segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

03/12/2024-Terçaf Da I Semana Do Advento

O MESSIAS ESPERADO ESTÁ CHEIO DE DONS DIVINOS PARA GOVERNAR O POVO DE DEUS E SE REVELA NA SIMPLICIDADE E AOS SIMPLES

Terça-Feira da I Semana do Advento

Primeira Leitura: Is 11,1-10

Naquele dia, 1 nascerá uma haste do tronco de Jessé e, a partir da raiz, surgirá o rebento de uma flor; 2 sobre ele repousará o Espírito do Senhor: espírito de sabedoria e discernimento, espírito de conselho e fortaleza, espírito de ciência e temor de Deus; 3 no temor do Senhor, encontra ele seu prazer. Ele não julgará pelas aparências que vê nem decidirá somente por ouvir dizer; 4 mas trará justiça para os humildes e uma ordem justa para os homens pacíficos; fustigará a terra com a força da sua palavra e destruirá o mau com o sopro dos lábios. 5 Cingirá a cintura com a correia da justiça e as costas com a faixa da fidelidade. 6 O lobo e o cordeiro viverão juntos, e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito; o bezerro e o leão comerão juntos, e até mesmo uma criança poderá tangê-los. 7 A vaca e o urso pastarão lado a lado, enquanto suas crias descansam juntas; o leão comerá palha com o boi; 8 a criança de peito vai brincar em cima do buraco da cobra venenosa; e o menino desmamado não temerá pôr a mão na toca da serpente. 9 Não haverá danos nem mortes por todo o meu santo monte: a terra estará tão repleta do saber do Senhor quanto as águas que cobrem o mar. 10 Naquele dia, a raiz de Jessé se erguerá como um sinal entre os povos; hão de buscá-la as nações, e gloriosa será a sua morada.

Evangelho: Lc 10,21-24

21 Naquele momento Jesus exultou no Espírito Santo e disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 22 Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. 23 Jesus voltou-se para os discípulos e disse-lhes em particular: “Felizes os olhos que vêem o que vós vedes! 24 Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que estais vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não puderam ouvir”.

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Sonhar com o Profeta Isaías No Sonho de Deus

“Naquele dia, nascerá uma haste do tronco de Jessé e, a partir da raiz, surgirá o rebento de uma flor; sobre ele repousará o Espírito do Senhor: espírito de sabedoria e discernimento, espírito de conselho e fortaleza, espírito de ciência e temor de Deus; no temor do Senhor, encontra ele seu prazer”.

Jessé era o pai do rei Davi. Portanto o “tronco de Jessé” faz referência à família e descendência de Davi. Da descendência do rei Davi nascerá aquele que vai alegrar todo o povo.

A formosa imagem do tronco seco e do rebento novo serve ao profeta Isaías, o profeta da esperança, para anunciar que, apesar de que o povo de Israel parece um tronco seco e sem futuro (nos tempos do rei Acab), Deus vai infundir nesse tronco vida, e dele vai brotar um rebento que trará a salvação para todos.

Na Bíblia, o castigo divino (tronco seco) nunca é sua palavra última e definitiva. Deus tem poder da fazer surgir vida onde há morte. Assim a árvore seca não está morta e sim que de seu tronco vai brotar um novo rebento pelo poder amoroso de Deus. A raiz se refere à muito humilde família de Jessé, pai do rei Davi, da qual brotará este novo rebento, um Segundo Davi que, igual ao primeiro, está equiparado para seu trabalho com o dom do Espirito divino. O futuro rei será possuido pelo Espírito de Yahwe (Deus). O Espírito de Yahwe (Deus) era uma força divina, dado a indivíduos para capacitá-los a realizar missões, além da capacidade deles: Moisés (Nm 11,7); os juizes (Jz 3,10; 6,34;11,29), profetas (Mq 3,8); Davi (1Sm 16,13).

“... sobre ele repousará o Espírito do Senhor: espírito de sabedoria e discernimento, espírito de conselho e fortaleza, espírito de ciência e temor de Deus; no temor do Senhor, encontra ele seu prazer”. Destes seis dons provêm os sete dons do Espírito Santo na piedade católica.

O futuro rei possuirá o espirito de prudência e o dom de sabedoria para poder precatar-se da situação concreta e trabalhar, em consequência, com firmeza. Trata-se de ter capacidade para saber julgar corretamente as situações. Espirito de conselho é para poder prescindir de opiniões interesseiras e egoístas (o futuro rei não necessitará de conselhos parciais). Espirito de valentia é para levar a cabo as sábias decisões tomadas.a fortaleza torna efetivos os bones conselhos.  Mais ainda: seu atuar estará em perfeita consonância com o querer de Deus: espírito de conhecimento e de respeito do Senhor, espírito do temor. O temor de Iahweh é uma qualidade favorita na sabedoria tradicional (Pr 1,7)

Tudo isso é muito válido para olhar ao futuro com ânimos e com esperança, pois Deus pode transformar o impossível em possível. Da nossa parte é cultivar permanentemente nossa fé para não virar um “tronco” seco. Por isso devemos nos fazer sempre as seguintes perguntas: Será que cremos no poder de Deus que capaz de fazer surgir a vida das situações mais desesperadas? será que existe alguém capaz de nos tirar de nossa situação de desespero? Será que somos capazes de viver na esperança diante de uma situação desesperadora e aparentemente sem saída?

O texto da Primeira Leitura de hoje foi sempre interpretado pelos próprios judeus e muito mais por nós, cristãos, como um anúncio dos planos salvadores de Deus para os tempos messiânicos e para nós, cristãos. Trata-se da vinda de Jesus Cristo, o Deus-conosco, o Emanuel, pois em Jesus Cristo a profecia do profeta se cumpre.

O Espirito de Deus repousará sobre o Messias vestido de dons: sabedoria, inteligência, conselhos e fortaleza. Estes dons são citados também em Pr 8,14. Por meio destes dons, os reis reinam, os juízes julgam e se governa com justiça. Revestido de justiça e de fidelidade ao Senhor (temor de Deus) e às suas leis, o rei é mais poderoso que um guerreiro e suas palavras e decisões são mais eficazes que uma espada para a destruição dos violentos e ímpios.  

... sobre ele repousará o Espírito do Senhor”.  O Espírito de Iahweh ou o Espírito do Senhor” era uma força divina, dado a determinados indivíduos para capacitá-los a realizar missões para fortalecer as forças que neles tem: Moisés (Nm 11,7), os juízes (Jz 3,10; 6,34; 11,29), profetas (Mq 3,8(, Davi (1Sm 16,13) etc.. Este oráculo se cumpriu em Jesus, o Messias, pois o Espírito de Deus encontrou seu repouso nele (cf. Mc 1,10; Mt 3,16; Lc 3,22; Jo 1,32) e o enche de seus dons. Por isso, será sempre justo seu juízo, e Ele trabalhará em favor da justiça e amolecerá os violentos. Em seu tempo reinará a paz. As comparações tomadas do mundo dos animais são poéticas e expressivas. Os que parecem ser irreconciliáveis, estarão em paz: o lobo e o cordeiro, quando aceitarem o Salvador do mundo.

A vinda do novo Ungido significa a inauguração de uma era de paz para toda a criação. A presença do Novo Ungido torna possível o retorno ao Jardim de Eden (Paraíso). Uma paz que não é simplesmente bem-estar e sim também justiça e fruto da justiça. Correlativamente, o pecado, negação da justiça, é visto como um elemento que perturba o equilíbrio ao introduzir um estado de violência com Deus, com os homens e com o cosmos. A catequese bíblica não prega uma paz utópica; exige modificações fundamentais que se podem levar a término quando há espirito de sabedoria e de inteligência, de conselho e de fortaleza, de ciência e de temor de Deus. Este não é um programa abstrato para os cristãos porque Jesus é o caminho da paz ou melhor dizer, Ele “é nossa paz” (Ef 2,14), e porque está a serviço da conciliação de todos os homens. Temos que segui-Lo mesmo na incerteza atrás do Gólgota. A presença do Novo Ungido torna possível o retorno ao Jardim de Eden (Paraíso): “O lobo e o cordeiro viverão juntos, e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito; o bezerro e o leão comerão juntos, e até mesmo uma criança poderá tangê-los. A vaca e o urso pastarão lado a lado, enquanto suas crias descansam juntas; o leão comerá palha com o boi; a criança de peito vai brincar em cima do buraco da cobra venenosa; e o menino desmamado não temerá pôr a mão na toca da serpente (Is 11,6-8). É o mundo ideal para todos. Portanto a meta expressa em Is 11,1-9 é a paz perfeita, sem “danos nem mortes”. Tudo se cumpre em Jesus Cristo: Ele deixou a paz como legado para os cristãos; Ele faz voltar a viver quem morreu; ele cura os doentes; Ele procura os perdidos; Ele come com os pecadores; Ele perdoa os que O crucificaram e assim por diante; e assim por diante.

A missão do Messias consiste em implantar a justiça de Deus em seu Reino messiânico e em estabelecer uma nova relação com toda a criação (Is 11,4-9). Seu juízo favorecerá aos pobres e aos desamparados (Is 11,4), sua justiça atrairá todos os povos, e seu Reino de paz se converterá em uma morada gloriosa (Is 11,10), a morada da presença de Deus, ali onde Ele se dará a conhecer para todo o mundo (como na origem, no paraíso). O mundo criado ficará tão impregnado da paz messiânica que ninguém será inimigo de ninguém, inclusive, os animais considerados como inimigos tradicionais dos seres humanos serão dóceis com eles e serão com seus mais débeis representantes: as crianças (Is 11,6.8).

E cheio desta alegria e desta sabedoria do Espirito, Jesus pronuncia uma de suas frases cheias de paradoxo e ironia: somente aos simples de coração Deus revela os segredos do Reino (cf. Mt 11,25-26). Os que creem sábios, não entendem nada. Em Jerusalém havia doutores da lei, mas Jesus, num dia, elogiou o gesto daquela mulher anônima, pobre que entregava tudo que tinha para Deus (Mc 12,42). Os simples de coração, como Jesse, pai do rei Davi, são, na verdade, os sábios aos olhos de Deus. E o que também dirá Maria de Nazaré, a Mãe do Senhor em seu canto de Magnificat (Lc 1,46-55): a ela Deus olhou com predileção porque é humilde e é a serva do Senhor, do mesmo modo que Deus encherá de seus bens os pobres, e despedirá os ricos de mãos vazias.

Também hoje em dia, num mundo autossuficiente, orgulhoso dos progressos da ciência e da técnica, somente entrar, de verdade, no espirito do Advento os simples de coração. Não se trata de gestos solenes ou de discursos muito preparados, e sim abrir-se ao dom de Deus e alegrar-se de sua salvação. E isso não fazem os que estão cheios de si. A alegria profunda do Natal viverão os humildes, os que sabem apreciar o amor que Deus nos tem. Eles serão os que chegarão a conhecer em profundidade o Filho de Deus feito homem, porque Deus se revela a eles. Eles não se contentarão de uma alegria exterior e superficial, mas saberão reconhecer a vinda de Deus para nossa história.

Seremos nós dessas pessoas simples que sabem descobrir a presença de Deus sair ao Seu encontro? Merecemos a bem-aventurança de Jesus: felizes os olhos o que estão vendo? Jesus Cristo continua “vindo” este ano para nossa vida pessoal e para a sociedade, para continuar cumprindo o programa messiânico de paz e de justiça que está em marcha desde sua primeira vinda.

O profeta Isaías “sonha” ver o Messias que há de vir cheio de Espirito: Espirito de sabedoria e de inteligência, Espirito de conselho e de fortaleza, Espirito de ciência e de temor do Senhor. Jesus faz sua essa profecia, aplicando-a para si próprio na sinagoga de Nazaré (cf. Lc 4,18). “O Espirito de Deus repousa sobre mim...”. O sonho do profeta Isaias começa com as seguintes palavras: “Naquele dia”. Hoje é “aquele dia”, pois Deus se fez homem e viveu entre nós durante um tempo nesta terra. Este sonho da encarnação, da paz de Deus morando no meio de nós na carne, nasceu da visão do profeta Isaías.

Que tal sonhamos com o profeta Isaías? Para que “aquele dia” se torne “Hoje” para nós é necessário que comecemos a orar mais, a imaginar e a fazer acontecer a paz, a trabalhar pela igualdade e pela justiça para que não haja a inimizade entre nós (cf. Is 11,6-9), a reparar e restaurar a harmonia original do universo e a cantar as maravilhas de nosso Deus. Que tal voltemos a ser pessoas mais orantes cada vez mais? Iniciar-se na oração é uma boa prática para que o sonho do profeta Isaías se realize também na nossa história. Supliquemos a Deus que nos conceda o Espirito de sabedoria e entendimento para que sejamos capazes de perceber como Deus vê, com os olhos da justiça e da verdade, da fraternidade e da igualdade. Vamos sonhar com o profeta Isaías dentro do próprio sonho de Deus sobre a humanidade.

Vamos Viver a Vida Na Simplicidade, Na Gratidão e No Louvor a Exemplo de Jesus

O texto do evangelho lido neste dia se encontra no contexto do envio dos setenta (e dois) discípulos para a missão e sua volta da mesma (Lc 10,1-24). Eles voltaram da missão, conscientes de terem libertado os homens do mal moral e físico (Lc 10,17) pelo uso do nome de Jesus (poder messiânico). A chegada de Jesus abole o estado de escravidão e permite ao homem ter acesso para a verdadeira liberdade. Jesus louva a Deus por todo este êxito.

O texto começa com a oração de louvor e de ação de graças de Jesus: Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra...”. Jesus chama Deus de “Pai (cinco vezes).  Paitraduz “Abbá”, termo familiar usado pelas crianças.  É colocado na boca de Jesus na hora decisiva da luta para cumprir a sua vontade (Mc 14,36), e é usado pela Igreja primitiva para exprimir a vida nova de filhos (Gl 4,6; Rm 8,15). Deus, Pai de Jesus, o é também dos discípulos. Deus é Pai do filho perdido e é também Pai do Irmãos mais velho (cf. Lc 15,11ss). Somos filhos mesmo se não O reconhecemos. A sua paternidde, como é origem da nossa fraternidade, é também princípio e fim da criação: Tudo foi criado por ele (menos o pecado) e tudo volta para Ele. Por isso, aceitar a paternidade de Deus significa encontrar a fonte da vida, viver a verdade de filhos. É o dom que que nos é feito em Jesus Cristo. Pai significa raiz e fruto, presente e futuro, memória de amor e projeto de festa do Filho junto aos irmãos. Em síntese, todo o mistério do Reino de Deus, que Jesus revela aos seus discípulos (Lc 8,10) é o reconhecimento da paternidade de Deus e a vivência da fraternidade universal.

Jesus experimentou um gozo exultante, provindo do fundo de seu coração e que se transborda nas suas palavras ou na oração de ação de graças. A ação de graças, a oração de Jesus surge da contemplação do trabalho que o Pai está fazendo no coração dos homens através de seus apóstolos. Deus trabalha no coração de cada homem, inclusive no coração dos que se dizem ateus. Toda vez que uma pessoa se supera e faz o bem, nós devemos reconhecer que Deus está nessa pessoa. E ajudar essa pessoa a dar um passo adiante significa trabalhar com Deus e acompanhá-Lo.

Mas quais são os homens em cujos corações Deus está fazendo sua obra de salvação? A quem Deus revela seus segredos? Quem é capaz de conhecer e reconhecer os mistérios de Deus neste mundo? Estas são as perguntas lançadas implicitamente no texto do evangelho de hoje. A resposta é esta: Deus se revela aos simples, aos pequeninos, aos que não têm nenhuma pretensão, aos que se entregam totalmente à ação de Deus na sua vida: Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos”. Nestas pessoas a graça se frutifica em boas obras para o bem de todos. Essas pessoas produzem algo de bom para a humanidade, pois a graça de Deus flui nelas como a seiva flui do tronco aos ramos a fim de produzirem mais frutos (cf. Jo 15,1-5).

Por que Deus se revela aos simples/pequeninos, e por que os simples/pequeninos têm facilidade de captar as coisas de Deus?

Porque o simples não se louva nem se despreza. Ele é o que é, simplesmente, sem desvios, sem afetação. É a vida sem exageros. O simples não simula nada, pois simular a humildade e a simplicidade significa uma grande arrogância de quem puxa tudo para seu lado para ser centro de atenção. “É mais fácil simular virtudes que possuí-las. Por isso, o mundo está cheio de farsantes” (Santo Agostinho: De mor. Eccl. cath. 1,12). O simples é capaz de reduzir o mais complexo ao mais simples. O presente é sua eternidade, e o satisfaz. “A simplicidade é o último degrau da sabedoria (Kahlil Gibran).

A simplicidade aprende a se desprender, acolher o que vem sem nada guardar como coisa sua, pois para ele tudo é dom e vive no mundo de gratuidade. Simplicidade é nudez, despojamento, pobreza. Simplicidade é liberdade, leveza, transparência. A simplicidade é a transparência do olhar, pureza do coração, sinceridade do discurso, retidão da alma e do comportamento. A simplicidade é a espontaneidade, a improvisação alegre, desprendimento, desprezo do prevalecer. A simplicidade é o esquecimento de si, é nisso que ele é uma virtude. É por isso que a simplicidade é a virtude dos sábios e a sabedoria dos santos.

De fato, conhecer Deus não é primordialmente uma operação intelectual, reservada a uma elite. Os pequenos, os simples podem descobrir coisas sobre Deus que os entendidos não conseguem compreender.

Aqueles que aceitarem Jesus Cristo e sua mensagem serão capazes de ver as coisas de outro modo e poderão construir uma convivência humana baseada na equidade, pois eles se deixam invadir pela ação do Espírito como Jesus se deixava conduzir totalmente pelo Espírito. No texto de hoje o Espírito invade Jesus com sua alegria. A ação do Espírito ocupa, certamente, o centro da liturgia de hoje.

Celebrar o Advento não é outra coisa que deixar-nos modelar interiormente pela presença do Espírito, criar espaço em nossa vida para que possamos receber seus dons de sabedoria, de discernimento e assim por diante, necessários para descobrir o caminho por onde Ele quer que caminhemos neste mundo. A celebração da liturgia do Advento também nos convida à alegria e à esperança. Não podemos cair no desânimo ou na frustração que não são dons do Espírito.

“Naquele momento Jesus exultou no Espírito Santo e disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos”.

Ao colocar estas frases no seu evangelho o evangelista Lucas quer colocar o máximo possível em destaque os fatos que aconteceram pela primeira vez. Finalmente, há um grupo de discípulos que foi capaz de expulsar as falsas ideologias que tornavam as pessoas escravas das mesmas. Através da missão bem feita levada ao término por estes personagens desconhecidos até então na sociedade e da reação exultante de Jesus, o evangelista Lucas antecipa sobre como deverá ser a missão ideal: aberta, universal e libertadora.

É preciso que sejamos personagens conhecidos por Deus embora não sejamos reconhecidos pela sociedade que adora ao poder e ao exibicionismo. Sejamos sábios e inteligentes de Deus! “O homem que é firme, paciente, simples, natural e tranquilo está perto da virtude”, dizia o sábio chinês, Confúcio.

P. Vitus Gustama,svd

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