sábado, 2 de fevereiro de 2019

05/02/2019
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TER FÉ EM JESUS SIGNIFICA ASSEGURAR A VITÓRIA FINAL
Terça-Feira Da IV Semana Comum


Primeira Leitura: Hb 12,1-4
Irmãos,1 rodeados como estamos por tamanha multidão de testemunhas, deixemos de lado o que nos pesa e o pecado que nos envolve. Empenhemo-nos com perseverança no combate que nos é proposto, 2 com os olhos fixos em Jesus, que em nós começa e completa a obra da fé. Em vista da alegria que lhe foi proposta, suportou a cruz, não se importando com a infâmia, e assentou-se à direita do trono de Deus. 3 Pensai pois naquele que enfrentou uma tal oposição por parte dos pecadores, para que não vos deixeis abater pelo desânimo. 4 Vós ainda não resististes até o sangue na vossa luta contra o pecado.


Evangelho: Mc 5,21-42
Naquele tempo, 21Jesus atravessou de novo, numa barca, para a outra margem. Uma numerosa multidão se reuniu junto dele, e Jesus ficou na praia. 22Aproximou-se, então, um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo. Quando viu Jesus, caiu a seus pés, 23e pediu com insistência: “Minha filhinha está nas últimas. Vem e põe as mãos sobre ela, para que ela sare e viva!” 24Jesus então o acompanhou. Numerosa multidão o seguia e comprimia. 25Ora, achava-se ali uma mulher que, há doze anos, estava com hemorragia; 26tinha sofrido nas mãos de muitos médicos, gastou tudo o que possuía, e, em vez de melhorar, piorava cada vez mais. 27Tendo ouvido falar de Jesus, aproximou-se dele por detrás, no meio da multidão, e tocou na sua roupa. 28Ela pensava: “Se eu ao menos tocar na roupa dele, ficarei curada”. 29A hemorragia parou imediatamente, e a mulher sentiu dentro de si que estava curada da doença. 30Jesus logo percebeu que uma força tinha saído dele. E, voltando-se no meio da multidão, perguntou: “Quem tocou na minha roupa?” 31Os discípulos disseram: “Estás vendo a multidão que te comprime e ainda perguntas: ‘Quem me tocou’?” 32Ele, porém, olhava ao redor para ver quem havia feito aquilo. 33A mulher, cheia de medo e tremendo, percebendo o que lhe havia acontecido, veio e caiu aos pés de Jesus, e contou-lhe toda a verdade. 34Ele lhe disse: “Filha, a tua fé te salvou. Vai em paz e fica curada dessa doença”. 35Ele estava ainda falando, quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, e disseram a Jairo: “Tua filha morreu. Por que ainda incomodar o mestre?” 36Jesus ouviu a notícia e disse ao chefe da sinagoga: “Não tenhas medo. Basta ter fé!” 37E não deixou que ninguém o acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e seu irmão João. 38Quando chegaram à casa do chefe da sinagoga, Jesus viu a confusão e como estavam chorando e gritando. 39Então, ele entrou e disse: “Por que essa confusão e esse choro? A criança não morreu, mas está dormindo”. 40Começaram então a caçoar dele. Mas, ele mandou que todos saíssem, menos o pai e a mãe da menina, e os três discípulos que o acompanhavam. Depois entraram no quarto onde estava a criança. 41Jesus pegou na mão da menina e disse: “Talitá cum” — que quer dizer: “Menina, levanta-te!” 42Ela levantou-se imediatamente e começou a andar, pois tinha doze anos. E todos ficaram admirados. 43Ele recomendou com insistência que ninguém ficasse sabendo daquilo. E mandou dar de comer à menina.
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Viver Da Fé e Na Fé Como Jesus Em Todas As Situações da Vida


Irmãos, rodeados como estamos por tamanha multidão de testemunhas, deixemos de lado o que nos pesa e o pecado que nos envolve. Empenhemo-nos com perseverança no combate que nos é proposto, com os olhos fixos em Jesus, que em nós começa e completa a obra da fé” (Hb 12,1-2).


A carta aos Hebreus se dirige a uma comunidade que está cansada e vasilante na fé. Os perigos referidos são os da segunda geração. O primeiro entusiasmo desapareceu, a novidade da mensagem se converteu em um hábito ou costume, as dificuldades internas e externas são sentidas e o caminho da cruz e da ressurreição é apresentado como um fardo pesado. A comunidade se tornou diferente do que se esperava.


O autor da Carta adverte a seus leitores, que começavam a se cansar e se afastavam cada vez mais da fé diante das dificuldades que ainda não sangraram em sua luta. Isto significa que eles ainda não se empenharam com toda a força na luta, ou, ainda não sofreram nenhuma perseguição sangrenta por seus inimigos em sua luta. Portanto, não devem ficar moles e que deixem de murmurar.


Para o autor da Carta, a fé dos antepassados deve servir de estímulo à comunidade para perseverar na fé. A ampla enumeração de crentes que o autor da Carta apresentada em Hb 11 faz com que os Hebreus vejam que não são crentes isolados. Ao longo do Hb 11, o autor da Carta aos Hebreus apresentou uma série de testemunhas ou defensores da fé que agora são os espectadores de nossa própria corrida ou de nossa caminhada de fé. Porque a vida dos crentes é como uma competição esportiva, como uma luta ou como uma corrida (cf. Gl 2,2; 1Cor 9,24-26; Fl 2,16; 3,12-14; 2Tm 4, 7). O importante é participar dessa competição e não recuar jamais, lutar com esforço e correr para a linha de chegada. Para isso, é essencial se livrar de tudo que atrapalha. O pecado é como uma longa veste que estamos pisando e nos faz cair em qualquer momento. É melhor correr “nu”.


Constância no combate ou na prova ou nas provações é uma das qualidades do atleta, uma imagem frequente no Novo Testamento: Hb 10, 32; 1 Co 9, 24-27; 2 Tim 2,5. Hb 12 é uma exortação à constância na prova e fidelidade à vocação. Se o crente se proclama diante do mundo como um lutador contra o pecado, ele deve saber que o mundo espera que ele seja livre e liberte os outros daquele mal que prende o homem.


Acima de tudo, nessa competição ou nessa luta, sem olhar para trás, temos que fixar nossos olhos no Líder que nos precedeu: Jesus Cristo. Cristo é o verdadeiro modelo em quem os crentes devem se espelhar. A total solidariedade com Cristo significa, para a comunidade, que seu destino está ligado ao de Cristo e que não será nem melhor nem pior: perseguição e desprezo, sofrimento e morte foram o destino do Senhor. Ele superou todos os obstáculos como a tentação do diabo para viver sob a orientação do poder mundano, e atingiu o objetivo: Jesus é coroado ao sentar-se à direita do Pai.   Subiu a Jerusalém, subiu ao Calvário e pendurado na cruz, desceu ao abismo da morte, mas apesar de tudo isso, foi exaltado à direita do Pai, que é o pódio da sua glória.


Os "pecadores" são, nesse contexto, os inimigos de Jesus, aqueles que conspiraram e executaram a morte de Jesus. Mas, ao mesmo tempo, são os mesmos que Jesus perdoou e por quem ele finalmente deu sua própria vida: “Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34). Olhando para o exemplo de Jesus, devemos pesar o que ele sofreu para não exagerar nossos sofrimentos e continuar corajosos na corrida de nossa fé. Se Cristo venceu, também o seguidor de Cristo também vencerá no fim.


Jesus Cristo É Nossa Vida e Salvação


Estamos nos últimos dois milagres de uma serie de milagres no início do evangelho de Marcos (Mc 4,35-5,43). No texto do Evangelho de hoje Jesus é apresentado como aquele que tem poder de curar as doenças por graves que elas sejam e de devolver a vida para quem se encontra morto. Mas para que seu poder possa acontecer na vida do homem, há uma condição indispensável: .  Não tenhas medo. Basta ter !”, disse nos Jesus. “A é a garantia dos bens que se esperam, a prova das realidades que não se vêem” (Hb 11,1). A mulher que estava doente de hemorragia durante 12 anos viveu a e ficou curada como premio de sua .


1. O Reino de Deus é a Vida Para Todos


Jesus percorre o país para anunciar o Reino de Deus e para estabelecê-lo. Ele fala e age com autoridade. A sua fama se espalha, porque uma força brota d’Ele, é a força da ressurreição, a força do Espírito de vida, suas palavras estão cheias de autoridade, pois fazem todos crescerem na fraternidade e na igualdade.


“Fica curada!”. O imperativo de Jesus tem algo de afetuoso para com a mulher sofrida de hemorragia durante 12 anos, e é restaurada na sua dignidade, restabelecida na sociedade que excluía o seu mal. Este imperativo “fica curada” aparece também como uma constatação: é a dessa mulher que a salvou, e Jesus se alegrou por isso. A cura é conseqüência da , que é sempre fonte de vida e de felicidade.Filha, a tua te salvou. Vai em paz e fica curada dessa doença”.


“Levanta-te!”. Este segundo imperativo do Evangelho deste dia é dinâmico e traduz perfeitamente a paixão de Deus em ver o homem vivo, o seu amor incondicional pela vida, pois Ele é a própria fonte de vida (cf. Jo 11,25; 14,6; 10,10). “Adormecida”, no “sono da morte”… um estado do qual Deus nos quer fazer sair, um estado do qual Ele nos salva, Jesus, o Deus-Conosco, chamou a jovem mulher a voltar à vida. “Eu te ordeno: levanta-te”. A palavra evoca a ressurreição, o novo surgir da vida, o amor divino que nos coloca de . É um imperativo que quer nos mostrar que a vida jamais acaba, pois sua origem está em Deus (cf Jo 1,4; 11,25; 14,6). É preciso mantermos nossa no Deus da vida, origem e destino da vida. Ter no Deus da vida significa não parar de existir. É viver para sempre. Jesus pede ao pai da jovem apenas uma coisa: . Não tenhas medo. Basta ter !”.  E quanto a nós, cremos verdadeiramente em Jesus Cristo, Filho de Deus vivo?


“Retirai-vos porque a menina não morreu e sim está dormindo”, disse Jesus à multidão.  Jesus quer dizer que para ele e para o poder de Deus a morte não significa mais que um sono ligeiro. Da mesma maneira Jesus também falou de Lázaro morto: “Nosso amigo Lázaro está dormindo e vou despertá-lo” (Jo 11,11). A morte para Deus não é um poder insuperável. Para quem ainda não está no caminho da tem dificuldade para entender tudo isso. As coisas têm um aspecto muito distinto diante do olhar de Deus e diante da experiência do homem. Mas se aprendermos a olhar tudo a partir de Deus, então a morte perderá seu caráter arrepiante e teremos alegria de tratar nossa vida com carinho e respeito, pois a vida é de Deus e Deus está nela.


As duas beneficiadas das ações de Jesus neste Evangelho têm algo em comum: a primeira estava doente durante 12 anos, e a jovem filha morreu aos 12 anos, a idade em que se devia tornar mulher. No povo de Israel, o percurso destas duas mulheres era sinal de um fracasso. Uma estava atingida, como Sara, a mulher de Abraão, na sua fecundidade, pois essa mulher de hemorragia perdia o seu sangue, princípio de vida na mentalidade semítica. A outra perdia a vida, precisamente na idade em que se preparava para transmiti-la (era tradição casar-se muito cedo). Cristo cura as duas mulheres e permite-lhes assim assumir a sua vocação maternal. “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”, disse-nos Jesus (Jo 10,10b). Estar com Jesus significa estar com a vida em abundância. Longe dele perdemos a capacidade de produzir frutos para uma vida em abundância (cf. Jo 15,5).


2. Transformação Pela


Um chefe de sinagoga cai de joelhos, reconhecendo a divindade de Jesus, e suplica a Jesus para salvar a sua filha… Uma mulher atingida por hemorragias não diz nada, mas contenta-se em tocar as vestes de Jesus, porque se considera impura ritualmente (por isso ela fez tudo silenciosamente). Isto basta para Aquele que veio para levantar, curar, salvar a humanidade ferida. a solicita um sinal de Jesus, a de Jairo, a da mulher, a de Pedro, Tiago e João… E esta faz Jesus agir e transforma os beneficiados: a mulher é curada, a jovem volta a viver (levantar-se.


A nos diz que nãonada que seja perdido. A amplia nosso horizonte e alarga nossa perspectiva para mais longe. A nos levanta para um topo mais alto para ver até os vales da vida na sua profundidade. A nos coloca no mapa de nossa vida para que saibamos para onde vamos e por onde vamos. A é um tipo de “GPS” que nos leva até o endereço certo de nossa vida. Por causa da eu preparo o espaço necessário para que Deus possa atuar em mim. A é sempre e continua sendo a condição e o fundamento da ação salvadora de Deus em mim.


Não tenhas medo. Basta ter !”. É o convite de Jesus para cada um de nós. Jesus não nos pede outra coisa a não ser . E isso Ele pede até quando nos encontrarmos numa situação impossível de superar. A exemplo da mulher com a hemorragia durante 12 anos que toca na veste de Jesus, precisamos tocar o próprio mistério para que possamos sair de nossa situação sem saída. Além disso, precisamos deixar nossa mão segurada pelo Senhor para que possamos nos levantar novamente de uma situação de morte, como a menina de 12 anos que se encontrou morta e voltou a viver, pois o Senhor segurou sua mão e a ajudou a se levantar.


Não temas; basta que tenhas !”. Este é o segredo. Ter é uma maneira mais eficaz para ficar perto de Deus. Mas a não se adquire nem nos livros, nem nas revistas nem nas receitas e sim está no encontro pessoal com Jesus. Para esse Jesus podemos pedir: “Toque-me, Senhor para que eu possa ficar curado e viva novamente!”.


A move montanhas. Nossas montanhas de medo, de covardias, de falta de compromisso com a vida. Aquela mulher, com fluxo de sangue, considerada impura que não podia ser tocada por ninguém nem tocar alguém, tomou coragem de tocar o manto de Jesus, pois tem no poder de Jesus de que ficaria curada. Para ela nãolei que a detenha. E ficou curada. Diante da morte de sua filha, Jairo escuta a voz do Senhor que lhe diz: “Não temas; basta que tenhas !”. Quem tem nãonada nem ninguém possa o deter.


3. A Vida Que Nos Aproxima e A Força Curadora Que Nos Atrai e Levanta


Jesus se encontra no meio da multidão. Evidentementemuita conversa, gritaria e barulho. A multidão esmaga Jesus. No meio dessa multidão eis que uma mulher se aproxima de Jesus, a todo o custo, somente para tocar ao menos as vestes do Senhor. Para ela chegou seu momento e Jesus passou providencialmente pela sua vida. Ela não quer perder esse precioso momento para se aproximar d’Aquele que é fonte da verdadeira vida. Ela conseguiu tocar as vestes do Senhor com muita . Destas vestes saiu uma força curadora para essa mulher.


momentos preciosos na nossa vida em que nos esforçamos, isto é, usar toda nossa força em função daquele momento. E nenhum de nós quer perder aquela oportunidade. Por isso, costuma-se dizer: “Ou agora ou nunca mais!”.


Se eu ao menos tocar na roupa dele, ficarei curada”. A mulher de hemorragia se esforça para tocar no corpo de Jesus em função de sua cura de uma doença de longos anos (12 anos). É claro que Jesus não crê que Seu corpo seja um tipo de talismã que emita umas forças misteriosas, pois Jesus atua sempre sabendo daquilo que faz, e cura os enfermos que crêem nele. Por isso, seus milagres não acontecem por debaixo de consciência. A é um ato consciente. É uma entrega total para Deus, aconteça o que acontecer, pois Deus é soberano nos seus atos e misericordioso em suas sábias decisões, pois tudo em função da salvação do homem. Tudo que Deus faz por nós é sempre para nos salvar. Basta correspondermos à ação de Deus para que aconteça a salvação.


Apesar de estar sendo esmagado pela multidão Jesus mantém sua atenção para cada um. Jesus está atento a estas pessoas concretas, manifesta uma disponibilidade extraordinária, está extremamente atento à sua presença. Ninguém fica anônimo aos olhos de Jesus. Para Jesus cada um é chamado silenciosamente pelo nome (Jo 10,3b; Is 43,1), pois o nome de cada um está tatuado na palma da mão do Senhor (cf. Is 49,16). Jesus está habitado pelo amor de Deus Pai para com os seus filhos. No Coração do Pai, Jesus é capaz de uma atenção extrema a cada angústia do ser humano. Não interessa quem possa vir junto d’Ele, não interessa qual seja a situação: ele será sempre acolhido, Jesus dará sempre a sua atenção como se cada um estivesse sozinho no mundo com Ele, pois ele ama cada um na sua individualidade. Se eu também começasse a fazer silêncio em mim para melhor escutar Jesus, através da sua Palavra, se eu tivesse tempo para a oração interior, para aprofundar o meu silêncio interiorcertamente ficaria mais disponível, mais atento aos outros.


Na Eucaristia celebramos o memorial do amor de Jesus por nós. Ele veio como vem não somente para curar nossas enfermidades corporais, mas principalmente para nos libertar da enfermidade do pecado que nos separa do amor de Deus e do próximo. Deus não nos quer são em nosso corpo, mas principalmente que sejamos renovados no Seu amor para que possamos ver o outro como nosso irmão. Apesar de nossas rebeldias, Deus jamais nos abandona e jamais Ele deixa de nos amar. Essa fidelidade do Senhor é que celebramos em cada Eucaristia. Aceitamos o amor de Deus que tem por nós e nos deixamos conduzir por seu amor.
P. Vitus Gustama,svd

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