domingo, 11 de dezembro de 2016

Quarta-feira, 14/12/2016

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SER TESTEMUNHA DE JESUS COM OBRAS FEITAS NO SEU ESPÍRITO


Quarta-feira, 14 de Dezembro


Festa de São João Da Cruz


Texto de Leitura: Lc 7,19-23


“És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?”


Para vir ao que não SABES - hás de ir por onde não SABES.
Para vir ao que não GOSTAS – hás de ir por onde não GOSTAS.
Para vir ao que não POSSUIS - hás de ir por onde não POSSUIS.
Para vir ao que não ÉS - hás de ir por onde não ÉS.
Para vir a saber TUDOnão queiras saber algo em NADA.
Para vir a saborear TUDOnão queiras saborear algo em NADA.
Para vir a possuir TUDOnão queiras possuir algo em NADA.
Para vir a ser TUDOnão queiras ser algo em NADA.


(São João da Cruz)


No texto do evangelho lido neste dia os enviados de João Batista perguntam a Jesus se ele é Messias esperado. Mais tarde é o próprio Jesus quem perguntará a seus discípulos acerca de sua própria identidade (cf. Mt 16,13-20). Neste quadro de interesse por Jesus vão aparecendo diversas reações. Começa com a pergunta dos enviados de João Batista: “És Tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?”.


O texto nos conta que João Batista está na prisão. Mas por que ele manda fazer a seguinte pergunta para Jesus, através de seus discípulos: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?”


João batista faz esta pergunta, porque o comportamento ou o modo de atuar de Jesus não responde ao ideal messiânico de João Batista diante das pessoas com as severas imagens do machado, a vara e o fogo para insistir à conversão diante do julgamento iminente que ele anunciava (cf. Mt 3,1-12). Para ele, o Messias é um guerreiro vitorioso, um juiz severo, um rei poderoso e vingador contra os malvados da terra. Mas Jesus não está fazendo aquilo que João Batista esperava e pregava. Daí surge esta pergunta: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?”.


A resposta de Jesus se esclarece no plano dos princípios dos fatos: “Ide contar a João o que vistes e ouvistes: os cegos recuperaram a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a Boa Nova é anunciada aos pobres”. Isto quer nos dizer que somente pode ser evangelizadora uma comunidade cristã que atende, que infunde paz e esperança, que liberta, que se mostra cheia de misericórdia.


Até certo ponto a dúvida do Precursor nos surpreende. Será que se sente defraudado por Jesus? Os que se dizem ateus ou os que não freqüentam Igreja nenhuma fazem também esta pergunta para nós: “Onde está o teu Deus? Será que podemos acreditar no Deus em quem vocês acreditam ou devemos procurar o outro deus?”.


No seu livro O Deus Em Quem Não Creio, Juan Arias dá algumas respostas. “Deus está na tua vida vazia. É o sol que desejarias ver brilhar quando as trevas irromperam nos teus olhos... Está naqueles olhos cheios de luz que, ao olhá-los e amá-los, te tornaram mais criança, mais inocente, mais livre, mais poeta e mais concreto; mais passivo e mais vivo; mais terno e mais seguro; menostu” e maispróximo”. Está nessa sede de limpeza que faz sentir a tua boca seca e pegajosa, depois de qualquer infecção do espírito ou da carne. Está à porta de cada desilusão; são essas mãos invisíveis em que não crês, mas que desejarias apertar, cheias de fidelidade, quentes de compreensão, eletrizadas por um afeto que resiste ao tempo...Deus está no palpitar intato de cada novo ser...Está no conjunto de sentimentos que vibram em todo o ser da mulher que acaba de ser mãe...Deus está ali; naquele cantinho mais secreto da tua vida, aonde ninguém chega, em que uma voz que não sabes donde vem, nem para onde vai, te diz o que não querias ouvir, te recorda o que desejarias ter esquecido, te profetiza o que nunca desejarias saber. Nessa voz que não ouves, mas que te desaprova. Nessa voz que não é tua, mas que nasce em ti e que nem o sono, nem o barulho, nem a bebida, nem a carne conseguem fazer calar...Está nesse abismo profundo da tua incredulidade...Está na paz do lago sereno das tuas lágrimas quando te reconcilias com a tua consciência e que te dá a sensação de renasceres...Deus está nessa força misteriosa que nos mantém vivos, que nos impede de enlouquecer, que nos evita o suicídio depois de certas provas dramáticas da vida, depois de certos desgostos mais cruéis e trágicos do que a morte...Deus está sobretudo onde reina o amor”. Por tudo isso, o homem deve viver sobre a face da terra com . Ter significa confiar em Deus apesar de nossas dúvidas; significa ter coragem de agir apesar de nossos medos; significa acreditar no amanhã apesar de nossos sofrimentos de hoje, pois Deus é fiel.


Em segundo lugar, não há, por acaso, muitos cristãos que pedem a Deus que intervenha para castigar os ímpios, para fazer justiça e vingança contra os criminosos ou malfeitores, esquecendo o que Jesus manda no Sermão da Montanha sobre amar aos inimigos e rezar por eles (Mt 5,44)? Não temos interpretado como castigos de Deus as desgraças que se abatem sobre pessoas? Será verdade que Deus sentiria o prazer de ver os maus sofrerem, que também são seus filhos? Será que temos rezado suficientemente por aqueles que nos maltrataram, nos difamaram e nos injustiçaram ou nos machucaram? Ou pedimos uma vingança da parte de Deus para que eles sofram terrivelmente?


A nossa resposta, como cristãos, para o mundo atual, deve ser esclarecida no plano dos princípios dos fatos, a exemplo de nosso Mestre Jesus Cristo. Se não vamos perdendo nossa credibilidade diante dos outros ou diante do mundo.


P. Vitus Gustama,svd

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