SER LUZ PARA O PRÓXIMO
Segunda-feira da XXV
Semana
23 de Setembro de 2013
Texto de Leitura: Lc
8,16-18
Naquele tempo, disse Jesus à
multidão: 16 “Ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou
colocá-la debaixo da cama; ao contrário, coloca-a no candeeiro, a fim de que
todos os que entram vejam a luz. 17 Com efeito, tudo o que está escondido
deverá tornar-se manifesto; e tudo o que está em segredo deverá tornar-se
conhecido e claramente manifesto. 18 Portanto, prestai atenção à maneira como
vós ouvis! Pois a quem tem alguma coisa, será dado ainda mais; e àquele que não
tem, será tirado até mesmo o que ele pensa ter”.
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Os breves ensinamentos de Jesus no
texto do evangelho de hoje são continuação do ensinamento de Jesus no texto
anterior (cf. Lc 8,4-15 sobre a parábola da semente).
“Ninguém acende uma lâmpada para
cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama; ao contrário, coloca-a
no candeeiro, a fim de que todos os que entram vejam a luz”, assim Jesus
nos diz hoje.
Através deste ensinamento Jesus quer
que sejamos luz que ilumine os demais. No Sermão da Montanha Jesus define nosso
ser como sal e como luz: “Vós sois o sal da terra. Vós sois a luz do mundo” (Mt
5,13-14). Trata-se de uma presença indispensável para os demais. Um cozinheiro
pode colocar todos os tipos de tempero na comida, mas basta o sal estar
ausente, o resto fica sem sabor. Alguém pode querer andar para qualquer lugar,
mas sem a luz nada poderá acontecer. Se cada cristão tiver consciência do seu
ser e de sua importância neste mundo, ele usará seu tempo de vida para iluminar
a vida dos outros e para dar sabor à vida dos demais. Sua vida é para os
demais. O cristão existe para os outros como Cristo existiu para a humanidade. Um
cristão egoísta deixa de ser um verdadeiro cristão, pois a alma de todo projeto
de Cristo é a partilha. Cristo se dá para que os outros tenham vida em abundância
(cf. Jo 10,10).
Mas para ser luz para o próximo o
cristão precisa ser, primeiro, iluminado pela Luz divina que é o próprio Cristo
(Jo 8,12) para que possa ser reflexo dessa Luz para os outros. Aquele que
contempla Cristo será reflexo do próprio Cristo. O que o cristão recebe de Deus
é para a edificação dos demais. Ele não pode viver só para si: “Ninguém
acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama”.
Ele precisa ter consciência de sua missão como luz para os demais: “... ao
contrário, coloca-a (luz) no candeeiro, a fim de que todos os que entram vejam
a luz”. O cristão deve fazer-se público, mostrando seu rosto como cristão
para iluminar as pessoas ao seu redor. Se temos uma certa tendência de
privatizar a fé, Jesus nos convida a darmos testemunho diante dos demais
publicamente de acordo com a vocação de cada um de nós na sociedade: político,
médico, artista, esportista, professor e assim por diante. Sua presença em
qualquer lugar deve ser como a presença da luz: iluminar. Pode até criar a
sombra com a presença da luz, mas até a sombra é iluminada também pelos raios
da luz.
Se o cristão não viver de acordo com
sua essência como sal da terra e luz do mundo vai se cumprir nele o que Jesus
diz hoje: “A quem tem alguma coisa, será dado ainda mais; e àquele que não tem,
será tirado até mesmo o que ele pensa ter”. Os dons que não se fazem frutificar
se perdem. Os músculos que não se fazem atuar se atrofiam. E a fé se apaga aos
poucos quando não se coloca em prática. A vida sem amor se apaga. A vida sem
abertura para o crescimento se esteriliza. Quem não avança no desenvolvimento
se infantiliza.
No dia de nosso Batismo cada um
acendeu a vela no círio pascal, tomando a luz do Círio pascal, símbolo de
Cristo. É um gesto que nos recorda nosso compromisso, como batizados, de dar
testemunho dessa Luz diante das pessoas ao nosso redor. O Concílio Vaticano II
chamou a Igreja de Lumen Gentium, luz das nações. Isto quer nos dizer
que o que devemos ser, na realidade, conforme nossa essência é comunicar a luz,
a alegria e a força que recebemos de Deus para os outros. Sendo luz do mundo e
sal da terra, o cristão se tornará um amigo que sabe animar e dizer uma palavra
orientadora para as pessoas ao seu redor. o cristão jamais obscurece o caminho
dos outros, pois ele é enviado para ser luz do mundo (Mt 5,13-14).
Cada momento e cada circunstância
devem ser, para o cristão, ocasião para renovar a opção do primeiro momento
(Batismo) para não encontrar-se ao final da existência com as mãos vazias
merecedoras das duras palavras de Jesus: “Àquele que não tem, será tirado
até mesmo o que ele pensa ter”. A existência vivida na fidelidade, pelo contrário,
faz realidade na vida de cada cristão a verdade da afirmação confortante e
asseguradora do Senhor: “A quem tem alguma coisa, será dado ainda mais”.
P. Vitus Gustama,svd
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