terça-feira, 22 de novembro de 2022

24/11/2022: A Vinda Do Senhor Na Nossa Vida

SER PERSEVERANTE NO BEM E ESTAR VIGILANTE PARA GOZAR DA VITÓRIA FINAL

Quinta-Feira da XXXIV Semana Comum

Primeira Leitura: Ap 18,1-2.21-23; 19,1-3.19ª

Eu, João, 18,1 vi outro anjo descendo do céu. Tinha grande poder, e a terra ficou toda iluminada com a sua glória. 2 Ele gritou com voz poderosa: “Caiu! Caiu Babilônia, a grande! Tornou-se morada de demônios, abrigo de todos os espíritos maus, abrigo de aves impuras e nojentas. 21 Nessa hora, um anjo poderoso levantou uma pedra do tamanho de uma grande pedra de moinho e atirou-a ao mar, dizendo: “Com esta força será lançada Babilônia, a Grande Cidade, e nunca mais será encontrada. 22 E o canto de harpistas e músicos, de flautistas e tocadores de trombeta, em ti nunca mais se ouvirá; e nenhum artista de arte alguma em ti jamais se encontrará; e o canto do moinho em ti nunca mais se ouvirá; 23 e a luz da lâmpada em ti nunca mais brilhará; e a voz do esposo e da esposa em ti nunca mais se ouvirá, porque os teus comerciantes eram os grandes da terra, e com magia tu enfeitiçaste todas as nações. 19,1 Depois disso, ouvi um forte rumor, de uma grande multidão no céu, que clamava: “Aleluia! A salvação, a glória e o poder pertencem a nosso Deus, 2 porque seus julgamentos são verdadeiros e justos. Sim, Deus julgou a grande prostituta que corrompeu a terra com sua prostituição, e vingou nela o sangue dos seus servos”. 3 E repetiram: “Aleluia! A fumaça dela fica subindo para toda a eternidade!” 9ª E um anjo me disse: “Escreve: Felizes são os convidados para o banquete das núpcias do Cordeiro”. 

Evangelho: Lc 21,20-28

20“Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, ficai sabendo que a sua destruição está próxima. 21Então, os que estiverem na Judeia, devem fugir para as montanhas; os que estiverem no meio da cidade, devem afastar-se; os que estiverem no campo, não entrem na cidade. 22Pois esses dias são de vingança, para que se cumpra tudo o que dizem as Escrituras. 23Infelizes das mulheres grávidas e daquelas que estiverem amamentando naqueles dias, pois haverá uma grande calamidade na terra e ira contra este povo. 24Serão mortos pela espada e levados presos para todas as nações, e Jerusalém será pisada pelos infiéis, até que o tempo dos pagãos se complete. 25Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. 26Os homens vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas. 27Então eles verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem com grande poder e glória. 28Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”.

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Estar Com Deus Até o Fim É Viver Como Vitorioso Apesar Das Dificuldades 

Eu, João, vi outro anjo descendo do céu. Tinha grande poder, e a terra ficou toda iluminada com a sua glória. Ele gritou com voz poderosa: “Caiu! Caiu Babilônia, a grande! ... Depois disso, ouvi um forte rumor, de uma grande multidão no céu, que clamava: Aleluia! A salvação, a glória e o poder pertencem a nosso Deus, porque seus julgamentos são verdadeiros e justos”. 

Caiu! Caiu Babilônia, a grande!”. A pergunta que os primeiros cristãos se faziam era a seguinte: Jesus não triunfou sobre todos os poderes do mal? Como é possível que os fiéis de Jesus sofram este desencadeamento de ódio e violência? Por que somos perseguidos? A Igreja vai desaparecer por essas perseguições? 

São João está, portanto, se dirigindo a homens desanimados e perturbados. O Apocalipse foi escrito para responder a essa trágica situação. E a resposta é esta: A perseguição durará pouco tempo, o reino da Besta chegará ao fim, a grande Babilônia, Roma- será aniquilada, a grande Prostituta -outro nome dado a esta cidade imperial que esmaga os cristãos- é ​​julgada... Roma, a cidade idólatra, é, para São João, o símbolo de toda civilização impregnada de pecado, que se recusa a amar a Deus. O termo "prostituta" é também um símbolo, o de uma lamentável e pobre humanidade que se entrega a qualquer um sem encontrar nele a felicidade, em vez de se entregar ao seu Deus. Roma não era apenas idolatria e perseguição, era também podridão moral, dominando o orgulho, a injustiça e a flagrante opressão dos humildes e pobres. E isso não aponta apenas para a Roma daquela época, mas para todas as civilizações que se deixaram levar por essas “corrupções”. 

Três temas aparecem no texto do Apocalipse: a queda da “Grande Babilônia, o Cântico de gozo das pessoas justas, e o anúncio das Bodas do Cordeiro com sua Esposa, a Igreja. A realização da justiça de Deus faz cair os grandes impérios por fortes que sejam e por poderosos que pareçam ser, impérios de todos os tipos: políticos, econômicos e opressões de todo tipo que parecem invencíveis, incluindo nossos defeitos de caráter. Esta culminação da justiça é o preambulo das Bodas do Cordeiro com a Criação inteira, com a multidão dos justos. 

Por isso, a mensagem do Apocalipse é de esperança; é um chamado à resistência nos momentos mais obscuros da história, quando o mal parece não ter fim. Mas um dia, cedo ou tarde, o mal conhecerá seu fim. Tudo será revelado. 

O Salmo Responsorial (Sl 99) proclama esta justiça de Deus como uma manifestação de sua misericórdia: “Sim, é bom o Senhor e nosso Deus, sua bondade perdura para sempre, seu amor é fiel eternamente! São bem-aventurados os que foram convidados para a Ceia Nupcial das bodas do Cordeiro!”

O evangelho que lemos hoje é também um chamado à esperança, ao redobrar a fé. Aqui a vingança de Deus se dirige contra Jerusalém que se converteu ao longo da história em sede do poder e da manipulação religiosa. Jesus anuncia a queda de Jerusalém, os tempos difíceis, mas ao mesmo tempo, chama também para a esperança. Jesus nos chama a levantar a cabeça, sabendo que se aproxima nossa libertação (Lc 21,28).

O livro do Apocalipse vai marcando um tempo de tensão e de juízo. O texto que lemos hoje nos situa no momento da queda do império romano. Na verdade, a queda é prevista a partir da própria fé e não a partir de uma analise puramente humana. É impossível um poder mundano derrotar Deus. Sabemos  muito bem que os impérios humanos não são eternos e que por causa do seu próprio peso caem em algum momento da história. Durou apenas por algum período da história.

Mas aqui o ponto importante que devemos levar em conta é teológico: se um império impõe com força contra o poder de Deus, então em algum momento ele tem que cair. E o autor acredita tanto nisso que ele dá como fato e não como uma suposição: “Caiu! Caiu Babilônia, a grande! Tornou-se morada de demônios, abrigo de todos os espíritos maus, abrigo de aves impuras e nojentas”, disse o anjo. Qualquer império que intente forçar o plano de Deus também há de cair em algum momento, cedo ou tarde. Deus tem paciência de esperar a conversão do homem, especialmente dos que se acham poderosos. Mas se até o último momento não demonstrar o arrependimento, a queda já está próxima. O prazer da tirania dará lugar para a queda mortal.

A chave para interpretar a história a partir de Deus se encontra no Magnificat de Maria: “Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes” (Lc 1,52).

A grandiosa cena de hoje resume toda a luta entre o bem e o mal, entre Cristo e a Besta. Destaca-se a vitória garantida para quem luta com Cristo. 

Esta cena descreve a ruína da Babilônia, isto é, Roma, que o autor do Apocalipse chama de "a grande prostituta", porque ele enganou todas as nações na feitiçaria e as fez apostatar. A imagem de uma pedra grande que é lançada no fundo do mar é muito expressiva para descrever a destruição da Besta. Em seu território, não haverá mais música ou festa ou luz da lâmpada ou a voz de um noivo ou noiva. O silêncio total. A tremenda escuridão. A ruína total. A morte. 

Por outro lado, há a vitória com o grito de uma grande multidão que canta hinos e aleluias. Enquanto a fumaça do fogo em que o mal queimava eleva-se do silêncio do abismo escuro ao céu, os salvos não cessam em seus cânticos de alegria na luz de Cristo. 

O Apocalipse não é um livro doce e sim guerreiro e valente que nos dá ânimo na luta diária pelo bem e nos faz olharmos para o futuro confiados no triunfo de Cristo e dos seus. A “cidade orgulhosa”, isto é, as forças do mal caem ao fundo do mar de escuridão como uma pedra e desaparecem. A comunidade do Cordeiro, os que não apostataram nem se deixaram manchar pela corrupção, continuam em pé e não param de cantar vitoriosamente. Estar em pé é uma posição dos vitoriosos que não se deixam prostrar pelas perseguições e por todos os tipos de dificuldades. É a esperança que nos anima em tempos tão duros e críticos. Somente Deus tem o verdadeiro poder eterno. Os demais são mortais. Cada criaturas tem seu início e também tem seu fim. Somente Deus, o Criador de todas as coisas, permanece para sempre. 

A liturgia nos prepara para o Advento, esperamos, de alguma maneira, Aquele que já “possuímos”, isto é, Aquele que está conosco, o Emanuel. E essa esperança é tão certa como as mesmas intervenções do Deus libertador na história de seu povo. 

Toda vez que participarmos da Eucaristia, somos convidados à comunhão com as palavras que aqui diz o anjo: “Felizes são os convidados para o banquete das núpcias do Cordeiro” (Ap 19,9ª). Ou o Missal traduz por “a ceia do Senhor” ou “a mesa do Senhor”. somos chamados felizes não por sermos convidados para esta Eucaristia e sim porque esta Eucaristia é a garantia e a pregustação de um Banquete mais definitivo ao qual somos também convidados: o Banquete de bodas do Cordeiro, Cristo Jesus, com sua esposa, a Igreja, no céu. Como é profundo o significado de nossa participação na Eucaristia! Como é bom e gostoso ouvirmos este convite toda vez que participarmos da Eucaristia. De fato, não estou apenas na Missa e sim estou também no Céu, na Banquete do Cordeiro.

Ser Fiel Na Vivência Dos Ensinamentos De Jesus 

Estamos ainda no discurso escatológico (sobre o fim) ou apocalíptico (porque quer revelar algo além do acontecimento) na versão de Lucas. Desta vez o evangelista Lucas nos descreve a destruição da cidade de Jerusalém e o Templo e suas tremendas conseqüências. A destruição de Jerusalém (e o Templo de Jerusalém) aconteceu em 70 d.C.

“Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos...”. A palavra “cercada” aqui literalmente significa “acampamentos”. Os acampamentos que cercam Jerusalém são os de Tito, comandante das legiões romanas, enviadas para sufocar e acabar com a rebelião judaica. O perigo é muito grande porque se trata de um período designado como “dias de vingança” (Lc 21,22. Alude ao Os 9,7). Essa guerra catastrófica termina com a destruição da cidade e do Templo de Jerusalém em agosto de 70 d.C. sob as legiões romanas do imperador Tito (79 d.C.- 81 d.C.). E a segunda no ano 135 d.C. nos tempos do imperador Adriano (117 d.C. -138 d.C.). Segundo alguns especialistas, muitos cristãos realmente conseguiram fugir da cidade quando as tropas romanas se aproximaram de Jerusalém. 

Segundo os exegetas o evangelho de Lucas foi escrito depois dos anos 70 (em torno do ano 85 depois de Cristo). Isto significa que a destruição de Jerusalém já tinha acontecido. Lucas considera a destruição de Jerusalém como o fim de uma etapa da historia da salvação e por isso, não é o sinal da chegada do momento final (escatologia).

Lucas aproveita o acontecimento da destruição de Jerusalém para falar da vinda do Filho do Homem no fim dos tempos (parusia) a fim de que todos vivam vigilantes e preparados, pois a segunda vinda do Senhor (parusia) é certa, mas o momento é incerto, pois essa vinda vem como ladrão sem avisar (cf. Mt 24,43; Lc 12,39; 1Ts 5,2; 2Pd 3,10; Ap 3,3). É preciso viver o momento presente com uma visão do futuro. O próprio futuro está no presente. Nossa vida se move no presente entre uma história (passado) e um projeto (futuro). Aprendemos das lições do passado com otimismo e desejo de superação. Como escreveu o filósofo Sören Kiekergaard: “A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás. Mas só pode ser vivida olhando-se para frente”. Sobretudo, aprendemos a viver intensamente o presente, o único instante que temos em nossas mãos para construir. Não podemos perder o presente lamentando-nos pelos erros do passado e muito menos ainda, temendo o que pode chegar a ser no futuro. O melhor caminho para afrontar o futuro é aproveitar o momento presente: “No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: Eu venci o mundo!”, diz-nos Jesus (Jo 16,33b).

Por isso, a finalidade desse discurso não é para descrever os acontecimentos que precederão o fim e sim para encorajar os cristãos a viverem de acordo com os ensinamentos de Cristo apesar das dificuldades, provações e perseguições. “É pela perseverança que mantereis vossas vidas”, lembra-nos o Senhor (Lc 21,29b). A Palavra de Deus vai ser a ultima palavra para a humanidade e não a palavra do homem.  

Um Alerta Para Estar Despojado                       

“Ai daquelas mulheres que estiverem grávidas e que estiverem amamentando naqueles dias” (Lc 21,23), clama o Senhor ao contemplar o fim do mundo.                 

Esta exclamação significa muito mais do que uma simples compaixão humana por aquelas mulheres desamparadas. Para o Senhor que contempla e adverte, elas se tornam imagem e tipo daqueles que para os quais o fim do mundo ou o fim de uma história vai surpreender no preciso instante em que não se sentirão livres para poder seguir a voz do Senhor e sair ao encontro da eternidade feliz. Seus pés não são fortalecidos para seguir o caminho da cruz que termina na ressurreição. Pesa sobre seus ombros a carga do falso reino deste mundo. Seus braços abraçam as alegrias caducas de um mundo condenado a perecer. Não conhecem a linguagem dos sinais celestes. São escravos das próprias paixões que os fazem amarrados e cegos diante da eternidade.                 

Vale a pena cada um se perguntar: “O que é que me pesa no encontro derradeiro com o Senhor no fim da minha história? E o que é que me amarra que dificulta minha caminhada ao encontro do Senhor no fim da minha vida?”. Quem carrega coisas caducas acaba dificultando o próprio vôo até Deus. É preciso ter as “asas” livres do Senhor para voar com liberdade. 

A Vinda Do Filho Do Homem Na História Humana

Então eles verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem com grande poder e glória”. 

A vinda do Filho do Homem é o centro do discurso escatológico. Colocado este discurso antes da narrativa da Paixão de Jesus, encontra nela a sua realização. 

Mas de que maneira o Filho do Homem vem a nós? Três são as vindas do Senhor. Primeiro, é aquela vinda passada (encarnação), que cumpriu no seu caminho de morte e Ressurreição. Segundo, é aquela vinda presente que se implementa no nosso estar associados ao seu mistério. O Senhor está presente no nosso cotidiano (cf. Mt 28,20). Terceiro, é aquela vinda futura, antecipada para cada um na morte e estendida a todos no fim do mundo.

Os acontecimentos cósmicos: “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. Os homens vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas”, e a nossa morte são eventos naturais. O seu caráter trágico é devido ao nosso pecado: o pecado destrói a vida e a convivência fraterna. Santo Ambrósio interpreta os sinais do sol, da lua e dos astros e todos os acontecimentos cósmicos como a falha dos testemunho dos cristãos, discipulos do Senhor. Isso os impressiona como uma verdadeira catástrofe.

Nós somos convidados a ter confiança na vitória de Cristo Jesus: o Filho do Homem vem com poder e glória. Ele vem para salvar. Devemos "levantar a cabeça e ficar de pé", porque "nossa libertação está próxima".

Seja no momento da nossa morte, que não é definitiva, mas sim o início de uma nova forma de existir, muito mais plena. Seja na hora do fim da história, venha quando vier (mil anos são como um dia aos olhos de Deus). Então a vinda de Cristo não será em humildade e pobreza, como em Belém, mas em glória e majestade.

Nossa espera da vinda do Filho do Homem é dinâmica, ativa, comprometida. Temos muito que trabalhar pelo bem da humanidade, cumprindo a missão que Cristo iniciou e que depois nos confiou. Mas é bom pensarmos que a meta é a vida, a vitória final, junto com o Filho do Homem: já ultrapassou a fronteira da morte na sua Páscoa e inaugurou para si e para nós a nova existência, os novos céus e a terra nova. 

Uma Mensagem De Consolo E De Esperança                      

Quando essas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima” (Lc 21,28).                 

O anúncio de Jesus sobre o fim do mundo ou sobre o fim da história de cada um de nós não é um anúncio que quer entristecer e sim animar: “… levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”. Todos nós somos convidados a ter confiança na vitória de Cristo Jesus: “O Filho do Homem vem numa nuvem com poder e glória” (Lc 21,27). Seja no momento de nossa morte, que não é final e sim início de uma nova maneira de existir, muito mais plena. Seja no momento do final da história, basta estar com Cristo e permanecer nele, ele virá não na humildade e pobreza de Belém e sim na glória e majestade, sinal de sua vitória sobre a morte. Ele já atravessou na sua Páscoa a fronteira da morte e inaugurou para si e para nós a nova existência, os novos céus e a nova terra.                 

A glória de Jesus se irradia através de todos os portadores da paz e da bondade, através de todos os homens e mulheres que trabalham para construir uma sociedade mais justa e honesta, que põem seus talentos e potencialidades a serviço dos marginalizados e desamparados. É a outra História que se escreve dia após dia, não com letras de molde nem com slogans televisivas, mas com atos de serviço. É a história de salvação. É a história com Deus. É a historia que humaniza. E por isso, é a história que diviniza o humano.                 

Precisamos fazer este tipo de história para que o Senhor possa vir na sua glória ao nosso encontro. Neste dia ouviremos o Senhor nos dizer: “… levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima!” (Lc 21,28). Que Deus nos conceda a graça de passar nossa vida fazendo sempre o bem para todos, e que isso façamos não por simples filantropia e sim porque amamos nosso próximo, nosso semelhante e imagem viva de Deus como o Senhor nos amou. “No entardecer de nossa vida seremos julgados sobre o amor” (São João da Cruz). 

Nossa vida se move no presente entre uma história (passado) e um projeto (futuro). Aprendemos das lições do passado como otimismo e desejo de superação. Mas, sobretudo, aprendemos a viver intensamente o presente, o único instante que temos em nossas mãos para construir. Não podemos perder o presente lamentando-nos pelos erros do passado e muito menos ainda, temendo o que pode chegar a ser no futuro. O melhor caminho para afrontar o futuro é aproveitar o momento presente: “No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: Eu venci o mundo!”, diz-nos Jesus (Jo 16,33b). 

Durante esta semana a liturgia, preparando-nos para o Advento, vai-nos colocando numa espera atenta da vinda do Salvador. Esperamos, de alguma maneira, o que já possuímos. E esta esperança é tão certa como as mesmas intervenções de Deus na história do Seu povo.

P. Vitus Gustama,svd

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