segurar o tempo e os efeitos causados pela passagem do tempo na natureza, incluindo a natureza humana. 

 

O homem precisa aprender a lição da natureza que cresce renovando-se.  Em cada novo dia nascem novas oportunidades, novo ânimo, nova página da vida para escrever muitas lições. Sobre esta nova página posso construir minha vida e salvação. Sobre esta nova página da vida posso conhecer mais e viver melhor; escutar e estudar mais para compreender melhor; compreender mais para ponderar melhor; comprometer-me mais para omitir-me menos; refletir mais para reagir menos; para amar mais e buscar-me menos; para representar mais e menos apresentar: é uma passagem da apresentação para a representação, do fingimento para a transparência. Viver é aprender a virar página para poder ler coisa nova a fim de renovarmos nossa vida e a força de caminhar.

        

Perante o discurso de Jesus sobre o fim do mundo ou de uma história precisamos adotar duas atitudes. A primeira atitude é a esperança. Quem tem fé deve ter esperança e quem tem a esperança é porque tem muita fé. A esperança nos faz caminharmos, em cada momento, um passo adiante, pois a esperança está sempre na nossa frente chamando-nos a caminhar. A fé e a esperança em Deus que é fiel renovam nossas forças e nos animam para lutar sem cessar. “A fé é a certeza daquilo que não se vê e a antecipação daquilo que se espera”, assim afirma a Carta aos hebreus (Hb 11,1).

 

A segunda atitude é a confiança. Confiança é crença ou certeza de que suas expectativas serão concretizadas; é crença de que algo não falhará. É a certeza de que Deus jamais pode fracassar, que as palavras divinas são sólidas, não são frágeis nem caducas, pois são palavras da vida eterna (cf. Jo 6,69). “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”, disse-nos Senhor (Lc 21,33). Somos chamados por Jesus a confiar plenamente na Palavra de Deus, pois é a Palavra Eterna, Palavra Divina.

 

Além das duas atitudes mencionadas anteriormente, Jesus nos convida a termos o discernimento em qualquer momento ou em qualquer estação da vida: “Quando vedes que as árvores estão dando brotos, logo sabeis que o verão está perto” (Lc 21,30). Falar em discernimento significa reconhecer a necessidade de que todos nós temos que compreender bem o sentido da vida, os rumos a ser tomados e os desafios a ser enfrentados. É decifrar a mensagem ou o recado de Deus em cada acontecimento de nossa vida, pois com Deus e para Deus não há acaso. É descobrir o apelo de Deus todos os dias de nossa vida. “Qual é o apelo de Deus para mim hoje” é a pergunta que deve ser feita por cada um de nós diariamente. Cada dia Deus sempre tem algum apelo ou algum recado para cada um de nós. Por isso, deve haver, durante o dia, um momento para cada um de nós se retirar. A vida, que se apresenta com todos os seus enigmas cobra de cada um de nós uma postura interior de busca e de abertura espiritual, que se for conforme com a verdade, se torna motivo de alegria e de realização. O discernimento pede capacidade de silêncio. O silêncio possibilita a presença da Eternidade; possibilita a presença do Céu. Jesus quer nos dizer: “Olhai e sabereis; silencie e escute para perceber uma presença”.

        

Permaneçamos vigilantes! Em poucos dias começaremos o tempo do Advento na preparação da festa da primeira vinda do Senhor na história (cf. Jo 1,14). Mas estejamos atentos para a vinda do Senhor em cada momento de nossa vida ou de nossa história. Depois da primeira vinda do Senhor na carne, cada momento de nossa vida se transformou em “Kairós”, um tempo de graça e de encontro com o Deus que nos salva: “... ficai sabendo que o Reino de Deus está perto”. Não nos esqueçamos da Palavra do Senhor que nos diz hoje: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”. Esta frase é a razão de nossa fé esperança e de nossa luta de cada dia. A Palavra de Deus não conhece a caducidade.

P. Vitus Gustama,svd

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