sábado, 21 de janeiro de 2023

27/01/2023-Sextaf Da III Semana Comum

COM DEUS NÃO HÁ FRACASSO, HÁ SIM A VITÓRIA FINAL GARANTIDA

Sexta-Feira Da III Semana Comum

Primeira Leitura: Hb 10,32-39

Irmãos, 32 lembrai-vos dos primeiros dias, quando, apenas iluminados, suportastes longas e dolorosas lutas. 33 Às vezes, éreis apresentados como espetáculo, debaixo de injúrias e tribulações; outras vezes, vos tornáveis solidários dos que assim eram tratados. 34 Com efeito, participastes dos sofrimentos dos prisioneiros e aceitastes com alegria o confisco dos vossos bens, na certeza de possuir uma riqueza melhor e mais durável. 35 Não abandoneis, pois, a vossa coragem, que merece grande recompensa. 36 De fato, precisais de perseverança para cumprir a vontade de Deus e alcançar o que ele prometeu. 37 Porque ainda bem pouco tempo, e aquele que deve vir virá e não tardará. 38 O meu justo viverá por causa de sua fidelidade, mas, se esmorecer, não encontrarei mais satisfação nele. 39 Nós não somos desertores, para a perdição. Somos homens da fé, para a salvação da alma.

Evangelho: Mc 4, 26-34  

Naquele tempo, 26Jesus disse à multidão: “O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. 27Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. 28A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. 29Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou”. 30E Jesus continuou: “Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? 31O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. 32Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra”. 33Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. 34E lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo.

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O Senhor Pode Tardar, Mas Virá Ao Nosso Encontro Em Qualquer Momento Para Nos Ajudar 

“Não abandoneis, pois, a vossa coragem, que merece grande recompensa. De fato, precisais de perseverança para cumprir a vontade de Deus e alcançar o que ele prometeu. Aquele que deve vir, virá e não tardará. O meu justo viverá por causa de sua fidelidade. Somos homens da fé, para a salvação da alma”. 

Com estas palavras, o autor da Carta aos Hebreus convida os fieis, que se encontram em perigo de fraquejar diante das excessivas adversidades e afetados pela prova do tempo e das contradições, a voltar ao ponto inicial de sua fé cristã. 

Os Hebreus para os quais se endereça a Carta são antigos judeus convertidos a Cristo, mas saudosos dos esplendores do culto antigo. Sentem-se tentados a voltar atrás, principalmente como vítimas das perseguições. O autor pede-lhes que mantenham a fé perseverante para resistir às tentações de um recuo, pois “Aquele que deve vir, virá e não tardará”. 

Com o texto da Primeira Leitura de hoje conhecemos um pouco mais as circunstancias que rodeavam os destinatários da Carta aos Hebreus. O autor fala de combates e sofrimentos, insultos, tormentos dos Hebreus. Vê-se que começaram sua vida cristã com muito fervor, mas agora lhes faltava constância. Agora o autor lhes dizem para que não percam o fervor dos primeiros dias. Se continuarem com valentia, verão a salvação. A covardia faz com que tudo se perca.

“Recordai-vos!” ou “Lembrai-vos!”. O conselho é válido também para nós diante das provas e das contriedades na vivência de nossa fé inicial.

“Recordai-vos que sois crentes!”. A fé não é algo abstrato. Por isso, é preferível usar o verbo “crer” do que o substantivo “fé”. Crer é um verbo ativo que inclui simultaneamente o ato de pensar, de viver e de atuar de uma pessoa. Crer é viver e atuar entrando na vida e na ação que a Palavra de Deus me propõe, para alcançar sua presença e unir-me à sua vida. Crer é viver apesar de tudo, amar apesar de tudo, pois “Aquele que deve vir, virá e não tardará”. O justo, o homem de fé vive por causa de sua fidelidade.

Somos convidados a ser constantes na nossa fé apesar de tudo, a ser valentemente cristãos em meio de um mundo hostil. Não somos os primeiros em sofrer contradição e dificuldade no seguimento de Cristo. Muitos cristãos no passado não eram somente valentes, mas também heróis em sua fidelidade a Cristo Jesus. 

Em determinado momento todos nos cansamos e nos diminui o fervor primeiro e os ideais não brilham sempre de igual maneira. Os primeiros cristãos e os cristãos de gerações seguintes devem nos dar ânimos em nossa luta de cada dia. Quando mantivermos fé, esperança e amor no coração tudo terá sua solução, pois “Aquele que deve vir, virá e não tardará”. 

Viver Apoiado Em Deus Resulta Nos Frutos Abundantes 

 As duas parábolas que se encontram no Evangelho de hoje, mais uma vez, são tomadas da vida do campo e novamente, com o protagonismo da semente que é o Reino de Deus. As duas parábolas de hoje têm em comum o "símbolo" da germinação, da força da "vida nascente". Jesus vê sua obra dessa maneira. 

Na primeira parábola fala-se do semeador que semeia a semte. Semear é um gesto absolutamente natural, emocionante e misterioso. É um gesto de esperança e aventura. Vai crescer? Haverá uma boa colheita ou não haverá nada? Irá congelar no inverno e destruir as plantas tenras? Ou o sol queimará o que estou plantando? Não sei. Mas o que sei é que é preciso semear e arriscar. O semeador é um homem de esperança, homem que confia no futuro semeando a semente no presente. Jesus sabe fazer isso: semear. Ele empreende uma grande obra que tem futuro. Jesus não faz qualquer coisa por fazer. Ele faz tudo aqui e agora o que tem futuro brilhantee portanto, tem sentido no presente. 

Na primeira parábola (semente) o que se sublinha é que o processo de desenvolvimento da semente não pode ser controlado pelo semeador, pois a própria semente tem seu próprio dinamismo. Sim, tudo reside na vitalidade da semente: o germe é uma força concentrada, formidável, invencível, mas pequena, escondida e aparentemente frágil. Desde que a semente foi lançada ao solo, uma série de maravilhas começa em segredo. Pouco importa se o agricultor se importa ou não com isso. No final das contas, a coisa não depende mais dele. A semente cresce só, sem que o lavrador ou semeador saiba. Se depender da própria semente, o sucesso está garantido (veja Mc 4,1-20). Supõe-se que o lavrador realize todos os trabalhos que se esperam dele, arando, limpando/capinando, regando e assim por diante.

Assim também o Reino de Deus, sua Palavra. O Reino de Deus, sua Palavra, tem dentro de si uma força misteriosa, que apesar dos obstáculos que possa encontrar, consegue germinar e dar fruto. Aqui Jesus quer sublinhar a força intrínseca da graça e da intervenção de Deus. O protagonista da parábola não é o lavrador nem o terreno bom ou mau e sim a própria semente. No Reino de Deus o protaginista é o próprio Deus. Com o Reino de Deus a vitória está garantida, porque está na mão de Deus. Cabe ao homem a tarefa de semear sempre com esperança, colaborar numa plantação de roça (cf. Cor 3,6-9). Guardar a semente na mão, nada se multiplicará. Semear sempre resulta na multiplicação da semente. Desta forma, disse Jesus, o Reino de Deus é como uma semente viva. Plantado na alma, plantado no mundo, cresce com um crescimento lento, imperceptível, mas contínuo. Mesmo despercebida, e ainda não verificável, a vida progride porque Deus é a própria Vida (Jo 14,6).

Jesus fala da colheita: “Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou” (Mc 4,29). Aqui se fala sobre o julgamento final (colheita). O julgamento final e decisivo de Deus será o último ato de um processo que se inicia com a semeadura da Palavra que se faz agora. O momento final chamado de o momento escatológico amadurece na História. 

A outra comparação é a parábola da mostarda, a menor das sementes, mas que chega a ser um arbusto notável. Trata-se da mostarda, planta que, de pequena semente, chega, no Lago de Genesaré, a alcançar até três metros de altura ( a altura média é 1 ½ metro). Enfatiza-se a desproporção entre o tamanho da semente (menor de todas as sementes) e a altura, depois que cresceu. 

A comparação quer ressaltar a desproporção entre os inícios e a consumação do Reino. De novo, a desproporção entre os meios humanos e a força de Deus. Começa insiginificante e pequeno, mas seu destino certo é tornar-se “maior que todas as hortiliças”. Começa com Jesus e seus discípulos, enfrentando toda oposição, desprezo, perseguição e outros tipos de mal, mas tudo termina na vida gloriosas, na vitória final e terna. Na pequenez se revela a força e a grandeza de Deus (cf. 1Cor 1,26-29). 

O Evangelho de hoje nos ajuda a entendermos como Deus conduz nossa história. Se esquecermos seu protagonismo e a força intrínseca que tem seu Evangelho, seus Sacramentos e sua Graça faremos as seguintes conclusões:  quando tudo vai bem, pensamos que seja mérito nosso. Quando tudo vai mal, nós nos afundamos. 

O mundo jamais será salvo por nossas técnicas e esforços. São Paulo diz que ele semeia, Apolo rega, mas Deus é quem faz crescer (1Cor 3,6). Às vezes Deus se dedica a nos dar a lição de que os meios mais pequenos produzem frutos insesperados, não proporcionados nem a nossa organização nem a nossos métodos e instrumentos. A força da Palavra de Deus vem do próprio Deus e não de nossas técnicas. 

Por outro lado, tampouco teríamos que nos desanimar quando não conseguíssemos a curto prazo os efeitos que desejávamos. O protagonismo é o próprio Deus. Façamos nossa parte, e deixemos para Deus os resultados. Por piores que pareçam ser as circunstancias da vida da Igreja ou da sociedade ou de uma comunidade, a semente de Deus se abrirá e produzirá seu fruto, ainda que não saibamos como isto acontecerá. A semente tem seu ritmo. Há que ter paciência como o lavrador a tem.

Quando em nossa vida há fé, esperança e amor, a eficácia do trabalho cresce notavelmente. Mas quando essa força interior é o amor que Deus nos tem, o seu Espirito, ou a graça salvadora de Cristo ressuscitado, então o Reino germina e cresce poderosamente. Não é que sejamos convidados a não fazer nada, mas se trabalharmos com olhar posto em Deus, sem impaciência, sem exigir frutos a curto prazo, sem absolutizar nossos méritos, então os frutos sairão. Cristo nos diz: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5).                 

“O Reino de Deus é como um homem que lança a semente à terra”. Lançar semente à terra é um gesto absolutamente natural, apaixonante e misterioso. É um gesto de esperança e de aventura. A semente crescerá? Haverá boa colheita, ou não haverá nada? O semeador é aquele crê na vida, que tem confiança no porvir. O semeador é aquele que semeia a mãos cheias para que a vida se multiplique. O semeador é aquele que investe no porvir. Jesus está consciente de estar fazendo isto: semear.  Ele empreende uma obra que tem porvir. Mas esta imagem é válida para qualquer vida humana: para os empresários, para os professores, para os pais e mães de uma família e assim por diante. Há que semear, há que investir sobre o porvir.                 

O homem dorme, levanta-se, de noite e de dia, e a semente brota e cresce, sem ele o perceber.    Pois a terra por si mesma produz, primeiro a planta, depois a espiga e, por último, o grão abundante na espiga”.  Marcos é o único que nos relata esta maravilhosa, curta e otimista parábola do “grão-que-cresce-só”. Tudo reside na vitalidade da semente: aparentemente frágil, mas nela tem uma potência ou uma vitalidade. Basta a semente estar na terra, começa, então, em segredo e em silêncio uma serie de maravilhas, pouco importa se o semeador se preocupa ou não com a semente.                 

Da mesma maneira, disse Jesus, o Reino de Deus é como uma semente viva. Semeada numa alma, semeada no mundo, cresce lentamente, imperceptível, mas com um crescimento contínuo. Sem intervenção destruidora da parte do homem, a vida progride sem que ninguém possa segurar seu avanço ou seu crescimento.                 

O Reino de Deus, a Palavra de Deus, tem dentro de si uma força misteriosa que apesar dos obstáculos encontrados no seu caminho vai germinar e dar fruto. Com esta parábola Jesus quer sublinhar a força intrínseca da graça e da intervenção de Deus. O protagonista da parábola não é o lavrador nem o terreno bom ou mau e sim a semente. O Reino de Deus está no meio de nós através do Verbo Encarnado (cf. Jo 1,14). Este Reino cresce em segredo em nosso mundo, alimentado pelo próprio Deus que o põe no coração dos crentes como uma semente que, pouco a pouco, dá abundantes colheitas de solidariedade e de serviço entre as pessoas de boa vontade. Essas duas parábolas podem alimentar e fortalecer nossa esperança. Pouco importam os aparentes fracassos e as grandes dificuldades. É o próprio Deus Pai que faz crescer e germinar seu Reino, muitas vezes, através dos caminhos misteriosos e desconhecidos por nós, pobres pecadores.                 

Outra comparação é a semente da mostarda, menor de todas as sementes, mas que chega a ser um arbusto notável. Novamente, a desproporção entre os meios humanos e a força de Deus. 

Para as duas parábolas une uma mesma realidade: a força de Deus está além tanto das habilidades do evangelizador como da debilidade dos evangelizados. É o próprio Deus que se faz presente, superando a ação humana e a insignificância da semente.                

O evangelho de hoje nos ajuda a entendermos como conduz Deus nossa história. Se esquecermos Seu protagonismo e a força intrínseca que tem Seu Evangelho, Seus sacramentos e Sua graça poderão acontecer duas coisas: se tudo for bem, pensamos que mérito seja nosso. Se tudo for mal, nos afundamos. Não teríamos que nos orgulhar nunca, como se o mundo se salvasse por nossas técnicas e esforços. Não podemos esquecer aquilo que São Paulo nos aconselhou: “Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fez crescer. Assim, nem o que planta é alguma coisa nem o que rega, mas Deus, que faz crescer. O que planta ou o que rega são iguais; cada um receberá a sua recompensa, segundo o seu trabalho.  Nós somos operários com Deus. Vós, o campo de Deus, o edifício de Deus. Segundo a graça que Deus me deu, como sábio arquiteto lancei o fundamento, mas outro edifica sobre ele. Quanto ao fundamento, ninguém pode pôr outro diverso daquele que foi posto: Jesus Cristo” (1Cor 3,6-11).                  

Jesus quer nos dar lição de que os meios podem ser muito pequenos, mas podem produzir frutos inesperados, não proporcionados nem a nossa organização nem a nossos métodos e instrumentos. A força da Palavra de Deus vem do próprio Deus e não de nossas técnicas. Quando em nossa vida há uma força interior, a eficácia do trabalho cresce notavelmente. Mas quando essa força interior é o amor que Deus nos tem, ou seu Espírito ou a Graça salvadora de Cristo ressuscitado, então, o Reino de Deus germinará e crescerá poderosamente. Deus nos surpreende tirando força do débil, confundindo os sábios e entendidos, fazendo da fragilidade seu próprio testemunho. Cada evangelizador, cada agente de qualquer pastoral ou movimento ou de qualquer ministério na Igreja do Senhor deve estar consciente de que ele é apenas um colaborador de Deus e não é o dono que pode manipular a salvação. 

Por outro lado, não devemos nos desanimar quando não conseguimos os efeitos que desejávamos a curto prazo. O papel principal é mantido por Deus. Por piores que nos pareçam as circunstâncias da vida da Igreja ou da sociedade ou de uma comunidade, a semente de Deus abrirá caminho e produzirá o seu fruto. Embora não saibamos como nem quando. A semente tem seu ritmo. 

Quando em nossa vida existe uma força interior (amor, ilusão, interesse), a eficácia do trabalho aumenta notavelmente. Mas quando essa força interior é o amor que Deus tem por nós, ou o seu Espírito, ou a graça salvadora de Cristo Ressuscitado, então o Reino germina e cresce poderosamente. 

O que se pede de nós não é o êxito e sim a fidelidade. E o que devemos fazer é colaborar com nossa liberdade. Mas o protagonista é Deus. Não é que sejamos convidados a não fazer nada e sim a trabalhar com o olhar posto em Deus, sem impaciência, sem exigir frutos a curto prazo, sem absolutizar nossos méritos e sem demasiado medo ao fracasso. Há que ter paciência como a tem o lavrador esperando a colheita. 

Basta ter um pouco de amor no coração, a paciência será nossa parceira inseparável para esperar os frutos abundantes que virão da própria mão de nosso Pai celeste. Por isso, Deus quer que entremos na aliança de amor com Ele. Ao entrar em comunhão de vida com ele, Deus quer nos fazer sinais de seu amor para com os outros. Mas Deus jamais deixa de nos amar, pois Ele é amor (1Jo 4,8.16). Deus nos ama e cremos no seu amor. Se quisermos que a Palavra de Deus chegue aos demais não somente como informação e sim como testemunho de vida, nós devemos ter a abertura suficiente ao dom de amor de Deus.

P. Vitus Gustama,svd

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