quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

FAZER E DIZER NA VIDA DE JESUS E DO CRISTÃO 

Quinta-feira, 19 de Janeiro de 2012



 
Texto de Leitura: Mc 3,7-12

Naquele tempo, 7Jesus se retirou para a beira do mar, junto com seus discípulos. Muita gente da Galileia o seguia. 8E também muita gente da Judeia, de Jerusalém, da Idumeia, do outro lado do Jordão, dos territórios de Tiro e Sidônia, foi até Jesus, porque tinham ouvido falar de tudo o que ele fazia. 9Então Jesus pediu aos discípulos que lhe providenciassem uma barca, por causa da multidão, para que não o comprimisse. 10Com efeito, Jesus tinha curado muitas pessoas, e todos os que sofriam de algum mal jogavam-se sobre ele para tocá-lo. 11Vendo Jesus, os espíritos maus caíam a seus pés, gritando: “Tu és o Filho de Deus!” 12Mas Jesus ordenava severamente para não dizerem quem ele era.

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E também muita gente da Judeia, de Jerusalém, da Idumeia, do outro lado do Jordão, dos territórios de Tiro e Sidônia, foi até Jesus, porque tinham ouvido falar de tudo o que ele fazia” (Mc 3,8).


Segundo Marcos muitas pessoas foram ao encontro de Jesus pela seguinte razão: “Ao ouvir o que ele fazia”. Não diz que “ao ouvir o que ele dizia” e sim “o que ele fazia”. O que Jesus fazia se fazia ouvir. Sua prática fazia ruído. Suas obras para o bem das pessoas são gritantes. Provavelmente o que dizia corria de boca em boca, porque sua palavra era concreta, referida à prática. Ele acolhe e procura o bem para todos, sem exceção. Seu dizer, seguramente, também era uma forma de fazer. Dizer e fazer, simultaneamente, como formas de práticas para Jesus. Seus fazer ultrapassa sempre seu dizer.


Mesmo que se torne popular e bem conhecido por seu fazer, Jesus não se embriaga do fervor popular, de aplausos, de triunfalismos e de vanglorias. Por isso é que ele sempre se retira da multidão para manter contato com seu Pai para não cair na egolatria, no egoísmo e no egocentrismo. O Reino de Deus é sempre o centro de sua atividade.


momentos, na nossa vida, nos quais a única forma de dizer é fazer. E há também momentos, é verdade, queformas de dizer que são mais eficazes que muitas formas de fazer. Jesus, em todo caso, foi sempre orientado à prática, à construção do reino de Deus, à obra de dignificação de pessoas: com sua palavra, com testemunho pessoal e com ações concretas de libertação. Por isso, com Jesus tudo pode mudar para melhor. É como se nascesse de novo. Ele cura. Nas primeiras ginas do evangelho ele é chamado de “o Salvador”, o que dá a saúde de corpo e de alma. Jesus sente o sofrimento dos homens. A compaixão move seu coração. Em Jesus se um sentido para a dor.


Quando um cristão fizer mais o bem do que apenas falar do bem Jesus faz presente e o bem praticado faz ruído ao redor mesmo que aquele que o pratica não diga nada. O bem praticado e vivido proclama por si próprio. O bem praticado se torna pregador por aquele que o pratica. O bem praticado sempre atrai parceiros. Que nossa maneira de viver possa fazer ruído não pelo mal que cometemos, mas pelo bem que praticamos silenciosamente.


Estamos neste mundo com o único objetivo: fazer o bem e por isso, nós não podemos deixar de fazer o bem em qualquer oportunidade. Mas é fácil ser pego na armadilha de pensar que o dia de hoje não importa muito, pois ainda temos outros dias pela frente. Mas uma grande vida não é nada mais que uma seqüência de dias bem vividos, amarrados juntos como um belo colar de pérolas. Cada dia é importante e contribui para a qualidade do resultado final. O passado se foi, o futuro existe na nossa imaginação e, portanto, o dia de hoje é tudo o que cada um tem. Precisamos usá-lo sabiamente para o bem. Nossa vida não é um ensaio. As oportunidades perdidas raramente voltam.


Mas precisamos superar permanentemente a tentação contra a egolatria, isto é, fazer as coisas em função do próprio ego e não em função do bem de todos. Por isso, precisamos olhar para Jesus e olhar para nossa vida ou nossa maneira de viver para saber onde estamos a fim de saber se estamos no caminho de Cristo ou não.


Vendo Jesus, os espíritos maus caíam a seus pés, gritando: “Tu és o Filho de Deus!”.  Mas Jesus ordenava severamente para não dizerem quem ele era”. É interessante observar que não é a multidão que faz a exclamação de que Jesus é “Filho de Deus” e sim são os possessos, isto é, as forças do mal. Diante de Jesus que é mais forte do que qualquer força do mundo, por serFilho de Deus”, as forças do mal não aceitam ser reduzido seu poder, embora se trate de um poder destruidor do ser humano. Por isso, elas protestam contra Jesus, o Filho de Deus. A presença de Jesus desmascara as forças do mal que até então dominavam o ser humano, especialmente os mais fracos. Mas diante de Jesus e na Sua presença a força do mal perde seu poder e sua força. Não é por acaso que a multidão sempre vai atrás de Jesus, pois estar com Jesus significa estar com a força das forças. Vale a pena para nós também estarmos com Jesus, pois Ele é a força de nossas forças e a vida de nossas vidas. Através do evangelista João Jesus nos recorda com as seguintes palavras: “No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: Eu venci o mundo!” (Jo 16,33b).


P. Vitus Gustama,svd


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