domingo, 8 de janeiro de 2012

JESUS VEM TRAZER A BOA NOTÍCIA DA
RECONCILIAÇAO COM DEUS


13 de Janeiro de 2012


Texto de Leitura: Mc 2, 1-12

A cura do paralitico é uma válida síntese da Palavra proclamada por Jesus Cristo. O Reino de Deus se aproxima porque Deus decidiu oferecer seu perdão, por amor, aos homens: “Filho, os teus pecados estão perdoados!”. Disposto a demonstrar a força salvadora do “Evangelho do Reino de Deus”, Jesus começa a comunicar ao paralítico a Boa Notícia da reconciliação com Deus. Nãonotícia que seja melhor do que a notícia da reconciliação com Deus. Fora da reconciliação com Deus expressa na reconciliação com o próximo não há salvação. Cada reconciliação feita é o céu que se ganha. O céu ficará aberto, toda vez que procurarmos a reconciliação com Deus e com o próximo simultaneamente, como rezamos no Pai Nosso: “Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.


Os escribas não estão de acordo: somente Deus poderia comunicar este gozoso anúncio do perdão dos pecados, segundo eles. Também segundo os hebreus, perdoar os pecados não era uma tarefa do Messias. Jesus, pelo contrario, se comporta de fato como se estivesse no lugar de Deus. Neste caso, Jesus chama a si mesmo de “Filho do Homem”, para evitar o conceito tradicionalmente vinculado à expressãoMessias”. Aos poucos Jesus vai se revelando como Messias, Filho de Deus como Mc colocou logo no inicio de seu evangelho: “Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (Mc 1,1). Mc vai colocar o título de “Filho de Deusbem no final do seu evangelho na boca de um centurião: “Verdadeiramente este homem era filho de Deus” (Mc 15,39), no momento em que Jesus morreu na cruz. A cruz que salva faz o centurião enxergar a salvação oferecida por Deus.


Com a discussão de hoje Mc dá inicio a uma série de cinco discussões entre Jesus e os escribas. Todas elas têm um denominador comum: Jesus questiona os pressupostos religiosos de uns homens profunda e honestamente religiosos. A de hoje questiona uma imagem sentida e familiar de Deus: um Deus que tira o mal de pessoas. Os escribas vivem discutindo o que pode e o que não pode. Jesus, ao contráriopassa a vida fazendo o bem” (At 10,38), mostrando para nós um Deus que é Pai que se preocupa com a salvação de seus filhos, todos nós.


Jesus foi sempre experimentado pelos primeiros cristãos como alguém que lhes questionava e quebrava as imagens religiosas mais profundamente sentidas. O Livro dos Atos é o melhor documento desta dinâmica que fala com profundidade uma religiosidade rígida e intolerante dos contemporâneos dos apóstolos. “Zelo” é o termo técnico em Paulo e em Atos para designar a rigidez e a intolerância religiosas.


Diante deste texto cada um, se for honesto, tem que se perguntar se em seus encontros com Jesus sente que sua imagem de Deus fica questionada.


Ao contrário dos letrados, a do povo e sua confiança no poder de Jesus continuam crescendo. Boa prova disto é o esforço que os quatro homens fazem para alcançar Jesus. Ao encontrar a porta fechada pela multidão que se aglomera diante dela, em vez de ficar desesperados e paralisados, os quatro homens sobem para o teto da casa para que o paralítico possa encontrar-se com Jesus. E Jesus valoriza a desses homens e do enfermo a quem lhe dá o perdão e são compensados pela cura do paralítico. Jesus não se contenta com o perdoar os pecados e sim que tenhamos consciência de que o perdão é real e cura também as enfermidades físicas. Ele salva o homem totalmente. Jesus é o Deus que o pecado, mas não condena ou não julga o pecador, mas o perdoa.


Aquele que não quer perdoar vive atacando o outro e é vítima de um ressentimento. E o ressentimento rouba sua alegria de viver. Para voltar a viver com alegria e dignidadeque se perdoar e perdoar o outro. O perdão é a expressão máxima do amor e o amor é que faz alguém viver na paz e na alegria. Somente aquele que está unido profundamente com Cristo é capaz de perdoar. Por isso, devemos nos perguntar se estamos unidos com Cristo ou não. A prova disso é a capacidade de amar e de perdoar e de se perdoar.


P. Vitus Gustama,svd

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