sábado, 29 de dezembro de 2018

Domingo Da Epifania, 06/01/2019
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EPIFANIA DO SENHOR


Primeira Leitura: Is 60,1-6
1Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor. 2Eis que está a terra envolvida em trevas, e nuvens escuras cobrem os povos; mas sobre ti apareceu o Senhor, e sua glória já se manifesta sobre ti. 3Os povos caminham à tua luz e os reis ao clarão de tua aurora. 4Levanta os olhos ao redor e vê: todos se reuniram e vieram a ti; teus filhos vêm chegando de longe com tuas filhas, carregadas nos braços. 5Ao vê-los, ficarás radiante, com o coração vibrando e batendo forte, pois com eles virão as riquezas de além-mar e mostrarão o poderio de suas nações; 6será uma inundação de camelos e dromedários de Madiã e Efa a te cobrir; virão todos os de Sabá, trazendo ouro e incenso e proclamando a glória do Senhor.


Segunda Leitura: Ef 3,2-3ª
Irmãos: 2Se ao menos soubésseis da graça que Deus me concedeu para realizar o seu plano a vosso respeito, 3ae como, por revelação, tive conhecimento do mistério. 5Este mistério, Deus não o fez conhecer aos homens das gerações passadas, mas acaba de o revelar agora, pelo Espírito, aos seus santos apóstolos e profetas: 6os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho.


Evangelho: Mt 2,1-12
1Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, 2perguntando: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”. 3Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado, assim como toda a cidade de Jerusalém. 4Reunindo todos os sumos sacerdotes e os mestres da Lei, perguntava-lhes onde o Messias deveria nascer. 5Eles responderam: “Em Belém, na Judeia, pois assim foi escrito pelo profeta: 6‘E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo’”. 7Então Herodes chamou em segredo os magos e procurou saber deles cuidadosamente quando a estrela tinha aparecido. 8Depois os enviou a Belém, dizendo: “Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo”. 9Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. 10Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. 11Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. 12Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho.
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Neste Domingo celebramos a festa de Epifania. Trata-se de uma festa que tem um caráter similar à festa de Natal. Natal e Epifania são festas complementares que se enriquecem mutuamente ou festas irmãs. Ambas celebram, de diferentes perspectivas, o mistério da encarnação, a vinda e a manifestação de Cristo ao mundo. Natal acentua mais a vinda (embora o próprio Natal seja uma manifestação do amor de Deus pela humanidade), enquanto que epifania enfatiza a manifestação.


1. A Epifania Do Senhor Na Nossa Vida


O termoepifania” vem do grego “epiphaneia” (manifestação). No grego clássico este termo podia expressar duas idéias: uma, secular e outra, religiosa.  


No uso secular, epifania podia referir-se a uma chegada. Por ex., quando um rei visitava uma cidade com uma entrada solene, esse acontecimento se considerava como epifania. São Paulo utiliza este termo para falar da vinda de Cristo. Para São Paulo, a vinda de Cristo ao mundo é uma epifania: “Essa graça, que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos, foi manifestada agora pela aparição (epiphaneia) de nosso Salvador, o Cristo Jesus” (2Tm 1,10). Com o uso neotestamentário do termo epifania entendemos facilmente que o nascimento de Jesus se entende também como epifania, porque celebram-se a vinda, a chegada e a presença da Palavra encarnada entre nós.


No uso religioso, o termo epifania se usa para denotar alguma manifestação do poder divino em benefício dos homens. Dentro do uso religioso do termo estamos próximos do uso litúrgico da epifania, pois através da encarnação de Jesus, o Verbo divino, Deus manifesta seu poder benevolente para os homens. Por isso, a vinda de Cristo à terra é uma epifania em si mesma. Dentro do significado do termo, na verdade, a epifania não se limita na celebração da vinda histórica de nosso Senhor, Jesus Cristo, ao mundo, mas também dos diversossinaispelos quais durante sua vida, ele revela seu poder e sua glória.


A partir do significado do termo, a epifania é uma festa de cada dia porque nãomomento nem acontecimento que não tragam uma revelação do Senhor. Para poder captar a manifestação divina em cada momento e acontecimento necessitamos ser pobres no espírito e estar abertos à novidade. Não podemos ter medo da novidade de Deus que se manifesta diariamente. Os ricos, Herodes, os sumos sacerdotes, os escribas e os fariseus temem a novidade e criam a guerra. A novidade é sempre uma ameaça para quem tem algo a perder. Para defender-se da novidade eles se refugiam nos costumes humanos. A epifania, que é a revelação de Deus que engloba tudo, nos abre para horizontes infinitos, fonte permanente da novidade e da surpresa de Deus. Uma grande novidade que aprendemos da encarnação de Deus em Jesus Cristo é o reconhecimento de Deus em cada homem para respeitar sua dignidade, porque Deus se fez homem. Santo Tomás de Aquino ao comentar o Pai-Nosso disse: “Devemos amar nossos semelhantes porque são nossos irmãos, pelo fato de serem filhos de Deus (leia 1Jo 4,20). Devemos reverenciá-los, tratando-os como filhos de Deus (leia Ml 2,10)” [In Orationem Dominicam: Pater Noster, Expositio].


2. Os Magos e a Universalidade Do Amor De Deus


Os grandes Padres latinos como Santo Agostinho, São Leão, São Gregório e outros, nas suas reflexões sobre Mt 2,1-12 chegaram à mesma conclusão de que os Sábios do oriente (os magos) representavam as nações do mundo. Eles simbolizavam a vocação de todos os homens à única Igreja de Cristo.


Com esta interpretação, a festa de epifania toma um caráter mais universal. Deus deixa de se manifestar somente a um povo privilegiado, a uma raça humana para se dar conhecer a todos, sem exceção. A boa nova da salvação é oferecida a todos os homens. Com a vinda de Deus feito carne, a humanidade forma uma família porque o amor de Deus abraça a todos. Isto significa que Deus jamais abandona seus fiéis. Este amor imenso de Deus por nós deve aquecer o nosso coração e animar nossa vida para levarmos adiante os nossos compromissos como filhos e filhas de Deus. São Paulo fala (na segunda leitura) com muita admiração sobre a grandiosidade deste mistério, que estava oculto nas gerações passadas, mas se revela agora através do Espírito, queos pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho” (Ef 3,6). Da mesma forma São Pedro recordava aos pagãos convertidos: “Vós que outrora não éreis povo, mas agora sois o Povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia” (1Pd 2,10). Todos podem alcançar a misericórdia de Deus desde que tenham a vontade de alcançá-la, vivendo os ensinamentos de Cristo. E todos os que aceitarem Cristo e seus ensinamentos serão herdeiros das promessas de Cristo. Consequentemente todos devem ser servidores desta graça para todos que ainda não têm consciência da grandiosidade do amor de Deus que liberta e salva.


3. Os Magos e A Busca De Deus


Os magos puseram-se a caminho e deixaram sua terra em busca do Rei recém-nascido. Guiados pela estrela e com uma grande esperança no coração, os magos puseram-se a caminho. São João Crisóstomo comentou: “Não se puseram a caminho porque viram a estrela, mas viram a estrela porque se tinham posto a caminho”. Põem-se a caminho porque têm perguntas e inquietações no coração. Os magos são o símbolo dos que buscam Deus, como diz Santo Agostinho: “Anunciam e perguntam, creem e buscam; simbolizando aqueles que caminham na fé e desejam a realidade”.


Somos peregrinos nesta terra. Mas para onde caminhamos? Consciente ou inconscientemente, no fundo todos procuram Deus. “A busca de Deus é a busca da felicidade. O encontro com Deus é a própria felicidade, pois Deus é o bem perfeito, o sumo bem” (Santo Agostinho). O destino do homem é, certamente, a união plena com Deus. E na espera desse destino, o homem vive sobre a Terra com fé. A fé é ter confiança em Deus apesar das próprias dúvidas, perguntas e interrogações, queixas e murmurações; a fé é ter a coragem de agir apesar dos próprios medos; é esperar no amanhã apesar dos sofrimentos e dificuldades de hoje, porque Deus é fiel às suas promessas.  Deus veio antes ao nosso encontro e semeou no nosso coração a fome e a sede da justiça e da paz, da felicidade e da comunhão, enfim, da salvação que só podemos encontrar nele.


Para chegar ao encontro de Deus é necessário pôr-se a caminho e encarar os desafios e vencer novos obstáculos e refutar argumentos velhos e novos a fim de chegar à meta desejada, isto é, encontrar o sentido da vida na união plena com Deus. Quem quer encontrar Deus, não pode ficar preso ao passado. Precisa partir sempre de novo, com o coração cada vez mais leve e livre, porque na nossa vida costumam acontecer fatos carregados de sentido, que exigem a nossa atenção e o nosso êxodo. Mas se a pessoa não se põe a investigar e a tentar perceber o que Deus lhe quer dizer, com certeza vive mais tranquilo, não se interroga, não levanta problemas. Consequentemente, não avança, move-se num horizonte estreito, mesquinho, sem dimensões, e priva-se do que as suas capacidades lhe proporcionam para progredir. E Deus, quando queremos encontrá-lo de verdade, vem em nossa ajuda, indica-nos o caminho, às vezes, através de meios menos aptos. Mas, com certeza, Deus não se encontra na soberba que nos separa dele, nem na falta de caridade que nos isola.


Os magos iniciaram uma longa caminhada, desejando encontrar Deus guiando apenas pela estrela. Na vida, é preciso seguir uma estrela, um ideal, um modelo de santidade.  E tem que se seguir, apesar de todos os sacrifícios. Jesus, no fim, está à nossa espera.


4. Os Magos e A Estrela


“Vimos sua estrela no Oriente”, dizem os magos. A estrela é um elemento indispensável na narração de Mateus. Mas o que a estrela representa?


A estrela é a metáfora do rei messias, como pode-se ler em Nm 24,17: “Surgirá uma estrela de Jacó e surgirá um cetro de Israel”. Em Mt, porém, a estrela não é apenas uma metáfora ou imagem do Messias, porque ela guia os magos. Pela sua função de guia, ela é sinal de Deus. A estrela é a Providência divina que guia o homem no caminho de sua realização como homem e filho de Deus. A estrela também é símbolo da fé. A fé é a estrela que nos guia. A fé é a luz pela qual conhecemos Deus. A fé é um dom de Deus, é uma iluminação para nossa vida. Não se pode chegar à luz da verdade revelada através do recurso exclusivo da razão humana. Deus é quem revela; é Ele “mesmo quem reluziu em nossos corações, para fazer brilhar o conhecimento da glória de Deus, que resplandece na face de Cristo” (2Cor 4,6). Mediante a fé conhecemos realmente Deus, ainda que este conhecimento seja escuro. É um conhecimento que nos une a Deus e leva consigo a “garantia” e a substância das coisas esperadas: “A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê” (Hb 11,1).


A fé nos situa na nossa rota e nos mostra o caminho que temos que percorrer. De vez em quando perdemos nossa direção. Mas isto não quer dizer que estejamos perdidos. Esta obscuridade é momentânea e serve de prova para nossa fé. Temos que aprender dos magos. Eles não ficaram desanimados quando perderam a estrela. Ao contrário, eles pediram conselhos aos homens capazes de dizer-lhes onde nasceria Cristo. Nós também podemos pedir conselhos de quem tem mais fé do que nós ou nós mesmos podemos dar conselhos aos outros caso tenhamos fé profunda. A luz da fé é algo que pode e deve ser compartido, especialmente através do testemunho de nossa vida, pois o testemunho de uma vida correta, de uma fé viva é muito mais eficaz do que qualquer discurso bonito.


Se a epifania é uma festa de cada dia porque não há momento nem acontecimento que não tragam uma revelação do Senhor, será que, algumas vezes, você parou para procurar perceber nos sinais de cada dia a vontade ou algum recado de Deus para você?


OUTRAS MENSAGENS DO TEXTO:


1). Para encontrar Jesus, é necessário sair da própria terra para ir ao encontro de Jesus.
Os escribas e os sumos sacerdotes esquadrinharam a Bíblia e encontraram pelo menos 466 profecias messiânicas e mais de 550 conclusões tiradas da Sagrada Escritura. E até indicaram a Herodes o lugar exato onde podia encontrar o Salvador, o verdadeiro Rei dos judeus. No entanto, nenhum se pôs a caminho. Como comenta Santo Agostinho:” Ensinam a outros a fonte da vida e eles morreram de sede”. E em outra passagem ele acrescenta: ”Aqueles (os magos) buscavam na terra destes (dos judeus) o que estes não reconheciam na sua terra...”.  Mateus sublinha, assim, o paradoxo entre a busca e a acolhida de Jesus pelos “magos do Oriente”, que eram pagãos, e o seu não conhecimento por parte do rei de Jerusalém, dos chefes dos sacerdotes, dos escribas e do povo.


Os magos puseram-se a caminho e deixaram sua terra em busca do Rei recém-nascido. O texto nos diz: “Vimos sua estrela no céu e viemos adorá-lo” (v.2). Guiados pela estrela no céu e pela estrela de uma grande esperança no coração, os magos puseram-se a caminho. São João Crisóstomo comentou: “Não se puseram a caminho porque viram a estrela, mas viram a estrela porque se tinham posto a caminho”. Põem-se a caminho porque têm perguntas e inquietações no coração. São o símbolo dos que buscam, como diz Santo Agostinho: “Anunciam e perguntam, crêem e buscam; simbolizando aqueles que caminham na fé e desejam a realidade”.


Somos peregrinos nesta terra. Mas para onde caminhamos? Saibamo-lo ou não, caminhamos para Deus. Consciente ou inconscientemente, no fundo todos procuram Deus. O destino do homem é, certamente, a união plena com Deus. E na espera desse destino, o homem vive sobre a Terra com fé. A fé é ter confiança em Deus apesar das próprias dúvidas, perguntas e interrogações, queixas e murmurações; é ter a coragem de agir apesar dos próprios medos; é esperar no amanhã apesar do sofrimento e dificuldades de hoje. Porque Deus veio antes ao nosso encontro e semeou no nosso coração a fome e a sede da justiça e da paz, da felicidade e da comunhão, enfim, da salvação que só podemos encontrar nele.


Para chegar ao encontro de Deus é necessário pôr-se a caminho e atravessar, como os magos, desertos escaldantes e noites escuras, desinstalar-se e romper com o convencional, vencer novos obstáculos e refutar argumentos velhos e novos. Quem quer encontrar a Deus, não pode ficar preso ao passado. Precisa partir sempre de novo, com o coração cada vez mais leve e livre, porque na nossa vida costumam acontecer fatos carregados de sentido, que exigem a nossa atenção e o nosso êxodo. Mas se a pessoa não se põe a investigar e a tentar perceber o que Deus lhe quer dizer, com certeza vive mais tranqüilo, não se interroga, não levanta problemas. Conseqüentemente, não avança, move-se num horizonte estreito, mesquinho, sem dimensões, e priva-se do que as suas capacidades lhe proporcionam para progredir. E Deus, quando queremos encontrá-lo de verdade, vem em nossa ajuda, indica-nos o caminho, às vezes, através de meios menos aptos. Mas, com certeza, Deus não se encontra na soberba que nos separa dele, nem na falta de caridade que nos isola.


Os magos iniciaram uma longa caminhada, desejando encontrar Deus guiando apenas pela estrela. Na vida, é preciso seguir uma estrela. Um ideal. Um modelo de santidade. Essa é a estrela que brilha para nós no azul do nosso céu. E tem que se seguir, apesar de todos os sacrifícios. Jesus, no fim, está à nossa espera.


2). Para encontrar Jesus é necessário discernir os sinais
Para encontrar Jesus é necessário, em primeiro lugar, buscá-lo e querer encontrá-lo; e em segundo lugar, perceber e discernir os sinais exteriores e interiores de sua manifestação. Para ver os sinais é necessário estar com os olhos e o coração abertos para as realidades que estão além do que vêem os olhos carnais e do que sente o coração de carne. É necessário adquirir uma visão nova da realidade. Para isso, é importante sair do pequeno mundo em que estamos instalados e empreender um caminho novo. Em outras palavras, é preciso o êxodo interior e exterior. Se o nosso coração inquieto, aberto e despojado, e se for generoso como o dos magos, saberemos distinguir a voz de Deus das vozes que nos querem afastar do seu caminho.


3). Para encontrar Jesus é necessário deixar-se comover
Para chegar ao encontro de Jesus é necessário também deixar-se mover pelos sinais percebidos e discernidos; é necessário deixar-se mover e guiar por eles ao longo de toda a caminhada. Quem é movido por uma grande esperança ou por um grande amor, tem força e entusiasmo para deixar tudo o que tinha até esse momento ao encontro do Senhor que é Tudo. A “estrela” que guia nossa busca continua sempre apontando para mais verdade, mais entrega, mais justiça, mais fraternidade, mais partilha, mais honestidade, mais sinceridade e mais comunhão. Ela continua iluminando apesar das nuvens que nos atrapalham passageiramente, das decepções, das noites que anunciam o dia, dos sofrimentos etc.


4). Para encontra Jesus é necessário caminhar juntos e perguntar.
A sabedoria antiga diz: “Estar juntos é apenas o início; caminhar juntos é o progresso e trabalhar juntos é sucesso”. Não sabemos por quanto tempo os magos caminharam. O que sabemos é que caminharam juntos. O longo caminho da busca, enfrentando o cansaço, obstáculos etc., só pode ser feito em comunidade. Só ajudando-se e animando-se mutuamente, carregando o peso uns dos outros durante um longo caminho da busca, é possível chegar à meta.


Quando parece que as nuvens atrapalham a nossa vista ou visão, quando aparentemente Deus nos abandonou e sentimos que não caminha mais ao nosso lado, é necessário pararmos para perguntar, como fizeram os magos. Essas perguntas fazem parte da providência de Deus. Os chineses até dizem: “Quem pergunta, é bobo por cinco minutos. Quem não pergunta, é bobo para sempre”. Na verdade, Deus está também nas nossas perguntas, porque são perguntas sobre ele e por ele.


5). No comum encontra-se o extraordinário
Os magos não encontram a riqueza e a glória do rei recém-nascido, mas um bebê numa casa pobre, filho de pais pobres, pobremente vestido. Também não viram sua mãe coroada de pedras preciosas ou reclinada num leito de ouro. Mas “sua fé (dos magos) foi mais penetrante que o olhar, porque viram coisas humildes e entenderam coisas elevadas”, comenta S. João Crisóstomo. A glória de Deus não está nos astros do céu, mas na fragilidade dessa criancinha.


6). Quem encontra o que procura tem algo a oferecer
Os magos encontraram Jesus e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso, mirra. Tradicionalmente esses presentes simbolizam a identidade de Jesus: recebe ouro como rei, incenso como Deus e mirra como homem mortal (mirra era utilizada no embalsamamento de cadáveres).


Sabemos que a entrega de nós mesmos na adoração é o dom mais perfeito e mais agradável ao Deus que nos amou até o extremo de querer viver nossa vida mortal, e morrer nossa morte, para fazer-nos participantes de sua vida eterna. Mas o gesto de oferta pode nos recordar também que aqueles que encontram Deus com sinceridade demonstram a profundidade desse encontro concretamente através daquilo que se tornam capazes de partilhar. Quem é de Deus, ajuda os outros, desenvolvendo a sensibilidade solidária.


7). Epifania e Missão Evangelizadora
Como foi dito acima, a universalidade da fé é um dos motivos dominantes da liturgia da Epifania. Que fazemos para que se realize o desígnio salvífico de Deus, cuja meta é que todos os homens conheçam e adorem Jesus como Salvador e Emanuel? Talvez as palavras de S. João Crisóstomo possa nos despertar: ”Se os magos percorreram um caminho tão longo para vê-lo recém-nascido, que desculpa terás tu se nem sequer fores ao bairro ao lado para visitá-lo enfermo e encarcerado?” Como cristãos, somos todos “apóstolos” ou “enviado”. E o enviado deve ir aonde é chamado pela missão. 
P. Vitus Gustama,SVD

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