Naquele tempo , 20Jesus voltou para casa com os discípulos . E de novo se reuniu tanta gente que eles nem sequer podiam comer . 21Quando souberam disso, os parentes de Jesus saíram para agarrá-lo, porque diziam que estava fora de si .
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O relato de Mc começa com um dado surpreendente : os parentes de Jesus, ao ouvir que ele estava fora de si , ou estava louco , eles foram até Jesus para retirá-lo do seu lugar de missão . A loucura era considerada como sinal de possessão diabólica . Qualificar alguém de louco era uma forma de excluí-lo, anulá-lo e condená-lo. Com Jesus seus inimigos queriam aplicar também essa tática para anulá-lo e os parentes de Jesus simplesmente acreditavam sem nenhuma verificação .
Os parentes de Jesus acreditaram nas fofocas ou comentários maldosos dos inimigos de que Jesus era louco . Por isso , eles foram até Jesus para levá-lo para casa sem perguntar até que ponto esse comentário tinha fundamento . Às vezes , acontece o contrário : aquele que acha que o outro seja louco é muito mais louco do que todos os loucos de verdade . Precisamos nos perguntar também tanto pessoalmente como comunitariamente: Quem é Jesus em quem acreditamos? Por que nos reunimos em Seu nome ? Por que celebramos a Eucaristia ? Só porque ele mandou fazer em sua memória ? Mas que memória ? Vale a pena continuar acreditando e esperando n’Ele ?
Jesus é considerado como louco por ser próximo para todos , por ajudar quem está em necessidade ; por integrar numa família quem era excluído , por salvar a vida no dia de preceito (Sábado ), por lutar pela igualdade , pois todos são filhos e filhas de Deus . Nós que amamos Cristo , nós que escutamos Sua voz e nos comprometemos a viver conforme Seu evangelho também nós podemos ser considerados como loucos , sonhadores e ilusórios pelo mundo . Mas somente aquele que vive verdadeiramente unido a Deus e comprometido na salvação de todos , poderá fazer seu o caminho de Cristo e jamais vai usar o Evangelho para o proveito próprio . Ao contrario, ele saberá ir ao encontro dos que falharam na vida moral ou eticamente para fazer todos eles aproximarem-se do perdão e do amor de Deus ; saberá ir ao encontro das pessoas que sofrem para manifestar-lhes a misericórdia divina não somente com palavras e sim com a própria entrega , com obras que lhes ajudam a viver uma vida digna . Sejamos essa Igreja do Senhor que vive não para servir-se do Evangelho e sim para estar a serviço do Evangelho até as ultimas conseqüências . Deus espera de nós uma vida de fé totalmente comprometida com o Evangelho .
P. Vitus Gustama,svd
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