NOSSA SENHORA DE
GUADALUPE
PADROEIRA DA AMÉRICA LATINA
12 de Dezembro
Texto de leitura: Lc
1,39-47
39 Naqueles dias, Maria partiu para
a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40 Entrou
na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a saudação de
Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42
Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o
fruto do teu ventre! 43 Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?
44 Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria
no meu ventre. 45 Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o
que o Senhor lhe prometeu”. 46 Então Maria disse: “A minha alma engrandece o
Senhor, 47 e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador”.
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No dia
12 de dezembro celebramos a festa de Nossa Senhora de Guadalupe.
A história do surgimento
desta festa foi contada da seguinte
maneira. O índio Juan Diego, cujo nome asteca era Cuauhtlatohayc, nasceu em
1471, perto da cidade do México, na aldeia de Cautitlán, pertencente aos índios
Mazehuales. Era então Arcebispo da
cidade do México, Dom Juan de Zumárraga, franciscano basco. Era o segundo bispo
da Nova Espanha.
Conforme
a lenda e tradição, no Sábado, 9 de dezembro de 1531, pelas seis horas
da manhã, quando o índio Juan Diego se dirigia de sua aldeia para a de
Tolpetlac para assistir uma função religiosa na missão franciscana de
Tratetolco, ao chegar ao monte Tepeyac, às margens do lago Texcoco, viu uma
jovem de uns 15 anos, que lhe ordenou ir falar com o Bispo a fim de pedir-lhe
que construísse um templo no vale próximo.
No
mesmo dia a tarde por volta das 17:00 horas, Juan Diego vê novamente a jovem, e
lhe relata a incredulidade do bispo e pede que escolha outro mensageiro. Porém
a jovem insiste em sua missão de ir ter novamente com o bispo e pedir a
construção do templo.
No dia seguinte, Domingo 10 de dezembro, às 15 horas, Juan Diego fala novamente com o bispo. O bispo ainda não acredita e pede algum sinal. Pela terceira vez a jovem lhe "aparece" e ordena a Juan Diego que volte ao monte no dia seguinte para receber o sinal pedido pelo bispo. Entretanto, no dia seguinte, Juan Diego, não vai ao monte devido a doença de seu tio Juan Bernardino.
No dia seguinte, Domingo 10 de dezembro, às 15 horas, Juan Diego fala novamente com o bispo. O bispo ainda não acredita e pede algum sinal. Pela terceira vez a jovem lhe "aparece" e ordena a Juan Diego que volte ao monte no dia seguinte para receber o sinal pedido pelo bispo. Entretanto, no dia seguinte, Juan Diego, não vai ao monte devido a doença de seu tio Juan Bernardino.
Na
madrugada do dia 12 de dezembro, terça-feira, devido a gravidade da doença de
seu tio, Juan Diego sai de sua aldeia para buscar um sacerdote, e rodeia o
monte para não encontrar a virgem. Mesmo assim ela lhe "aparece" e
fala que seu tio ficará curado, e pede que vá ao monte buscar rosas que seria o
sinal. Ao seu regresso, a virgem diz: Estas diferentes flores são a prova, o
sinal que levarás ao bispo.Diga-lhe que veja nelas meu desejo, e com isso,
execute minha vontade.
Ao
mesmo tempo que Juan Diego encontra a jovem, ela "aparece" também a
seu tio doente e cura instantaneamente suas enfermidades e manifesta seu nome:
"Sempre Virgem Santa Maria de Guadalupe".
No dia
12 de dezembro, após a quarta "aparição", Juan Diego leva em seu poncho,
como prova, rosas frescas de Toledo (e isto em pleno inverno mexicano). Já na
casa do bispo, por volta do meio dia, na hora que abriu o poncho (ayate) onde
estavam embrulhadas as flores, estava estampada a imagem de Nossa Senhora:
"A Virgem de Tequatlaxopeuh". A mesma que hoje se venera na Basílica
de Guadalupe, México. A imagem estampada é de 143 cm de altura. Durante 116
anos, de 1531 a 1647, a pintura esteve desprotegida e exibida em várias
procissões solenes. A pintura resistiu à umidade e ao salitre, muito abundante
e muito corrosivo naquela região, antes de ter sido secado o lago Texcoco. O
tecido da tela é de tão má qualidade que deveria ter se desintegrado em questão
de 20 anos, mas resistiu até hoje. A veneração popular levou piedosos e doentes
a que beijassem as mãos e a face da pintura ou que fosse tocada com objetos
cujo material deveria ter deteriorado ou destruído o tecido e a pintura. Só
Deus pode explicar a razão de tudo isso. Somos capazes de dizer é um milagre.
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O texto do evangelho lido neste dia
nos fala que Maria atravessando Palestina de norte a sul com o Filho de Deus em
suas entranhas, e chegando à casa de Zacarias e provocando ali cenas de
entusiasmo é uma imagem muito sugestiva. Ao dizer sim, Maria aceitou ser
fecundada pelo Espírito de Deus (cf. Lc 1,38). Por isso, Maria é portadora da
salvação e é fonte de alegria por causa do Senhor que habita no seu coração.
O sim de Maria para a entrada de
Deus na sua vida é radical. Quanto maior for a radicalidade de nosso sim a
Deus, maior será nossa fecundidade e numerosos terão filhos espirituais. Eu sou
chamado a ser “Pai” para ter “filhos espirituais” que salvam o mundo.
Além disso, para que sejamos fonte
de alegria para os outros temos que dizer sim ao plano de Deus e deixar que o
Espírito de Deus nos fecunde. Para que nossa presença se torne uma presença
alegre temos que deixar Jesus ocupar nosso coração, como Maria que se deixa para
que seu ventre seja habitado pelo Salvador do mundo, Jesus Cristo.
Na Anunciação o Anjo do Senhor
“entrou” na casa de Maria e a “saudou”. Nessa visita Maria fez a mesma coisa:
ela “entrou” na casa de Zacarias e saudou a Isabel. É a saudação da Mãe do
Senhor para a mãe do Precursor do Senhor. A saudação de Maria comunica o
Espírito a Isabel e ao menino. A presença do Espírito Santo em Isabel se traduz
em um grito poderoso e profético: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito
é o fruto do teu ventre. Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha
visitar? Logo que tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de
alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será
cumprido o que o Senhor lhe prometeu” (Lc 1,42-45). Aqui Isabel fala como
profetisa: se sente pequena e indigna diante da visita daquela que leva em seu
seio o Senhor do universo. Sobram as palavras e explicações quando alguém entra
na sintonia com o Espírito. Maria leva no seu seio o Filho de Deus concebido
pela obra do Espírito Santo. E a presença do Espírito Santo em Isabel faz com
que Isabel glorifique a Deus. Por isso, o encontro entre Maria e sua prima
Isabel é uma espécie de “pequeno Pentecostes”. Onde entra o Espírito Santo, ai
entra também paz, alegria e vida divina.
A Mãe de Senhor que leva Jesus em
seu seio é a causa de alegria. Ou podemos dizer de outra maneira: o Senhor no
seio de Maria “empurra” Maria ao encontro dos outros. Quando estivermos cheios
de Jesus Cristo em nosso coração, a nossa presença traz alegria e a paz para a
convivência. A ausência de Cristo em nosso coração produz problemas na
convivência.
A mulher de fé, Isabel, felicita
Maria porque crê e Maria responde com uma nova e solene afirmação de fé,
proclamada em forma de hino de alegria: o Magnificat. Podemos nos perguntar se
nossa fé fica longe da fé de Maria tanto em consistência como em conteúdo.
Isabel felicita Maria porque crê que Deus é capaz de atuar e salvar ainda que
possa parecer impossível (cf. Lc 1,37). Temos esta fé que Isabel felicita?
Somos capazes de acreditar em Deus até nas coisas impossíveis?
Pela fé, que se traduz na vivência
do amor fraterno, é que entramos em comunhão com Jesus e com seu Pai que o
enviou para nos salvar (cf. Jo 14,23-24). A fé, como foi dito, é o
reconhecimento do próprio desamparo, de um lado e a aceitação do poder salvador
de Deus na nossa vida, do outro lado.
O canto de Maria, o Magnificat, é
algo mais que uma proclamação social. Ele nos revela que somente Deus é a
riqueza verdadeira. Por isso, quem se encontra cheio de si e de suas coisas, na
verdade está vazio do essencial. Somente abrindo-se à profundidade de Deus e de
seu amor, ao receber a graça do perdão e ao estendê-lo para os outros, o homem
chegará a converter-se verdadeiramente em rico. O exemplo máximo é a figura de
Maria.
P. Vitus Gustama,svd
UM DEUS QUE ME TOMA PELA MÃO E QUE ME
DÁ CORAGEM DE VIVER
Quinta-feira da II Semana do Advento
12 de Dezembro de 2013
Textos de Leitura:
Is 41, 13-20; Mt 11, 11-15
O contexto da primeira leitura é o
exílio de Babilônia. O texto da primeira leitura (Is 41,13-20) se encontra no
Livro da consolação do profeta Isaías (Is 40-55) que foi escrito durante o
exílio na Babilônia. Seu tom é, por isso, muito consolador.
Um Deus
que segura minha mão
“Não temas; eu te ajudarei!
Não tenhas medo, pobre verme!” (Is 41,13-14). São palavras consoladoras
de um Deus que jamais abandonará seus filhos. O povo de Israel no desterro era
como um verme pisoteado por outras nações. O termo “verme” expressa a pequenez
do povo de Israel no desterro, desprezado, explorado e perdido na grande
Babilônia pagã. Mas Deus lhe assegura sua proteção carinhosa, pois Ele toma
cada um pela mão, como uma mãe que segura a mão de seu filinho na rua. O
verdadeiro valor não procede da situação humana e sim do olhar carinhoso de
Deus para cada um de nós.
Precisamos meditar e saborear ao
longo do dia esta maravilhosa expressão do amor de Deus por nós: “Não
temas; eu te ajudarei! Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tomo pela mão”.
É preciso saborear, em silêncio, essa declaração de amor de Deus para cada um
de nós. Sem a mão de Deus segurando
minha mão, vou me destruir na minha pequenez. Será que alguma vez você sentiu a
mão de Deus segurando sua mão?
Você
tem sede de quê?
“Pobres e necessitados
procuram água, mas não há, estão com a língua seca de sede. Eu, o Senhor, os
atenderei, não os abandonarei” (Is 41,17). “Os pobres procuram...”.
Esta fórmula expressa a espera, o desejo. A imagem é a de “ter sede”... uma
necessidade biológica concreta que não pode satisfazer-se com palavras
bonitas.
O termo bíblico “ter sede” não nos
oculta o verdadeiro sentido. O que os homens andam buscando hoje em dia,
especialmente os pobres, é ser amados e considerados, ser respeitados e
tratados como seres humanos, não ser humilhados e desprezados. Um mundo tão
árido, comportamento árido, hoje em dia, invade cada vez mais o coração das
pessoas, inclusive das pessoas nas comunidades eclesiais. Por isso, através do
seu coração tão árido e comportamento tão seco você tem sede de quê nesta vida?
O que você está procurando através desse comportamento?
Todos nós somos pobres e
necessitados na busca da luz divina. “Os pobres e necessitados buscam água, mas
não há. Sua língua está seca”. Talvez o progresso, a técnica, o conforto em que
vivemos silenciem durante um tempo essas questões radicais e perturbadoras
sobre o sentido último da vida. Cedo ou tarde chega, para cada um, uma
resposta, única que importa. “De quê realmente tenho sede? De que você está
procurando?”.
João
Batista nos convida a um Advento ativo
Celebrar a vinda de Deus, no
próximo Natal, não é somente coisa de sentimento e de poesia. É A graça do
Advento, do Natal e da Epifania pede disponibilidade plena e abertura à vida
que Deus nos quer comunicar.
Para encontrar Deus, para acolher tal
como Ele é, para compreender todo o sentido da vinda do Senhor, temos que
romper nossos esquemas e contemplar com os olhos novos a realidade que nos
cerca e as pessoas que nos rodeiam. O texto usa uma expressão enigmática: “são
os violentos que conquistam o Reino dos céus” (Mt 11,12). Aqui não se trata
dos que praticam violência contra os demais, pois mais tarde Jesus vai dizer: “Guarda
a tua espada no seu lugar, pois todos os que pegam a espada pela espada
perecerão” (Mt 26,52). Trata-se aqui daqueles que fazem “violência” a si
mesmos, no sentido de ser contra suas próprias inclinações perversas.
Por isso, é bom cada um
perguntar-se: “Quais são minhas inclinações perversas, minha conversas
perversas que preciso enfrentá-las com violência, com toda a minha força para
que eu possa alcançar uma vida cheia de bênçãos de Deus?”.
P. Vitus Gustama,svd
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