SANTOS ANJOS DA GUARDA
Quarta-feira, 02 de Outubro de 2013
Texto de Leitura: Mt 18,1-5.10
Naquela hora, 1 Os discípulos
aproximaram-se de Jesus e perguntaram: "Quem é o maior no Reino dos Céus?" 2Jesus
chamou uma criança, colocou-a no meio deles 3 e disse: "Em verdade vos
digo, se não vos converterdes, e não vos tornardes como crianças, não entrareis
no Reino dos Céus. 4 Quem se faz pequeno como esta criança, esse é o maior no
Reino dos Céus. 5 E quem recebe em meu nome uma criança como esta, é a mim que
recebe. 10 Não desprezeis nenhum desses pequeninos, pois eu vos digo que os
seus anjos nos céus vêem sem cessar a face do meu Pai que está nos céus.
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No dia 02 de outubro a Igreja
celebra, especificamente, a memória dos santos Anjos da guarda. Na Sagrada Escritura,
os anjos são mediadores de mensagens divinas, e guiadores- custódios dos homens.
O termo hebraico “mal’ak” (“angelos”,
grego) significa mensageiro, enviado. O que se enfatiza pelo sentido da palavra
é a função e não a natureza. Por isso, no Antigo Testamento Deus envia os
profetas (Is 14,32) e sacerdotes (Ml 2,7) como Seus enviados.
Por que se fala, especificamente de
uns anjos que nos acompanham pessoalmente, que nos protegem na caminhada
cotidiana?
Poderíamos responder, em
primeiro lugar, que se trata de símbolos para falar do amor providente de
Deus que cuida de sua criatura para que esta chegue à sua plena realização
quando houver colaboração da própria criatura ou das circunstâncias na quais se
encontra. Era normal expressar, através de recursos literários provenientes de
um contexto, as realidades misteriosas usando uma linguagem figurativa.
Em segundo lugar, os anjos são um
reflexo misterioso do rosto de Deus e de sua bondade em nossa realidade. De
fato, quando alguém nos trata bem, nos ajuda sem reservas etc. logo lhe
dizemos: “Você é um anjo!”. Isto significa que a bondade de Deus se reflete
naqueles que fazem o bem, chamados de mensageiros de Deus ou anjos de Deus no
nosso dia a dia.
Em terceiro lugar, Os anjos da guarda nos
revelam a presença transcendente de Deus em cada pessoa, especialmente nos mais
pobres. O maior no Reino de Deus é a criança e quem se faz pequeno, como
criança, porque representa, em forma paradigmática, o despojamento de todo
poder. O despojamento da soberba e da prepotência do poder é a condição para
entrar no Reino de Deus. Alguém entra nele, quando descobre o poder de Deus: o
poder de seu amor, o poder de sua Palavra e o poder de seu Espírito. Reino de
Deus é Poder de amor de Deus. Esta presença de Deus nos mais pobres, que são os
maiores no Reino, é o que dá aos pobres essa transcendência.
Cada pessoa, cada família, cada
comunidade, cada povo, tem seu próprio anjo da guarda. O Livro de Êxodo nos
mostra o Povo de Deus conduzido diretamente pelo anjo de Deus. O povo deve
comportar-se bem na sua presença, escutar sua voz e não ficar rebelde. No anjo
está o Nome de Deus. O Nome é o que Deus é. O anjo é essa presença de Deus no
Povo de Deus.
Também cada um de nós deve descobrir
nosso próprio anjo da guarda, sentir sua presença e escutar sua voz. Devemos
viver conforme a esta presença transcendente em nós e refleti-la continuamente
em nosso rosto. Para isso, é preciso ler, meditar e colocar em prática a
Palavra de Deus. Estar em sintonia com a Palavra de Deus nos faz sensíveis para
a presença de Deus na nossa vida cotidiana e nos torna conscientes de nossa
tarefa como mensageiros de Deus na convivência com os demais.
Deus como Pai providente, sempre
vela por nós e se aproxima de nós por meio de Jesus, Seu Filho feito Homem. Ele
sempre manifesta seu amor para os pobres e os enfermos, para os pequenos e
pecadores. Seu amor preferencial para aqueles que são considerados como os
pequenos (“crianças”) desprotegidos de tudo e necessitados de tudo, nos recorda
que este deve ser também o nosso caminho como a Igreja. A grandeza da Igreja
consiste em dar atenção aos mais necessitados e em ajudá-los, pois “quem recebe em meu nome uma criança como esta, é a
mim que recebe”, disse Jesus. Quem vive unido a Cristo, cuida dos irmãos necessitados
como Deus vela por nós. Quem não vê o pobre, não será visto por Deus.
P. Vitus Gustama,svd
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