segunda-feira, 22 de junho de 2020

26/06/2020
Tshá b'Av - Dia da Queda do Templo - Notícias de Israel - CafetorahPensando em Deus: 1ª Leitura - 29.06.2018Jesus Cura um Leproso ( Leitura em Mateus 8;1-4 ) - YouTube
O DEUS MISERICORDIOSO QUER NOS PURIFICAR PORQUE NOS AMA
Sexta-feira da XII Semana Comum


Primeira Leitura: 2Rs 25,1-12
1 No nono ano do reinado de Sedecias, no dia dez do décimo mês, Nabucodonosor, rei da Babilônia, veio atacar Jerusalém com todo o seu exército. Puseram-lhe o cerco e construíram torres de assalto ao seu redor. 2 A cidade ficou sitiada e rodeada de valas até o décimo primeiro ano do reinado de Sedecias. 3 No dia nove do quarto mês, quando a fome se agravava na cidade e a população não tinha mais o que comer, 4 abriram uma brecha na muralha da cidade. Então o rei fugiu de noite, com todos os guerreiros, pela porta entre os dois muros, perto do jardim real, se bem que os caldeus cercavam a cidade, e seguiram pela estrada que conduz a Arabá.5 Mas o exército dos caldeus perseguiu o rei e alcançou-o na planície de Jericó, enquanto todo o seu exército se dispersou e o abandonou. 6 Os caldeus prenderam o rei e levaram-no a Rebla, à presença do rei da Babilônia, que pronunciou sentença contra ele. 7 Matou os filhos de Sedecias, na sua presença, vazou-lhe os olhos e, preso com uma corrente de bronze, levou-o para Babilônia. 8 No dia sete do quinto mês, data que corresponde ao ano dezenove do reinado de Nabucodonosor, rei da Babilônia, Nabuzardã, comandante da guarda e oficial do rei da Babilônia, fez a sua entrada em Jerusalém.9 Ele incendiou o templo do Senhor e o palácio do rei e entregou às chamas todas as casas e os edifícios de Jerusalém. 10 Todo o exército dos caldeus, que acompanhava o comandante da guarda, destruiu as muralhas que rodeavam Jerusalém. 11 Nabuzardã, comandante da guarda, exilou o resto da população que tinha ficado na cidade, os desertores que se tinham passado ao rei da Babilônia e o resto do povo. 12 E, dos pobres do país, o comandante da guarda deixou uma parte, como vinhateiros e agricultores.


Evangelho: Mt 8,1-4
1 Tendo Jesus descido do monte, numerosas multidões o seguiam. 2 Eis que um leproso se aproximou e se ajoelhou diante dele, dizendo: “Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar”. 3 Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse: “Eu quero, fica limpo”. No mesmo instante, o homem ficou curado da lepra. 4 Então Jesus lhe disse: “Olha, não digas nada a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote, e faze a oferta que Moisés ordenou, para servir de testemunho para eles”.
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Aliança com Deus Termina Com Vitória, Mas Aliança Com o Mundo Termina Com Uma Destruição Total Ou parcial


Depois da queda de Samaria e do fim do reino de Israel, os autores continuam nos contando a história do reino de Judá (reino Sul) até a conquista e a destruição de Jerusalém que em seguida a deportação de alguns elites de Jerusalém para Babiblônia.


No dia sete do quinto mês, data que corresponde ao ano dezenove do reinado de Nabucodonosor, rei da Babilônia, Nabuzardã, comandante da guarda e oficial do rei da Babilônia, fez a sua entrada em Jerusalém. Ele incendiou o templo do Senhor e o palácio do rei e entregou às chamas todas as casas e os edifícios de Jerusalém”. É uma parte do relato da Primeira leitura.


O desterro do ano 597 a.C não foi o definitivo. Então, Nabucodonosor, rei da Babilônia, e suas tropas saquearam tudo que era valioso de Jerusalém e deportaram os melhores do povo para Babilônia. Ficaram em Jerusalém apenas os mais simples com uns governantes mais débeis que anteriores.


Foi o profeta Jeremias que falou nesse tempo, entre a primeira e a segunda deportação. Ele tentou todos os meios para convencer o povo e as autoridades a fim de voltarem à prática religiosa da aliança e, politicamente, que desistissem das alianças com Egito, porque não ficariam livres do poderio dos babilônicos. Mas eles não fizeram caso, e no ano 586 (onze anos depois) voltou Nabucodonosor e o desterro foi já total.


O texto de 2Rs 25,2-7 nos narra os momentos finais de Jerusalém e do rei Sedecias (vigésimo e último rei de Judá que governou de 598-587. “Sedecias” em hebraico significa “Deus é [minha] justiça”). Durante dezoito meses  Jerusalém resiste diante do domínio do rei Nabucodonosor. Mas por falta de alimento a situação se torna desesperadora e finalmente, no dia 18 de Julho do ano 587/586 a.C abre uma brecha para Nabucodonosor e sua tropa destruirem Jerusalém totalmente. O rei Sedecias procura fugir, mas é impedido e levado para Nabucodonosor. Acusado de rebeldia, Sedecias sofreu o julgamento e sumaríssimo castigo. Os filhos de Sedecias foram executados na sua presença à ordem de Nabucodonosor. E o próprio Sedecias teve os olhos vazados e foi conduzido algemado para a Babilônia, onde morreu.


É outra página mais escura da história do povo eleito: o fim do reino de Judá, como antes havia ocorrido com o fim do reino de Samaria. Nabucodonosor destruiu Jerusalém e mandou todos os melhores de Jerusalém para o desterro em Babilônia. A destruição de Jerusalém com o Templo é como se fosse o fim do mundo para os israelitas, pois o Templo representa a morada de Deus.


O Salmo Responsorial de hoje (Sl 136/137) não podia ser outro: “Junto aos rios da Babilônia nos sentávamos chorando, com saudades de Sião”. É um Salmo que surgiu ao final desse desterro, um pouco antes de o rei Ciro abrir o caminho para que voltassem para Jerusalém os israelitas.


Em nossa história pessoal e comunitária há dias que parecem totalmente escuros como aconteceu com o povo eleito do Antigo Testamento. O Templo destruído, a nação desfeita, a fé perdida, as promessas de Deus irrealizáveis. A Igreja se debilita por causa de seus dirigentes e do próprio povo em geral, as vocações diminuem, a sociedade incrédula, nossas forças enfraquecidas, perda do ânimo e do entusiasmo no trabalho, falta de confiança mútua, interrogações pelo sentido da própria vocação, as famílias desestruturadas, casamento fracassado e assim por diante.


Muitas vezes é culpa nossa, como no caso dos judeus que não fizeram caso da advertência do profeta Jeremias e confiaram nas alianças efêmeras (políticas e militares) com o Egito, quando o que tinha que fazer era voltar aos caminhos retos da Aliança que incluíam os verdadeiros valores pessoais e comunitários. Se não nos mudarmos pelo bem ou pelo amor, seremos obrigados a nos mudar pela dor e tragédia maior de nossa vida, que pode ser que seja tarde demais. Ai veremos nossa vida se destruindo aos pedaços.


Por isso, diante do amor e da fidelidade de Deus que nos ama até o fim (Cf. Jo 13,1) temos que corresponder com nossa fidelidade, corrigindo mais cedo os desvios. Se nos corrigirmos, Deus continua sendo fiel a suas promessas por nós. Quem tem fé em Deus, é capaz de ver um pontinho de luz no meio da escuridão. Com Deus a esterilidade se transforma em fecundidade da qual nasce uma vida nova. A porta da misericórdia de Deus continua aberta para quem quiser entrar. A lei do Senhor é o amor, a misericórdia, a justiça, a verdade e a fraternidade, pois Deus é o Pai-Nosso. Mas Deus jamais empurraria alguém a entrar por esta porta.


Não há dúvida de que a vida dos homens está cheia de sofrimentos mais ou menos visíveis: físicos, mentais e morais-éticos. O leproso do Evangelho de hoje é uma destas misérias. Ainda que os homens trabalhem com afã por buscar as riquezas e finjam viver num mundo imortal, os sinais da morte que cada homem leva em si mesmo são inevitáveis. Nós os encontramos em cada passo de nossa vida. Cada dor ou doença que sofremos por menor que seja é um preanúncio da própria morte. Fisicamente somos todos mortais. Drogas, matrimônios desfeitos, suicídios, enfermidades e desgraças sem fim até o homem mais famoso, mais rico, mais sábio e mais são conhece pessoalmente. No entanto, todos nós sabemos que, apesar de tudo, temos que seguir adiante em busca do sentido de nossa vida e de nossa passagem por este mundo. O que estou procurando nesta vida e para onde a vida vai me levar por este caminho? Antes de ser interrogados ou questionados por outros, temos que saber nos questionar e nos interrogar a fim de encontrar o sentido daquilo que estamos buscando ou fazendo. No interrogar, no interrogar-se e no deixar-se interrogar o homem encontra o sentido de sua vida. Pela fé sabemos que somente em Deus encontramos a resposta para todos os porquês de nossa vida de cada dia. A partir do olhar de Deus, até a desgraça que sofremos deixa-nos algum sentido ou alguma lição para recomeçar nossa caminhada.


Por isso, Jesus realiza milagres para que vejamos que Ele é capaz de nos dar uma vida que não somente é sofrimento e sim que também há consolos físicos e morais-eticos que são muito mais profundos porque tocam nossa própria alma. Para isso é que Jesus veio ao mundo para nos trazer um reino de amor e de fraternidade e nos mostrar que Deus é o nosso Pai Comum. Basta que usemos corretamente nossa liberdade para que se realizem todas as graças que Cristo quer nos dar. Basta confiar em Cristo, em sua Palavra que nos fala do Pai misericordioso e interessado por nossa felicidade.


Deixar De Ter Um Coração De Lepra


Tendo Jesus descido do monte, numerosas multidões o seguiam”. Esta frase é antitética com Mt 5,1: “Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte...”. Agora Jesus desceu da Montanha e “numerosas multidões o seguiam”. A descida de Jesus da Montanha marca o passo do ensinamento para a ação.


O evangelista Mateus nos relatou que “um leproso se aproximou de Jesus”.  Mateus usa o verbo “aproximar-se54 vezes no seu evangelho. Este verbo está carregado de sentido. A comunidade de Mateus, de origem judia, ao escutar este verbo, sentia que caiam muitas barreiras “do puro e do impuro”. Por isso, Mateus relatou que “Jesus estendeu a mão, tocou no leproso”. O leproso estava verdadeiramente excomungado da comunidade social e cultural de Israel e era declarado “impuro” e marginalizado de toda participação no culto, e acreditava-se que era incapaz de aproximar-se de Deus e da sociedade humana (cf. Lv 13,45-46).


Mas o leproso do Evangelho já sabe que, com Jesus, caíram as barreiras e sabe que para Jesus, mesmo sendo leproso, ele é parte da comunidade.


Aproximou-se de Jesus um leproso e lhe suplicou: “Senhor, se queres, podes purificar-me”. A oração desse leproso é breve e confiante.  “Se queres”, disse o leproso. Ele não pede nem exige nada. Neste “se queres” o leproso reconhece o poder de Jesus. Basta Jesus querer, pois ele pode curar. E acrescenta: “podes purificar-me”. Para poder participar dos cultos e da comunidade tem que estar puro. Nisto, o leproso pede para ser purificado. E na purificação está a cura. Para o leproso, Jesus é aquele que pode curá-lo e ao mesmo tempo pode reabilitá-lo totalmente, isto é, purificá-lo, eliminar dele todo sinal de impureza, fazendo-o capaz de se aproximar de Deus. E Jesus atendeu ao pedido do leproso: “Eu quero, fica limpo”.


É o primeiro milagre relatado por Mateus logo depois do Sermão da Montanha. A escolha de um leproso para este primeiro milagre para Mateus tem seu significado. Mateus escreveu seu evangelho para os judeus. Em seu contexto cultural e religioso, a lepra era o mal por excelência, uma enfermidade contagiosa que destruía lentamente a pessoa afetada e que era considerada pelos antigos como um castigo de Deus, sinal de pecado que excluía a pessoa afetada da comunidade (Dt 28,27-35; Lv 13,14). O leproso era considerado impuro e fazia impuro tudo que tocava. Por isso, ele era afastado da comunidade. O leproso sofria, então, não somente fisicamente, mas também psicológico e social e religiosamente. E para a lepra não tinha nenhum remédio. O leproso estava condenado à morte. Restava esperar um milagre para sobreviver.


Mas no meio da falta de solução e de saída Jesus apareceu para superar o problema. Jesus estendeu a mão e tocou nele e disse: “Eu quero. Fica limpo”. A palavra de Deus se torna fato, se for obedecida e praticada. A força salvadora de Deus está na ação de Jesus. De fato, o leproso ficou curado. Podemos imaginar alegria deste homem que era solitário, abandonado, excluído e maldito pela sociedade e agora feliz, pois volta a olhar para o futuro com muita esperança.


A mão estendida, o contato é um sinal de amizade. Jesus se apresenta como amigo do sofredor, do abandonado e se aproxima dele para dizer que o sofredor não está sozinho. Jesus compartilha os dramas da humanidade. Por este humilde gesto Jesus reintegra o leproso curado na sociedade dos que o excluíam. Esta mão estendida é também um gesto de vitória. Esta mão estendida é o gesto de amor. É uma mão pronta para ajudar como ajudou Pedro que estava para afogar. É uma mão que está pronta para ajudar quem se encontra na dificuldade.


Todos nós somos débeis de alguma forma e necessitamos da ajuda permanente de Jesus. Nossa oração, confiada e simples, como a do leproso, se encontra sempre com o olhar de Jesus, com sua vontade de nos salvar. Jesus nos toca com sua mão diariamente. Mas muitas vezes estamos bem anestesiados pelas preocupações e agitações que acabamos não sentindo a mão de Jesus tocando nossa mão. Jesus nos alimenta com o Pão e o Vinho da Eucaristia, tocando nossa vida. Ele nos perdoa através da mão de seus ministros estendida sobre nossa cabeça, tocando e ungindo nossa testa e nossa mão com o óleo santo de batismo, de crisma, dos enfermos.


Olhando para o leproso antes e depois de sua cura, cada um precisa se perguntar: “O que é que faz você perder a esperança lentamente?”. E nesta situaçao, você tem coragem de se aproximar de Jesus e deixar-se tocar por ele para você voltar a ter mais esperança e força para continuar sua luta?
P. Vitus Gustama,svd

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