DEIXAR-SE
21 De
Primeira Leitura: Ct 2,8-14
8 É a voz do meu amado! Eis que ele vem saltando pelos montes, pulando sobre as colinas. 9 O meu amado parece uma gazela, ou um cervo ainda novo. Eis que ele está de pé atrás de nossa parede, espiando pelas janelas, observando através das grades. 10 O meu amado me fala dizendo: “Levanta-te, minha amada, minha rola, formosa minha, e vem! 11 O inverno já passou, as chuvas pararam e já se foram. 12 No campo aparecem as flores, chegou o tempo das canções, a rola já faz ouvir seu canto em nossa terra. 13 Da figueira brotam os primeiros frutos, soltam perfume as vinhas em flor. Levanta-te, minha amada, formosa minha, e vem! 14 Minha rola, que moras nas fendas da rocha, no esconderijo escarpado, mostra-me teu rosto, deixa-me ouvir tua voz! Pois a tua voz é tão doce, e gracioso o teu semblante”.
Evangelho: Lc 1,39-45
39Naqueles
--------------
Deus Nos Ama Apaixonadamente e Incondicionalmente
A Primeira Leitura (Ct 2,8-14) é oum cântico da Primavera. A primavera é sempre uma esplêncida explosão de vida e e de beleza que toca todos os sentidos e os invade: cores, sons, perfumes e assim por diante. É assim se descreve a ardente paixão dos noivos. Eles são muito ansiosos para se verem e impacientes na espera do encontro. O noivo e a noiva viveram separados pelos rigores do inverno. Porém, a primavera volta: “O inverno já passou, as chuvas pararam e já se foram” (Ct 2,11). Imediatamente, o noivo se lança através das montanhas de Judá e aproxima-se da casa da noiva.
O autor do livro de Cântico dos Cânticos quer relembrar ao homem que a vida não é somente composta de técnica, de lógica, de ciência, de política, de ideologia, e assim por diante, mas de amor e de partilha, de explosão de vida de amor, de encontro e de alegria, de festa e de dança, de dom e de gratuidade. Quando dois seres humanos se apaixonam, aparentemente a lógica, a ciência, a ideologia e assim por diante ficam esquecidas momentaneamente. O amor vivido profundamente transforma o momento em eternidade. Uma pessoa apaixonada é capaz de se esforçar a fazer até o impossível pelo bem do amado. Uma pessoas muito apaixonada é capaz de fazer tudo sem medir o esforço em nome do bem do amado. Quem fica apaixonado, vira poeta. O autor quer relembrar ao homem que tudo desmorona diante do encontro de dois corações apaixonados e diante do dom mútuo de dois seres que se amam profundamente. ”Eu amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?” (Fernando Pessoa).
Nenhum de nós está livre da necessidade de amor, e a maioria de nós busca provas de amor das pessoas que têm significado em nossa vida. O amor tem muitas expressões e é demonstrado por inúmeros gestos. Oferecer amor a alguém, se for sincera a oferta, é algo que beneficia tanto quem o dá como quem o recebe. Cada pessoa que amamos verdadeiramente torna mais fácil nossa própria convivência. O amor verdadeiro é compromisso; é repartir e alternar. Nossa almas calejadas sempre se suavizam com a gentil presença do amor.
Esta Primeira Leitura foi escolhida para falar do amor de Deus pela humanidade. O frescor do amor apaixonado dos noivos serve de experiência religiosa e torna-se sinal do amor de Deus pelo seu povo, pela humanidade inteiro. O amor profundo de Deus pela humanidade é descrito pelo São João com as seguintes palavras: “Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu filho único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna” (Jo 3,16). “Jesus, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). A partir de Deus tudo é governado por amor. Por seu amor profundo por todos nós, Deus se fez carne para nos salvar (Jo 1,14). Deus não grita do céu, mas desce até a humanidade para mostrar o caminho do amor, o único capaz de salvar a humanidade e criar a fraternidade e possibilitar a convivência fraterna baseada sobre o amor mútuo. Por seu amor tão profundo, Deus que se fez carne em Jesus é capaz de aceitar ser crucificado para salvar a humanidade. O poder humano não salva. Somente o amor. Onde há amor fraterno, ali está Deus, mesmo que muitos se digam ateus. Mesmo que alguém não acredite em Deus, mas se ama o próximo, felizmente, Deus acredita nele, pois “Deus é amor” (1Jo 4, 8.16).
O Papa Bento XVI escreveu: “A caridade na verdade, que Jesus Cristo testemunhou com a sua vida terrena e sobretudo com a sua morte e ressurreição, é a força propulsora principal para o verdadeiro desenvolvimento de cada pessoa e da humanidade inteira. O amor — «caritas» — é uma força extraordinária, que impele as pessoas a comprometerem-se, com coragem e generosidade, no campo da justiça e da paz. É uma força que tem a sua origem em Deus, Amor eterno e Verdade absoluta. Cada um encontra o bem próprio, aderindo ao projeto que Deus tem para ele a fim de o realizar plenamente: com efeito, é em tal projeto que encontra a verdade sobre si mesmo e, aderindo a ela, torna-se livre (cf. Jo 8, 32). Por isso, defender a verdade, propô-la com humildade e convicção e testemunhá-la na vida são formas exigentes e imprescindíveis de caridade. Esta, de facto, « rejubila com a verdade » (1 Cor 13, 6). Todos os homens sentem o impulso interior para amar de maneira autêntica: amor e verdade nunca desaparecem de todo neles, porque são a vocação colocada por Deus no coração e na mente de cada homem. Jesus Cristo purifica e liberta das nossas carências humanas a busca do amor e da verdade e desvenda-nos, em plenitude, a iniciativa de amor e o projeto de vida verdadeira que Deus preparou para nós. Em Cristo, a caridade na verdade torna-se o Rosto da sua Pessoa, uma vocação a nós dirigida para amarmos os nossos irmãos na verdade do seu projeto. De facto, Ele mesmo é a Verdade (cf. Jo 14, 6)” (Bento XVI, Carta Encíclica CARITAS IN VERITATE n.1).
Maria Entrou No Mistério Do Amor De Deus
O relato da
Maria, que acabou de receber do Anjo do Senhor a notícia transcendental sobre sua maternidade divina, corre pressurosa (“dirigindo-se, apressadamente”) para a casa de Isabel para oferecer-lhe sua ajuda na espera do nascimento de seu filho, João, o Batista. Maria não está somente cheia de Deus (“cheia de graça”), mas também está cheia de espírito de serviço. Quem está cheio de Deus, serve ao próximo. A própria Maria é a Arca da Aliança, pois ela é a portadora do Salvador no seu seio. Por ser portadora do Salvador, Maria é uma grande evangelizadora. Com sua presença Maria comunica a Boa Notícia cheia de alegria para Isabel e para seu filho, João Batista que ainda estava no ventre de Isabel (“a criança pulou no seu ventre”).
Os que são pobres no espírito, os que estão cheios da graça de Deus não se envaidecem, mas são solidários. Maria movida pela solidariedade viaja para acompanhar sua prima anciã que está avançada na sua gravidez. A Igreja reconhece a grandeza de Maria na oração Ave Maria cheia de graça...
Além disso, quem se deixar habitar por Jesus se transforma em uma pessoa que produz a alegria para os demais a exemplo de Maria. “A ALEGRIA DO EVANGELHO enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria “(Papa Francisco: Exortação Apostólica: Evangelii Gaudium n. 1).
O texto destaca também o encontro de duas mulheres simples: Maria e Isabel com seu significado. As duas, que foram agraciadas por Deus com sua inesperada maternidade, se mostram totalmente disponíveis a Sua vontade. Quem estiver disponível à vontade de Deus será fecundado pela graça de Deus. Consequentemente, sua presença será sempre uma presença que alegra, pois comunica o que é bom para os outros (comunicar a Boa Nova). As duas mulheres simples: Isabel e Maria são um formoso símbolo do encontro do Antigo e do Novo Testamento, de dois tempos: o da espera e o da plenitude da vinda, da chegada.
Meditemos outros pontos do texto do evangelho
1. Maria, Portadora Da Salvação
Maria atravessando
Duas
2. Maria
Serve
O
Maria é uma
3.
Na
4. A
A
P. Vitus Gustama,svd
Nenhum comentário:
Postar um comentário