sábado, 5 de outubro de 2019

08/10/2019
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SOMOS MENSAGEIROS DO SENHOR PARA FAZER TUDO NO ESPÍRITO DE SUA PALAVRA
Terça-feira da XXVII Semana Comum


Primeira Leitura: Jonas 3,1-10
1 A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas, pela segunda vez: 2 “Levanta-te e põe-te a caminho da grande cidade de Nínive e anuncia-lhe a mensagem que eu te vou confiar”. 3 Jonas pôs-se a caminho de Nínive, conforme a ordem do Senhor. Ora, Nínive era uma cidade muito grande; eram necessários três dias para ser atravessada. 4 Jonas entrou na cidade, percorrendo o caminho de um dia; pregava ao povo, dizendo: “Ainda quarenta dias, e Nínive será destruída”. 5 Os ninivitas acreditaram em Deus; aceitaram fazer jejum, e vestiram sacos, desde o superior ao inferior. 6 A pregação chegara aos ouvidos do rei de Nínive; ele levantou-se do trono e pôs de lado o manto real, vestiu-se de saco e sentou-se em cima de cinza. 7 Em seguida, fez proclamar, em Nínive, como decreto do rei e dos príncipes: “Homens e animais bovinos e ovinos não provarão nada! Não comerão e não beberão água. 8 Homens e animais se cobrirão de sacos, e os homens rezarão a Deus com força; cada um deve afastar-se do mau caminho e de suas práticas perversas. 9 Deus talvez volte atrás, para perdoar-nos e aplacar sua ira, e assim não venhamos a perecer”. 10 Vendo Deus as suas obras de conversão e que os ninivitas se afastavam do mau caminho, compadeceu-se e suspendeu o mal, que tinha ameaçado fazer-lhes, e não o fez.


Evangelho: Lc 10,38-42
Naquele tempo, 38 Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa. 39 Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e escutava a sua palavra. 40 Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres. Ela aproximou-se e disse: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha, com todo o serviço? Manda que ela me venha ajudar!” 41 O Senhor, porém, lhe respondeu: “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. 42 Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”.
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Deus Se Compadece De Quem Se Arrepende


Ainda quarenta dias, e Nínive será destruída”, disse Jonas aos ninivitas. “Vendo Deus as suas obras de conversão e que os ninivitas se afastavam do mau caminho, compadeceu-se e suspendeu o mal, que tinha ameaçado fazer-lhes, e não o fez”, relatou-nos a Primeira Leitura de hoje. Isto nos mostra que Deus é misericordioso para seus filhos arrependidos.


O livro de Jonas é pequeno em amplitude (somente quatro capítulos), porém rico em sua expressão narrativa. Muitos dos leitores lembram de Jonas como o personagem que foi engolido por uma “baleia”, permanecendo em seu ventre durante três dias. Mas esse incidente não é tampouco o mais importante do livro de Jonas.


O livro, que faz parte dos “doze profetas menores”, é atribuído, já em seu primeiro versículo, a certo Jonas, filho de Amitai. Jonas em hebraico significa “pomba”.


O livro de Jonas não é um livro histórico no sentido estrito da palavra. O profeta Jonas existiu nos tempos do rei Jerobão II (cf. 2Rs 14,25), mas o relato, no qual o protagonista é Jonas, é uma parábola historizada, didática com uma intenção clara: mostrar que Deus tem planos de salvação não somente para Israel, mas também para os povos pagãos (Universalidade da salvação). Além disso, o livro quer nos dizer que, muitas vezes, os pagãos respondem melhor ao apelo de Deus do que os judeus, como o povo eleito (Cf. Mt 21,31-32).


Precisamos entender que Jonas é um hebreu (Jn 1,9), enviado para pronunciar um oráculo a Nínive, cidade de Assíria, país que permaneceu durante muito tempo na consciência dos israelitas como uma das potências estrangeiras que causara mais dano a Israel. Jonas é enviado ao coração dessa potência para anunciar sua destruição em quarenta dias: em Nínive, cidade da Assíria. Nínive poderia hoje ser chamada Washington, Moscou, Pequim. Não é de estranhar que Jonas embarcasse para a direção oposta, como lemos na primeira leitura do dia anterior. Essa resistência em obedecer à ordem de Deus faz parte de vários relatos de vocação profética, o que faz pensar em uma percepção de que o povo de Israel foi amadurecendo ao longo de sua história nas relações com Deus.


Mesmo que Jonas tenha tentado fugir da responsabilidade, Deus sai ao encontro dele com a seguinte expressão: “A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas, pela segunda vez: ‘Levanta-te e põe-te a caminho da grande cidade de Nínive e anuncia-lhe a mensagem que eu te vou confiar’”. E Jonas se dá conta de que não pode desobedecer. Por isso, ele se levanta e vai a Nínive e começa a proclamar a mensagem que ele deve transmitir aos ninivitas sobre a necessidade da conversão antes que a destruição venha sobre a população toda.


O anúncio de Jonas era de castigo: “Ainda quarenta dias, e Nínive será destruída”. Jonas não se dirige a Nínive como missionário e sim como executor do juízo implacável de Deus sobre as nações. Para os judeus da época, o juízo consiste em fazer justiça para Israel castigando e destruindo os pagãos.


Mas o resultado está fora dos cálculos de Jonas, pois todos os ninivitas se converteram, desde o rei até o último dos súditos, inclusive os gados. Esta reação dos ninivitas é sensacional: a cidade inimiga por excelência de Israe, de fato, crê em Deus. Os ninivitas não mataram o mensageiro (Jonas) nem se refugiam em seus ídolos, mas organizam uma penitência coletiva: acreditam merecer o castigo e ainda poder evita-lo. E convertem-se. Então Deus “se compadece” e desistiu de aplicar o castigo.


Como seria bom quando uma família toda, uma comunidade inteira, uma paróquia toda e assim por diante, decidisse fazer e organizar uma penitência coletiva em nome do bem comum e da salvação de todos.


A mensagem que o rei e os nobres decretam (Jonas 3,8.10) contém outra ideia central do livro de Jonas: Deus pode mudar, desde que o homem mude. Essa reação de Deus nos indica indiretamente que o Deus que nos revela esse texto é um Deus pessoal, não um ídolo, e como tal, é capaz de relações interpessoais com os homens, relações face a face.


O texto nos revela, então, que Deus é Aquele que não se cansa de perdoar, pois todos os homens e mulheres são seus filhos e filhas. Ele jamais abandonaria nenhum filho Seu. Todo homem, quem quer que seja, é chamado a arrepender-se, e o perdão de Deus está à disposição de todos. Com efeito, o protagonista do relato de hoje é Esse Deus que ama e perdoa com facilidade. N´Ele pode muito mais o amor do que a justiça: “Por minha vida, oráculo do Senhor, não me comprazo com a morte do pecador, mas antes com a sua conversão, de modo que tenha a vida” (Ez 33,11).


Aprendemos dos ninivitas que os de fora da Igreja, muitas vezes com menos formação e facilidades do que nós, se convertem com facilidade porque acreditam profundamente em Deus. Não podemos ter pensamento de que sejamos “únicos bons”. A bondade não tem fronteiras. Além disso, aprendemos também que o episódio de Jonas põe em destaque as condições psicológicas indispensáveis para o encontro do outro e, portanto, para a evangelização. Nenhum cristão é chamado para ser anunciador da desgraça ou maldição para os outros e sim para ser anunciador da misericórdia de Deus. O encontro pessoal com o Senhor é o centro de toda autêntica religiosidade, traduzindo-se esta fé em obras concretas: jejum, vestir-se de saco que são gestos penitenciais, de arrependimento. Através da profunda conversão é que conseguiremos ver no outro nosso irmão. Consequentemente, jamais poderíamos desejar algo de ruim para vida de nosso irmão, de todos os homens.


De Jonas aprendemos que com frequência, nossos limites revelam nossa verdadeira grandeza. Jonas foi para Nínive com a intenção pessoal de acabar com os ninivitas, mas, de fato, eles acreditam na grandeza da mensagem de Jonas e se convertem. Percebemos toda a importância da nossa pessoa, quando tomas consciência do nosso valor. É sabido, temos tendência a notar nossos limites antes de nossas possibilidades. Mas nem sempre avaliamos corretamente o impacto negativo deste olhar injusto. Corrigir nosso olhar nos ajuda a corrigirmos nossos erros. Os períodos de crise são necessários: dolorosos, mas eficazes. Somente com um olhar justo sobre nós mesmos conseguiremos conhecer nosso verdadeiro valor. Quando conhecemos bem o inestimável valor de nossa pessoa, as imperfeições tornam-se menos ameaçadoras. É precisos valorizar-se com as fraquezas para motivar-se a corrigir as mesmas fraquezas. Deus não criou ninguém perfeito. No entanto reconhece em cada um de nós um papel, uma importância, uma missão. Ofereçamos aos outros o que somos capazes de nos proporcionar a nós mesmos. Quando nossos olhos se banharem na esperança, encontraremos um sentido para nossas lutas e nossos sofrimentos. Com isso, estaremos prontos para crescer. Mas não há solução que consiga iluminar a alma que apagou seu entusiasmo!


Quem Escuta Deus e Sua Palavra Tem Condições De Descobrir o Essencial Na Vida


Continuamos a acompanhar Jesus no seu caminho para Jerusalém e suas ultimas e importantes lições para todos nós, seus seguidores (Lc 9,58-19,28). Hoje o Senhor nos fala sobre a importância da escuta da Palavra de Deus para que possamos falar, agir e fazer tudo de acordo com o espírito da Palavra de Deus.


Jesus nos dá essa lição dentro do contexto de um banquete. Trata-se de um momento familiar e da fraternidade onde as relações se nivelam. Não se diz se havia muitos ou poucos convidados; o que se diz é que uma das irmãs (Marta) andava atarefada “com muito serviço”, enquanto a outra (Maria) “sentada aos pés de Jesus, ouvia a sua Palavra”. Marta, naturalmente, não se conformou com a situação e queixou-se a Jesus pela indiferença da irmã. A resposta de Jesus: «Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas, quando uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada», constitui o centro do relato e nos dá o sentido da catequese que, com este episódio, Lucas nos quer apresentar: a Palavra de Jesus deve estar acima de qualquer outro interesse.


A posição de Maria: “sentada aos pés de Jesus” é a posição típica de um discípulo diante do seu mestre (cf. Lc 8,35; At 22,3). Lucas mostra, neste episódio, que Jesus não faz qualquer discriminação: o fato decisivo para ser seu discípulo é estar disposto a escutar a sua Palavra e vivê-la na prática. Por isso, Jesus aproveita a ocasião para repreender, não o útil serviço que Marta está prestando, e sim a excessiva inquietação e preocupação que lhe marcam negativamente o agir: “Marta, Marta, tu te inquietas e te agitas por muitas coisas; no entanto, pouca coisa é necessária, até mesmo uma só. Maria, com efeito, escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada”.


Muitas vezes, este episódio foi lido à luz da oposição entre ação e contemplação; no entanto, não é bem isso que aqui está em causa. Lucas não está, nesta catequese, explicando que a vida contemplativa é superior à vida ativa; que o “fazer coisas”, que o “servir os irmãos” não seja mais importante do que a oração; mas significa que tudo deve partir da escuta da Palavra, pois a escuta da Palavra de Deus é que nos projeta para os outros e nos faz perceber o que Deus espera de nós e para que tudo possa ser feito dentro do espírito da Palavra de Deus. Por isso, a contraposição de Marta e Maria não está a nível de vida ativa e vida contemplativa e sim a nível de escuta ou não escuta da Palavra de Deus. Não se contrapõe duas formas de vida e sim duas atitudes que podem dar-se em uma mesma forma de vida, seja ativa ou contemplativa. A escuta da Palavra de Jesus é uma exigência fundamental do amor a Deus.

A vida cristã é esforço, mas também recepção, acolhida. No processo pessoal e comunitário há caminho e repouso, há missão e comunhão, há luta e festa. Estes aspectos não devem ser contemplados como sucessivos e desvinculados entre si e sim como acentos e perspectivas de uma mesma realidade invisível: a fidelidade a Jesus Cristo e à Sua Palavra.


 Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”. A fidelidade à Palavra de Deus é um valor jamais comprometido em si mesmo seja qual for a situação do cristão. Para outras coisas podem existir impedimentos, dificuldades internas e externas: enfermidade, situação social, cultura, economia e assim por diante. Mas a fidelidade à Palavra de Deus é o valor sempre “assegurado”. “Esta parte não lhe será tirada”.


É claro que a atitude de Marta que quer atender Jesus com toda classe tem seu mérito. Porém, Lucas quer sublinhar que há outra atitude fundamental que deve ter na vida de cada cristão: é a escuta da Palavra de Deus que é maior do que qualquer coisa, pois trata-se da Palavra d’Aquele que criou todas as coisas. Não há oposição entre ação e contemplação, mas tudo deve ter sua raiz profunda na escuta atenta da Palavra de Deus. Assim, podemos chegar a ser contemplativos na ação ou ativos na contemplação.


Lucas faz, então, de Maria um modelo de discípulo de Jesus em razão da escuta da Palavra de Jesus para viver e fazer as coisas conforme a vontade de Deus. Este é o objetivo central do texto que Lucas quer inculcar a seus leitores. Mal poderemos seguir a Jesus, mal poderemos cumprir o que ele nos pede, se não escutarmos, se não estivermos atentos à Sua palavra. É impossível viver como cristão sem escutar, serenamente, a Deus. A escuta da Palavra pode nos ajudar a re-centrarmos a nossa vida e a redescobrirmos o sentido da nossa existência.
 
P. Vitus Gustama,svd

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