22 de Maio de 2013
Naquele tempo , 38 João disse a Jesus: “Mestre ,
vimos um homem
expulsar demônios
em teu
nome . Mas
nós o proibimos, porque
ele não
nos segue”. 39 Jesus disse: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim . 40 Quem
não é contra
nós é a nosso
favor ”.
______________________________
“Mestre , vimos um homem que não nos segue, expulsando demônios
em teu
nome , e o impedimos porque
não nos
seguia”, são palavras de João, um
dos discípulos de Jesus, no texto do evangelho
de hoje .
Trata-se de um
tema muito
atual e sempre
atual . Precisamos olhar
e ir para além dos confins
da comunidade cristã, da Igreja e perceberemos que
há muita gente
que faz o bem
independentemente de pertencer
ou não
a uma crença , a uma Igreja
ou a uma religião .
Fazer o bem não é exclusividade
dos que pertencem a uma religião . Quem
sabe, os que não
pertencem a uma Igreja ou a uma religião
fazem muito mais
o bem do que
os que se dizem crentes .
Precisamos tomar parte
dos que praticam o bem ,
pois eles são reflexos do
Bem Maior que é o próprio Deus . Quando
está em jogo
o bem , o primeiro dever daqueles que
têm “poder ” na comunidade
ou dos que
simplesmente pertencem à comunidade é não
impedir o bem , mas ser parceiro do bem ou dos que o
praticam. Ninguém pode ficar
alheio do bem
ou aleijado
do bem , muito
menos ser inimigo do bem . Não podemos odiar quem pratica o bem nem os que não o praticam. É preciso
sermos parceiros do bem ,
da verdade , da solidariedade ,
da bondade , da compaixão ,
da caridade e dos demais
valores semelhantes .
A reação
de João que é um
dos discípulos de Jesus é uma reação de domínio ,
uma vontade de poder ,
uma preocupação de conservar
um monopólio .
Anteriormente , os discípulos
foram enviados por
Jesus a pregar e a expulsar
demônios (Mc 6,7-13). João quer
guardar para si só , monopolizar para o grupo dos Doze o poder de Cristo . É uma das tentações
“dos bons ”: monopolizar
Deus , monopolizar
seus dons
e seus bens ,
sentir ciúmes
porque os outros
fazem algo melhor .
João quer ver
a atuação do Espírito
de Deus enquadrado em
um grupo
definido para
evitar a perda
de prestigio, de poder e de influência.
Jesus rejeita esta tendência de monopólio
ou a de exclusivismo :
“Não o impeçais, pois
não há ninguém
que faça milagre
em meu
nome e logo
depois possa falar
mal de mim .
Porque quem
não é contra
nós é por
nós ”, responde Jesus a
João. Para Jesus o bem não tem fronteiras ,
nem religiosas nem
sagradas nem denominacionais nem ideológicas.
“Ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim”, disse
Jesus. Homem nenhum tem o direito de encurtar a mão de Deus e
de projetar como
instrumento exclusivo
dele. Não somos os únicos
bons . Não
somos donos do Espírito
de Deus . Quem
é de Deus reconhece o que é divino no outro . Todos os
homens de boa vontade ,
os que querem salvar
a humanidade , embora
não pisem nossos
templos ou
igrejas , são
de Deus porque
eles fazem aquilo
que tem a marca
divina : a bondade
e o amor . Todos
aqueles que
amam seu próximo
e lutam por um
mundo melhor
e mais fraterno
e pelos direitos
dos homens , especialmente
pelos menos
favorecidos fazem parte da família de Deus
embora não
pertençam a nenhuma Igreja e religião . Quem
é de Deus é identificado não pela sua pertença religiosa , mas pelo modo de viver , pelas suas opções diárias .
Mas quem
pertence a uma Igreja
ou a uma religião
tem obrigação maior
de fazer o bem . Se não fizer o bem , estará contra a própria
Igreja ou
a própria religião .
P. Vitus Gustama,svd
Nenhum comentário:
Postar um comentário