sábado, 26 de janeiro de 2013

28 de Janeiro de 2013


VIVER COMO JESUS VIVEU FAZ O MAL PERDER SEU PODER NA NOSSA VIDA

Marcos 3, 22-30 

Segunda-feira da III Semana do Tempo Comum

 

Texto de Leitura: Mc 3, 22-30

Naquele tempo, 22os mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam que ele estava possuído por Beelzebu, e que pelo príncipe dos demônios ele expulsava os demônios. 23Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: “Como é que Satanás pode expulsar a Satanás? 24Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se. 25Se uma família se divide contra si mesma, ela não poderá manter-se. 26Assim, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído. 27Ninguém pode entrar na casa de um homem forte para roubar seus bens, sem antes o amarrar. depois poderá saquear sua casa. 28Em verdade vos digo: tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados, como qualquer blasfêmia que tiverem dito. 29Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, mas será culpado de um pecado eterno”. 30Jesus falou isso, porque diziam: “Ele está possuído por um espírito mau”.

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O evangelho deste dia nos relata que Jesus encara seus adversários vindos de Jerusalém, cidade onde ele sofrerá a Paixão. Na discussão Jesus é considerado como uma pessoafora de si” (=louco) pelos parentes, e “Ele está possuído por Belzebu, chefe dos demônios”, pelos escribas. Em outras palavras, Jesus é recusado “pelos seus” e “pelas autoridades religiosas”. Jesus é recusado, desconhecido e ignorado. Jesus é contestado, não é escutado, não é seguido. Jesus é deixado de lado.

 
Até este ponto precisamos entrar no nosso íntimo para cada um se perguntar: “Qual é a minha maneira pessoal de recusar Jesus na minha própria vida? Quando foi que eu deixei de lado esse Jesus Salvador nas minhas decisões, no meu modo de me comportar? Quando foi que ignorei Jesus na minha vida e na convivência com os demais?”. Se Jesus que é a Luz do mundo (Jo 8,12) não ocupar seu devido lugar na minha vida, então a minha vida vai ser muito desorientada e escura. Em nossa vida temos que conjugar os esforços humanos com a confiança em Deus e a docilidade aos seus planos.

 
Jesus começou a ser conhecido pela multidão (Mc 1,28), pois Elefala como quem tem autoridade e não como os escribas” (Mc 1,22), pois Ele se preocupa com a dignidade de todas as pessoas, especialmente as excluídas. A fama de Jesus também chegou aos ouvidos das autoridades. E estas começaram a fazer uma campanha de difamação contra Jesus. “Ele estava possuído por Beelzebu, e que pelo príncipe dos demônios ele expulsava os demônios”, dizem eles sobre Jesus. Ao chamar Jesus de “chefe dos demônios”, as autoridades querem dizer a todos que Jesus é o inimigo de Deus (gente de demônio) e por isso, não merece nenhuma credibilidade.  Ao desqualificar Jesus, eles querem desqualificar sua obra. Desta maneira eles poderiam impedir a crescente popularidade de Jesus. Trata-se de um jogo das autoridades para não perder o poder sobre o povo. Todo julgamento esconde a arrogância de quem se acha dono da verdade e também revela grande insegurança. Aquele que julga se comporta como soberano e crítico das ações alheias. Num mundo de trabalho interesseiro, num mundo de luta pelo poder, os bons, os justos, os honestos são sempre vitimas e são excluídos ou eliminados, mas o bem vivido ganhará reconhecimento de Deus (cf. Mt 25,40.45; 7,21-27).

 
Se aprofundarmos mais esse assunto, perceberemos que o que está em jogo na discussão com os adversários de Jesus é a luta entre o espírito do mal e o espírito do bem. Por isso, merece o duríssimo ataque de Jesus. O que eles fazem é considerado como uma blasfêmia contra o Espírito Santo. Pecar contra o Espírito Santo significa negar o que é evidente, negar a luz de Deus permanentemente, tapar-se os olhos para não ver, para negar a verdade, para negar a salvação. Atribuir ao demônio o que é sinal da presença do Espírito Santificador é um pecado imperdoável: é uma recusa absoluta diante da atuação clara de Deus na história. Os escribas conhecidos por todos como mestres insuperáveis das Escrituras que narram as maravilhas de Deus na história cometem esse pecado. Por isso, de que serve recordar as maravilhas de Deus se negamos a atuação de Deus que salva hoje? Server apenas para ficar excluído da salvação. Por isso, enquanto  durar essa atitude obstinada e esta cegueira voluntária nos escribas, eles mesmos se excluem do perdão e do Reino.

 
Creio que nós não somos certamente dos que negam a Jesus permanentemente. Ao contrário, não somente cremos nele e sim que seguimos a Jesus e celebramos seus sacramentos e meditamos sua Palavra iluminadora. E nós cremos que Jesus é mais forte e por isso, Ele nos ajuda na nossa luta contra o mal. E para afastar o mal precisamos viver e praticar o bem, mas não simplesmente para afastar o mal. Fazer o bem é o verdadeiro caminho divino e por isso, precisamos optar por este caminho. Ser cristão não é apenas aquele que evita o mal, mas principalmente fazendo o bem ele afasta o mal. Se Jesus que é mais forte do que qualquer mal está entre nós, então precisamos estar com ele permanentemente, colocando-o no centro de nossa vida para ganhemos também Sua força.

 
Mesmo assim, podemos nos perguntar se alguma vez nos obstinamos em não ver tudo o que teríamos que ver no evangelho ou nos sinais dos tempos que vivemos. Ao olhar para os escribas que julgaram Jesus sem piedade, não temos certa tendência a julgar drasticamente os que não pensam como nós, na vida de família, no trabalho, na comunidade ou na Igreja?

 
Na Vigília Pascal, quando renovamos o nosso compromisso batismal, fazemos cada ano uma dupla opção: renunciar ao pecado e ao mal e professar nossa em Deus. Hoje o Evangelho nos mostra Cristo como Libertador do mal para que durante toda jornada colaboremos com ele em tirar o mal de nosso meio.

 
P. Vitus Gustama,SVD

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