quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A PALAVRA QUE PERMANECE: A FIRMEZA E A SOLIDEZ DA PALAVRA DE DEUS

Sexta-feira, 25 de Novembro de 2011

Texto de Leitura: Lc 21,29-33

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29 Jesus contou-lhes uma parábola: “Olhai a figueira e todas as árvores. 30Quando vedes que elas estão dando brotos, logo sabeis que o verão está perto. 31Vós também, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto. 32Em verdade, eu vos digo: tudo isso vai acontecer antes que passe esta geração. 33O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.

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Continuamos a acompanhar o discurso escatológico ou apocalíptico de Jesus na versão do evangelho de Lucas (Lc 21,5-38). Jesus acabou de anunciar, no texto do evangelho do dia anterior, sobre o fim de Jerusalém e simbolicamente sobre o fim do mundo, e a parusia (segunda vinda do Senhor). O que para muita gente aparece como uma destruição e um juízo terríveis, para os que vivem de acordo com a Palavra de Deus, pelo contrário, deve aparecer como o começo da verdadeira salvação: “Quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto... O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”. Para o cristão, cada acontecimento da história é considerado como uma etapa que o aproxima da redenção ou do Reino de Deus.


Jesus toma uma comparação da vida do campo para que os ouvintes entendam a dinâmica dos tempos futuros ou dos novos tempos. “Olhai a figueira e todas as árvores. Quando vedes que elas estão dando brotos, logo sabeis que o verão está perto”. No lugar em que existem quatro estações, esta imagem é bastante formosa e convidativa para uma contemplação. Uma árvore em um verão! Depois do inverno vem o verão!


Quando vedes que as árvores estão dando brotos...”. É o momento do surgimento de uma vida nova. As folhas velhas vão caindo para dar lugar aos novos brotos. Uma árvore cresce dessa maneira! Cada dia que se despede é o momento da lua e demais estrelas brilharem na escuridão da noite. Cada noite que se despede é o aparecimento do novo dia, da luz que brilha com uma maior intensidade. Em cada novo dia nascem novas oportunidades, novo ânimo, nova página da vida para escrever. Sobre esta nova página posso construir minha vida e salvação. Sobre esta nova página da vida posso conhecer mais e viver melhor; escutar e estudar mais para compreender melhor; compreender mais para ponderar melhor; comprometer-me mais para omitir-me menos; refletir mais para reagir menos; para amar mais e buscar-me menos; para representar mais e menos apresentar: é uma passagem da apresentação para a representação, do fingimento para a transparência.

      
Perante o discurso de Jesus sobre o fim do mundo ou de uma história precisamos adotar duas atitudes. A primeira atitude é a esperança. Quem tem fé deve ter esperança e quem tem a esperança é porque tem muita fé. A esperança nos faz caminharmos em cada momento um passo adiante, pois ela está sempre na nossa frente nos chamando. A segunda atitude é a confiança. É a certeza de que Deus não pode fracassar, que as palavras divinas são sólidas, não são frágeis nem caducas, pois são palavras da vida eterna (cf. Jo 6,69), e por isso, “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”, disse-nos Senhor (Lc 21,33).


Além disso, Jesus nos convida a termos o discernimento em qualquer momento ou em qualquer estação da vida: “Quando vedes que as árvores estão dando brotos, logo sabeis que o verão está perto” (Lc 21,30). Falar em discernimento significa reconhecer a necessidade de que todos nós temos que compreender bem o sentido da vida, os rumos a ser tomados e os desafios a ser enfrentados. A vida, que se apresenta com todos os seus enigmas cobra de cada um de nós uma postura interior de busca e de abertura espiritual, que se for conforme com a verdade, se torna motivo de alegria e de realização. O discernimento pede capacidade de silêncio. Jesus quer nos dizer: “Olhai e sabereis”.

       
Permaneçamos vigilantes! Em poucos dias começaremos o tempo do Advento na preparação da festa da primeira vinda do Senhor na história (cf. Jo 1,14). Mas estejamos atentos para a vinda do Senhor em cada momento de nossa vida ou de nossa história. Depois da primeira vinda do Senhor na carne, cada momento de nossa vida se transformou em “Kairós”, um tempo de graça e de encontro com o Deus que nos salva: “... ficai sabendo que o Reino de Deus está perto”.

P. Vitus Gustama,svd

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