quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Domingo, 15/01/2017

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JESUS, O CORDEIRO DE DEUS QUE TIRA NOSSO PECADO


II Domingo Do Tempo Comum “A”


Primeira Leitura: Is 49,3.5-6


3 O Senhor me disse: “Tu és o meu Servo, Israel, em quem serei glorificado”. 5 E agora diz-me o Senhor — ele que me preparou desde o nascimento para ser seu Servo — que eu recupere Jacó para ele e faça Israel unir-se a ele; aos olhos do Senhor esta é a minha glória. 6 Disse ele: “Não basta seres meu Servo para restaurar as tribos de Jacó e reconduzir os remanescentes de Israel: eu te farei luz das nações, para que minha salvação chegue até aos confins da terra”.


Segunda Leitura: 1Cor 1,1-3


1 Paulo, chamado a ser apóstolo de Jesus Cristo, por vontade de Deus, e o irmão Sóstenes, 2 à Igreja de Deus que está em Corinto: aos que foram santificados em Cristo Jesus, chamados a ser santos junto com todos os que, em qualquer lugar, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso. 3 Para vós, graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.


Evangelho: Jo 1,29-34


Naquele tempo, 29 no dia seguinte, João viu Jesus aproximar-se dele e disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. 30 Dele é que eu disse: Depois de mim vem um homem que passou à minha frente, porque existia antes de mim. 31 Também eu não o conhecia, mas se eu vim batizar com água, foi para que ele fosse manifestado a Israel”. 32 E João deu testemunho, dizendo: “Eu vi o Espírito descer, como uma pomba do céu, e permanecer sobre ele. 33 Também eu não o conhecia, mas aquele que me enviou a batizar com água me disse: ‘Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, este é quem batiza com o Espírito Santo’. 34 Eu vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus!”
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O texto do evangelho lido neste domingo é tirado do início do quarto evangelho (evangelho de João) e nos relata o testemunho de João Batista sobre a pessoa de Jesus. Este texto segue imediatamente o testemunho de João Batista diante dos enviados de Jerusalém (Jo 1,19-28) que conclui com a seguinte afirmação: “No meio de vós está Alguém que não conheceis, Aquele que vem depois de mim, do qual não sou digno de desatar a correia da sandália” (cf. Jo 1,26-27).


Podemos dividir o texto em duas partes. Primeiro, Jo 1,29-31: João Batista apresenta Jesus como o Cordeiro de Deus e como o Preexistente. Segundo, Jo 1,32-34: Jesus é considerado como o instrumento do Espirito de Deus e o Eleito de Deus em quem o Espirito de Deus encontra sua morada.


O Senhor Vem; Vamos ao Seu Encontro!


Quando aparece pela primeira vez no Quarto Evangelho (evangelho de João), Jesus é apresentado no ato de “vir”: “No dia seguinte, João viu Jesus aproximar-se dele”. O profeta Isaías já dizia: “O Senhor vem” (Is 40,10). Em Jesus se realiza a profecia do profeta. Para salvar a humanidade, Deus vem em Jesus Cristo, aproximando-se do homem para tirá-lo do pecado. Ele vem ao nosso encontro. E por nossa vez, precisamos ir ao encontro do Senhor que vem. Neste ato do “vir” de Deus e na nossa resposta do “ir” ao encontro do Senhor está a nossa salvação.


O Senhor continua vindo ao nosso encontro, de várias maneiras e através de todos os tipos de pessoas e mediante as nossas experiências diárias para nos confortar, nos animar, nos alertar, nos corrigir... a fim de nos salvar. É preciso ficarmos atentos, como Joao Batista, para o Senhor que se aproximar de nós todos os dias.


Neste “vir” do Senhor e no nosso “ir” ao encontro do Senhor está também nossa missão. Após o encontro com o Senhor devemos “ir” ao encontro dos necessitados. Somente assim seremos testemunhas do amor de Deus neste mundo. Se não acontecer este “ir” ao encontro do Senhor e nosso “ir” ao encontro dos necessitados, precisamos parar para questionar nossa espiritualidade e perguntar: “A Quem realmente seguimos? E em Quem verdadeiramente acreditamos?”.


Jesus É O Cordeiro de Deus


Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”.


O Cordeiro de Deus” é um dos 16 títulos cristológicos de Jesus no primeiro capítulo do quarto Evangelho (Evangelho de João). Cada um desses títulos dá um acesso ao mistério de Jesus através de uma ótica. Esses tantos títulos nos querem dizer que a riqueza de Jesus Cristo é inesgotável. Temos uma impressão quase certa de que o autor do quarto Evangelho escreveu o primeiro capítulo do seu evangelho por último, pois escreve logo o que vem a ser. Como quem escreve uma livro, a introdução se escreve sempre por último onde se apresenta o que vem depois.


A frase “Eis o Cordeiro de Deus” só poderá ser compreendida se for contemplada a partir da fé pascal. Os judeus costumavam oferecer, diariamente, no Templo, cordeiros para expiar os pecados (cf. Ex 29,38; Lv 16,21). Desde modo, alguém que reconcilia as pessoas com Deus pode ser comparado ao cordeiro do sacrifício. Jesus, como Servo de Is 53,4-12, carrega sobre si o pecado de toda a humanidade. Jesus Cristo é o Cordeiro pascal que, entregando-se voluntariamente à morte por todos e por cada um dos homens, institui, antecipadamente na última ceia e “de uma vez por todas” na cruz (Jo 19,36), a Nova Aliança de Deus com a humanidade. Por ter sido selada com o sangue do seu Filho, a Nova Aliança de Deus com o seu Novo Povo é eterna, irreversível e indestrutível. (cf. Ex 12,13; Is 53,7).


A partir dessa visão inicial de Jesus Cristo, podemos ver o significado de toda a sua vida. Ele é o Cordeiro pascal que, entregando-se voluntariamente à morte por todos e por cada um dos homens institui a Nova Aliança de Deus com a humanidade. A incredulidade, o fechamento fatal diante de Deus é o pecado que o Cordeiro de Deus removeu. Ao tirar o pecado do mundo Jesus une novamente o céu e terra. Se o pecado fecha o céu, o perdão trazido pelo Cordeiro de Deus abre novamente o céu fechado até então. Toda vez que nos afastarmos de Deus ou toda vez que pecarmos, fecharemos o céu, cessaremos a comunicação com a eternidade. Mas toda vez que voltarmos para Deus para pedir-lhe o perdão, abriremos novamente o canal da graça de Deus para nós.


Toda vez que participamos da Eucaristia ouvimos ou contemplamos a frase de João Batista: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Quem comunga o Cordeiro de Deus deve estar consciente da missão de se identificar com o Cordeiro que se doa por amor para salvar os irmãos. Quando a missa (a palavra “missa” para designar a celebração eucarística entre os fiéis encontramos pela primeira vez nos escritos de Santo Ambrósio de Milão) era celebrada em latim ouvia-se esta frase, certamente, no fim da mesma: “Ite, missa est!”, “Ide, sois enviados!”. Enfatiza-se, assim, o compromisso de cada participante como enviado de Deus ao sair da igreja ou templo depois que comungou o Cordeiro de Deus.


Depois que apresentou Jesus como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, o autor do Quarto Evangelho acrescenta: “Depois de mim vem um homem que passou à minha frente, porque existia antes de mim”. Esta afirmação foi influenciada pela concepção apocalíptica da preexistência do Messias, corrente na Palestina no tempo de Jesus. No Quarto Evangelho, a ideia da preexistência é encontrada em vários textos: Jo 1,1; 8,58; 17,5.


Jesus É Um Messias Cheio do Espirito de Deus


Eu vi o Espírito descer, como uma pomba do céu, e permanecer sobre ele”.


Joao Batista vê o Espirito em forma de pomba descer e permanecer em Jesus (cf. Lc 4,18). A posse plena e permanente do Espirito de Deus era uma das caraterísticas do Messias (cf. Is 9,2; 61,1; veja também Is 11,2; 42,1). Jesus, o prometido Messias, possuía o Espirito em plenitude para doá-lo ao novo Povo de Deus (compare Is 32,15-18; 44,3-5; Ez 36,25-27).


Quando o Espirito de Deus descer e permanecer em nós, como aconteceu com Jesus, teremos mais força para nos aproximar dos outros, especialmente dos mais necessitados e para romper barreiras que separam as pessoas; teremos capacidade de gerar comunhão que faz família e de construir a comunidade de irmãos. Recebemos este Espírito no nosso Batismo e na Crisma. Quem recebe este Espírito não somente se santifica, também é capaz de santificar, de perdoar e de trabalhar por um mundo novo mais fraterno e de trabalhar em comunhão, em equipe, pois o Espirito de Deus une as pessoas.


Quem quer fazer de sua vida uma morada para o Espirito de Deus, deve escutar a Palavra de Deus e pô-la em prática; deve deixar-se guiar pelo Espirito Santo para que se torne a imagem do Filho de Deus. Quem recebeu o sacramento do Batismo (foi batizado) pelo qual une nossa vida à vida de Jesus Cristo, tem missão de seguir o caminho do bem e de fazer conhecer a presença salvadora do Senhor a todos os homens; deve viver numa contínua conversão de tal forma que Deus leve a plenitude sua obra em nós, a exemplo de Jesus Cristo.  Cada cristão, cada batizado, que vive em meio do mundo, deve ser um sinal claro do amor de Deus para todos. Ao contrário, se levarmos uma vida escravizada pelo pecado, não poderemos dizer que somos de Cristo e sim do anticristo, pois por causa de nossas obras más, no lugar de construir, estaremos destruindo o Reino de Deus em nós e apagaremos a imagem de Deus que somos.


A filiação divina, alcançada através do Batismo, não é um apelido, nem um título a mais, e sim nossa radical pertença a Deus. Todos os dias devemos dizer nosso sim a Deus, nosso Pai, para que continue se estabelecendo a aliança entre o divino e o humano, graças aos méritos de Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e que vive plenamente no Espirito de Deus. O nosso batismo é o verdadeiro nascimento para a vida de Deus, para a vida do alto para ficarmos incorporados a uma realidade que supera totalmente a ordem material. Essa dignidade não significa outra coisa que levar a cabo a obra do amor criador de Deus neste mundo através de cada cristão, em particular e através da comunidade, em geral.


Rezemos ao Senhor, pela intercessão da Santíssima Virgem Maria que teve privilegio de ter vivido na graça plenamente (cheia de graça), que possamos viver plenamente unidos a Jesus Cristo como Senhor e Salvador de nossa vida de tal forma que guiados pelo Espirito Santo, sejamos construtores da paz e do amor fraterno até o dia em que, juntos como irmãos, possamos viver na paz e no gozo sem ocaso na vida eterna. Assim seja!


P. Vitus Gustama,svd

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