segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

15/01/2023: II Domingo Comum Ciclo A

O CORDEIRO DE DEUS NOS DEVOLVE A DIGNIDADE HUMANA

II DOMINGO DO TEMPO COMUM “A”

I Leitura: Is 49,3.5-6

3O Senhor me disse: “Tu és o meu Servo, Israel, em quem serei glorificado”. 5E agora diz-me o Senhor — ele que me preparou desde o nascimento para ser seu Servo — que eu recupere Jacó para ele e faça Israel unir-se a ele; aos olhos do Senhor esta é a minha glória. 6Disse ele: “Não basta seres meu Servo para restaurar as tribos de Jacó e reconduzir os remanescentes de Israel: eu te farei luz das nações, para que minha salvação chegue até aos confins da terra”.

II Leitura: 1Cor 1,1-3

1Paulo, chamado a ser apóstolo de Jesus Cristo, por vontade de Deus, e o irmão Sóstenes, 2à Igreja de Deus que está em Corinto: aos que foram santificados em Cristo Jesus, chamados a ser santos junto com todos os que, em qualquer lugar, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso. 3Para vós, graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 

Evangelho: Jo 1,29-34

Naquele tempo, 29João viu Jesus aproximar-se dele e disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. 30Dele é que eu disse: Depois de mim vem um homem que passou à minha frente, porque existia antes de mim. 31Também eu não o conhecia, mas se eu vim batizar com água, foi para que ele fosse manifestado a Israel”. 32E João deu testemunho, dizendo: “Eu vi o Espírito descer, como uma pomba do céu, e permanecer sobre ele. 33Também eu não o conhecia, mas aquele que me enviou a batizar com água me disse: ‘Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, este é quem batiza com o Espírito Santo’. 34Eu vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus!”

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O Sentido Da Escolha Do Texto Do Evangelho Deste Domingo

Este Segundo Domingo Comum do Ano litúrgico A (Ano em que refletimos sobre o evangelho de Mateus) não é como os demais domingos. É certo que, por seu nome e seu lugar no calendário, é um domingo do Tempo Comum. Já tiramos os ornamentos do branco festivo, próprio do Tempo Natalino, e começamos a usar a cor verde na liturgia (verde é a cor do tempo comum que simboliza a esperança). Mesmo assim, o evangelho de hoje, escolhido expressamente para este domingo, nos faz perceber que não nos encontramos em um domingo qualquer. O evangelho de hoje (Jo 1,29-34) nos une e nos remete ainda ao Tempo de Natal, como se este tempo (Natal) não tivesse terminado ainda. O evangelho de hoje nos situou no marco das primeiras manifestações de Jesus como Salvador, ou, visto a partir de uma ótica complementária, dos primeiros reconhecimentos explícitos de Jesus como Messias. 

Por isso, depois da celebração da Epifania e do Batismo do Senhor, o evangelho mais típico deste domingo é o da terceira manifestação: as bodas de Caná (que ouvimos no ciclo C). Não seria surpresa, então, que este domingo sempre tivesse esse evangelho. Mas, para ampliar o contexto desta leitura, para os ciclos A (Mateus) e B (Marcos) escolhemos o texto do Evangelho de João que precede imediatamente o da manifestação em Caná (transformação da água em vinho nas bodas de Caná). Por esta razão, João, o profeta mais próximo de Jesus, apresenta-nos o Messias como "o Cordeiro de Deus" e dá testemunho de que "é o Filho de Deus". 

Devemos então ter em mente as referências bíblicas que nos aproximam da compreensão do título de Cristo como “Cordeiro de Deus”. Nós os encontramos no livro do Êxodo (12,11-13) no cordeiro da Páscoa antiga: sua carne é alimento e seu sangue salva da morte. Nós os encontramo também no Cântico do Servo de Javé (Is 53,4-7.12), onde nos é apresentado como o Cordeiro inocente que carrega a nossa culpa. Um texto paralelo a este último é o da Primeira Leitura de hoje, onde o Servo amado de Deus é reconhecido como a "luz das nações" e, assim, o texto bíblico se adqua à situação epifânica deste domingo. No Novo Testamento temos a referência de 1Cor 5,7-8 (Cristo é o nosso cordeiro pascal imolado). Também no Apocalipse, especialmente no hino dos remidos (Ap 5,8-13), onde o Cordeiro imolado é aclamado pela multidão celeste como digno de todo louvor, e na passagem (Ap 22,23) onde o Cordeiro é considerado como luz do novo templo. 

Dentro do contexto da Primeira Leitura (Jesus como Luz das nações) e do Evangelho (Jesus como Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo), podemos entender a mensagem da Segunda Leitura. O texto de hoje nos leva a fazer duas considerações. A primeira é a definição que encontramos do que é a Igreja: todos os consagrados por Cristo, e que em qualquer lugar invocamos o seu nome. “Igreja” significa assembleia (convocação), porque é a assembleia constituinte do povo de Deus. A Igreja é “de Deus”, porque Deus a convoca e a funda com sua Palavra. Onde quer que haja uma assembleia que escuta o Evangelho, há “Igreja”. A Igreja em sentido pleno é sempre local: a Igreja. Na Igreja somos irmãos “consagrados por Jesus Cristo” e “povo santo” (Cordiero de Deus que tira o pecado do mundo). Esta santidade objetiva é a razão e fundamento de uma santidade moral. Aqui encontramos a nossa identificação cristã e a nossa vocação à santidade, assim como fazer da nossa vida um hino de louvor ao Cordeiro que nos redimiu. A segunda é que este mesmo texto nos exorta a rezar pela unidade dos cristãos, para que todos nós que confessamos Jesus como Senhor e em todo lugar - de cada uma das denominações cristãs - nós o invocamos como Redentor, consigamos viver na unidade que levará o mundo a crer que Jesus é o Messias enviado pelo Pai (cf. Jo 17,21), o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. 

Um Olhar Específico Sobre o Texto Do Evangelho De Hoje 

O texto é tirado do início do Quarto Evangelho e relata o testemunho de João Batista sobre a pessoa de Jesus (um dos temas preferidos do evangelista João é testemunho). Anteriormente João Batista deu o testemunho aos enviados de Jerusalém (Jo 1,19-28) que conclui com esta afirmação: “No meio de vós está alguém que não o conheceis...” (veja Jo 1,26-27).          

Antes de proferir o seu testemunho, João Jesus vir na sua direção. Quando Jesus aparece pela primeira vez no Quarto Evangelho, ele é mostrado no ato de “vir”. Com isso, se realiza o anúncio de Isaías: “O Senhor vem”(Is 40,10). Ele não vem com o poder, mas com determinação: se Jesus vem para João (não se sabe de onde) é para dizer o Sim de Deus à Promessa. Ele vem para João, em quem se recapitulam a experiência e a espera de Israel. 

É Preciso Desenvolver Um Olhar Penetrante Para Captar o Sentido das Coisas e dos Acontecimentos        

Jesus continua vindo em nossa direção, como aconteceu com João Batista. Somos convidados a olhar para ele com . É o olhar da que descobre a realidade sob as aparências, e confere seu verdadeiro sentido a todo o mundo visível no qual Jesus aparece. João Batista passou pela escola do deserto, onde se exercitou na humilde docilidade interior. A sua figura é, no início do Evangelho, o símbolo de todos os crentes que se põem em seguimento do Verbo encarnado. Ele realiza as condições da busca e da descoberta. Não se deixa enganar por nenhuma autoridade, nem sequer a dos fariseus; procura a Deus e, livre de todo o preconceito, e convida as pessoas a olharem para Jesus que vem para tirar o o pecado que pesa a vida do homem.          

O olhar de João Batista é profundo. Ele percebe logo que Aquele que vem em sua direção é o Salvador. Por isso, ele reage em profundidade: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (v.29).  Palavras que se repetem seis vezes na celebração eucarística (2 na Glória, 3 depois da saudação da paz e a sexta vez, imediatamente antes da comunhão). Somente João está disposto a reconhecer Aquele que Deus envia, não obstante afirmar que não o conhecia (v.31.33). Não conhece de vista ou por contato, mas conhece interiormente, pela ação do Espírito Santo que o envia e que ele não pára de interrogar.          

A primeira condição de toda busca da é, certamente, o senso de observação das pessoas, das coisas e da vida em geral; é ter um olhar penetrante: “Quanto a ti, quem és tu? Quem dizes de ti mesmo?” (Jo 1,19.21). Uma vez levantada esta pergunta, sua resposta nos é cabalmente dada ao término de uma lenta conversão do olhar, obtida graças ao auxílio divino. Tal é o itinerário da em João Batista que, de início, não crê (Jo 1,31.33), a seguir descobre a Jesus como o Cordeiro (Jo 1,29-32) e, enfim, o reconhece em sua personalidade humano-divina (Jo 1,34). E conhece de verdade o Senhor que vem quem predispõe o próprio coração, sem nada reter para si, quem está preparado para a iluminação, sabendo, que para Deus, nada é impossível (cf. Lc 1,37).          

Todo este encaminhamento não pode efetuar-se a não ser através do diálogo do homem com Deus e da abertura da alma à Sua influência. O evangelista João acentua, muitas vezes, o olhar de Jesus que transforma a vida dos discípulos. É este olhar que transforma Simão em Pedro (Jo 1,42), e faz com que Natanael passe de doutor da lei à condição de crente (Jo 1,47-48). Por conseguinte, o progresso na e na vocação pode efetuar-se, quando se recebem os eventos/acontecimentos e as pessoas como dons de Deus. A vocação é algo que jorra do encontro e do acolhimento. 

Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Cada cristão, cada crente, a exemplo de João Batista, há de ser um dedo indicador do transcendente, daquele que nossentido de nossa vida num mundo de tantos desorientados, de tantos confusos, onde a descrença vai ganhando adeptos. Nenhum cristão pode se tornar um dedo que aponta os erros alheios e sim um dedo indicador do transcendente, um dedo que orienta e aponta para o caminho e direção certos nesta vida. Cada cristão deve ser uma placa que aponta e indica onde está Deus, onde está a verdadeira vida: está no amor a Deus e ao próximo. Amar é silenciar para escutar. Escutar para compreender. Compreender para caminhar e caminhar para viver e conviver na fraternidade. Amar também é aprender das quedas, superar desafios, recomeçar nas chegadas e confiar apesar de tudo, pois Deus está sempre conosco (Mt 28,20). O amor nunca morre, pois é o nome do próprio Deus (1Jo 4,8.16). Morrem apenas suas caricaturas. 

É Preciso Termos No Cordeiro de Deus, Pois Ele Devolve Nossa Dignidade 

Eis o Cordeiro de Deus...”, diz João Batista. Este é um dos 16 títulos cristológicos encontrados no primeiro capítulo do Quarto Evangelho. O títuloCordeiro de Deus” é compreendido somente a partir da pascal. Os judeus costumavam oferecer, diariamente, no Templo, cordeiros para expiar os pecados (cf. Êx 29,38;Lv 16,21). Desde modo, alguém que reconcilia as pessoas com Deus pode ser comparado ao cordeiro do sacrifício. Jesus, como Servo de Is 53,4-12, carrega sobre si o pecado de toda a humanidade. Jesus Cristo é o Cordeiro pascal que, entregando-se voluntariamente à morte por todos e cada um dos homens, institui, antecipadamente na última ceia e “de uma vez por todas” na cruz (Jo 19,36), a Nova Aliança de Deus com a humanidade. Por ter sido selada com o sangue do seu Filho, a Nova Aliança de Deus com o seu Novo Povo é eterna, irreversível e indestrutível.         

 “... que tira o pecado do mundo” (v. 29). João usa o termo “hamartia” (pecado) 16 vezes no seu evangelho. Se for no singular este termo (pecado), ele indica uma situação (Jo 1,29;8,21;9,41s;15,22;16,8s). O pecado como situação atribui-se a “o mundo”, a humanidade (Jo 1,29); aos dirigentes judeus na época, aos quais causará a morte (Jo 8,21); aos fariseus, por sua cegueira voluntária (Jo 9,41); aos representantes do “mundo”, como inescusável depois da atividade de Jesus (Jo 15,22.24), demonstrando na oposição a Jesus (Jo 16,9) e objeto da acusação do Espírito (Jo 16,8). 

Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. João usa a palavrapecadoem singular (o pecado) e não em plural (os pecados do mundo). O pecado fundamental para João é não aceitar o Filho de Deus entre nós, com todas as conseqüências que isso comporta. Em outras palavras, pecado é adesão a um sistema social que gera a morte do povo(mundo), que a prática de Jesus é uma prática de libertação e de passagem da escravidão e morte para a liberdade e a vida. Jesus vem ao mundo para dar sua vida para que os homens tenham vida em abundância (Jo 10,10).          

Jesus veio paratirar o pecado do mundo”. Esta expressão engloba não somente apagar todos os pecados numericamente, mas também e, sobretudo, a situação de pecado do mundo, a condição escravizada do homem pecador; supõe a destruição do mistério de iniqüidade que é o pecado (2Ts 2,7), a vitória da luz sobre as trevas (Cl 1,13s) e sobre a negação do amor a Deus e aos irmãos em suas múltiplas manifestações pecaminosas, cujo resumo é egoísmo irredimido do “homem velho”. 

Vivemos num mundo de pecado. Infelizmente, o pecado é uma realidade onipresente entre nós e dentro de cada um, ontem, hoje e sempre. Em qualquer lugar encontramos a exploração que gera a fome, a pobreza, a violência, marginalização. As pessoas são dominadas pela soberba, avareza, luxúria, inveja, ódio, rivalidade, vingança, rancor, falta de perdão e assim por diante. Nas famílias acontecem infidelidades, falta de amor, aborto, brigas sem fim e assim por diante. Muitas pessoas perdem a noção do pecado pelo interesse que está em jogo. Até o pecado se torna uma “mercadoria” para muitos a fim de se enriquecerem materialmente.           

Apesar de sabermos que o pecado é a “mercadoriaglobal cuja produção nunca entra em crise e cuja demanda desconhece limites e que não temos balança em condição de calcular seu peso, nós acreditamos que pecado nenhum consegue esgotar a paciência de Deus em Jesus Cristo, cansar sua misericórdia, bloquear seu perdão e pôr limites a seu amor infinito. Por isso, Jesus é nossa vitória, nossa libertação e nossa paz. Por ele e com ele somos capazes de vencer o pecado cada dia, dentro de nós mesmos, dentro de casa, em nossa vida e no ambiente que nos cerca. 

Jesus veio para “tirar o pecado do mundo”. Por nossa vez, como cristãos, temos que tirar permanentemente, os pecados de nossa vida, de nossa família, de nossa comunidade, de nosso trabalho, para que a fraternidade, a paz e a docilidade voltem a reinar no nosso meio. Em vez de colocar necessitamos tirar os pecados de nossa vida e convivência. Se aposentarmos o Cordeiro manso e colocarmos uma fera bem equipada para reprimir e dominar, longe de tirarmos o pecado do mundo. Ao contrário, só conseguiremos multiplicá-lo.        

Acreditar que Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo implica mudanças radicais na nossa vida. Se quisermos ajudar o Cordeiro manso na luta contra o pecado do mundo, nos resta adotarmos a misericórdia no lugar da violência, o perdão no lugar do castigo, o amor no lugar do ódio. Jesus não confia em castigos, pois nem os castigos têm forças para salvar: o amor. Se aposentarmos o Cordeiro manso e colocarmos uma fera bem equipada para reprimir e dominar, longe de tirarmos o pecado do mundo. Ao contrário, conseguiremos multiplicá-lo. 

Somos Chamados a Ser Testemunhas Do Cordeiro de Deus 

No evangelho deste dia João aparece para dar testemunho de Jesus: ”Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). João Batista Jesus que vem. Mas não guarda para si como seu segredo, como propriedade privada, o que viu. Ele quer que todos vejam o que ele : “Eis...”, João diz, o que implica um convite a olhar. João Batista não chama a atenção para um messias ausente e vindouro, mas para um messias que está no meio de nós e que não o conhecemos.          

Como João Batista, é uma urgência de nossa dar testemunho da salvação de Deus tanto individualmente como comunitariamente. A vida de cada cristão deve ser tão transparente ética e moralmente a ponto de ela apontar para Cristo. Ser cristão hoje é ser testemunha entre os homens que Jesus venceu o pecado em nossa vida, e que nos fez filhos de Deus. Por nossa vez, nós precisamos adotar os sentimentos e atitudes de Jesus na vivência dos valores evangélicos do amor, da fraternidade, da justiça e da solidariedade com os mais necessitados. Esta é a forma mais eficaz para tirarmos a força do pecado que quer dominar a humanidade. Onde se pratica o bem, o mal não encontra o espaço. Onde se vive a fraternidade, a rivalidade e a inimizade perdem sua força. Onde se vive o amor, o ódio e a vingança se distanciam. Onde a bondade se pratica, a maldade perde sua força para avançar. Onde se pratica a partilha, o egoísmo e a ganância são eliminados. Quando os bons não se silenciam, o maus perdem sua voz. O provérbio latino nos relembra: “Verba movent, exempla trahunt” (As palavras movem, os exemplos arrastam). desta maneira convenceremos o mundo que somos verdadeiros cristãos, pois vivemos aquilo que Jesus vivia. 

Toda vez que participamos da Eucaristia ouvimos ou contemplamos a frase de João Batista: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Quem comunga o Cordeiro de Deus deve estar consciente da missão de se identificar com o Cordeiro que se doa por amor para salvar os irmãos. Quando a missa (a palavra “missa” para designar a celebração eucarística entre os fiéis encontramos pela primeira vez nos escritos de Santo Ambrósio de Milão) era celebrada em latim ouvia-se esta frase, certamente, no fim da mesma: “Ite, missa est!”, “Ide, sois enviados!”. Enfatiza-se, assim, o compromisso de cada participante como enviado de Deus ao sair da igreja ou templo depois que comungou o Cordeiro de Deus.

P. Vitus Gustama,svd

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