quinta-feira, 11 de junho de 2015

13/06/2015
 
IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

 
Evangelho: Lc 2,41-51

41 Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. 42 Quando ele completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. 43 Passados os dias da Páscoa, começaram a viagem de volta, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. 44 Pensando que ele estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a pro­curá-lo entre os parentes e conhecidos. 45 Não o tendo encontrado, voltaram para Jerusalém à sua procura. 46 Três dias depois, o encontraram no Templo. Estava sentado no meio dos mestres, escutando e fazendo perguntas. 47 Todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. 48 Ao vê-lo, seus pais ficaram muito admirados e sua mãe lhe disse: “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura”. 49 Jesus respondeu: “Por que me procu­ráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?” 50 Eles, porém, não compreenderam as palavras que lhes dissera. 51 Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, conservava no coração todas estas coisas.
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Neste dia celebramos a memória obrigatória do Imaculado Coração de Maria. A devoção ao coração de Maria foi propagada por São João Eudes no século XVII (remonta a 1643), devoto aos Corações de Jesus e Maria. Em 1942, Pio XII consagrou toda a humanidade ao coração de Maria, e fixou a celebração de sua festa no dia 22 de Agosto, oitava da Assunção, no intuito de pedir a paz. Esta festa é colocada no dia imediato à solenidade do Sagrado Coração de Jesus para voltar à origem histórica desta devoção. No século XVII, São João Eudes, em seus escritos, não separava os dois corações nos projetos litúrgicos.
 

O coração de Maria esteve sempre cheio de Deus a ponto de o anjo do Senhor chamá-la de “cheia de graça”(cf. Lc 1,28). O seu coração imaculado é chamado santuário do Espírito Santo (LG 53), como rezamos na coleta, em virtude da sua maternidade divina e da inabitação contínua e plena do Espírito divino na sua alma. O Verbo que Maria deu à luz segundo a carne foi antes concebido segundo a fé no seu coração (Santo Agostinho). Foi em vista do seu Coração Imaculado, cheio de fé e de amor humilde, juntamente à benevolência totalmente gratuita e de uma complacência absolutamente pura de Deus que Maria mereceu trazer o Filho de Deus no seu seio virginal.


O coração de Maria conservava as palavras de Jesus Cristo. Por isso, podemos dizer que seu peito foi um sacrário. O Coração de Maria é a projeção do Evangelho para nosso século. Maria viveu o Evangelho em seu mais puro e elevado espírito na interioridade de seu coração. Ela é a verdadeira discípula de Jesus que vive por causa da Palavra de Deus: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a Tua Palavra” (Lc 1,38).


O cristão de nossos dias, que pretender adaptar sua vida às exigências do Evangelho, tem que penetrar com o máximo respeito no sagrado Coração de Maria e ver e aprender como ela viveu as exigências da Palavra de Deus. Maria sabe guardar a Palavra de Deus no seu coração para do seu coração sair frutos que Deus quer para o bem de toda a humanidade. Ao aderir à Palavra de Deus e ao guardar a Palavra de Deus no seu coração, Maria cresce progressivamente com a Palavra, mesmo que ela não compreenda seu significado no momento como aconteceu com a resposta de Jesus no Templo aos doze anos de idade, como relatou o evangelho lido neste dia. De Maria aprendemos que o coração é feito para guardar os tesouros da vida divina, para guardar a Palavra de Deus. Não guardemos no nosso coração aquilo que nos prejudica e destrói a vida alheia. Guardemos a Palavra redentora de Deus no nosso coração, para ela possa purificar nosso coração progressivamente a fim de um dia poder se tornar um coração imaculado semelhante ao Coração imaculado de Maria.


Do coração de Maria brotam torrentes de graças de perdão, de misericórdia, de ajuda nas situações difíceis. Por isso, queremos pedir-lhe hoje que nos dê um coração puro, humano, compreensivo com os defeitos dos que convivem conosco.


Quando se fala do coração imaculado fala-se do coração capaz de amar sem limites. Amor é capacidade de sair de si mesmo, de transferir-se para outro ser, de participar de outro ser e de entregar-se por um outro ser. Aquele que ama está totalmente no outro, conservando sua identidade. O amor não pode realizar-se na esfera de um sujeito isolado. O verdadeiro amor é sempre como uma experiência de derrota que se transforma em vitória; uma experiência de entrega que se transforma em enriquecimento; uma experiência de sair de si que se transforma no mais profundo encontro consigo mesmo; uma experiência de morte que se transforma em vida. O ponto final do amor é a vitória sobre a morte. O ponto final do egoísmo é a morte, e a ausência do amor é a ausência de Deus. “É preciso amar os homens não pela simpatia que nos inspiram nem pelas qualidades que apreciamos, mas porque Deus os ama” (Martin Luther King).


Terminamos a nossa oração pedindo ao Senhor: “Ó Deus, que preparastes no Imaculado Coração de Maria uma digna morada para o vosso Filho e um santuário para o Espírito Santo, concedei-nos um coração limpo e dócil, para que, sempre submissos aos vossos preceitos, Vos amemos sobre todas as coisas e ajudemos os nossos irmãos em todas as suas necessidades”. Assim seja. 
 
P. Vitus Gustama,svd

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