AMOR FRATERNO NOS LEVA
AOS ABRAÇOS DE DEUS
(Veja a reflexão do dia 28 de fevereiro de 2013)
XXVI DOMINGO COMUM “C”
29 de Setembro de 2013
Texto de Leitura: Lc
16,19-31
Naquele tempo, Jesus disse aos
fariseus: “19 Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e
fazia festas esplêndidas todos os dias. 20 Um pobre, chamado Lázaro, cheio de
feridas, estava no chão, à porta do rico. 21 Ele queria matar a fome com as
sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber
suas feridas. 22 Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de
Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. 23 Na região dos mortos, no meio
dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao
seu lado. 24 Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar
a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’. 25
Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te que tu recebeste teus bens durante a
vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e
tu és atormentado. 26 E, além disso, há um grande abismo entre nós; por mais
que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí
poderiam atravessar até nós’. 27 O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda
Lázaro à casa do meu pai, 28 porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para
que não venham também eles para este lugar de tormento’. 29 Mas Abraão
respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas, que os escutem!’ 30 O rico insistiu:
‘Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se
converter’. 31 Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas,
eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos’”.
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Continuamos a acompanhar as Lições
do Caminho dadas por Jesus na Sua ultima viagem para Jerusalém, pois Ele será
crucificado, morto e glorificado em Jerusalém. Nesta parte do seu evangelho (Lc
9,51-19,28) Lucas colocou as orientações ideais e práticas de Jesus para seus
seguidores para poderem prosseguir no caminho que Jesus abriu.
No texto do evangelho de hoje é
mantida a lição sobre o uso correto dos bens materiais que foi enfatizada na
passagem do evangelho do domingo anterior.
Estamos na última parte do capítulo
16 do Lucas. Sabemos que o tema central deste capítulo é o convite de Jesus a
usarmos os bens materiais deste mundo corretamente. Jesus conclama as pessoas,
todos nós e cada um em particular, a voltar às costas ao deus dinheiro a fim de
adorar ao Deus único e verdadeiro.
O dinheiro é um deus que tem altar
em quase todos os corações, tanto no rico como no pobre. Sem dúvida nenhuma, o dinheiro tem muitas das
características de divindade. Ele nos dá segurança, pode induzir a culpa,
dá-nos liberdade, dá-nos poder e primeiros lugares neste mundo e parece ser
onipresente. Podemos tomar o dinheiro e usá-lo para ajudar as pessoas, podemos
também usá-lo para que as pessoas estejam sob o nosso domínio. Podemos usar o
dinheiro para o bem ou para o mal. Se ele trouxer em si a semente da cobiça,
colocaremos as pessoas na posição de devedoras e os efeitos serão ruinosos e
fatais. Quando a cobiça motiva nossa doação, ainda estamos tentando nos
beneficiar com a transação. E quando a cobiça é ligada ao ato de dar, é
particularmente destrutiva por parecer tão boa, tão semelhante a um anjo de
luz. É por isso que São Paulo diz que podemos dar tudo o que temos, mas se não
tivermos amor, “isso nada me adiantará”(1Cor 13,3).
Ao cristão é dada a elevada vocação
de usar a riqueza sem servir a ela. Estaremos usando a riqueza quando não permitirmos que ela determine nossas
decisões econômicas ou sociais. E estaremos servindo a riqueza quando permitirmos que ela determine nossas
decisões econômicas. Simplesmente, precisamos resolver quem vai tomar nossas
decisões nesta vida: Deus ou riqueza ? O Evangelho deste domingo, através da
parábola sobre o rico e Lázaro, nos alerta para escolhermos corretamente.
A parábola sobre o rico e Lázaro
encontramos somente no Evangelho de Lucas. Segundo Joachim Jeremias (cf. As Parábolas de Jesus) e outros
autores, esta parábola tem sua origem na fábula egípcia em que se narra a
viagem de Si-Osíris e do seu pai Seton Chaemwese ao reino dos mortos. A fábula
termina com esta lição: “Quem é bom na terra, acontece o bem também no reino
dos mortos, mas quem é mau na terra, acontece o mal também lá”. Através dos
judeus de Alexandria esta fábula entrou na tradição judaica onde ela foi muito
apreciada com suas diversas formulações; uma delas se narra a estória do pobre
escriba e do rico publicano Bar Ma’jan que narra a sorte no além. No além, Bar
Ma’jan queria alcançar a água, mas não podia. Enquanto que o pobre escriba
vivia em jardins de beleza paradisíaca onde corriam águas de fontes.
Evidentemente como judeu, Jesus também aproveita esta narrativa na sua pregação
e a emprega igualmente na parábola do grande banquete (cf. Lc 14,15-24).
Esta parábola é um relato simbólico
que ilustra o perigo da riqueza e propõe um apelo à conversão. Ela serve como
exemplo do ensinamento de Jesus, no evangelho do domingo anterior, sobre o uso
apropriado da riqueza. É parábola que toma o assunto das riquezas de Lc 16 e
lhe confere uma conclusão bem adequada: nem a riqueza nem a pobreza neste mundo
é a medida da bênção de Deus. Nesta parábola, Jesus se dirige aos fariseus como
representantes daqueles que amam o dinheiro (Lc 16,14) e que pensavam
justificar-se diante de Deus e dos homens mediante o cumprimento estreito da
lei (Lc 11,37ss). Na verdade, esta parábola serve como ilustração das
bem-aventuranças e os ais de Lc 6,20-23. Ela reprova o rico que não sabe
compartilhar o que tem para com os mais necessitados. Ela quer também sublinhar
o ensinamento sobre o que significa o presente para o futuro. Somos futuros
aquilo que somos no presente.
A parábola tem duas partes. Na primeira (vv.19-26) descrevem-se os
dois personagens principais segundo o ponto de vista literário muito estendido
na literária bíblica: o rico vive luxuosamente e celebra grandes festas e
banquetes; o pobre tem fome e está enfermo. Mas a morte dos dois muda
totalmente a situação. Na descrição da vida no além, Lc utiliza as imagens de
seu tempo que não pretende nos dar uma informação sobre a geografia do além e
sim quer enfatizar a justiça de Deus sobre o conjunto da vida humana. A vida
presente, portanto, é decisiva. É nesta vida que jogamos nosso destino eterno.
É na vida presente que escolhemos a eternidade. As escolhas que fizemos ou fazemos
na vida presente serão julgadas por Deus, sempre misericordioso e compassivo,
mas sempre justo e fiel às suas propostas.
A parábola é muito clara em definir as duas situações: de felicidade uma
e de sofrimento a outra.
Na segunda parte (vv.27-31)
insiste-se em que a Escritura, da qual os fariseus eram considerados expertos (especialistas),
é o caminho mais seguro para a conversão. Mas o homem rico foi surdo às suas
demandas. Em outras palavras, a sua vida não estava enraizada na Palavra de Deus.
O versículo final expressa perfeitamente o centro da mensagem contida na
parábola: até os milagres mais espetaculares, como a ressurreição de um morto,
são inúteis para quem não se enraíza sua vida no coração da Palavra de Deus.
Na descrição do rico e de Lázaro (vv.19-26)
os contrastes são muito fortes: riqueza contra miséria, vestes luxuosas contra
a pele coberta de úlceras, festins brilhantes contra estômago faminto; em suma,
a abundância e o supérfluo, de um lado, e a falta do “mínimo vital”, do outro.
Quadro esse que, infelizmente, continua de uma verdade gritante a quem quiser
ver lucidamente a situação atual, tanto em escala mundial como em escala local.
O perigo que pode ou possa acontecer com qualquer um de nós é a falta de
sensibilidade por termos visto permanentemente os mendigos na nossa porta ou
nas portas de nossas igrejas. A tentação de não querermos vê-los e evitarmos
encontrá-los é muito grande. Fingimos não perceber sua presença. O pior cego é
aquele que não quer ver, diz um ditado popular. Que não seja tarde demais
vermos esses nossos irmãos necessitados como aconteceu com o rico nesta
parábola. Eles não chamam mais nossa atenção e não se tornam notícias para
nossa Igreja (paróquia). Talvez seja fácil dar um pouco que se tem, mas quem de
nós pode perguntar e procurar saber do porquê da situação para juntos
resolvermos a mesma? No pórtico de sua
casa suntuosa, Lázaro pode lançar um olhar de avidez para as migalhas do
festim. O rico sequer percebe sua presença. O rico vive como se Deus não
existisse e como se os necessitados não existissem. Tem “tudo”. Por acaso
precisa de Deus? Não vê Deus nem o pobre. Deixa-se absorver pelo bem estar e
pela vida regalada.
O que acontece com os
dois na morte e depois dela?
A narração põe ênfase naquilo que
acontece na morte. A morte iguala os dois. Mas logicamente ainda há uma
diferença no enterro. Como diz um humorista, quando um rico ou uma rica morrer,
seu rosto será maquiado bonitinho, enquanto o do pobre não, já que ele não
tinha nada nem para comer. Logicamente o rico é enterrado com pompa e aparato e
a possibilidade de virar uma notícia nos jornais é grande. Talvez seja
acompanhado com alguns discursos de despedida. O enterro do pobre nem é
mencionado muito menos vira notícia.
Seja como for, o quadro seguido
descreve mudança total de situação (o que aconteceu depois da morte). Continua
a oposição absoluta, mas em sentido inverso. Lázaro está no seio de Abraão
contra o suplício da sede do rico. O rico vê Lázaro e espera dele a caridade de
uma gota de água; mas é tarde demais vê-lo.
O rico não soube vê-lo quando o pobre homem esperava a caridade de um
pedaço de pão. O rico foi surdo demais às exigências da Palavra de Deus. Ele
perdeu uma oportunidade de conversão à Palavra de Deus onde se encontra muitas
demandas de solidariedade para com os pobres (Is 58,7). Seu pecado consiste em
ter feito das riquezas seu deus (Lc 16,13).
Agora ele sofre inexoravelmente as conseqüências do isolamento no qual
seu egoísmo o fechara. Esse grande abismo é a imagem do fosso que ele tinha
deixado abrir-se entre seu luxo insolente e a miséria de seu próximo. O rico
teve chance de ajudar Lázaro, mas preferiu o caminho de egoísmo. Fechou-se em
sua riqueza e fez do dinheiro o seu deus.
O que chama a nossa atenção é que o
rico, nesta parábola, não tem nome. Enquanto o pobre Lázaro possui um nome:
Lázaro, Deus ajuda (Eleazar). Este é
o único personagem que recebe um nome nas parábolas de Jesus. Em nenhuma outra
parábola de Jesus os personagens têm nome. Pelo seu nome, Lázaro é um daqueles
pobres que suportam a situação infeliz com paciência e só conseguem suportar a
vida porque confiam em Deus. O rico é anônimo, como são anônimas as suas
riquezas. Ele não vale por aquilo que ele é, mas por aquilo que ele possui. O
rico perde a sua identidade porque ele se identifica com aquilo que ele tem. O
pobre, por outro lado, tem um nome, pois ele se identifica com aquilo que ele
é, e não por aquilo que ele não possui. Finalmente o rico é destinado à solidão
total; sua vida é uma praça deserta, enquanto a vida do pobre é uma festa. O
rico é atormentado não pelo simples fato de ser rico, mas porque não teme a
Deus, de quem prescinde, e porque se nega a compartilhar o que é seu com o
pobre que está morrendo de fome na sua porta; é um fiel expoente do consumismo
egoísta exagerado. Ele goza a riqueza, julga-se seguro, fica cego ao próximo e
surdo à Palavra de Deus e ao seu convite. Tampouco o pobre se salva
simplesmente por ser pobre, mas porque está aberto para Deus e espera a
salvação de “quem faz justiça aos oprimidos e dá pão aos famintos, ama o justo (cf.
Salmo 145(146).
No seu tormento o rico pede para que
Abraão mande Lázaro ir à casa do pai do rico a fim de avisar aos outros cinco
irmãos para que eles não sigam o seu caminho (vv.27-31). Ele demonstra algum
interesse em “outras pessoas” (seus familiares), mas não pensa nos pobres; fica
só no assunto dos seus. A solidariedade do rico na parábola é tarde demais. Ele
se sente solidário com os membros de sua família (mas não com as pessoas fora
de sua família. Continua sendo egoísta até no além) por ter experimentado a
solidão total por causa do egoísmo exagerado. Ele grita a Abraão: “Pai, eu
te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, porque eu tenho cinco irmãos. Manda
preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento”.
A resposta de Abraão: “Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos!” (v.29).
A resposta a esse pedido é o alerta
que o próprio Jesus quer dar com sua história: não precisamos de mais avisos,
nem de mapas para o caminho do céu. É só seguir o que já disseram Moisés e os
profetas, diz o Abraão da história. Podemos dizer: é só ler, ouvir e viver o
Evangelho de Jesus Cristo. Não precisamos de revelações mágicas nem milagres
adicionais. Na busca de milagres, facilmente o homem quer fugir do compromisso
de fé, que se lhe manifesta o suficiente na Palavra de Deus. Quem tem o coração
livre para se deixar interrogar por Deus, sabe que nunca terá o direito de
apelar a “milagres” para se precaver do maior milagre da graça: a nossa
conversão. O que temos que fazer é anunciar com ardor missionário e eficiência
o Evangelho. É preciso ser solidário, é preciso saber partilhar o que se tem
com aquele que não tem. Generosidade é o prolongamento da generosidade do
Deus-Criador que criou tudo gratuitamente para nossa felicidade neste mundo. A partilha
é a alma do projeto de Jesus.
Tudo isso quer nos dizer que só quem
vive aberto aos outros, na prática do amor, é capaz de, na ressurreição, entrar
em comunhão com o Amor: Deus (cf. 1Jo 4,8.16). Quem faz de sua vida um serviço
permanente à sua própria ambição e não pensa em outra coisa senão acumular
riquezas, não é capaz de abrir-se à presença de Deus e por isso, se condena ao
inferno, que na definição de Dostoievski,
é o sofrimento de não poder mais amar. Aquele que está voltado para si mesmo é
cego e surdo aos apelos alheios. Ou como Meister Eckhart disse: “Estar
vazio de toda criatura é estar cheio de Deus. E estar cheio de criatura é estar
vazio de Deus”.
Com esta parábola, de novo o
ensinamento de Jesus vai direto ao cerne das falsas pressuposições teológicas
mantidas por muitos de seus contemporâneos que ainda existem hoje em
determinadas denominações ou movimentos. É certo que o rico, assim
raciocinariam, exemplifica um homem abençoado por Deus, enquanto o pobre, que
só fazia sofrer, recebia o que merecia. No entanto, é o mendigo Lázaro que é
recebido por Pai Abraão que denota a felicidade, e o rico que cai no inferno (Hades,[sheol
em hebraico] aqui traduzido inferno, é palavra grega que nos círculos pagãos
significa o mundo inferior na mitologia grega; o mundo inferior como a morada
dos mortos. Em numerosas passagens, hades/sheol significa só a morte ou a
sepultura, e descer ao sheol eqüivale a morrer. No judaísmo posterior
entendia-se que havia dois compartimentos: um para os justos e o outro para os
ímpios, como se relata nos vv.22-25 do
texto. A parte negativa do sheol mais tarde veio a ser chamada “Geena”, lugar
de castigo). Os “religiosos” presumiam que a saúde e a riqueza evidenciam as
bênçãos de Deus, enquanto a doença e a pobreza evidenciam a maldição de Deus.
Como a parábola indica, tais pressuposições podem estar totalmente erradas.
O perigo que temos ao ler esta
parábola é julgarmos que ela somente fala dos ricos e poderosos, dos que têm
muito poder e muito dinheiro. No entanto, precisamos estar conscientes de que
na revelação bíblica pobreza e riqueza não são conceitos meramente quantitativos,
mas toca-se também na atitude de apego ou desapego naquilo que cada um possui.
Isto é que nos faz ricos ou pobres de espírito diante de Deus. Por isso, temos
que nos converter da avareza ao amor que partilha. Não podemos, como cristãos
ou os que se comportam como cristãos, não podemos ser espectadores neutrais da
pobreza e da miséria alheias.
Além disto, se nossa vida ou nossa
fé não for além dos horizontes materiais, se Deus não significar a certeza de
nossa vida, então qual será nossa esperança, qual será nosso consolo, qual será
nosso sentido de nossa presença neste mundo ? Na vida tudo passa. Mas a única
coisa que não passa é o nosso dever de sermos irmãos, de viver o amor de Deus,
de lutar pelo que é certo e de partilhar. Isso não passa, continua valendo seja
qual for a nossa situação. Então, o Evangelho quer nos dizer que tudo se decide
aqui e agora neste mundo e não depois de nossa morte.
Por isso, nós, cristãos, não podemos
deixar-nos cegar por o sentido da vida que só vê o aspecto rentável de cada
circunstância, negócio ou lugar de trabalho. A solidariedade é uma exigência
direta da fraternidade humana e sobrenatural, que nos leva a entrar em comunhão
com Deus-Amor. Por isso, gente que não se comove com o sofrimento dos outros
fica em falta com Deus.
Lázaro está no meio de nós, está em
sua casa, no seu trabalho e em qualquer lugar. Basta você parar de estar
voltado para si mesmo, então você vai enxergar o Lázaro que está tão perto de
você. Que sua solidariedade não seja tarde demais como a do rico da parábola.
Por isso, se tiver oportunidade para fazer a caridade, que faça; ofereça flor,
embora só uma, para uma pessoa que está viva, que você ama muito. Porque é
muito melhor do que uma coroa de flores para uma pessoas que já se foi; perdoe
se tiver oportunidade para perdoar...etc., porque amanhã talvez seja tarde
demais. Você pode gritar, mas pode ser que o seu grito seja em vão, como o do
rico neste Evangelho.
A parábola é um convite de Jesus à
conversão enquanto há tempo. O verdadeiro fruto da conversão é a caridade para
com o próximo, expressa em obras (cf. Is 58,6s). São Tiago nos alerta: “Haverá
juízo sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia
triunfa sobre o julgamento” (Tg 2,13).
P. Vitus Gustama,svd
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