segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Domingo, 27 De Dezembro De 2020

SAGRADA FAMÍLIA DE NAZARÉ

Primeira Leitura: Eclo 3,3-7.14-17ª

3 Deus honra o pai nos filhos e confirma, sobre eles, a autoridade da mãe. 4 Quem honra o seu pai, alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e será ouvido na oração cotidiana. 5Quem respeita a sua mãe é como alguém que ajunta tesouros. 6 Quem honra o seu pai, terá alegria com seus próprios filhos; e, no dia em que orar, será atendido. 7 Quem respeita o seu pai, terá vida longa, e quem obedece ao pai é o consolo da sua mãe. 14 Meu filho, ampara o teu pai na velhice e não lhe causes desgosto enquanto ele vive. 15 Mesmo que ele esteja perdendo a lucidez, procura ser compreensivo para com ele; não o humilhes, em nenhum dos dias de sua vida: a caridade feita ao teu pai não será esquecida, 16 mas servirá para reparar os teus pecados 17ª e, na justiça, será para tua edificação.

Segunda Leitura: Cl 3,12-21

Irmãos: 12 Vós sois amados por Deus, sois os seus santos eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, 13 suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai vós também. 14 Mas, sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição. 15 Que a paz de Cristo reine em vossos corações, à qual fostes chamados como membros de um só corpo. E sede agradecidos. 16 Que a palavra de Cristo, com toda a sua riqueza, habite em vós. Ensinai e admoestai-vos uns aos outros com toda a sabedoria. Do fundo dos vossos corações, cantai a Deus salmos, hinos e cânticos espirituais, em ação de graças. 17 Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em nome do Senhor Jesus Cristo. Por meio dele dai graças a Deus, o Pai. 18 Esposas, sede solícitas para com vossos maridos, como convém, no Senhor. 19 Maridos, amai vossas esposas e não sejais grosseiros com elas. 20 Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais, pois isso é bom e correto no Senhor. 21 Pais, não intimideis os vossos filhos, para que eles não desanimem.

Evangelho: Lc 2,22-35

22Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23Conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. 24Foram também oferecer o sacrifícioum par de rolas ou dois pombinhos – como está ordenado na Lei do Senhor. 25Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, 26e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor. 27Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30porque meus olhos viram a tua salvação, 31que preparaste diante de todos os povos: 32luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”. 33O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti uma espada te traspassará a alma”.

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A Sagrada Família De Nazaré É Uma Lição Para Nossas Famílias

No clima do Recém-nascido, o Senhor Jesus, celebramos uma recordação muito amável: a da família que formaram em Nazaré: Jesus, Maria e José. Esta festa é uma grande lição para nossas famílias.

O Evangelho de hoje nos oferece a significativa cena da Apresentação no Templo. Por uma parte, nos ajuda a aprofundarmos o clima do Natal. Jesus, o Salvador, entra pela primeira vez no Templo como cumprimento das profecias para o povo de Israel, e início do novo Povo que se reunirá ao Seu redor. Simeão e Ana representam o resto de Israel que acolhe o Enviado de Deus, como antes os pastores de Belém (junto com Maria e José), e os Magos do Oriente por parte dos demais povos.

A Sagrada Família de Nazaré aparece hoje como uma lição para as nossas famílias. São várias as direções ou orientações que podemos tirar.

Em primeiro lugar, Deus quer encarnar-se numa família humana com raízes genealógicas em um povo: Abarão, Davi. o que era “da mesma natureza do Pai”, se fez um de nós e “compartilhou em toda nossa condição humana, menos no pecado”.

Em segundo lugar, precisamos nos aproximar da Sagrada Fampilia com muito respeito. Esta Família formada por Maria, José e Jesus foi chamada para o serviço do plano salvador de Deus de maneira muito especial. Especial porque Maria é virgem, José não é o pai biológico de Jesus e Jesus é o Deus Encarnado. Todos eles estão em sintonia total com a vontade de Deus. É verdadeiramente uma Família Sagrada e Consagrada totalmente ao plano salvador de Deus.

Em terceiro lugar, a Sagrada Família de Nazaré nos convida a revisarmos o clima de amor, compreensão e comunicação em nossa própria família ou comunidade. O segredo da Sagrada Família é estar unidos e submetidos à vontade de Deus. O Natal nos convida a uma verdade de que a caridade começa em casa e pela família por ter experimentado a proximidade do amor de Deus.

Por isso, em quatro lugar, a saúde de uma família cristã, seu equilíbrio tem um fator decisivo em sua atitude diante de Deus: a escuta obediente a Sua Palavra, a oração, a “apresentação no Templo” e o encontro com Deus na Eucaristia, pois tudo isto que dá a solidez ao amor mútuo e firmeza a uma fé que não poucas vezes atravessa momentos difíceis. 

A Apresentação No Templo Celebra Uma Chegada e Um Encontro Com o Salvador       

A cena da apresentação de Jesus-Menino no Templo é rica teologicamente. A antiga Aliança cede o lugar para a Nova, reconhecendo em Jesus-Menino o Messias e o Salvador universal dos povos. E a cena acontece no Templo, lugar da presença de Deus e da revelação profética.

Maria e José entraram no Templo como pobres para oferecer a Deus seu primogênito e para a purificação da mãe (cf. Ex 13,2-16; Lc 12,1-8). Na verdade, Maria como uma pessoacheia de graça” (Lc 1,28) não precisaria dessa purificação. Mas, como todas as mães judias, ela cumpriu fielmente a Lei ritual que prescrevia a purificação da impureza legal quarenta dias depois do parto de um menino, e oitenta dias depois do parto de uma menina (cf. Lv 12,1-8).

A apresentação do Senhor no Templo celebra uma chegada e um encontro. É a chegada do Salvador sonhado, núcleo da vida religiosa do Povo eleito e as boas-vindas a ele pelos dois representantes dignos do povo eleito: Simeão e Ana. Ao nascer Jesus se manifestou, primeiramente, aos pastores representantes dos pobres e excluídos. Ao ser apresentado no Templo, Jesus se revela, primeiramente, aos doispobres de Javé”: Simeão e a viúva de 84 anos, Ana, que esperavam a libertação de Israel praticando a oração e o jejum. Não se mencionam os levitas nem os sacerdotes que executam os ritos da purificação de Maria e do resgate do Menino. No nascimento a revelação aconteceu ao ar livre: para os pastores. Agora o lugar de revelação é o Templo. O ancião Simeão e a viúva, Ana, deram boas-vindas ao Salvador do mundo com grande alegria, e tão grande é a alegria a ponto de Simeão dizer:Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”.

Ao viver este mistério na , a Igrejanovas boas-vindas a Cristo. É o momento do encontro de Cristo com sua Igreja. Isto vale para qualquer celebração na Igreja. Na celebração (eucarística) há o momento de encontro entre Jesus e todos nós. O verdadeiro encontro com Cristo na liturgia sempre causa a alegria e a felicidade, pois trata-se do encontro com o nosso Salvador. O verdadeiro encontro com o Senhor causa mudança na nossa vida para uma maneira melhor de viver a vida de acordo com o mandamento do Senhor resumido no amor fraterno, pois encontramos o sentido de nossa vida em Jesus. O verdadeiro encontro com o Senhor produz em cada um de nós muitos frutos bons para a convivência, pois começamos a permanecer em Jesus (Jo 15,5). O verdadeiro encontro com o Senhor nos torna reflexos do Senhor para os demais, iluminando os outros com nossa vida iluminada pelo Senhor. Não é por acaso que no Oriente a festa da apresentação do Senhor no Templo é chamada de a festa do Encontro.

Um dos maiores frutos do verdadeiro encontro com o Senhor é a prática do amor fraterno. Para a primeira Carta de São João quem ama, vive na luz de Deus (cf. 1Jo 2,3-11). Quem odeia, vive nas trevas. Amar a exemplo de Jesus significa dar-se, esquecer-se de si mesmo, procurar o bem do outro até sacrificar os próprios interesses, as próprias ideias e a própria vida. O mandamento de amor universal deve ser vivido primeiro na comunidade de irmãos na fé. Quanto mais em profundidade se vivem a fé e o amor, mais atraídos se sentem todos a conhecer o testemunho do verdadeiro discípulo de Jesus. O amor fraterno tem um poder de atração tão grande a ponto de ser reconhecido por aqueles que se dizem ateus.

O Fazer Do Cristão Deve Ser Um Fazer Sagrado        

A apresentação do Senhor no Templo é um mistério da salvação. O nomeapresentação” tem um conteúdo muito rico. Fala de oferecimento, fala de sacrifício. “Sacrifício” significa fazer coisa sagrada (sacrum = “sagrado” + facere = fazer). A apresentação do Senhor no Templo recorda a auto-oblação inicial de Cristo que aponta para a vida de sacrifício desta auto-oblação no Calvário para salvar o mundo.

A Apresentação do Senhor nos convida e nos recorda que, como seguidores de Jesus somos convidados a fazer as coisas sagradas permanentemente para que possamos alcançar o feliz encontro derradeiro com Cristo, nosso Salvador. A festa da Apresentação aponta, então, para a vida de sacrifício, cheia de coisas sagradas feitas por cada um de nós, e para a perfeição final deste sacrifício na vida eterna.

Jesus É De Deus e Da Humanidade

Para Maria, a apresentação e oferta de seu Filho no Templo não é um simples gesto ritual. Para ela essa apresentação significa que ela oferece seu Filho para a obra da redenção com a qual ele estava comprometido desde o princípio. O nome “Jesus” que foi escolhido pelo próprio Deus indica isso tudo (cf. Mt 1,21). Para os judeus, o nome expressava a identidade e o destino pessoal que cada um devia realizar ao longo de sua vida. Desde o primeiro instante de sua vida até a morte na Cruz, Jesus foi o que seu nome significa: Deus salva, ou Salvador. Maria renuncia a seus direitos maternais e a toda pretensão sobre seu Filho, Jesus, e O oferece à vontade de Deus-Pai. São Bernardo expressou muito bem esse pensamento ao dizer: “Santa Virgem oferece o teu Filho e apresenta ao Senhor o fruto bendito de teu ventre. Oferece para reconciliação de todos nós, a santa Vítima que é agradável a Deus”.               

um novo simbolismo no fato de que Maria põe seu Filho nos braços de Simeão. Ao atuar desta maneira, Maria não oferece seu Filho ao Deus-Pai, mas também ao mundo, representado por aquele ancião Simeão. Desta maneira Maria representa seu papel de mãe da humanidade e nos recorda que o dom da vida vem de Deus através de Maria para o bem da humanidade. Precisamos nos apresentar ao Senhor para que sejamos vida para os outros, a exemplo do próprio Cristo. 

A Palavra De Deus É Uma Espada

O texto do evangelho de hoje termina com a seguinte frase: “Quanto a ti uma espada te traspassará a alma”. É uma frase dita pelo Simeão para Maria. Mas o que é espada?

Recorrendo à literatura judeu-bíblica sabemos que a espada é um dos símbolos mais frequentes para designar a Palavra de Deus. No AT temos dois casos (Is 49,2 e Sb 18,15). Este mesmo tipo de simbolismo aparece frequentemente nos comentários judaicos para os textos bíblicos. O NT, em sete ocasiões, recorre a esta linguagem que indica que a Palavra de Deus é comparada com uma espada cortante de dois gumes (Hb 4,12). As referências mais abundantes se encontram no Livro de Apocalipse de João (1,16; 2, 12.16; 19, 15.21). Encontra-se também na Carta de São Paulo aos Efésios (Ef 6,17).

É fácil de ser notada a grande analogia que há entre Lc 2,35 e Hb 4,12. Em ambos se fala de espada que “penetra a alma” eserão revelados os pensamentos de muitos corações”.

A partir dessa orientação exegética, a imagem de Maria é a imagem de um crente que terá que enfrentar-se com a Palavra do Filho, simbolizando misticamente na espada. Sua alma será profundamente penetrada pela Palavra de Jesus. Os pensamentos de Maria serão esclarecidos e julgados à luz da Palavra de Deus (Jesus) e se conformará a ela com um crescimento constante. Isto supõe para Maria gozo e dor, simultaneamente. Gozo, ao ver os frutos que a semente da Palavra de Deus produzirá nela e naqueles que acolherão a Palavra de Jesus. Dor, quando buscava angustiada Jesus em Jerusalém e não compreendeu a resposta do filho, Jesus (cf. Lc 2,49-50).

A exemplo de Maria, quando nos deixarmos inundar pela Palavra de Deus, quando nos deixarmos penetrar pela Palavra de Deus, tudo será esclarecido na nossa vida apesar de termos que encarar algumas incompreensões como Maria. 

Preparar-Se Para o Encontro Definitivo Com o Senhor               

Consciente ou inconscientemente, como cristãos, vivemos e fazemos tudo em função de nosso encontro derradeiro com Deus. Se esquecermos esse derradeiro encontro, perderemos o rumo de nossa vida e viveremos somente em função do prazer e de acumular as coisas. Toda a nossa vida é para a frente, isto é para o encontro com Deus definitivamente. Trata-se de uma viagem que não conhece a volta nem para as pessoas, nem para as coisas nem para a própria história. Tudo é para a frente.

A festa do encontro de Jesus com a humanidade no Templo nos projeta para o futuro encontro com o Senhor. Por isso, o encontro com Jesus com a humanidade representada pelos anciãos Simeão e Ana prefigura nosso encontro final com Cristo na sua segunda vinda. Nós, peregrinos de Deus, caminhamos penosamente através deste mundo, guiados pela luz de Cristo (Jo 8,12) e sustentados pela esperança de encontrar finalmente o Senhor da glória no seu Reino eterno. Toda nossa vida cristã tem esse objetivo: encontrar-nos com o Senhor na vida eterna (Jo 14,2-3). Por este objetivo temos sempre força suficiente para superar tudo na nossa peregrinação terrestre (Jo 16,33b). Estando com Cristo e seguindo seus passos nossa vida sempre será iluminada: “Eu sou a Luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12). 

Sagrada Família e Nossa Família: Nossa Família é Sagrada Como a Família de Nazaré? 

Neste dia celebra-se a festa da Sagrada Família: Jesus, Maria e José. Celebra-se assim a família como lugar da manifestação de Deus neste mundo. Biblicamente a família é uma comunidade de alegrias, tristezas, lutas e esperanças sempre compartilhadas. A união dos esposos é considerada como aliança, que é termo sagrado das relações com Deus (Ml 2,14). A família também é comunidade educativa na qual os filhos se capacitam para a vida (Pr 1,8s; Eclo 7,25s; Hb 12,4-8). E por fim, a família é ainda uma comunidade de gerações, que une os homens na linha interminável do tempo (Gn 10.1s; 1Cr 1,1s; Lc 3,23s).         

Quando se fala da Sagrada Família de Nazaré, o nosso modo habitual de pensar em Jesus como Filho de Deus gerado pelo Pai pela ação do Espírito Santo, poderia levar-nos a não compreender a ligação profunda que existe entre a situação da Sagrada Família e a situação de nossas famílias. Seria um erro, porque a graça não anula a natureza.      

A família de Nazaré vive a fé e da fé e é conduzida, momento a momento, pela descoberta da vontade e do desígnio de Deus como qualquer família humana. Qual é a ideia que Deus tinha na mente quando no princípio criou o homem e a mulher e os abençoou? (Gn 1,28;2,24).         

A família deveria ser, no desígnio de Deus, a continuação da criação. E a criação é a participação da vida por amor. Deus cria, dá a vida a seres livres, porque é bom, porque é amor e o amor tende, por natureza, a se difundir e a se comunicar. Sob essa luz a família é como a realidade querida por Deus a fim de que a vida se difunda no tempo por meio do amor. Por isso, toda a família é sagrada porque é chamada a fazer da criança o adulto capaz de amar como Deus ama. 

O lar que dá espaço para Deus se torna a morada de Deus. E Deus dá o brilho por dentro à família. Quando nosso brilho vem do interior, aquece a família inteira, preenchendo-a de uma paz e de uma suavidade que serão sentidos por todos que nela entram. Assim o nosso lar se torna um ponto de partida seguro que nos dá confiança para explorar o terreno de um mundo imprevisível e frequentemente perigoso. É nesse lar que aprendemos a sobreviver, a trabalhar e a brincar, a ser tranquilos conosco e com os outros. Quando Deus se torna centro de nossa família, ela não pode viver sem a verdade, pois a família é o ponto de vida social em que existe extrema sensibilidade para a verdade. E se falta a verdade na relação, na comunhão das pessoas: marido, esposa, pais, filhos, irmãos, rompe-se a comunhão, consequentemente a harmonia e a missão da família é destruída (João Paulo II). De nada adiantam desenvolvimento, riqueza e opulência se faltar a verdade.        

Portanto, olhando para a Sagrada Família de Nazaré na qual Jesus é o centro entendemos que não há graça maior e mais desejável, neste mundo do que ter uma família. Porque ela é a base de uma história, de nossa história. A sua existência é tão importante até nenhuma instituição ou riqueza no mundo pode substituí-la; ela é insubstituível. Só a família é capaz de matar a saudade que sentimos quando ficarmos longe dela ou quando nos sentirmos desamparados, porque todas as portas podem fechar-se, mas jamais a da nossa família. Por isso, a família é um tesouro sem preço, é um sonho vivo, desejável e um porto seguro nas horas de alegria e de dificuldades. E isto vale para todo mundo: rico ou pobre, jovem ou velho. A família, por isso, continua ocupando o lugar muito importante para a vida de um ser humano em qualquer lugar e época.

O Evangelho diz que “o menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele” (Lc 2,40). Maria e José conseguiram que Jesus crescesse com sabedoria e saúde. Viveram o que hoje se chamaria uma pobreza com dignidade: vida sóbria, simples, sem excessos, mas com o essencial.          

Por tanto, com a festa da Sagrada Família a Igreja quer acima de tudo exaltar e reafirmar a dignidade da família, através da qual ela mesma recebe o Salvador; além disso, quer ajudar-nos a refletir como cristãos sobre a realidade em cujo seio vivemos todos e à qual, antes de mais nada, devemos a própria vida.

P. Vitus Gustama,svd

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