sexta-feira, 2 de março de 2012

AMAR COMO DEUS AMA

Sábado, 03 de Março de 2012


Texto de Leitura: Mt 5,43-48

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 43Vós ouvistes o que foi dito: 'Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!' 44Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! 45Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre justos e injustos. 46Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa? 47E se saudais somente os vossos irmãos, o que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? 48Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito.'
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Jesus continua analisando a lei antiga e dá uma nova ênfase. Ele sabe que o único que pode salvar o ser humano é entender que se não se tem o perdão como ponto de partida, jamais se poderá alcançar uma convivência digna entre os seres humanos. Daqui sua grande preocupação pela busca desses valores que o Pai quer para a humanidade, valores que farão que o ser humano se aproxime da mesma perfeição de Deus.

Quando a comunidade cristã primitiva chegou a compreender que Jesus queria a criação de uma sociedade universal, unida através do amor fraterno, foi capaz de romper todos os distanciamentos que histórica e culturalmente separavam os seres humanos. Para os discípulos nãolugar para distinções. Eles que sofrem as perseguições (Mt 5,10-12) não podem deixar-se dominar pelo ódio. No lugar do ódio, o desejo do bem (amor, oração).

Amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos”.

As sociedades humanas ao longo da história foram construídas a partir do princípio de interesses de grupos determinados que excluem todos aqueles que são vistos como ameaça à existência própria de ditos grupos. A comunidade cristã se encontra também a cada passo com pessoas que ameaçam sua existência. O inimigo está no horizonte de sua existência e freqüentemente, esse inimigo pode ser qualificado de perseguidor. No entanto, para ela Jesus propõe uma nova lei que é a culminação de todas as contraposições mencionadas previamente. O “mandamento de amar” a todos deve converter-se em marca distintiva da comunidade de seguidores de Cristo, capaz de expressar sua originalidade na história humana, pois eles são filhos de Deus no Filho Jesus Cristo.  Ser filhos de Deus”, segundo Jesus, significa parecer-se a Ele ou com Ele no modo de fazer e de viver.

Por isso, as palavras de Jesus hoje são, na verdade, reveladoras: fazei o bem e orai. A fraternidade universal é a conseqüência de outra realidade essencial: a paternidade universal de Deus. O amor sem fronteiras que Deus nos pede é o que Ele mesmo vive,pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos”. Deus ama a todos os homens. Ama até aos que não O amam. Ele derrama seus benefícios, seu sol formoso e sua chuva sobre todos. Assim Jesus nos diz que quando deixamos de amar alguém significa que recusamos alguém que Deus ama. Aquele que consideramos nosso inimigo é amado por Deus. Nosso ou meu inimigo é um filho de Deus. Não se trata de um formoso ideal humanista. Deus é a única referência.

Amar as pessoas que nos amam, que se parecem a nós é natural. Mas Deus nos pede mais. Deus nos pede ampliar nosso coração muito além do círculo de nossos amigos, de nossos parentes, de nosso âmbito. Isto será possível somente na medida em que todos os seres humanos chegarem a se amar e a se perdoar por ter consciência de que todos são os filhos e filhas do mesmo Pai celeste como rezamos diariamente o Pai Nosso (Mt 6,9-15). Se todos são filhos e filhas do Pai celeste, estão maltratar um ser humano é maltratar o Pai do céu.

Vitus Gustama,svd

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