NOSSA
SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA
12 de Outubro
No Brasil é Solenidade, sua Padroeira.
Evangelho: Jo 2,1-11
Naquele tempo, 1 houve um casamento em Caná
da Galileia. A mãe de Jesus estava presente. 2Também Jesus e seus discípulos
tinham sido convidados para o casamento. 3 Como o vinho veio a faltar, a mãe de
Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”.
4 Jesus respondeu-lhe: “Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora
ainda não chegou”. 5 Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele
vos disser”. 6 Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que
os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. 7 Jesus
disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água”. Encheram-nas até a
boca. 8 Jesus disse: “Agora tirai e levai ao mestre-sala”. E eles levaram. 9 O
mestre-sala experimentou a água que se tinha transformado em vinho. Ele não
sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que
tinham tirado a água. 10 O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: “Todo
mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão
embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até
agora!” 11 Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da
Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele.
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Neste dia tragamos de volta aqueles
três simples pescadores: Domingos Martins Garcia,
Filipe Pedroso e Joao
Alves. Eles estavam pescando no Rio Paraiba do Sul no lugar chamado
Porto Itaguaçu em 1717. No início, em vez de pegar peixes, eles apanharam na
sua rede a imagem de Nossa Senhora sem cabeça. Na nova tentativa apanharam a
cabeça da imagem. Dai em diante, os peixes chegaram em abundância para os tres
humildes pescadores. É o primeiro milagre para esses simples pescadores para
sua vida, pois para os pescadores, peixe significa vida, significa o pão de
cada dia o qual pedimos no Pai Nossos.
Para vivermos a vida na sua
abundância e plenitude precisamos colocar em primeiro lugar Aquele que é a
fonte e o Doador da vida: Deus: “Buscai
em primeiro lugar o Reino de Deus e Sua justiça e todas estas coisas vos serão
dadas em acrescimo” (Mt 6,33). Jesus não nos diz:
“Buscai mais nada”, mas “Buscai primeiro”. Isto significa a prioridade. O olhar
de quem acredita no amor de Deus e na sua providência centra-se no que é
essencial. O resto vem-lhe por acréscimo. A justiça do Reino de Deus é o
sinônimo de amor misericordioso, solidariedade fraterna, perdão reconciliador,
igualdade respeitosa, empenho por construir a paz e a recusa de toda forma de
idolatria e de injustiça. Tudo isto é a prioridade de quem acredita em Deus, de
quem se diz cristão. Aqui Maria representa aquele ventre bendito pelo qual nos
trouxe a vida. Para vivermos na alegria, no ânimo, precisamos colocar Deus em
primeiro lugar, precisamos viver a Palavra de Deus e de acordo com Sua Palavra.
A vida, antes de ser vivida, precisa ser rezada para que possamos viver a vida
na sua abundância e plenitude.
Depois que apanharam a
imagem de Nossa Senhora é que os três pescadores começaram a pescar uma grande
quantidade de peixes. Nossa Senhora quer falar para os três: “Eu sou a Mãe de
vocês. Vocês são meus filhos. Não desistam de suas dignas lutas, pois cedo ou
tarde eu vou aparecer na vida de vocês para ajudá-los. Vivam como filhos meus
e, portanto, como irmãos”. “Eis a tua mãe!”, disse Jesus da Cruz ao discípulo
amado (Jo 19,27).
Para celebrar a
festa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida a Igreja (no Brasil) escolhe uma
passagem do evangelho de São João 2,1-11 que fala da festa de casamento em Caná
da Galiléia. No entanto, os protagonistas não são os noivos, mas Jesus e sua
mãe, o que aponta já para dois níveis de leitura: a leitura a partir de Cristo
que converte a água em vinho e a leitura a partir de Maria que faz a
intervenção suplicante nessa festa.
1.
Festa De Casamento: Quem é O Nosso Deus Revelado Em Jesus Cristo?
O simbolismo matrimonial é freqüente na
Bíblia (Is 54,6.10;62,5;Os 2,16-18.21 etc...) para falar da
ternura, da intimidade e do afeto da nova relação de Deus com o seu povo, todos
nós. Isto quer nos dizer que o nosso Deus não é um Deus severo e tirano, e sim
esposo e amigo, capaz de amar com ternura e paixão, de encontrar alegria no
amor a seu povo.
Não é por acaso que o texto diz: “Jesus e
os seus discípulos foram também convidados para o casamento” (v.3). Isto
quer nos dizer que o Deus de Jesus não nos é revelado rodeado de imponente
majestade, mas nas bodas e acompanhado de amigos. É precisamente isto que o que
o evangelista João diz: a presença de Jesus é a manifestação deste Deus novo e
diferente. Não do medo e do castigo, distante das pessoas, mas o Deus próximo,
em meio à festa compartilhando as suas alegrias e preocupações. É um Deus que
nos acompanha, que está sempre no meio de nós (Mt 28,20; 18,20). A religião de
Jesus é, e continua sendo a da alegria e a da festa compartilhada porque Jesus
é o vinho novo da nossa vida. Ele é capaz de transformar as situações em que
tudo parece como água, sem sabor nem cor. Quem está com Jesus tem vida
sobrando, pois Jesus que é a Vida (Jo 14,6; 10,10) comunica continuamente vida
e alegria. Para vivermos a vida na sua abundância precisamos ter lugar especial
para Jesus na nossa vida diária.
2.
Maria, Nossa Mãe Quem Suplica por Nós
Maria, Mãe de Jesus também estava presente
nas Bodas de Caná. E nessa festa, ao perceber que estava faltando vinho, Maria
se dirigiu diretamente a Jesus e não ao organizador da festa: “Eles não têm
mais vinho”. O vinho, na Bíblia, representa o amor e a alegria (cf. Ct
1,2;7,10;8,2). Quem são “eles” nesta frase da mãe de Jesus? Aqueles que
basearam a relação com Deus não no amor, mas numa série de normas e regras,
tornando assim essa relação fria e paralisada. Jesus é quem transforma essa
relação cheia de regras para uma relação cheia de amor simbolizada na
transformação da água em vinho.
Depois desta frase, Mãe de Jesus diz outra
frase, mas, desta vez, para os serventes: “Fazei tudo o que ele vos
disser” (v.5). O que leva Maria a dizer esta frase é a fé absoluta em
Jesus Cristo. Ela não exige provas antes de render a seu Filho uma total
confiança. Ela não tem dúvida alguma de que Jesus vai fazer algo. Maria leva
até o limite a sua fé consciente. Ela abandona-se à decisão do Filho. A fé de
Maria é ilimitada em Jesus. A expressão “Fazei tudo o que ele vos disser”,
sublinha a soberania de Jesus, por um lado e a fé absoluta de Maria em Jesus,
por outro lado.
Pela sua atitude e pelas suas palavras, ao
convidar os servidores a adotar a mesma atitude de obediência às palavras de
Jesus, Maria é modelo para todos os que fazem parte do novo Povo de Deus. Maria
não só realiza a vontade de Deus na sua vida, mas também orienta os outros a
fazerem de acordo com a Palavra de Deus. Maria, como a perfeita discípula e
seguidora de Jesus se torna mestra e guia para todos nós. Sua frase continua
atual. Ela continua nos dizendo hoje: “Para ser feliz, para viver a vida na sua
profundidade e na sua abundância, vale a pena ouvir, ler, meditar e viver de
açodo com a Palavra de Deus”.
Além disso, Maria nos ensina a orar pelos
nossos irmãos, assim como ela fez nas Bodas de Caná. Maria está uma mulher
muito atenciosa e prestativa. Por isso, ela percebe com rapidez as necessidades
dos outros e logo toma providência. Maria é muito atenciosa. A atenção é um
comportamento vigilante do eu sobre os outros; é uma transparência de olhar,
uma prontidão em notar sinais de sofrimento em volta de si, um doar-se. A
atenção é o amor verdadeiro, delicado, desinteressado e previdente. Ela é uma
qualidade humana necessária e preliminar no caminho espiritual.
Revivendo hoje o momento em que o Filho de
Deus transforma a água em vinho para os convivas de Caná, deveríamos ter a
capacidade de perceber que uma das mais exaltantes mensagens do cristianismo é
a mensagem de alegria. Deus quer que haja o vinho nupcial da alegria, a alegria
de permanecer unidos, como irmãos. Cabe a cada um de nós a tarefa de viver e de
anunciar a mensagem de alegria para os outros de que Deus sempre tem a última
palavra. E esta última palavra está cheia de vida, de paz e de alegria. Temos
que proclamar as razões da alegria, não da tristeza; temos que apontar os
motivos do otimismo, não do pessimismo; temos que promover a vida, não a morte.
A alegria deveria ser característica de quem vive na fé e caminha para o Reino
de Deus. A religião de Jesus é e continua sendo a da alegria e da festa
compartilhada porque Jesus é o vinho novo da nossa vida. Ele é capaz de
transformar as situações tristes em alegria. Quem está com Jesus tem vida
sobrando, pois ele comunica continuamente vida e alegria.
O papa Gregório Magno, uma vez na sua
pregação, disse a seguinte frase: “Embora
tenha quem escute as boas palavras, falta quem as diga”.
P. Vitus Gustama,svd
ATO DE CONSAGRAÇÃO A
NOSSA SENHORA APARECIDA DO PAPA FRANCISCO
(24/7/2013)
Ó Maria Santíssima, pelos méritos de Nosso
Senhor Jesus Cristo, em vossa querida imagem de Aparecida, espalhais inúmeros
benefícios sobre todo o Brasil.
Eu, embora indigno de pertencer ao número de
vossos filhos e filhas, mas cheio do desejo de participar dos benefícios de
vossa misericórdia, prostrado a vossos pés, consagro-vos o meu entendimento,
para que sempre pense no amor que mereceis; consagro-vos a minha língua para
que sempre vos louve e propague a vossa devoção; consagro-vos o meu coração,
para que, depois de Deus, vos ame sobre todas as coisas.
Recebei-me, ó Rainha incomparável, vós que o
Cristo crucificado nos deu por Mãe, no ditoso número de vossos filhos e filhas;
acolhei-me debaixo de vossa proteção; socorrei-me em todas as minhas
necessidades, espirituais e temporais, sobretudo na hora de minha morte.
Abençoai-me, ó celestial cooperadora, e com
vossa poderosa intercessão, fortalecei-me em minha fraqueza, a fim de que,
servindo-vos fielmente nesta vida, possa louvar-vos, amar-vos e dar-vos graças
no céu, por toda eternidade. Assim seja!
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