sexta-feira, 11 de outubro de 2019

14/10/2019
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SER CRISTÃO É SER SINAL DO AMOR MISERICORDIOSO DE DEUS NESTE MUNDO
Segunda-Feira Da XXVIII Semana Comum


Primeira Leitura: Rm 1,1-7
1 Eu Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo e escolhido para anunciar o Evangelho de Deus, 2 que ele tinha prometido por seus profetas nas Santas Escrituras.3 Este Evangelho se refere ao seu Filho, descendente de Davi quanto à carne, 4 Jesus Cristo nosso Senhor, que segundo o Espírito Santo foi constituído Filho de Deus, com pleno poder pela sua ressurreição dentre os mortos. 5 Por seu intermédio nós recebemos a graça e o encargo do apostolado, para submeter todos os povos pagãos à fé para glória de seu nome. 6 Entre eles estais também vós que fostes chamados por Jesus Cristo.7 A todos vós que morais em Roma, bem-amados de Deus e santos pelo seu chamamento, que fostes chamados para pertencer a Jesus Cristo, a graça e a paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.


Evangelho: Lc 11,29-33
Naquele tempo, 29 quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. 30 Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31 no dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará juntamente com os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria do Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. 32 No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas”.
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Ser Servo e Apóstolo De Cristo


“Eu Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo e escolhido para anunciar o Evangelho de Deus, que ele tinha prometido por seus profetas nas Santas Escrituras”, escreveu São Paulo aos romanos que lemos na Primeira Leitura.


Durante quatro semanas meditaremos, com toda a Igreja, uma das mais importantes Cartas de São Paulo: a Epístola aos Romanos. Esta Carta foi escrita entre o ano 57 e 58 depois de Cristo.


“A Carta aos Romanos constitui uma espécie de testamento-doutrina de Paulo, uma espécie de recapitulação de ‘seu Evangelho’ tanto diante da Igreja-mãe de Jerusalém, com a qual Paulo quer continuar mantendo íntimos vínculos de comunhão, como a comunidade de Roma, um tanto desconhecida para ele, mas a que soa como símbolo da universalidade eclesial” (Miguel Salvador García: Carta Aos Romanos: Comentário Ao Novo Testamento III).


Na época em Roma tinha aproximadamente um milhão de habitantes de diversas procedências e classes sociais. A maiori deles eram escravos, libertos e estrangeiros residentes. Outros eram do clã judaico aproximadamente cinquenta mil membros.


Algumas questões que a Carta aos Romanos pretendem responder: Por que não se podia excluir ninguém da salvação? que papel a lei tinha desempenhado no processo de exclusão da salvação (conceito da justificação)? Que papel a justificação em Cristo tinha desempenhado para incluir todos na salvação? por que devia anunciar o Evangelho aos não-judeus? Por que a Igreja de Jesus, que nasceu do povo judeu, devia se abrir a outros povos considerados “excluidos” pelo judaísmo?


Quando Paulo escreveu aor Romanos já havia tomado a decisão de evangelizar o mundo dos “gentios” ou “pagãos”, considerados por Israel como um mundo “excluído” da salvação pelo fato não pertencer ao povo de Deus. Para Paulo, se todos os seres humanos são filhos do mesmo Deus Pai, então todos têm o direito de ser salvos. A inclusão de todos na salvação-justiça de Deus foi conseguida pela justificação obtida pela morte e ressurreição de Jesus Cristo em favor de todos os seres humanos. A partir de Jesus, não devia existir nenhum rmão excluído. A Carta aos Romanos já era como continua sendo um grito contra toda exclusão. Portanto, a Carta aos Romanos é dirigida ao coração dos “excluídos”, razão de ser do trabalho de Paulo contra toda injustiça excludente do irmão. Esta exclusão é gerada, por parte do mundo greco-romano pela prática da injustiça Rm 1,18), e por parte, do mundo judeu pela prática do legalismo que sacrifica a pessoa humana. O cristianismo é, por definição, a comunidade da integração, da fraternidade.


Roma era para São Paulo um ponto de referência importante. Ele havia pregado o Evangelho no Mediterrâneo oriental e agora queria chegar até as terras de Espanha, no Ocidente (cf. Rm 15,28). Mas, sobretudo, ele estava fascinado pela ideia de ir a Roma, a capital do império, metrópole muito mais importante do que Corinto ou Antioquia ou Éfeso (Cf. Rm 1,9ss). Para São Paulo, Roma não é tanto a capital de um grande império quanto um lugar conhecido pela fé de seus cristãos, um lugar onde Deus mostrou seu amor fazendo que chegue o anúncio de Seu Filho. Mais forte que os exércitos que engrandecem e mantém o império, o Evangelho é “força de Deus” para salvação de todo que crê. E possui esta força porque Cristo, a partir de sua ressurreição, exerce em toda a terra seu poder de Filho de Deus e envia o Espírito Santo.


Esta força foi necessário para arrancar Paulo do sistema fechado dos fariseus que o fazia incapaz de crer numa salvação mais alta, e convertido em apóstolo consagrado em corpo e alma ao anúncio do Evangelho.


A introdução à Carta aos romanos é a mais solene das cartas paulinas. Nela contem o eco do anúncio salvífico dos primeiros momentos (o Kerigma). Nesta introdução São Paulo sublinha a origem de sua missão como apóstolo: “Eu Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo e escolhido para anunciar o Evangelho de Deus, que ele tinha prometido por seus profetas nas Santas Escrituras”. Toda a existência de São Paulo foi marcada pelo desígnio de Deus.


Nesta introdução São Paulo se apresenta como “servo” e “Apóstolo”. Servo é aquele que serve prontamente o outro sem esperar nada em troca. É servir por servir pelo bem do outro, como uma mãe que serve todo mundo em casa sem esperar nada de recompensa. Ela faz tudo de melhor maneira para que todos possam viver bem. Ser servo de Cristo, ser cristão é aquele que não se cansa de servir a Cristo nos irmãos levando a eles a mensagem da esperança, de amor, de fraternidade, de paz e assim por diante. Um cristão que não serve ao outro não serve como cristão. O poder do cristão consiste no serviço pelo bem da humanidade e não no cargo que ele ocupa. O cristão fará isto, se no seu coração morar o amor puro. O amor transforma tudo em obra prima. Quem pratica o bem está em plena comunhão com Deus de amor.


Nesta introdução São Paulo também se apresenta como “apóstolo”, pondo-se assim ao mesmo nível dos demais apóstolos, figuras capitais da Igreja. São Paulo é Apóstolo porque foi chamado por Deus a sê-lo pela graça de Deus: “... chamado para ser apóstolo e escolhido para anunciar o Evangelho de Deus”. Como apostolo, a missão de São Paulo é “anunciar o Evangelho”, isto é, levar a mensagem da esperança, a Boa Nova para os outros.


No Evangelho, os apóstolos são as testemunhas de Jesus Cristo ressuscitado, os que testemunham que Jesus de Nazaré é o Messias anunciado, o Filho de Deus que foi morto pelos pecadores e ressuscitado por Deus. Pelo sentido grego da palavra, o apóstolo é um enviado, um emissário, um delegado para cumprir uma missão oficial (Mt 10,2; Mc 6,30; Jo 13,16). Em sentido estrito e evangélico, apóstolo” é o portador da mensagem cristã. Logo qualquer cristão é o apóstolo de Cristo, isto é, aquele que leva a Boa Nova de Jesus Cristo para os outros (Mc 16,15). Cada cristão deve ser pessoa de esperança, e jamais deixará qualquer pessoa ou qualquer ideologia tirar a esperança de sua vida, pois sua esperança não é algo, e sim é Alguém: Jesus Cristo. Em Cristo e com Ele o cristão tem seu futuro garantido. Alguém pode tirar a vida do cristão (matar), mas jamais poderá separá-lo de Cristo (cf. Rm 8,35-39).


Ser Cristão É Ser Sinal Do Amor Misericordioso De Deus No Mundo


Os judeus pedem a Jesus um sinal para demonstrar que Ele é verdadeiramente o Messias. Ao pedir um sinal a Jesus, eles renovam a tentação do deserto. Eles exigem que Jesus proporcione uma prova palpável ou experimental na ordem das coisas materiais. Por isso, Jesus usa a expressão “esta geração é uma geração má”. Esta expressão recorda a geração do deserto que tentou Deus (cf. Ex 15,22-16,36). Exigir sinal ou prova que sirva para autorizar Jesus e sua chamada à conversão manifesta claramente uma indisposição para mudar de vida. A raiz desta equivocada exigência de um sinal é o egoísmo, um coração impuro, que unicamente espera de Deus o êxito pessoal, a ajuda necessária para absolutizar o próprio eu. Esta forma de religiosidade representa a recusa fundamental da conversão. Quantas vezes nós somos escravos do sinal de êxito!


“Nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas”, diz Jesus. Jonas era um desconhecido para os ninivitas (Nínive era a capital do reino assírio). Ao chegar nessa capital Jonas conclamou o povo para a conversão. Apesar de Jonas ser estrangeiro, desconhecido e sem qualquer credencial para a missão profética, mas por causa do poder divino de suas palavras, o povo acreditou e se converteu.


E aqui está quem é maior do que Jonas”, Jesus acrescenta. Jesus é maior porque Ele é a própria Palavra de Deus (Jo 1,1) que se tornou carne (Jo 1,14). Só Jesus tem as palavras da vida eterna (Jo 6,68). Jesus é maior porque Ele é a ressurreição e a vida (Jo 11,25; cf. o 14,6). Se Jesus é a vida de nossa vida, será ridículo pedir a Ele outro sinal, pois a nossa vida fala por si de Jesus através do qual tudo foi criado (Jo 1,3-4). O próprio Jesus, a pessoa de Jesus, em sua palavra e em sua inteira personalidade, é sinal para todas as gerações.


O outro maior sinal que Deus nos dá é a sua misericórdia. Jesus se aproxima dos pobres, dos marginalizados e dos pecadores. Em Jesus eles encontram o Deus misericordioso. Não existe maior milagre do que reconstruir interiormente um ser humano. Quem não tem olhos para a misericórdia, continuará a pedir a Jesus milagres que o fazem acreditar. Diante deste tipo de pessoa Deus permanecerá calado. A misericórdia tem sempre a grande atração de fazer-nos semelhantes a Deus e de sermos sinais de seu amor para este mundo.


É preciso que o homem supere o espaço das coisas físicas, do tangível para poder se situar no ambiente divino a fim de poder ser redimido. Ao superar esse espaço o homem pode alcançar a certeza própria das realidades mais profundas e eficazes: as realidades do Espírito. Este caminho se chama fé que consiste em saber se superar e abandonar.


A exigência de uma demonstração física, de um sinal que elimine qualquer dúvida, no fundo, esconde a recusa da fé e do amor, pois o amor, na sua essência, é um ato de fé, um ato de entrega de si mesmo, pois “Deus é amor” (1Jo 4,8.16). Atrás dessa exigência se esconde a miopia de um coração demasiado centrado na busca do poder físico, da possessão, do ter, poder que tem sua característica histórica, pois tem seu inicio e seu fim.


Como os ninivitas, precisamos fazer o jejum para ter maior abertura a Deus. Fazer jejum significa saber renunciar a algo e dá-lo aos demais; é saber controlar nossas apetências; é saber nos defender com liberdade interior das contínuas urgências do mundo de consumismo. Jejuar é purificador. Jejuar não seria privar-se de tudo e sim usar moderação em tudo, isto é, ser sóbrios. Jejum supõe um grande domínio de si, de disciplina de olhos, de mente e da imaginação. A falta de sobriedade é uma das causas pelas quais se obscurecem e se debilitam as melhores iniciativas e decisões de um cristão. A sobriedade é certamente uma garantia da capacidade de orar e de apreciar o Espírito Santo. Com a renúncia às coisas Cristo nos chama à alegria, a uma alegria profunda, nascida da paz da alma.  Precisamos rezar sem cessar para estar em sintonia com a vontade de Deus e a abertura para o próximo. Precisamos fazer caridade, dividindo aquilo que temos com aqueles que não têm nada para sobreviver. E que Deus nos conceda a graça de ter um coração renovado em Cristo, de tal forma que sejamos um sinal de seu amor para todos e possamos, assim, ser linguagem crível do Senhor, não somente com nossas palavras, mas com uma vida integra moldada aos ensinamentos de Cristo.
P. Vitus Gustama,svd

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