segunda-feira, 11 de junho de 2018



14/06/2018
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A VERDADEIRA FÉ EM DEUS TORNA–NOS HUMILDES, IRMÃOS E JUSTOS DIANTE DE DEUS E DIANTE DOS HOMENS
Quinta-Feira da X Semana Comum


Primeira Leitura: 1Rs 18,41-46
Naqueles dias, 41 Elias disse a Acab: “Sobe, come e bebe, porque já ouço o ruído de muita chuva”. 42 Enquanto Acab subia para comer e beber, Elias subiu ao cume do Carmelo, prostrou-se por terra e pôs o rosto entre os joelhos. 43 E disse ao seu servo: “Sobe e observa na direção do mar”. Ele subiu, observou e disse: “Não há nada”. Elias disse-lhe de novo: “Volta sete vezes”. 44 À sétima vez o servo disse: “Eis que sobe do mar uma nuvem, pequena como a mão de um homem”. Então Elias disse-lhe: “Vai dizer a Acab que prepare o carro e desça, para que a chuva não o detenha”. 45 Nesse meio tempo, o céu cobriu-se de nuvens escuras, soprou o vento e a chuva caiu torrencialmente. Acab subiu para o seu carro e partiu para Jezrael. 46 A mão do Senhor esteve sobre Elias; e ele, cingindo os rins, correu adiante de Acab até a entrada de Jezrael.


Evangelho: Mt 5,20-26
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20 “Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus. 21 Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. 22 Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno. 23 Portanto, quando tu estiver­es levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24 deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta. 25 Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. 26 Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo”.
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É Preciso Manter a Fé Na Eficácia Da Palavra Do Deus Criador Do Céu e Do Universo


Disse o profeta Elias: ‘Vai dizer a Acab que prepare o carro e desça, para que a chuva não o detenha´. Nesse meio tempo, o céu cobriu-se de nuvens escuras, soprou o vento e a chuva caiu torrencialmente”.


Estamos acompanhando o confronto entre o profeta do monoteísmo, Elias, e 450 profetas de Baal, o deus da fecundidade (ou das colheitas). Em vão os profetas de Baal gritaram para pedir ao deus Baal para que caísse a chuva do céu mesmo sendo um deus da fecundidade. Infelizmente, nenhum pingo da chuva caiu. Basta o profeta Elias prostrar-se diante do verdadeiro Deus, sem demora a chuva caiu e terminou a seca de três anos e meio. Com razão, na Carta de são Tiago (Tg 5,18) a oração do profeta Elias é citada como modelo de oração eficaz. E o Salmo Responsorial de hoje (Sl 64/65) recolhe esta alegria pelo final de castigo: “Ó Senhor, que o povo vos louve em Sião! Visitai a nossa terra com as chuvas, e transborda de fartura. Rios de Deus que vêm do céu derrama águas, e preparais o nosso trigo. Brotam no deserto, as colinas se enfeitam de alegria”.


Assim comprova-se, mais uma vez, a eficácia da Palavra de Deus. E o que mais importante nesse relato é a inconstância da pretensão de Baal de ser o deus da chuva e da natureza. Este relato quer enfatizar, ao mesmo tempo, a convicação de que Javé, o Deus de Israel e Senhor da história é também Senhor da criação e da natureza. Ele é o Criador do universo e não Baal.


Elias subiu ao cume do Carmelo, prostrou-se por terra e pôs o rosto entre os joelhos”.


Ajoelhar-se ou prostrar-se é a atitude de adoração a Deus. É uma atitude que demonstra a pequenez  e a humildade diante de Deus. Essa atitude também é uma atitude de penitência. Ajoelhar-se ou prostrar-se é atitude interior e exterior que o homem expressa diante da grandeza e do amor de Deus. Diante do Deus inefável o ser humano como criatura pode unicamente ajoelhar-se ou prostrar-se para proclamar a grandeza de Deus, e que Deus é o Senhor do Céu e do universo. Tal posição sublinha o espirito de humildade que compenetra a criatura humana e lhe anima o coração. A criatura humana intui o poder divino, canta suas maravilhas e se prostra por terra para dizer com toda pessoa a grandeza do seu Senhor. essa atitude nos introduz numa profundo espirito de adoração. Essa foi a postura do profeta Elias diante de Deus. Deus é “fraco” diante de quem tem fé firme e diante do humilde. O humilde e quem tem fé firme se dão bem com Deus e Deus se dá bem com eles.


O homem de Deus, o profeta Elias, prostrou-se diante do Deus do Céu e do universo para acabar com a seca de três anos e meio, e a chuva caiu. Com isso fica comprovada a inconsistência da pretensão de Baal de ser o deus da chuva e da fecundidade. Ironicamente, o deus da chuva, Baal, é incapaz de fazer cair a chuva. Ao mesmo tempo fica comprovada a eficácia do poder da Palavra de Deus e a grandeza de Javé, o Deus de Israel e o Senhor da história.


Para a Igreja, Cristo é o verdadeiro Elias (St. Ambrósio: De Viduis, 3, 6). Através de incessantes orações ao Pai, o céu fechado abriu-se como um sinal de perdão, e a terra árida de corações endurecidos pelo pecado foi regada pelo orvalho da graça (cf. Mc 1,9-11). Além disso, o próprio Cristo é este orvalho e chuva celestial, que o profeta havia prometido "Descerá como a chuva sobre a relva, como os aguaceiros que embebem a terra” (Sl 71/2,6). Primeiro umedeceu o "prado", foi a Virgem Mãe que antes de qualquer outra foi coberta com a sombra do Espírito Santo. Mas assim foi toda a terra ao redor; isto é, todo o resto da Humanidade foi visitado, lavado e fertilizado pela chuva celestial que é o Cristo Jesus.


Ser Justo Diante De Deus e Dos Homens


Se a vossa justiça não for maior que a dos mestres da lei e dos fariseus, vós não entrareis no reino dos céus


O texto do Evangelho deste dia faz parte do Sermão da Montanha (Mt 5-7). Na passagem do evangelho de hoje Jesus nos disse: “Se a vossa justiça não for maior que a dos mestres da lei e dos fariseus, vós não entrareis no reino dos céus” (Mt 5,20). “O bom é inimigo do ótimo”, dizia São João Bosco. Ser cristão não é somente aquele que deve ser bom e sim deve ser melhor diariamente em tudo ou pelo menos deve se esforçar diariamente para ser melhor do que antes. Para ser melhor o cristão deve ter um coração grande e uma mente aberta e por isso, ele jamais pode cair na rotina. Para ser melhor o cristão tem que ser criativo. Para ser melhor o cristão tem que ser um aluno eterno. Para ser melhor, o cristão precisa ter humildade para a aprendizagem. Para ser melhor o cristão precisa estar atento para o novo. Para ser melhor o cristão precisa se renovar permanentemente. Ser cristão é ser melhor em cada momento e em qualquer lugar, não para superar os demais e sim para viver o cristianismo na sua profundidade. Para o homem ou a mulher que sabe o que quer, que ama seu propósito e seus sonhos ou ideais e não descansa até vê-los realizados, tudo o que espera chegará. “Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o universo conspira a seu favor... Seja qual for o seu sonho, comece. Ousadia tem genialidade, poder e magia” (Johann Goethe).


O propósito é um estilo de vida, uma atitude e uma posição que cada cristão deve assumir desde que começa o dia. Viver um dia sem propósito claro significa mais um dia perdido ou jogado fora. Quem não sabe valorizar o tempo, enterra muitas oportunidades. O cristão deve se acostumar a se questionar: Como posso me definir? Que coisas negativas tenho que eliminar? O que de melhor eu tenho? Qual é a minha força? A classificação que nós nos atribuímos é chamada de autoestima. Para podermos alcançar nossas metas, nossos projetos e propósitos temos ter a autoestima. Se nossa autoestima for pobre, teremos dificuldade em conquistar o que é melhor na nossa vida. “Uma pessoa não nasce gênio, torna-se gênio” (Simone de Beauvoir).


O texto do evangelho de hoje inicia com a confrontação entre a justiça dos escribas e dos fariseus e a justiça exigida para os cristãos. É um princípio ético fundamental de Jesus.


Em que consiste que a justiça dos discípulos é maior do que a dos fariseus e dos escribas? Os discípulos observam até os menores dos mandamentos, enquanto que os escribas e fariseus “omitem as coisas mais importantes: a justiça, a misericórdia e a fidelidade” (Mt 23,23). Os discípulos põem em prática os mandamentos de Deus e ensinam, enquanto que os escribas e fariseus “dizem, mas não fazem” (Mt 23,3).


Se a vossa justiça não for maior que a dos mestres da lei e dos fariseus, vós não entrareis no reino dos céus” (Mt 5,20). Através desta afirmação que serve de alerta para quem quiser ser cristão, Jesus quer desenvolver o sentido profundo da Lei cristã. Por isso, o olhar se detém primeiramente nos deveres sociais (Mt 5) para passar às obras religiosas (Mt 6).


No texto de hoje Jesus faz sua reflexão sobre o quinto mandamento do Decálogo: “Não matarás”. Esta lei continua válida, porém Jesus propõe uma interpretação mais exigente desta disposição que abarca não somente as ações ou os atos culpáveis nessa ordem, mas também a raiz de onde brotam essas ações ou esses atos: o sentimento e a interioridade do ser humano. A proibição do homicídio inclui na nova interpretação de Jesus a proibição de todo sentimento de ira e animosidade, maledicência, insulto, desprezo contra o irmão. Para Jesus a ira e as palavras ofensivas contra o irmão são equiparadas ao homicídio. De fato, antes de matar um adversário/inimigo com uma arma, ele o mata ou o fere com a palavra que ai do coração. Para Jesus a relação com o irmão adquire uma tal seriedade que com ela se chega a decidir o destino definitivo da pessoa humana diante de Deus. Portanto, Jesus não se limita a condenar quem mata materialmente (fisicamente), mas também quem mata o irmão no coração, que elimina seu irmão da própria vida.


Logo depois que apresentou a nova formulação da antiga lei, Jesus passa a expor sua concretização em forma de um caso para enfatizar até que ponto essa nova lei deve ser observada. Trata-se de uma explicitação que indica a radicalidade de sua aplicação com a ajuda de um exemplo (cf. Mt 5,23-26). O cristão que se aproxima do Senhor da vida deve reconciliar-se primeiro com o irmão. Não somente quem ofendeu está obrigado a se reconciliar, mas também quem sofreu uma ofensa. Sublinha-se o caráter urgente deste dever diante do qual perde a importância de ter ou de não ter a razão no conflito. Cada um é chamado à superação de qualquer tipo de divisão comunitária que lhe afete.


Para Jesus a reconciliação é tarefa prioritária: está antes que o culto a Deus, está antes que ir à missa, antes que rezar, porque o projeto de Deus sobre a humanidade é nada mais do que criar um mundo de irmãos onde todos podem chamar a Deus de Pai. É uma sociedade nova onde regem as relações humanas próprias do amor mútuo. Uma oferenda só é agradável a Deus, se, quem a oferece, não guarda, em seu coração, ódio, nem rancor nem ressentimento contra o próximo. A oferenda a Deus seria inútil, se o coração do oferente fosse contaminado pela inimizade e o seu relacionamento com alguém estivesse rompido. Trata-se de uma exigência radical que escandalizam até os nossos sentimentos humanos.


Portanto, convém reconciliar-se, pôr-se de acordo, antes que chegue o momento do juízo definitivo de Deus. Perguntemo-nos hoje como vão nossas relações com os irmãos, com as pessoas com quem convivemos. Existem em nós o rancor, a ira, as palavras insultantes, a maledicência, a indiferença? Jesus quer que cuidemos de nossas atitudes interiores de onde procedem os atos exteriores.


Não se esqueça: “O bom é inimigo do ótimo”. Cada um é chamado a caminhar para ver mais e aprender mais a fim de ser melhor em cada instante e lugar. Seja qual for o seu sonho, comece. Ousadia tem genialidade, poder e magia” (Johann Goethe). “Uma pessoa não nasce gênio, torna-se gênio” (Simone de Beauvoir).
 
P. Vitus Gustama,svd14

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