ORAÇÃO NOS APROXIMA DE DEUS:
A DISTÂNCIA É ABOLIDA
Sábado da VI Semana da Páscoa
11 de Maio de 2013
Texto
de Leitura: Jo 16, 23-28
Naquele tempo, disse Jesus aos seus
discípulos: 23b“Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes ao Pai alguma coisa
em meu nome, ele vo-la dará. 24 Até agora nada pedistes em meu nome;
pedi, e recebereis; para que a vossa alegria seja completa. 25 Disse-vos
estas coisas em linguagem figurativa. Vem a hora em que não vos falarei mais em
figuras, mas claramente vos falarei do Pai. 26Naquele dia pedireis
em meu nome, e não vos digo que vou pedir ao Pai por vós, 27pois o
próprio Pai vos ama, porque vós me amastes e acreditastes que eu vim da parte
de Deus. 28Eu saí do Pai e vim ao mundo; e novamente parto do mundo
e vou para o Pai”.
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Continuamos a acompanhar o discurso
de despedida de Jesus de seus discípulos segundo o quarto Evangelho/Evangelho
de João (Jo 13-17).
O texto do evangelho de hoje começa
com a seguinte expressão: “Em verdade, em verdade vos digo...”.
Toda vez que Jesus quer falar algo importante, ele usa essa fórmula solene.
Hoje ele fala sobre a importância de fazer a oração com fé, isto é, fazê-la em
nome de Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes ao Pai alguma
coisa em meu nome, ele vo-la dará. Até agora nada pedistes em meu nome; pedi, e
recebereis; para que a vossa alegria seja completa”. Percebemos algo
importante aqui que a oração é a fonte de gozo, de expansão, e de equilíbrio: “pedi,
e recebereis; para que a vossa alegria seja completa”. Orar/rezar é
estar na contemplação, no repouso em Deus. Estar na oração é estar no mundo de
Deus, tão próximo de nós na oração. Cada um precisa fazer isso permanentemente.
É impossível experimentar o mundo divino na oração no lugar dos outros; cada um
há que experimentar esse mundo por si mesmo.
“Pedi, e recebereis; para que a
vossa alegria seja completa”. A oração é fonte de gozo, fonte de expansão, fonte de
equilíbrio. Rezar é repousar em Deus. Na oração nós nos aproximamos do mundo
divino para iluminar nosso mundo de cada dia. É preciso orarmos/ rezarmos
permanentemente para que nossa alegria seja completa e permanente. Até agora
Jesus nos indica o caminho para chegar à nossa alegria plena: através do amor
fraterno (cf. Jo 15,9-11) e da oração (Jo 16,24).
Na oração não há distância entre
nós e Deus. A distância é abolida. Na oração, entre o mundo invisível e o mundo
visível não há muros de separação. Na oração há uma comunicação direta entre
quem reza e Deus. Da terra sobem sem cessar orações de amor e de fé. E do céu
descem sem cessar graças e palavras divinas de amor. Na oração nossa fé no amor
de Deus por nós aumenta, pois mesmo que façamos nossos pedidos a Deus
erradamente, Deus sempre dá algo corretamente pela nossa salvação. Deus atende
aquilo que nos salva.
Orar ou rezar é como entrar na
esfera de Deus. De um Deus que quer nossa salvação, pois já nos ama antes de
nos dirigirmos a Ele, como quando tomamos o sol que já estava brilhando. Ao
entrarmos em sintonia com Deus, por meio de Cristo e seu Espírito, nossa oração
coincide com a vontade salvadora de Deus e nesse momento nossa oração já é
eficaz.
“Em verdade, em verdade vos digo:
se pedirdes ao Pai alguma coisa em meu nome, ele vo-la dará”. Na oração entramos nas profundezas
de Deus e nos deixamos envolver pelo mistério da Santíssima Trindade. Na fé
cristã a oração é sempre trinitária, pois se dirige ao Pai no Espírito através
do Filho. É do Pai que vem o dom pelo Filho no Espírito Santo. A oração é o
momento e o acontecimento trinitário.
Jesus veio do mundo divino/celeste onde
reina o amor que nos envolve inteiramente: “Eu saí do Pai e vim ao mundo; e novamente parto do mundo e vou para o
Pai”. É o mundo em que as relações entre as Pessoas
(Santíssima Trindade) são totalmente satisfatórias, profundas e perfeitas. É o
mundo onde o amor é rei e faz todos felizes. Jesus veio para nos revelar quem é
nosso Deus? Deus é Pai, Deus é amor, Deus nos ama.
Portanto, para que nossa alegria
seja completa e nossa felicidade seja plena temos que aprender a amar e a orar
permanentemente. Amamos os outros para que nos tornemos divinos. E “só se
ama verdadeiramente o próximo quando se ama a Deus no próximo, seja porque Deus
já vive nele, seja para que Deus viva nele. Isto é amor” (Santo Agostinho: Serm.
336,1,1). Oramos para que estejamos na esfera divina.
P. Vitus Gustama,svd
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