domingo, 12 de fevereiro de 2012

SEJAMOS SINAIS DE DEUS E ESTEJAMOS ATENTOS AOS SINAIS DE DEUS NA VIDA DIÁRIA


Segunda-feira, 13 de Fevereiro de 2012  

Texto de Leitura: Mc 8,11-13

Naquele tempo11Os fariseus vieram e começaram a discutir com Jesus. E, para pô-lo à prova, pediam-lhe um sinal do céu. 12Suspirando profundamente em seu espírito  ele disse: “Por que esta geração procura um sinal? Em verdade vos digo, a esta geração nenhum sinal será dado”. 13E, deixando-os, Jesus entrou de novo na barca e se dirigiu para a outra margem.

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Para pôr Jesus à prova os fariseus pediam-lhe um sinal do céu”. Mas Jesus recusou o pedido.

Segundo os fariseus, Jesus deve oferecer provas de suas pretensões. Quando reclamam um sinal do céu, os fariseus exigem que Deus diretamente uma prova da messianidade de Jesus. Tudo isso quer mostrar, na verdade, a incredulidade dos fariseus.

Diante da incredulidade dos fariseus Jesus fica indignado. Para falar desta indignação, Mc usa a seguinte expressão: “Suspirando profundamente em seu espírito, Jesus disse: ‘Por que esta geração procura um sinal? ’” (Mc 8,12). É a contrariedade baseada no dom do Espírito que o une a Deus (cf. Mc 7,34). No NT a expressão “esta geração” denota sempre um juízo negativo (Mc 8,38; 9,19; Mt 12, 39-45; 16,4, 17,17; Lc 9,41; 11,29; Fl 2,15).  A Palavra “esta geração” é um termo de condenação que faz alusão à “geração do desertoque contestou Deus, que pôs Deus à prova reclamando sempre novas provas ou mostras do poder divino (cf. Ex 15,22-17,7). O poder de Deus não se manifesta através do exibicionismo, e sim através da simplicidade. E a simplicidade não faz nenhum barulho. Para Deus tudo é simples e para o simples tudo é divino.

Jesus sempre recusa sinais que possam ser interpretados apenas como atos exibicionistas (cf. Mc 4,5-7 e Lc 4,9-12). Os atos exibicionistas são pedidos por quem não tem (cf. Mc 3,22-30). Quando buscamos ou damos outro sinal, como os fariseus, é prova de que vivemos ainda na imaturidade da ou na incredulidade, pois ainda precisamos de muletas para poder nos mover. Os milagres são um presente que Deus nos faz e não se podem converter em uma manipulação dos demais. Jesus quer que nós mesmos sejamos esse sinal através das boas obras que fazemos. As boas obras que fazemos são provas de nossa união com Cristo e por isso, elas sempre apontam para Cristo, pois fazemos tudo no espírito do Senhor. Os milagres supõem uma básica. Mas nossa verdadeira não depende de milagres, pois sabemos que Deus nos ama e cremos no Seu amor. A consciência plena do amor de Deus por nós é o grande milagre para nossa vida diariamente. O amor nos tranqüiliza, nos serena e nos faz crescer como filhos e filhas de Deus e nos faz mais humanos e irmãos.

Os fariseus pedem a Jesus um sinal ou uma prova do céu para comprovar a Sua messianidade, esquecendo-se da prova que está tão perto deles: o próprio Jesus. É preciso nós dirigirmos nosso olhar para duas direções: para o céu e para a terra, simultaneamente. Olhar para o céu é olhar para Deus, origem de todas as coisas; é reconhecer nele a fonte de onde saiu tudo de bom para o mundo: “Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. Nele havia vida e a vida era a luz dos homens” (Jo 1,3-4). Olhar para a terra é olhar para a obra de Deus. Antes de qualquer um ter nascido, tinha tudo na terra e no universo. Vivemos, realmente, no mundo de gratuidade e por isso, no mundo do amor divino. Justamente, a maior prova de que Deus nos ama consiste em que, sendo nós pecadores, nos enviou seu próprio Filho (Jo 3,16) que entregou sua vida para nos libertar da morte e da escravidão do pecado. Deus nos ama. Deus é o Deus-Conosco (Mt 1,23;18,20;28,20). Deus não somente se fez próximo de nós em Jesus Cristo, mas ele fez sua morada em nós mesmos ao vivermos seus mandamentos, resumidos no amor fraterno (Jo 14,23; 1,14; cf. Jo 13,35; 15,12).

Por isso, Jesus é o próprio retrato de Deus, pois ele ama até o fim (Jo 13,1), ele perdoa, ele faz todo mundo irmão, ele ressuscita, ele entrega sua vida para o bem de todos. Se Jesus é o próprio retrato de Deus, cada cristão deve ser o próprio retrato de Jesus Cristo. Deus se reconhece na vida do homem, pois o homem é a imagem e semelhança de Deus (Gn 1,26).

Mas precisamos estar conscientes de que, apesar de o Senhor habitar em nós e caminhar conosco, as provas jamais desaparecerão de nossa vida como aconteceu com o nosso Senhor, Jesus Cristo. O próprio Jesus foi tentado até a morte, como foi tentado também no evangelho deste dia. Ser tentado é ser predileto de Deus, pois é sinal de que alguém está caminhando com o Senhor. Nossa vida está submetida a uma série de tentações que, ao serem vencidas pela força do Espírito Santo, nos tornaremos mais maduros na e mais humanos na convivência fraterna. Por isso, é preciso que abramos nosso coração à Sabedoria de Deus para que, na nossa atuação como filhos e filhas de Deus, sejamos guiados pelos critérios do bem, do amor, da verdade, da solidariedade, da justiça, da honestidade e assim por diante. Nossa não pode ser movida por qualquer vento.

Em verdade vos digo, a esta geração nenhum sinal será dado, disse Jesus aos fariseus. Pedimos ao Senhor que não deixe de nos dar sinais de Sua presença na nossa vida de cada dia, principalmente nos momentos mais difíceis de nossa vida. Não queremos colocar o Senhor à prova e sim queremos que o Senhor abra nosso coração e nossos olhos para captar sinais de Sua presença na nossa vida cotidiana.

P. Vitus Gustama,svd

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