APROXIMAR-SE DE JESUS NOS CURA E NOS
CAPACITA A SUPERAR OS OBSTÁCULOS DA VIDA
Irmãos, 1 tenhamos cuidado, enquanto nos é oferecida a oportunidade de entrar no repouso de Deus, não aconteça que alguém de vós fique para trás. 2Também nós, como eles, recebemos uma boa nova. Mas a proclamação da palavra de nada lhes adiantou, por não ter sido acompanhada da fé naqueles que a tinham ouvido, 3enquanto nós, que acreditamos, entramos no seu repouso. É assim como ele falou: “Por isso jurei na minha ira: jamais entrarão no meu repouso”. Isso, não obstante as obras de Deus estarem terminadas desde a criação do mundo. 4Pois, em certos lugares, assim falou do sétimo dia: “E Deus repousou no sétimo dia de todas as suas obras”, 5e ainda novamente: “Não entrarão no meu repouso”. 11Esforcemo-nos, portanto, por entrar neste repouso, para que ninguém repita o acima referido exemplo de desobediência.
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Descansar Com e Em Deus
“Irmãos, tenhamos cuidado, enquanto nos é oferecida a oportunidade de entrar no repouso de Deus, não aconteça que alguém de vós fique para trás... Esforcemo-nos, portanto, por entrar neste repouso, para que ninguém repita o acima referido exemplo de desobediência” (Hb 4,1.11).
A Primeira Leitura de hoje fala muito do “descanso” ou de repouso. É a tradução do termo “sabbath” em hebraico.
Quando tentamos nos agarrar a uma outra pessoa ou a qualquer parte da vida, ou a uma coisa material, impedimos o fluxo natural do universo. Muitas vezes, agarramos ao nosso medo, o que nos impede de crescer. O ritmo habitual, ordinário ou normal da vida nos conduz através dos bons e maus tempos, mas frequentemente tememos tanto os maus períodos que tentamos conter o avanço da vida. A única verdde constante é que tudo muda. Para estarmos em harmonia, precisamos nos despojar, nos soltar. O paradoxo desta vida é que temos de “perder” nossa vida para encontrá-la. A verdadeira força, o verdadeiro autorespeito somente é alcançado quando se deixa de lado o eu agitado para entrar no eu íntimo. O medo nos tenta a juntar as migalhas de nosso êxito de cada dia, mas a sabedoria nos deixa varrê-la para longe, a fim de nós encontrarmos o sentido de nossa presença neste mundo.
“Irmãos, tenhamos cuidado, enquanto nos é oferecida a oportunidade de entrar no repouso de Deus, não aconteça que alguém de vós fique para trás...”, escreveu o auto da Carta aos Hebreus que lemos hoje na Primeira Leitura. Fala-se então de repouso, de descanso.
Num primeiro sentido o descanso se refere à história de Israel no deserto: Deus destinava os hebreus à Terra prometida onde encontrariam o repouso depois de quarenta anos de peregrinação pelo deserto. Mas por terem sido infiéis a Deus, não mereceram entrar nesse descanso: a geração que saiu do Egito não entrou em Canaã, Moisés tampouco.
Em outras ocasiões se fala do descanso do sábado, imitação do descanso de Deus no sétimo dia da criação. No judaísmo o descanso semanal era obrigatório e religioso. Deus quer que o homem descanse para que não seja escravo do trabalho nem escravize os outros nem os animais através de um trabalho sem descanso.
O autor da Carta aos hebreus atribui não entrada ao descanso dos antigos a sua desobediência a Deus, e quer que os cristãos aprendam a lição e não caiam no mesmo erro dos hebreus no deserto. Os cristãos devem ser perseverantes em sua fidelidade a Deus para que o Senhor lhes admita o verdadeiro descanso, o descanso de Deus que Jesus conquistou com sua entrega total ao Pai. Por isso, o autor da Carta recomenda encarecidamente: “Esforcemo-nos, portanto, por entrar neste repouso, para que ninguém repita o acima referido exemplo de desobediência”.
O verdadeiro descanso não é o de uma terra prometida, pois esse descanso é efêmero. O verdadeiro descanso é chegar a gozar da vida e da felicidade total com Deus, na escatologia. Jesus quer nos introduzir para esse verdadeiro descanso. Não é por acaso que, quando alguém morrer, diremos: “Descanse em paz!” (RIP). Por isso, o “descanso de Deus” de que se fala na Primeira Leitura é contrário da passividade, do tédio e sim a felicidade estável e altamente consciente do existir e de estar plenamente com Deus.
Um dos segredos da vida santa e feliz é o equilíbrio entre ação (trabalho) e contemplação (oração, meditação, reflexão etc.). É mais santo quem melhor equilibra contemplação e ação. Ação e contemplação devem acompanhar todos os cristãos na mesma intensidade. As duas fecundam-se mutuamente. Por isso, não se pode supervalorizar a oração/contemplação em detrimento da ação. Oração que não se traduz na prática não é oração verdadeira. Nunca podemos procurar a amizade com Deus só para evitar a amizade com os homens. Ao contrário, procuramos a amizade com Deus para melhorar nossa amizade com os homens. Toda atividade pede oração. E toda oração exige ação. A vida, antes de ser vivida, precisa ser rezada. E depois de ser vivida ela volta a ser rezada. Oração e ação não são duas atividades isoladas uma da outra. Somente assim, conquistaremos o descanso em Deus, o descanso que Jesus nos conquistou.
O grande perigo de nossa vida é que não damos a Deus nenhuma oportunidade para ele nos falar de nossa vida porque não sabemos como ficar parado para estar em silêncio com Ele. O silêncio possibilita a presença da eternidade.
Este tema nos leva a aumentar nossa consciência de que somos peregrinos para nossa Casa Comum que é o céu. Consequentemente, temos de viver no amor fiel a Deus. Amor fiel que nos há de manter como peregrinos, sempre com o olhra fixo nos bens eternos; sem voltar nosso olhar nem o pensamento nem os desejos para um passado de maldade e de escravidão. Carregando nossa cruz de cada dia temos que ir atrás das pegadas de Jesus Cristo cujo exemplo nos faz saber que temos que viver nosso amor a Deus amando a nosso próximo e lutando constantemente por seu bem. Amor fiel nos deve levar, inclusive, a entregarmos nossa vida por nosso próximo, de tal forma que a Boa Notícia do amor de Deus não anunciamos somente com os lábios e sim que nós mesmos nos convertamos para ele o Evangelho vivente do amor do Pai, por nossa união plena a Cristo Jesus. O Senhor nos chama a estarmos e permanecermos com Ele eternamente. Façamos realidade esse encontro do Senhor conosco já desde agora.
Crer Em Jesus Tira Todas As Nossa Paralisias e Nos Capacita a Superar Os Problemas Da Vida
“Trouxeram-lhe, então, um paralítico, carregado por quatro homens. Mas não conseguindo chegar até Jesus, por causa da multidão, abriram então o teto, bem em cima do lugar onde ele se encontrava. Por essa abertura desceram a cama em que o paralítico estava deitado” (Mc 2,3-4).
Quatro homens carregam o paralítico. O número quatro evoca a abertura universal da casa de Jesus (comunidade cristã). No paraiso do Gênesis há quatro rios (Gn 2,10-14); fala-se dos quatro ventos (Dn 11,4; Ez 37,9; Zc 6,1-8), dos quatro pontos cardeais (Sl 107,3; Jn 13,14; Ez 42,15-20; 47,1-3; 1Cr 9,24), dos quatro cantos da terra (Ez 7,2; Is 11,12), dos quatro seres vivos que designam o poder universal de Deus (Ez 1,6-11), dos quatro chifres e quatro ferreiros que indicam as potências imperialistas mundiais que oprimem Judá (Zc 2,1-3). Para o AT o número QUATRO é simbólico de universalidade.
“Mas não conseguindo chegar até Jesus, por causa da multidão, abriram então o teto, bem em cima do lugar onde ele se encontrava. Por essa abertura desceram a cama em que o paralítico estava deitado”. A palavra “teto” deriva de um verbo “cobrir”/”encobrir”. Teto é a cobertura da casa. Os quatro homens rasgam o obastáculo que encobre e oculta Jesus. A casa de Israel, onde está Jesus, é obstáculo e tem de ser aberta para que a potência da salvação se descubra aos “pagãos”, “impuros”. A salvação de Deus é para todos, sem exclusão, é universal.
“Quando viu a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: ´Filho, os teus pecados estão perdoados´”. A fé impele os quatro homens a levarem o paralítico até Jesus, Deus que salva. Pode-se supor também a fé do paralítico, mesmo não se mencionando. Aqui Jesus “vê” a fé na prática solidária em relação ao necessitado. Está é uma das características da casa de Jesus (comunidade cristã).
“Filho, os teus pecados estão perdoados”. Evidentemente a frase pronunciada por Jesus supõe que o perdão vem de Deus. A forma passiva (”são perdoados”) supõe Deus como sujeito. Só Ele pode redimir o pecado (cf. Ex 34,7; 2Sm 12,13; Is 6,7; 43,25; Zc 3,4; Sl 103,3). Na boca de Jesus, Deus encarnado, o Emanuel, é uma palavra de conforto e de encorajamento que revela o amor misericordioso do Pai para as pessoas desprezadas e julgadas pecadoras (cf. Lc 15). Jesus é o amor encarnado do Pai pela humanidade perdida no seu pecado.
Sabemos
O
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Creio
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Vitus Gustama,svd
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