22 de Novembro de 2013
Texto de Leitura: Lc 19, 45-48
Jesus entrou no Templo
e começou a expulsar os vendedores .
E disse: “Está escrito : ‘Minha casa será
casa de oração ’.
No entanto , vós
fizestes dela um antro
de ladrões ”. Jesus ensinava todos os dias
no Templo . Os sumos
sacerdotes , os mestres
da Lei e os notáveis
do povo procuravam modo
de matá-lo. Mas não
sabiam o que fazer ,
porque o povo
todo ficava fascinado quando ouvia Jesus falar .
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Terminada a etapa
das lições do caminho
(Lc 9,51-19,28), Jesus se encontra , finalmente , em Jerusalém
e continua dando suas ultimas lições antes de
sua Paixão
e Morte (Lc 19,29-21,38).
Na passagem
do evangelho deste dia
o evangelista Lucas nos
apresenta Jesus expulsando os vendedores
do Templo . Trata-se do primeiro
gesto profético
de Jesus no Templo de Jerusalém. Jesus
atua como os profetas
clássicos que ,
primeiro , faziam alguma ação
simbólica e logo em
seguida , pronunciavam seus oráculos .
A ação
simbólica de Jesus no texto de hoje é expulsar os vendedores do Templo .
Logo em
seguida Jesus pronuncia dois
oráculos . O primeiro
oráculo é tirado de Is 56,7 sobre
o caráter do Templo
como casa
de oração . O segundo
oráculo é tirado de Jr 7,1-15, um
texto que
inspira toda a ação
e o pensamento de Jesus. Para
Jeremias e Jesus o Templo se transforma em uma cova de bandidos porque
nele encontram os assassinos e os
idólatras que matam, oprimem e exploram até os mais pobres .
A intervenção
de Jesus no Templo na expulsão dos vendedores
é uma chamada de atenção
para recolocar nossa atitude religiosa num plano
de autenticidade e sinceridade .
O espaço sagrado
e o tempo sagrado
(momento de oração
e de celebração ) devem adquirir
seu verdadeiro
sentido como
forma de encontro
com Deus
que s traduz na vivencia do amor fraterno . Ambos
(o espaço sagrado
e o tempo sagrado )
têm que assumir
sempre a forma
da intercessão e da busca
do perdão de Deus
para um coração arrependido: “Minha
casa será casa
de oração ”.
Diante da intervenção de Jesus na
expulsão dos vendedores do Templo “Os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e
os notáveis do povo procuravam modo de matar Jesus”. Enquanto que o povo, na sua simplicidade, não
encontrou nenhuma dificuldade para aceitar a mensagem de Jesus, como Lucas nos
relatou: “o povo todo ficava fascinado quando ouvia Jesus falar”.
O valor de nossa religiosidade e o
de nosso verdadeiro encontro com Deus que dão sentido para toda nossa
existência dependem da escolha que fazemos entre estas duas formas de receber a
mensagem de Deus.
A entrada de Deus e de Sua Palavra
na nossa vida quer colocar em questão as nossas atitudes religiosas. Esta
entrada serve para desmascarar nosso egoísmo e nosso jogo de interesse em nome
de uma vida sem sentido e sem rumo e para tirar de nós um falso sentimento de
segurança a fim de nos salvar. A entrada de Deus e de Sua Palavra na nossa vida
exige que coloquemos em revisão a nossa religiosidade se é autentica ou falsa.
Ninguém pode crer impunemente. A religião não pode nos assegurar a impunidade
em nossas más ações, e a religião nunca pode ser considerada como o refugio
seguro para malfeitores. Uma religião sem o compromisso de uma conduta coerente
em função da vivência dos valores humanos reconhecidos universalmente é um ópio
que faz adormecer a própria consciência. Precisamos questionar o questionável e
perguntar o perguntável. Precisamos ficar atentos para que nossa prática
religiosa não seja mais importante do que o próprio Deus e o ser humano. Onde
há o amor fraterno, ali Deus está, mesmo que se trate do ateísmo. Onde não há o
amor fraterno, não há o verdadeiro cristianismo, pois o amor fraterno é o
mandamento do Senhor (Jo 13,34-35; 15,12).
P. Vitus Gustama,svd
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